Talentos que Dão Êxito


Dia 258 - Saturday, 14 de September de 2024
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20 min

  • Salmos 69-71
  • Lucas 16:1-13

Salmos 69

Ouça o áudio do capítulo:

1 Livra-me, ó Deus, pois as águas entraram até à minha alma.

2 Atolei-me em profundo lamaçal, onde se não pode estar em pé; entrei na profundeza das águas, onde a corrente me leva.

3 Estou cansado de clamar; a minha garganta se secou; os meus olhos desfalecem esperando o meu Deus.

4 Aqueles que me odeiam sem causa são mais do que os cabelos da minha cabeça; aqueles que procuram destruir-me, sendo injustamente meus inimigos, são poderosos; então restituí o que não furtei.

5 Tu, ó Deus, bem conheces a minha estultice; e os meus pecados não te são encobertos.

6 Não sejam envergonhados por minha causa aqueles que esperam em ti, ó Senhor, DEUS dos Exércitos; não sejam confundidos por minha causa aqueles que te buscam, ó Deus de Israel.

7 Porque por amor de ti tenho suportado afrontas; a confusão cobriu o meu rosto.

8 Tenho-me tornado um estranho para com meus irmãos, e um desconhecido para com os filhos de minha mãe.

9 Pois o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim.

10 Quando chorei, e castiguei com jejum a minha alma, isto se me tornou em afrontas.

11 Pus por vestido um saco, e me fiz um provérbio para eles.

12 Aqueles que se assentam à porta falam contra mim; e fui o cântico dos bebedores de bebida forte.

13 Eu, porém, faço a minha oração a ti, Senhor, num tempo aceitável; ó Deus, ouve-me segundo a grandeza da tua misericórdia, segundo a verdade da tua salvação.

14 Tira-me do lamaçal, e não me deixes atolar; seja eu livre dos que me odeiam, e das profundezas das águas.

15 Não me leve a corrente das águas, e não me absorva ao profundo, nem o poço cerre a sua boca sobre mim.

16 Ouve-me, Senhor, pois boa é a tua misericórdia. Olha para mim segundo a tua muitíssima piedade.

17 E não escondas o teu rosto do teu servo, porque estou angustiado; ouve-me depressa.

18 Aproxima-te da minha alma, e resgata-a; livra-me por causa dos meus inimigos.

19 Bem tens conhecido a minha afronta, e a minha vergonha, e a minha confusão; diante de ti estão todos os meus adversários.

20 Afrontas me quebrantaram o coração, e estou fraquíssimo; esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei.

21 Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre.

22 Torne-se-lhes a sua mesa diante deles em laço, e a prosperidade em armadilha.

23 Escureçam-se-lhes os seus olhos, para que não vejam, e faze com que os seus lombos tremam constantemente.

24 Derrama sobre eles a tua indignação, e prenda-os o ardor da tua ira.

25 Fique desolado o seu palácio; e não haja quem habite nas suas tendas.

26 Pois perseguem àquele a quem feriste, e conversam sobre a dor daqueles a quem chagaste.

27 Acrescenta iniqüidade à iniqüidade deles, e não entrem na tua justiça.

28 Sejam riscados do livro dos vivos, e não sejam inscritos com os justos.

29 Eu, porém, sou pobre e estou triste; ponha-me a tua salvação, ó Deus, num alto retiro.

30 Louvarei o nome de Deus com um cântico, e engrandecê-lo-ei com ação de graças.

31 Isto será mais agradável ao Senhor do que boi, ou bezerro que tem chifres e unhas.

32 Os mansos verão isto, e se agradarão; o vosso coração viverá, pois que buscais a Deus.

33 Porque o Senhor ouve os necessitados, e não despreza os seus cativos.

34 Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo quanto neles se move.

35 Porque Deus salvará a Sião, e edificará as cidades de Judá; para que habitem ali e a possuam.

36 E herdá-la-á a semente de seus servos, e os que amam o seu nome habitarão nela.

Salmos 70

Ouça o áudio do capítulo:

1 Apressa-te, ó Deus, em me livrar; SENHOR, apressa-te em ajudar-me.

2 Fiquem envergonhados e confundidos os que procuram a minha alma; voltem para trás e confundam-se os que me desejam mal.

3 Virem as costas como recompensa da sua vergonha os que dizem: Ah! Ah!

4 Folguem e alegrem-se em ti todos os que te buscam; e aqueles que amam a tua salvação digam continuamente: Engrandecido seja Deus.

5 Eu, porém, estou aflito e necessitado; apressa-te por mim, ó Deus. Tu és o meu auxílio e o meu libertador; Senhor, não te detenhas.

Salmos 71

Ouça o áudio do capítulo:

1 Em ti, SENHOR, confio; nunca seja eu confundido.

2 Livra-me na tua justiça, e faze-me escapar; inclina os teus ouvidos para mim, e salva-me.

3 Sê tu a minha habitação forte, à qual possa recorrer continuamente. Deste um mandamento que me salva, pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza.

4 Livra-me, meu Deus, das mãos do ímpio, das mãos do homem injusto e cruel.

5 Pois tu és a minha esperança, Senhor DEUS; tu és a minha confiança desde a minha mocidade.

6 Por ti tenho sido sustentado desde o ventre; tu és aquele que me tiraste das entranhas de minha mãe; o meu louvor será para ti constantemente.

7 Sou como um prodígio para muitos, mas tu és o meu refúgio forte.

8 Encha-se a minha boca do teu louvor e da tua glória todo o dia.

9 Não me rejeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se for acabando a minha força.

10 Porque os meus inimigos falam contra mim, e os que espiam a minha alma consultam juntos,

11 Dizendo: Deus o desamparou; persegui-o e tomai-o, pois não há quem o livre.

12 Ó Deus, não te alongues de mim; meu Deus, apressa-te em ajudar-me.

13 Sejam confundidos e consumidos os que são adversários da minha alma; cubram-se de opróbrio e de confusão aqueles que procuram o meu mal.

14 Mas eu esperarei continuamente, e te louvarei cada vez mais.

15 A minha boca manifestará a tua justiça e a tua salvação todo o dia, pois não conheço o número delas.

16 Sairei na força do Senhor DEUS, farei menção da tua justiça, e só dela.

17 Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha mocidade; e até aqui tenho anunciado as tuas maravilhas.

18 Agora também, quando estou velho e de cabelos brancos, não me desampares, ó Deus, até que tenha anunciado a tua força a esta geração, e o teu poder a todos os vindouros.

19 Também a tua justiça, ó Deus, está muito alta, pois fizeste grandes coisas. Ó Deus, quem é semelhante a ti?

20 Tu, que me tens feito ver muitos males e angústias, me darás ainda a vida, e me tirarás dos abismos da terra.

21 Aumentarás a minha grandeza, e de novo me consolarás.

22 Também eu te louvarei com o saltério, bem como à tua verdade, ó meu Deus; cantarei com harpa a ti, ó Santo de Israel.

23 Os meus lábios exultarão quando eu te cantar, assim como a minha alma, que tu remiste.

24 A minha língua falará da tua justiça todo o dia; pois estão confundidos e envergonhados aqueles que procuram o meu mal.

Lucas 16:1-13

Ouça o áudio do capítulo:

1 E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens.

2 E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo.

3 E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar, não posso; de mendigar, tenho vergonha.

4 Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas.

5 E, chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor?

6 E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e assentando-te já, escreve cinqüenta.

7 Disse depois a outro: E tu, quanto deves? E ele respondeu: Cem alqueires de trigo. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e escreve oitenta.

8 E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz.

9 E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.

10 Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito.

11 Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras?

12 E, se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso?

13 Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.

Parábolas de Jesus

Talentos que Dão Êxito

Ouça o áudio do capítulo:

Este capítulo é baseado em Lucas 16:1-9.

Cristo viera num tempo de intenso mundanismo. Os homens tinham subordinado o eterno ao temporal, as exigências do futuro aos afazeres do presente. Tomavam fantasias em lugar de realidades, e realidades por fantasias. Não viam pela fé o mundo invisível. Satanás apresentava-lhes as coisas desta vida como todo-atrativas e todo-absorventes, e eles davam ouvidos às suas tentações. PJ 198.1

Cristo veio para mudar esta ordem de coisas. Procurou quebrar o encanto pelo qual os homens estavam apaixonados e enredados. Em Seus ensinos procurava ajustar as exigências do Céu e da Terra, e dirigir os pensamentos do homem, do presente para o porvir. Chamava-os da prossecução das coisas seculares, para fazer provisão para a eternidade. PJ 198.2

“Havia um certo homem rico”, disse, “o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens.” Lucas 16:1. O rico depositara todas as suas posses nas mãos deste servo, porém o servo era infiel, e o patrão foi convencido de que era defraudado sistematicamente. Determinou não mais tê-lo a seu serviço, e procedeu a uma análise de suas contas. “Que é isso que ouço de ti?” disse, “presta contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo.” Lucas 16:2. PJ 198.3

Com a perspectiva da demissão, o mordomo viu três caminhos abertos à sua escolha. Precisava trabalhar, mendigar ou morrer de fome. E disse consigo mesmo: “Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar não posso; de mendigar tenho vergonha. Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas. E, chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua conta e, assentando-te já, escreve cinqüenta. Disse depois a outro: E tu quanto deves? E ele respondeu: Cem alqueires de trigo. E disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta.” Lucas 16:3-7. PJ 198.4

O servo infiel tornou a outros participantes de sua desonestidade. Defraudou a seu patrão para lhes ser útil e, aceitando este favor, colocavam-se sob a obrigação de recebê-lo como amigo em suas casas. PJ 199.1

“E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente.” Lucas 16:8. O homem mundano louvou a sagacidade daquele que o defraudara. O elogio do rico não era, porém, o elogio de Deus. PJ 199.2

Cristo não louvou o mordomo injusto, mas usou de uma ocorrência notória para ilustrar a lição que desejava dar. “Granjeai amigos com as riquezas da injustiça”, disse, “para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.” Lucas 16:9. O Salvador fora censurado pelos fariseus por misturar-Se com os publicanos e pecadores; mas Seu interesse neles não foi diminuído, nem Seus esforços por eles cessou. Viu que seu emprego induzia-os à tentação. Estavam rodeados da sedução do mal. O primeiro passo errado era fácil, e rápida era a degradação a maior desonestidade e mais violentos crimes. Cristo procurava por todos os meios ganhá-los para aspirações mais elevadas e princípios mais nobres. Tinha em vista esse propósito na parábola do mordomo infiel. Havia entre os publicanos justamente tais casos como o apresentado na parábola, e na descrição de Cristo reconheceram seu próprio procedimento. Assim Cristo conseguiu sua atenção e pelo quadro de suas práticas desonestas muitos deles aprenderam uma lição de verdade espiritual. PJ 199.3

A parábola, apesar disso, era falada diretamente aos discípulos. O fermento da verdade fora-lhes dado primeiro, e por eles devia alcançar a outros. Os discípulos a princípio não entendiam muitos dos ensinos de Cristo, e muitas vezes parecia que Suas lições eram quase esquecidas. Sob a influência do Espírito Santo, porém, estas verdades lhes foram posteriormente PJ 199.4

“Se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração.” Salmos 62:10. PJ 199.5

“Porventura, fitarás os olhos naquilo que não é nada? Porque, certamente, isso se fará asas e voará ao céu como a águia.” Provérbios 23:5. “Aqueles que confiam na sua fazenda e se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles, de modo algum, pode remir a seu irmão ou dar a Deus o resgate dele.” Salmos 49:6, 7. PJ 199.6

reavivadas com clareza, e pelos discípulos eram apresentadas vividamente aos novos conversos que se associavam à igreja. PJ 200.1

E o Salvador falava também aos fariseus. Não perdia a esperança de que perceberiam o poder de Suas palavras. Muitos tinham sido convencidos profundamente, e quando ouvissem a verdade pela inspiração do Espírito Santo, não poucos se tornariam crentes em Cristo. PJ 200.2

Os fariseus tentaram difamar a Cristo, acusando-O de misturar-se com os publicanos e pecadores. Agora Ele voltou a condenação contra estes acusadores. A cena conhecida e ocorrida entre os publicanos, expôs aos fariseus, representando tanto sua conduta como mostrando a única maneira pela qual poderiam redimir seus erros. PJ 200.3

Os bens do senhor tinham sido confiados ao mordomo infiel para propósitos beneficentes, mas ele os usou para si. Assim fora com Israel. Deus escolhera a semente de Abraão. Com braço forte libertara-os da escravidão do Egito. Fizera-os depositários da verdade sagrada, para bênção do mundo. PJ 200.4

Confiara-lhes os oráculos vivos para que comunicassem luz aos outros. Mas Seus mordomos usaram essas dádivas para se enriquecerem e exaltarem. PJ 200.5

Os fariseus, cheios de importância e justiça própria, estavam dando má aplicação aos bens emprestados por Deus para usá-los para Sua glória. PJ 200.6

O servo da parábola não fizera provisão para o futuro. Os bens a ele confiados para o benefício de outros, usou-os para si mesmo; porém, pensou só no presente. Quando a mordomia lhe fosse tirada, nada teria que pudesse chamar seu. Mas os bens do senhor ainda estavam em suas mãos, e resolveu usá-los para precaver-se contra futuras dificuldades. Para conseguir isto precisava trabalhar conforme novo plano. Em vez de acumular para si, precisava repartir com outros. Deste modo poderia assegurar amigos que, quando fosse deposto, o haveriam de receber. O mesmo se dava com os fariseus. A mordomia estava prestes a ser deles tirada; e eram solicitados a prover para o futuro. Somente repartindo as dádivas de Deus na vida presente, poderiam prover para a eternidade. PJ 200.7

Depois de narrar a parábola, Cristo disse: “Os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz.” Lucas 16:8. Isso quer dizer que os homens sábios segundo o mundo demonstram mais sabedoria e empenho em servirem-se, do que os professos filhos de Deus no serviço para Ele. Assim era nos dias de Cristo. Assim é hoje. Considerai a vida de muitos que professam ser cristãos. O Senhor os dotou de aptidões, poder e influência; confiou-lhes recursos, para que fossem Seus coobreiros no grande plano da redenção. Todos os Seus dons devem ser usados para abençoar a humanidade, para aliviar o sofredor e o necessitado. Devemos alimentar o faminto, vestir o nu, cuidar das viúvas e dos órfãos, e servir ao aflito e ao abatido. Nunca foi intenção de Deus que houvesse tanta miséria no mundo. Nunca pretendeu que um homem tivesse abundância dos luxos da vida, enquanto os filhos dos outros houvessem de chorar por pão. Os meios supérfluos às necessidades reais da vida são confiados ao homem para o bem e para beneficiar a humanidade. Diz o Senhor: “Vendei o que tendes, e dai esmolas.” Lucas 12:33. “Repartam de boa mente e sejam comunicáveis.” 1 Timóteo 6:18. “Quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos.” Lucas 14:13. “... Que soltes as ligaduras da impiedade, ... desfaças as ataduras do jugo, ... deixes livres os quebrantados, e... despedaces todo o jugo.” Isaías 58:6. ... “Repartas o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados. ... Vendo o nu, o cubras” e fartes “a alma aflita.” Isaías 58:7, 10. “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” Marcos 16:15. Esses são os mandamentos do Senhor. Está o grande corpo de cristãos professos fazendo esta obra? PJ 200.8

Ah! quantos se estão apropriando das dádivas de Deus! Quantos estão comprando uma casa após outra, um terreno após outro. Quantos estão gastando seu dinheiro em prazeres, na satisfação do apetite, em casas, mobílias e vestidos extravagantes. Seus semelhantes são abandonados à miséria e ao crime, à enfermidade e à morte. Multidões estão perecendo sem um olhar de compaixão, sem uma palavra ou ato de simpatia. PJ 201.1

Os homens são culpados de roubo para com Deus. Seu emprego egoísta dos meios rouba ao Senhor a glória que para Ele deveria refluir no alívio da humanidade sofredora e na salvação de pessoas. Estão dissipando os bens a eles confiados. O Senhor declara: “Chegar-Me-ei a vós para juízo, e serei uma testemunha veloz contra... os que defraudam o jornaleiro, e pervertem o direito da viúva, e do órfão, e do estrangeiro. ... Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que Te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, porque Me roubais a Mim, vós, toda a nação.” Malaquias 3:5, 8, 9. “Eia, pois, agora vós, ricos, ... as vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas da traça. O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós. ... Entesourastes para os últimos dias. Deliciosamente, vivestes sobre a Terra, e vos deleitastes. ... Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras e que por vós foi diminuído clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos.” Tito 5:1-3, 5, 4. PJ 201.2

Será exigido de cada um que restitua os dons a ele confiados. No dia do juízo final as riquezas acumuladas pelo homem estarão sem valor. Nada têm que possam chamar seu. PJ 201.3

Aqueles que passam a vida amontoando tesouros, mostram menos sabedoria, e menos bom senso e cuidado pelo seu bem-estar eterno, do que o mordomo infiel quanto ao seu sustento material. Menos sábios que os filhos do mundo em sua geração, são estes professos filhos da luz. Estes são os de quem o profeta declara na visão do grande dia do juízo: “Naquele dia, os homens lançarão às toupeiras e aos morcegos os seus ídolos de prata e os seus ídolos de ouro, que fizeram para ante eles se prostrarem. E meter-se-ão pelas fendas das rochas e pelas cavernas das penhas, por causa da presença espantosa do Senhor e por causa da glória da Sua majestade, quando Ele Se levantar para assombrar a Terra.” Isaías 2:20, 21. “Granjeai amigos com as riquezas da injustiça”, disse Cristo, “para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.” Lucas 16:9. Deus, Cristo e os anjos estão todos ministrando aos enfermos, padecentes e pecadores. Entregai-vos a Deus para esta obra, usai Seus dons para este propósito, e entrareis em sociedade com os seres celestes. Vosso coração palpitará em harmonia com o deles. Assemelhar-vos-eis a eles no caráter. Não vos serão estranhos estes moradores dos tabernáculos eternos. Quando as coisas terrestres tiverem passado, os vigias nas portas do Céu vos chamarão bem-vindos. PJ 202.1

E os meios usados para abençoar a outros trarão recompensa. Riquezas bem-empregadas realizarão muito bem. Almas serão ganhas para Cristo. Aqueles que seguem o plano de vida de Cristo, verão nas cortes de Deus aqueles pelos quais trabalharam e se sacrificaram na Terra. Os redimidos com coração grato lembrar-se-ão daqueles que serviram de instrumento em sua salvação. O Céu será precioso para os que foram fiéis na obra da salvação. PJ 202.2

A lição dessa parábola é para todos. Todos serão responsáveis pela graça a eles concedida por Cristo. A vida é muito solene para ser absorvida em negócios temporais e terrenos. O Senhor deseja que transmitamos a outros aquilo que o eterno e invisível nos comunicou. PJ 202.3

Cada ano milhões e milhões de pessoas passam para a eternidade inadvertidas e não salvas. Hora a hora, nas variadas atividades da vida, apresentam-se oportunidades de alcançar e salvar pessoas. E estas oportunidades vêm e vão continuamente. Deus deseja que as aproveitemos o melhor possível. Dias, semanas e meses vão-se passando; temos menos um dia, uma semana, um mês em que fazer nossa obra. Quando muito alguns anos mais, e a voz a que não podemos deixar de responder será ouvida, dizendo: “Presta contas da tua mordomia.” Lucas 16:2. PJ 202.4

Cristo intima a cada um a ponderar. Prestai uma conta honesta. Ponde num prato da balança Jesus, que significa tesouro eterno, vida, verdade, Céu e a alegria de Cristo pelos redimidos; no outro, ponde toda a atração que o mundo pode oferecer. Num prato ponde a vossa perdição, e dos que poderíeis ser instrumento para salvar; no outro, para vós e para elas, uma vida que se compare com a vida de Deus. Pesai para agora e para a eternidade. Enquanto estais ocupado nisso, Cristo diz: “Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?” Marcos 8:36. PJ 203.1

Deus deseja que escolhamos o celestial em vez do terreno. Abre-nos as possibilidades de uma inversão celeste. Deseja prover encorajamento para nossas mais elevadas aspirações e segurança para nosso mais dileto tesouro. Declara: “Farei que um homem seja mais precioso do que o ouro puro e mais raro do que o ouro fino de Ofir.” Isaías 13:12. Quando forem consumidas as riquezas que a traça devora e a ferrugem corrói (Mateus 6:19), os seguidores de Cristo poderão rejubilar-se em seu tesouro celeste, em suas riquezas imperecíveis. PJ 203.2

Melhor do que a companhia do mundo é a dos redimidos de Cristo. Melhor que um título para o mais nobre palácio da Terra é o título para as mansões que nosso Salvador foi preparar. E melhor que todas as palavras de louvor terreno, serão as do Salvador aos servos fiéis: “Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.” Mateus 25:34. PJ 203.3

Aos que dissiparam Seus bens, Cristo ainda dá oportunidade para se assegurarem as riquezas duradouras. Diz Ele: “Dai, e ser-vos-á dado.” Lucas 6:38. “Fazei para vós bolsas que não se envelheçam, tesouro nos Céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão, e a traça não rói.” Lucas 12:33. “Manda aos ricos deste mundo, ... que façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna.” 1 Timóteo 6:17-19. PJ 203.4

Deixe, pois, que sua propriedade o preceda no Céu. Deposite seu tesouro ao lado do trono de Deus. Assegure seu título às inescrutáveis riquezas de Cristo. “Granjeai amigos com as riquezas da injustiça, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.” Lucas 16:9. PJ 203.5

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