Os Ultimos Anos de Davi


Dia 82 - Friday, 22 de March de 2024
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41 min

  • Salmos 18
  • 2 Samuel 21-24

Salmos 18

Ouça o áudio do capítulo:

1 Eu te amarei, ó SENHOR, fortaleza minha.

2 O Senhor é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio.

3 Invocarei o nome do Senhor, que é digno de louvor, e ficarei livre dos meus inimigos.

4 Tristezas de morte me cercaram, e torrentes de impiedade me assombraram.

5 Tristezas do inferno me cingiram, laços de morte me surpreenderam.

6 Na angústia invoquei ao Senhor, e clamei ao meu Deus; desde o seu templo ouviu a minha voz, aos seus ouvidos chegou o meu clamor perante a sua face.

7 Então a terra se abalou e tremeu; e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto se indignou.

8 Das suas narinas subiu fumaça, e da sua boca saiu fogo que consumia; carvões se acenderam dele.

9 Abaixou os céus, e desceu, e a escuridão estava debaixo de seus pés.

10 E montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do vento.

11 Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus.

12 Ao resplendor da sua presença as nuvens se espalharam, e a saraiva e as brasas de fogo.

13 E o Senhor trovejou nos céus, o Altíssimo levantou a sua voz; e houve saraiva e brasas de fogo.

14 Mandou as suas setas, e as espalhou; multiplicou raios, e os desbaratou.

15 Então foram vistas as profundezas das águas, e foram descobertos os fundamentos do mundo, pela tua repreensão, Senhor, ao sopro das tuas narinas.

16 Enviou desde o alto, e me tomou; tirou-me das muitas águas.

17 Livrou-me do meu inimigo forte e dos que me odiavam, pois eram mais poderosos do que eu.

18 Surpreenderam-me no dia da minha calamidade; mas o Senhor foi o meu amparo.

19 Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim.

20 Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça, retribuiu-me conforme a pureza das minhas mãos.

21 Porque guardei os caminhos do Senhor, e não me apartei impiamente do meu Deus.

22 Porque todos os seus juízos estavam diante de mim, e não rejeitei os seus estatutos.

23 Também fui sincero perante ele, e me guardei da minha iniqüidade.

24 Assim que retribuiu-me o Senhor conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos perante os seus olhos.

25 Com o benigno te mostrarás benigno; e com o homem sincero te mostrarás sincero;

26 Com o puro te mostrarás puro; e com o perverso te mostrarás indomável.

27 Porque tu livrarás o povo aflito, e abaterás os olhos altivos.

28 Porque tu acenderás a minha candeia; o Senhor meu Deus iluminará as minhas trevas.

29 Porque contigo entrei pelo meio duma tropa, com o meu Deus saltei uma muralha.

30 O caminho de Deus é perfeito; a palavra do Senhor é provada; é um escudo para todos os que nele confiam.

31 Porque quem é Deus senão o Senhor? E quem é rochedo senão o nosso Deus?

32 Deus é o que me cinge de força e aperfeiçoa o meu caminho.

33 Faz os meus pés como os das cervas, e põe-me nas minhas alturas.

34 Ensina as minhas mãos para a guerra, de sorte que os meus braços quebraram um arco de cobre.

35 Também me deste o escudo da tua salvação; a tua mão direita me susteve, e a tua mansidão me engrandeceu.

36 Alargaste os meus passos debaixo de mim, de maneira que os meus artelhos não vacilaram.

37 Persegui os meus inimigos, e os alcancei; não voltei senão depois de os ter consumido.

38 Atravessei-os de sorte que não se puderam levantar; caíram debaixo dos meus pés.

39 Pois me cingiste de força para a peleja; fizeste abater debaixo de mim aqueles que contra mim se levantaram.

40 Deste-me também o pescoço dos meus inimigos para que eu pudesse destruir os que me odeiam.

41 Clamaram, mas não houve quem os livrasse; até ao Senhor, mas ele não lhes respondeu.

42 Então os esmiucei como o pó diante do vento; deitei-os fora como a lama das ruas.

43 Livraste-me das contendas do povo, e me fizeste cabeça dos gentios; um povo que não conheci me servirá.

44 Em ouvindo a minha voz, me obedecerão; os estranhos se submeterão a mim.

45 Os estranhos descairão, e terão medo nos seus esconderijos.

46 O Senhor vive; e bendito seja o meu rochedo, e exaltado seja o Deus da minha salvação.

47 É Deus que me vinga inteiramente, e sujeita os povos debaixo de mim;

48 O que me livra de meus inimigos; sim, tu me exaltas sobre os que se levantam contra mim, tu me livras do homem violento.

49 Assim que, ó Senhor, te louvarei entre os gentios, e cantarei louvores ao teu nome,

50 Pois engrandece a salvação do seu rei, e usa de benignidade com o seu ungido, com Davi, e com a sua semente para sempre.

2 Samuel 21

Ouça o áudio do capítulo:

1 E houve nos dias de Davi uma fome de três anos consecutivos; e Davi consultou ao SENHOR, e o SENHOR lhe disse: É por causa de Saul e da sua casa sanguinária, porque matou os gibeonitas.

2 Então chamou o rei aos gibeonitas, e lhes falou (ora os gibeonitas não eram dos filhos de Israel, mas do restante dos amorreus, e os filhos de Israel lhes tinham jurado, porém Saul, no seu zelo à causa dos filhos de Israel e de Judá, procurou feri-los).

3 Disse, pois, Davi aos gibeonitas: Que quereis que eu vos faça? E que satisfação vos darei, para que abençoeis a herança do Senhor?

4 Então os gibeonitas lhe disseram: Não é por prata nem ouro que temos questão com Saul e com sua casa; nem tampouco pretendemos matar pessoa alguma em Israel. E disse ele: Que é, pois, que quereis que vos faça?

5 E disseram ao rei: O homem que nos destruiu, e intentou contra nós de modo que fôssemos assolados, sem que pudéssemos subsistir em termo algum de Israel,

6 De seus filhos se nos dêem sete homens, para que os enforquemos ao Senhor em Gibeá de Saul, o eleito do Senhor. E disse o rei: Eu os darei.

7 Porém o rei poupou a Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, por causa do juramento do Senhor, que entre eles houvera, entre Davi e Jônatas, filho de Saul.

8 Mas tomou o rei os dois filhos de Rispa, filha da Aiá, que tinha tido de Saul, a Armoni e a Mefibosete; como também os cinco filhos da irmã de Mical, filha de Saul, que tivera de Adriel, filho de Barzilai, meolatita,

9 E os entregou na mão dos gibeonitas, os quais os enforcaram no monte, perante o Senhor; e caíram estes sete juntamente; e foram mortos nos dias da sega, nos dias primeiros, no princípio da sega das cevadas.

10 Então Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de cilício, e estendeu-lho sobre uma penha, desde o princípio da sega até que a água do céu caiu sobre eles; e não deixou as aves do céu pousar sobre eles de dia, nem os animais do campo de noite.

11 E foi contado a Davi o que fizera Rispa, filha de Aiá, concubina de Saul.

12 Então foi Davi, e tomou os ossos de Saul, e os ossos de Jônatas seu filho, dos moradores de Jabes-Gileade, os quais os furtaram da rua de Bete-Sã, onde os filisteus os tinham pendurado, quando feriram a Saul em Gilboa.

13 E fez subir dali os ossos de Saul, e os ossos de Jônatas seu filho; e ajuntaram também os ossos dos enforcados.

14 Enterraram os ossos de Saul, e de Jônatas seu filho na terra de Benjamim, em Zela, na sepultura de seu pai Quis, e fizeram tudo o que o rei ordenara; e depois disto Deus se aplacou com a terra.

15 Tiveram mais os filisteus uma peleja contra Israel; e desceu Davi, e com ele os seus servos; e tanto pelejaram contra os filisteus, que Davi se cansou.

16 E Isbi-Benobe, que era dos filhos do gigante, cuja lança pesava trezentos siclos de cobre, e que cingia uma espada nova, intentou ferir a Davi.

17 Porém, Abisai, filho de Zeruia, o socorreu, e feriu o filisteu, e o matou. Então os homens de Davi lhe juraram, dizendo: Nunca mais sairás conosco à peleja, para que não apagues a lâmpada de Israel.

18 E aconteceu depois disto que houve em Gobe ainda outra peleja contra os filisteus; então Sibecai, o husatita, feriu a Safe, que era dos filhos do gigante.

19 Houve mais outra peleja contra os filisteus em Gobe; e El-Hanã, filho de Jaaré-Oregim, o belemita, feriu Golias, o giteu, de cuja lança era a haste como órgão de tecelão.

20 Houve ainda também outra peleja em Gate, onde estava um homem de alta estatura, que tinha em cada mão seis dedos, e em cada pé outros seis, vinte e quatro ao todo, e também este nascera do gigante.

21 E injuriava a Israel; porém Jônatas, filho de Simei, irmão de Davi, o feriu.

22 Estes quatro nasceram ao gigante em Gate; e caíram pela mão de Davi e pela mão de seus servos.

2 Samuel 22

Ouça o áudio do capítulo:

1 E Falou Davi ao SENHOR as palavras deste cântico, no dia em que o SENHOR o livrou das mãos de todos os seus inimigos e das mãos de Saul.

2 Disse pois: O Senhor é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador.

3 Deus é o meu rochedo, nele confiarei; o meu escudo, e a força da minha salvação, o meu alto retiro, e o meu refúgio. Ó meu Salvador, da violência me salvas.

4 O Senhor, digno de louvor, invocarei, e de meus inimigos ficarei livre,

5 Porque me cercaram as ondas de morte; as torrentes dos homens ímpios me assombraram.

6 Cordas do inferno me cingiram; encontraram-me laços de morte.

7 Estando em angústia, invoquei ao Senhor, e a meu Deus clamei; do seu templo ouviu ele a minha voz, e o meu clamor chegou aos seus ouvidos.

8 Então se abalou e tremeu a terra, os fundamentos dos céus se moveram e abalaram, porque ele se irou.

9 Subiu fumaça de suas narinas, e da sua boca um fogo devorador; carvões se incenderam dele.

10 E abaixou os céus, e desceu; e uma escuridão havia debaixo de seus pés.

11 E subiu sobre um querubim, e voou; e foi visto sobre as asas do vento.

12 E por tendas pôs as trevas ao redor de si; ajuntamento de águas, nuvens dos céus.

13 Pelo resplendor da sua presença brasas de fogo se acenderam.

14 Trovejou desde os céus o Senhor; e o Altíssimo fez soar a sua voz.

15 E disparou flechas, e os dissipou; raios, e os perturbou.

16 E apareceram as profundezas do mar, e os fundamentos do mundo se descobriram; pela repreensão do Senhor, pelo sopro do vento das suas narinas.

17 Desde o alto enviou, e me tomou; tirou-me das muitas águas.

18 Livrou-me do meu poderoso inimigo, e daqueles que me tinham ódio, porque eram mais fortes do que eu.

19 Encontraram-me no dia da minha calamidade; porém o Senhor se fez o meu amparo.

20 E tirou-me para um lugar espaçoso, e livrou-me, porque tinha prazer em mim.

21 Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça; conforme a pureza de minhas mãos me retribuiu.

22 Porque guardei os caminhos do Senhor; e não me apartei impiamente do meu Deus.

23 Porque todos os seus juízos estavam diante de mim; e de seus estatutos não me desviei.

24 Porém fui sincero perante ele; e guardei-me da minha iniqüidade.

25 E me retribuiu o Senhor conforme a minha justiça, conforme a minha pureza diante dos seus olhos.

26 Com o benigno te mostras benigno; com o homem íntegro te mostras perfeito.

27 Com o puro te mostras puro; mas com o perverso te mostras rígido.

28 E o povo aflito livras; mas teus olhos são contra os altivos, e tu os abaterás.

29 Porque tu, Senhor, és a minha lâmpada; e o Senhor ilumina as minhas trevas.

30 Porque contigo passo pelo meio de um esquadrão; pelo meu Deus salto um muro.

31 O caminho de Deus é perfeito, e a palavra do Senhor refinada; e é o escudo de todos os que nele confiam.

32 Por que, quem é Deus, senão o Senhor? E quem é rochedo, senão o nosso Deus?

33 Deus é a minha fortaleza e a minha força, e ele perfeitamente desembaraça o meu caminho.

34 Faz ele os meus pés como os das cervas, e me põe sobre as minhas alturas.

35 Instrui as minhas mãos para a peleja, de maneira que um arco de cobre se quebra pelos meus braços.

36 Também me deste o escudo da tua salvação, e pela tua brandura me vieste a engrandecer.

37 Alargaste os meus passos debaixo de mim, e não vacilaram os meus artelhos.

38 Persegui os meus inimigos, e os derrotei, e nunca me tornei até que os consumisse.

39 E os consumi, e os atravessei, de modo que nunca mais se levantaram, mas caíram debaixo dos meus pés.

40 Porque me cingiste de força para a peleja; fizeste abater-se debaixo de mim os que se levantaram contra mim,

41 E deste-me o pescoço de meus inimigos, daqueles que me tinham ódio, e os destruí.

42 Olharam, porém não houve libertador; sim, para o Senhor, porém não lhes respondeu.

43 Então os moí como o pó da terra; como a lama das ruas os trilhei e dissipei.

44 Também me livraste das contendas do meu povo; guardaste-me para cabeça das nações; o povo que não conhecia me servirá.

45 Os filhos de estranhos se me sujeitaram; ouvindo a minha voz, me obedeceram.

46 Os filhos de estranhos desfaleceram; e, cingindo-se, saíram dos seus esconderijos.

47 Vive o Senhor, e bendito seja o meu rochedo; e exaltado seja Deus, a rocha da minha salvação,

48 O Deus que me dá inteira vingança, e sujeita os povos debaixo de mim.

49 E o que me tira dentre os meus inimigos; e tu me exaltas sobre os que contra mim se levantam; do homem violento me livras.

50 Por isso, ó Senhor, te louvarei entre os gentios, e entoarei louvores ao teu nome.

51 Ele é a torre das salvações do seu rei, e usa de benignidade com o seu ungido, com Davi, e com a sua descendência para sempre.

2 Samuel 23

Ouça o áudio do capítulo:

1 E estas são as últimas palavras de Davi: Diz Davi, filho de Jessé, e diz o homem que foi levantado em altura, o ungido do Deus de Jacó, e o suave em salmos de Israel.

2 O Espírito do Senhor falou por mim, e a sua palavra está na minha boca.

3 Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de Deus.

4 E será como a luz da manhã, quando sai o sol, da manhã sem nuvens, quando pelo seu resplendor e pela chuva a erva brota da terra.

5 Ainda que a minha casa não seja tal para com Deus, contudo estabeleceu comigo uma aliança eterna, que em tudo será bem ordenado e guardado, pois toda a minha salvação e todo o meu prazer está nele, apesar de que ainda não o faz brotar.

6 Porém os filhos de Belial todos serão como os espinhos que se lançam fora, porque não podem ser tocados com a mão.

7 Mas qualquer que os tocar se armará de ferro e da haste de uma lança; e a fogo serão totalmente queimados no mesmo lugar.

8 Estes são os nomes dos poderosos que Davi teve: Josebe-Bassebete, filho de Taquemoni, o principal dos capitães; este era Adino, o eznita, que se opusera a oitocentos, e os feriu de uma vez.

9 E depois dele Eleazar, filho de Dodó, filho de Aoí, entre os três valentes que estavam com Davi quando provocaram os filisteus que ali se ajuntaram à peleja, e quando se retiraram os homens de Israel.

10 Este se levantou, e feriu os filisteus, até lhe cansar a mão e ficar a mão pegada à espada; e naquele dia o Senhor efetuou um grande livramento; e o povo voltou junto dele, somente a tomar o despojo.

11 E depois dele Samá, filho de Agé, o hararita, quando os filisteus se ajuntaram numa multidão, onde havia um pedaço de terra cheio de lentilhas, e o povo fugira de diante dos filisteus.

12 Este, pois, se pôs no meio daquele pedaço de terra, e o defendeu, e feriu os filisteus; e o Senhor efetuou um grande livramento.

13 Também três dos trinta chefes desceram, e no tempo da sega foram a Davi, à caverna de Adulão; e a multidão dos filisteus acampara no vale de Refaim.

14 Davi estava então num lugar forte, e a guarnição dos filisteus em Belém.

15 E teve Davi desejo, e disse: Quem me dera beber da água da cisterna de Belém, que está junto à porta!

16 Então aqueles três poderosos romperam pelo arraial dos filisteus, e tiraram água da cisterna de Belém, que está junto à porta, e a tomaram, e a trouxeram a Davi; porém ele não a quis beber, mas derramou-a perante o Senhor.

17 E disse: Guarda-me, ó Senhor, de que tal faça; beberia eu o sangue dos homens que foram com risco da sua vida? De maneira que não a quis beber; isto fizeram aqueles três poderosos.

18 Também Abisai, irmão de Joabe, filho de Zeruia, era chefe de três; e este alçou a sua lança contra trezentos e os feriu; e tinha nome entre os três.

19 Porventura este não era o mais nobre dentre estes três? Pois era o primeiro deles; porém aos primeiros três não chegou.

20 Também Benaia, filho de Joiada, filho de um homem valoroso de Cabzeel, grande em obras, este feriu dois fortes heróis de Moabe; e desceu ele, e feriu um leão no meio duma cova, no tempo da neve.

21 Também este feriu um egípcio, homem de respeito; e na mão do egípcio havia uma lança, porém ele desceu a ele com um cajado, e arrancou a lança da mão do egípcio, e com ela o matou.

22 Estas coisas fez Benaia, filho de Joiada, pelo que teve nome entre três poderosos.

23 Dentre os trinta ele era o mais nobre, porém aos três primeiros não chegou; e Davi o pôs sobre os seus guardas.

24 Asael, irmão de Joabe, estava entre os trinta; El-Hanã, filho de Dodó, de Belém;

25 Samá, harodita; Elica, harodita;

26 Helez, paltita; Ira, filho de Iques, tecoíta;

27 Abiezer, anatotita; Mebunai, husatita;

28 Zalmom, aoíta; Maarai, netofatita;

29 Elebe, filho de Baaná, netofatita; Itai, filho de Ribai, de Gibeá dos filhos de Benjamim;

30 Benaia, piratonita; Hidai, do ribeiro de Gaás;

31 Abi-Albom, arbatita; Azmavete, barumita;

32 Eliaba, saalbonita; os filhos de Jásen e Jônatas;

33 Samá, hararita, Aião, filho de Sarar, ararita;

34 Elifelete, filho de Aasbai, filho de um maacatita; Eliã, filho de Aitofel, gilonita;

35 Hesrai, carmelita; Paarai, arbita;

36 Igal, filho de Natã, de Zobá; Bani, gadita;

37 Zeleque, amonita; Naarai, beerotita, o que trazia as armas de Joabe, filho de Zeruia;

38 Ira, itrita; Garebe, itrita;

39 Urias, heteu; trinta e sete ao todo.

2 Samuel 24

Ouça o áudio do capítulo:

1 E a ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel; e incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá.

2 Disse, pois, o rei a Joabe, capitão do exército, o qual tinha consigo: Agora percorre todas as tribos de Israel, desde Dã até Berseba, e numera o povo, para que eu saiba o número do povo.

3 Então disse Joabe ao rei: Ora, multiplique o SENHOR teu Deus a este povo cem vezes tanto quanto agora é, e os olhos do rei meu senhor o vejam; mas, por que deseja o rei meu senhor este negócio?

4 Porém a palavra do rei prevaleceu contra Joabe, e contra os capitães do exército; Joabe, pois, saiu com os capitães do exército da presença do rei, para numerar o povo de Israel.

5 E passaram o Jordão; e acamparam-se em Aroer, à direita da cidade que está no meio do ribeiro de Gade, junto a Jazer.

6 E foram a Gileade, e à terra baixa de Hodsi; também foram até Dã-Jaã, e ao redor de Sidom.

7 E foram à fortaleza de Tiro, e a todas as cidades dos heveus e dos cananeus; e saíram para o lado do sul de Judá, a Berseba.

8 Assim percorreram toda a terra; e ao cabo de nove meses e vinte dias voltaram a Jerusalém.

9 E Joabe deu ao rei a soma do número do povo contado; e havia em Israel oitocentos mil homens de guerra, que arrancavam da espada; e os homens de Judá eram quinhentos mil homens.

10 E pesou o coração de Davi, depois de haver numerado o povo; e disse Davi ao Senhor: Muito pequei no que fiz; porém agora ó Senhor, peço-te que perdoes a iniqüidade do teu servo; porque tenho procedido mui loucamente.

11 Levantando-se, pois, Davi pela manhã, veio a palavra do Senhor ao profeta Gade, vidente de Davi, dizendo:

12 Vai, e dize a Davi: Assim diz o Senhor: Três coisas te ofereço; escolhe uma delas, para que ta faça.

13 Foi, pois, Gade a Davi, e fez-lho saber; e disse-lhe: Queres que sete anos de fome te venham à tua terra; ou que por três meses fujas de teus inimigos, e eles te persigam; ou que por três dias haja peste na tua terra? Delibera agora, e vê que resposta hei de dar ao que me enviou.

14 Então disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; porém caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as suas misericórdias; mas nas mãos dos homens não caia eu.

15 Então enviou o Senhor a peste a Israel, desde a manhã até ao tempo determinado; e desde Dã até Berseba, morreram setenta mil homens do povo.

16 Estendendo, pois, o anjo a sua mão sobre Jerusalém, para a destruir, o Senhor se arrependeu daquele mal; e disse ao anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do Senhor estava junto à eira de Araúna, o jebuseu.

17 E, vendo Davi ao anjo que feria o povo, falou ao Senhor, dizendo: Eis que eu sou o que pequei, e eu que iniquamente procedi; porém estas ovelhas que fizeram? Seja, pois, a tua mão contra mim, e contra a casa de meu pai.

18 E Gade veio naquele mesmo dia a Davi, e disse-lhe: Sobe, levanta ao Senhor um altar na eira de Araúna, o jebuseu.

19 Davi subiu conforme à palavra de Gade, como o Senhor lhe tinha ordenado.

20 E olhou Araúna, e viu que vinham para ele o rei e os seus servos; saiu, pois, Araúna e inclinou-se diante do rei com o rosto em terra.

21 E disse Araúna: Por que vem o rei meu Senhor ao seu servo? E disse Davi: Para comprar de ti esta eira, a fim de edificar nela um altar ao Senhor, para que este castigo cesse de sobre o povo.

22 Então disse Araúna a Davi: Tome, e ofereça o rei meu senhor o que bem parecer aos seus olhos; eis aí bois para o holocausto, e os trilhos, e o aparelho dos bois para a lenha.

23 Tudo isto deu Araúna ao rei; disse mais Araúna ao rei: O Senhor teu Deus tome prazer em ti.

24 Porém o rei disse a Araúna: Não, mas por preço justo to comprarei, porque não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que não me custem nada. Assim Davi comprou a eira e os bois por cinqüenta siclos de prata.

25 E edificou ali Davi ao Senhor um altar, e ofereceu holocaustos, e ofertas pacíficas. Assim o Senhor se aplacou para com a terra e cessou aquele castigo de sobre Israel.

Patriarcas e Profetas

Os Ultimos Anos de Davi

Ouça o áudio do capítulo:

Este capítulo é baseado em 2 Samuel 24; 1 Reis 1; 1 Crônicas 21; 28-29.

A subversão de Absalão não trouxe de pronto a paz ao reino. Havia-se unido à revolta uma parte tão grande da nação, que Davi não queria voltar à sua capital e reassumir sua autoridade sem um convite das tribos. Na confusão que se seguiu à derrota de Absalão, não houve ação pronta e decidida para chamar-se novamente o rei; e, quando finalmente Judá empreendeu fazer voltar a Davi, despertara-se a inveja de outras tribos, e seguiu-se uma contra-revolução. Esta, entretanto, foi rapidamente sufocada, e a paz voltou a Israel. PP 552.1

A história de Davi proporciona um dos mais impressionantes testemunhos que já foram dados quanto aos perigos que ameaçam a alma, provenientes do poderio, das riquezas e da honra do mundo — coisas estas que são as mais avidamente desejadas entre os homens. Poucos já têm passado por uma experiência mais bem adaptada a prepará-los para suportarem tal prova. A primeira parte da vida de Davi, como pastor, com suas lições de humildade, trabalho paciente e terno cuidado pelos seus rebanhos; a comunhão com a natureza na solidão das colinas, desenvolvendo o seu gênio para a música e poesia, e dirigindo seus pensamentos ao Criador; a longa disciplina de sua vida no deserto, pondo em exercício a coragem, constância, paciência e fé em Deus, foi designada pelo Senhor como preparo para o trono de Israel. Davi desfrutara experiências preciosas do amor de Deus, e fora ricamente dotado do Seu Espírito; na história de Saul vira a completa inutilidade da mera sabedoria humana. E, todavia, o êxito e a honra mundanos de tal maneira enfraqueceram o caráter de Davi que ele foi repetidas vezes vencido pelo tentador. PP 552.2

Relações com os povos pagãos determinaram o desejo de seguir seus costumes nacionais, e despertaram a ambição das grandezas mundanas. Como o povo de Jeová deveria Israel ser honrado; mas, aumentando o orgulho e a confiança em si mesmos, os israelitas não estavam satisfeitos com esta distinção. Preocupavam-se de preferência com sua posição entre as outras nações. Tal espírito não poderia deixar de convidar à tentação. Com o objetivo de estender suas conquistas entre as nações estrangeiras, resolveu Davi aumentar seu exército, exigindo trabalho militar de todos os que estivessem em idade conveniente. Para levar isto a efeito, tornou-se necessário fazer o censo da população. Foram o orgulho e a ambição que motivaram este ato do rei. A contagem do povo mostraria o contraste entre a fraqueza do reino quando Davi subiu ao trono, e sua força e prosperidade sob seu governo. Isto teria a tendência de fomentar ainda mais a confiança em si mesmo, que já era grande, tanto do rei como do povo. Dizem as Escrituras: “Então Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi a numerar Israel”. 1 Crônicas 21. A prosperidade de Israel sob o governo de Davi fora devida à bênção de Deus, em vez de atribuível à habilidade do rei ou à força de seus exércitos. Mas o aumento dos recursos militares do reino daria às nações circunvizinhas a impressão de que a confiança de Israel estava em seus exércitos, e não no poder de Jeová. PP 552.3

Embora o povo de Israel tivesse orgulho de sua grandeza nacional, não olhavam com aprovação o plano de Davi, de estender tão grandemente o serviço militar. O alistamento proposto causou muito descontentamento; conseqüentemente, julgou-se necessário empregarem-se os oficiais militares em lugar dos sacerdotes e magistrados, que haviam anteriormente levantado o censo. O objetivo deste empreendimento era diretamente contrário aos princípios de uma teocracia. Mesmo Joabe objetou, embora sem escrúpulos como até ali se havia mostrado. Ele disse: “O Senhor acrescente ao Seu povo cem vezes tanto como é; porventura, ó rei meu senhor, não são todos servos do meu senhor? Por que procura isto o meu senhor? Por que seria isso causa de delito para com Israel? Porém a palavra do rei prevaleceu contra Joabe; pelo que saiu Joabe, e passou por todo o Israel; então voltou para Jerusalém.” A contagem não estava terminada, quando Davi se convenceu de seu pecado. Condenando-se a si mesmo, “disse Davi a Deus: Gravemente pequei em fazer tal coisa; porém agora sê servido tirar a iniqüidade de Teu servo, porque obrei mui loucamente”. 1 Crônicas 21:1-8. Na manhã seguinte foi levada uma mensagem a Davi, pelo profeta Gade: “Assim diz o Senhor: Escolhe para ti, ou três anos de fome, ou que três meses te consumas diante de teus adversários, e a espada de teus inimigos te alcance, ou que três dias a espada do Senhor, isto é, a peste na terra, e o anjo do Senhor destruam todos os termos de Israel: vê, pois, agora”, disse o profeta, “que resposta hei de levar a quem me enviou”. 1 Crônicas 21:10-12. PP 553.1

A resposta do rei foi: “Estou em grande angústia; porém caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as Suas misericórdias; mas nas mãos dos homens não caia eu”. 2 Samuel 24:14. PP 553.2

A terra foi ferida com pestilência, que destruiu setenta mil em Israel. O açoite ainda não havia entrado na Capital, quando “levantando Davi os seus olhos, viu o anjo do Senhor, que estava entre a terra e o céu, com a espada desembainhada na sua mão estendida contra Jerusalém. Então Davi e os anciãos, cobertos de sacos, se prostraram sobre os seus rostos”. O rei pleiteou com Deus a favor de Israel: “Não sou eu o que disse que se contasse o povo? E eu mesmo sou o que pequei, e fiz muito mal; mas estas ovelhas que fizeram? Ah! Senhor, meu Deus, seja a Tua mão contra mim, e contra a casa de meu pai, e não para castigo de Teu povo.” PP 553.3

O levantamento do censo causara descontentamento entre o povo; todavia eles próprios tinham acariciado os mesmos pecados que determinaram a ação de Davi. Assim como o Senhor pelo pecado de Absalão trouxe juízos sobre Davi, assim pelo erro de Davi Ele puniu os pecados de Israel. PP 554.1

O anjo destruidor detivera-se em seu caminho fora de Jerusalém. Ele ficou sobre o Monte Moriá, “na eira de Ornã, jebuseu”. Por indicação do profeta, Davi foi ao monte, e ali construiu um altar ao Senhor, “e ofereceu nele holocaustos e sacrifícios pacíficos; e invocou o Senhor, o qual lhe respondeu com fogo do céu sobre o altar do holocausto”. 1 Crônicas 21:16-26. “Assim o Senhor Se aplacou para com a terra, cessou aquele castigo de sobre Israel”. 2 Samuel 24:25. PP 554.2

O local em que o altar foi construído, e que dali em diante seria para sempre considerado terra santa, foi oferecido ao rei por Ornã, como presente. Mas o rei recusou-se a recebê-lo deste modo. “Pelo seu valor a quero comprar”, disse ele; “porque não tomarei o que é teu, para o Senhor; para que não ofereça holocausto sem custo. E Davi deu a Ornã por aquele lugar o peso de seiscentos siclos de ouro.” Esse local, memorável como o sítio em que Abraão construíra o altar para oferecer seu filho, e agora consagrado por este grande livramento, foi depois escolhido como o local do templo construído por Salomão. PP 554.3

Ainda outra sombra deveria formar-se sobre o últimos anos de Davi. Ele atingira a idade de setenta anos. As dificuldades e situações perigosas por que passara em suas primitivas vagueações, suas muitas guerras, cuidados e aflições de seus últimos anos, haviam-lhe solapado a fonte da vida. Embora a mente retivesse sua clareza e força, a fraqueza e a idade, com seu desejo de recolhimento, impediam uma apreensão rápida do que se estava a passar no reino, e de novo surgiu a rebelião à própria sombra do trono. Outra vez se manifestou o fruto da condescendência paternal de Davi. Aquele que agora aspirava ao trono era Adonias, “mui formoso de parecer”, em seu aspecto pessoal e em seu porte, mas sem escrúpulos e descuidado. Em sua juventude não estivera sujeito senão a poucas restrições; pois “nunca seu pai o tinha contrariado, dizendo: Por que fizeste assim?” 1 Reis 1:6. Agora ele se rebelou contra a autoridade de Deus, que havia designado Salomão ao trono. Tanto pelos dotes naturais como pelo caráter religioso, Salomão estava mais bem qualificado do que seu irmão mais velho, para tornar-se governador de Israel; contudo, se bem que a escolha de Deus tivesse sido claramente indicada, não deixou Adonias de encontrar quem o apoiasse. Joabe, embora culpado de muitos crimes, fora até ali fiel ao trono; mas agora aderiu à conspiração contra Salomão, como também o fizera o sacerdote Abiatar. PP 554.4

A rebelião estava madura; os conspiradores tinham-se reunido em uma grande festa junto à cidade para proclamar Adonias como rei, quando seus planos foram transtornados pela ação pronta de pessoas fiéis, estado entre as principais o sacerdote Zadoque, o profeta Natã, e Bate-Seba, mãe de Salomão. Representaram ao rei o estado em que se achavam as coisas, lembrando-o da determinação divina de que Salomão o sucedesse no trono. Davi de pronto abdicou em favor de Salomão, que imediatamente foi ungido e proclamado rei. Estava abafada a conspiração. Seus principais atores incorreram na pena de morte. A vida de Abiatar foi poupada, em atenção ao seu ofício e anterior fidelidade para com Davi; mas foi rebaixado da função de sumo sacerdote, que passou à linhagem de Zadoque. Joabe e Adonias foram poupados por algum tempo, mas depois da morte de Davi sofreram a pena de seu crime. A execução da sentença sobre o filho de Davi completou o quádruplo juízo que testificou da aversão de Deus ao pecado do pai. PP 554.5

Desde o início mesmo do reinado de Davi, um dos seus mais acariciados planos fora construir um templo ao Senhor. Embora não lhe tivesse sido permitido executar este desígnio, não manifestou menos zelo e fervor em prol do mesmo. Provera abundância do mais valioso material: ouro, prata, pedra de ônix e pedras de diversas cores; mármore e as mais preciosas madeiras. E agora esses valiosos tesouros que juntara, deveriam ser confiados a outros; pois que outras mãos deveriam construir a casa para a arca — símbolo da presença de Deus. PP 555.1

Vendo que seu fim estava próximo, o rei convocou os príncipes de Israel, juntamente com homens de representação de todas as partes do reino, para receberem a incumbência deste legado. Desejava confiar-lhes sua última recomendação, e conseguir seu concurso e apoio na grande obra a ser realizada. Por causa de sua fraqueza física, não se esperava que ele assistisse pessoalmente àquela transferência de poderes; mas a inspiração de Deus veio sobre ele, e, com um fervor e poder maior do que lhe era usual, pôde, pela última vez, falar a seu povo. Falou-lhes de seu desejo de construir o templo, e da ordem do Senhor para que essa obra fosse entregue a Salomão, seu filho. A segurança divina era: “Teu filho Salomão, ele edificará a Minha casa e os Meus átrios, porque o escolhi para filho, e Eu lhe serei por pai. E estabelecerei o Meu reino para sempre, se perseverar em cumprir os Meus Mandamentos e os Meus juízos, como até ao dia de hoje.” “Agora, pois”, disse Davi, “perante os olhos de todo o Israel, a congregação do Senhor, e perante os ouvidos do nosso Deus, guardai e buscai todos os mandamentos do Senhor vosso Deus, para que possuais esta boa terra, e a façais herdar a vossos filhos depois de vós, para sempre”. 1 Crônicas 28:6-8. PP 555.2

Davi aprendera por sua própria experiência quão duro é o caminho daquele que se afasta de Deus. Sentira a condenação da lei violada, e ceifara os frutos da transgressão; e toda a sua alma se agitava pela solicitude por que os dirigentes de Israel fossem fiéis a Deus, e Salomão obedecesse à lei de Deus, excluindo os pecados que enfraqueceram a autoridade de seu pai, amarguraram-lhe a vida, e desonraram a Deus. Davi sabia que seria necessário humildade de coração, confiança constante em Deus e incessante vigilância, para resistir às tentações que certamente assediariam Salomão em seu elevado cargo; pois que tais caracteres preeminentes são o alvo especial dos dardos de Satanás. Voltando-se a seu filho já reconhecido como seu sucessor no trono, disse Davi: “E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai, e serve-O com um coração perfeito e com uma alma voluntária; porque esquadrinha o Senhor todos os corações, e entende todas as imaginações dos pensamentos. Se O buscares, será achado de ti; porém, se O deixares, rejeitar-te-á para sempre. Olha pois agora, porque o Senhor te escolheu para edificares uma casa para o santuário; esforça-te, e faze a obra”. 1 Crônicas 28:9, 10. PP 555.3

Davi deu a Salomão instruções minuciosas para a construção do templo, juntamente com desenhos de todas as partes, e de todos os instrumentos empregados em seu serviço, conforme lhe fora revelado por inspiração divina. Salomão ainda era moço, e recuava ante o peso das responsabilidades que lhe recairiam com a construção do templo e governo do povo de Deus. Disse Davi a seu filho: “Esforça-te e tem bom ânimo, e obra; não temas, nem te apavores; porque o Senhor Deus, meu Deus, há de ser contigo; não te deixará, nem te desamparará”. 1 Crônicas 28:20. PP 556.1

De novo Davi apelou para congregação: “Salomão, meu filho, a quem só Deus escolheu, é ainda moço e tenro, e esta obra é grande; porque não é palácio para homem, senão para o Senhor Deus.” Disse: “Com todas as minhas forças já tenho preparado para a casa de meu Deus”; e prosseguiu enumerando os materiais que juntara. E, mais ainda, disse: “E ainda, de minha própria vontade para a casa de meu Deus, o ouro e a prata particular que tenho de mais eu dou para a casa do meu Deus, afora tudo quanto tenho preparado para a casa do santuário; três mil talentos de ouro, do ouro de Ofir; e sete mil talentos de prata purificada, para cobrir as paredes das casas.” “Quem, pois, está disposto”, perguntou à multidão reunida, que trouxera suas dádivas liberais, “quem, pois, está disposto a encher a sua mão, para oferecer hoje voluntariamente ao Senhor?” 1 Crônicas 29:1-5. PP 556.2

Houve uma pronta resposta da assembléia. “Os chefes dos pais, e os príncipes das tribos de Israel, e os capitães dos milhares e das centenas, até os capitães da obra do rei, voluntariamente contribuíram; e deram para o serviço da casa de Deus cinco mil talentos de ouro, e dez mil dracmas, e dez mil talentos de prata, e dezoito mil talentos de cobre, e cem mil talentos de ferro. E os que se acharam com pedras preciosas, as deram para o tesouro da casa do Senhor. [...] O povo se alegrou do que deram voluntariamente; porque com coração perfeito voluntariamente deram ao Senhor; e também o rei Davi se alegrou com grande alegria. PP 556.3

“Pelo que Davi louvou ao Senhor perante os olhos de toda a congregação; e disse Davi: Bendito és Tu, Senhor, Deus de nosso pai Israel, de eternidade em eternidade. Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque Teu é tudo quanto há nos céus e na Terra; Teu é, Senhor, o reino, e Tu Te exaltaste sobre todos como chefe. E riquezas e glória vêm de diante de Ti, e Tu dominas sobre tudo, e na Tua mão há força e poder; e na Tua mão está o engrandecer e dar força a tudo. Agora, pois, ó Deus nosso, graças Te damos, e louvamos o nome da Tua glória. Por que quem sou eu, e quem é o meu povo, que tivéssemos poder para tão voluntariamente dar semelhantes coisas? Porque tudo vem de Ti, e da Tua mão To damos. Porque somos estranhos diante de Ti, e peregrinos como todos os nossos pais; como a sombra são os nossos dias sobre a Terra, e não há outra esperança. Senhor, Deus nosso, toda esta abundância, que preparamos, para Te edificar uma casa ao Teu santo nome, vem da Tua mão, e toda é Tua. E bem sei eu, Deus meu, que Tu provas os corações, e que da sinceridade Te agradas. PP 556.4

“Eu também na sinceridade de meu coração voluntariamente dei todas estas coisas; e agora vi com alegria que o Teu povo, que se acha aqui, voluntariamente Te deu. Senhor, Deus de nossos pais Abraão, Isaque, e Israel, conserva isto para sempre no intento dos pensamentos do coração de Teu povo; e encaminha o seu coração para Ti. E a Salomão, meu filho, dá um coração perfeito, para guardar os Teus mandamentos, os Teus testemunhos, e os Teus estatutos; e para fazer tudo, e para edificar este palácio que tenho preparado. Então disse Davi a toda a congregação: Agora louvai ao Senhor vosso Deus. Então toda a congregação louvou ao Senhor Deus de seus pais, e inclinaram-se, e prostraram-se perante o Senhor”. 1 Crônicas 29:6-20. PP 557.1

Com o mais profundo interesse o rei havia reunido o precioso material para a construção e embelezamento do templo. Tinha composto as gloriosas antífonas que nos anos posteriores ecoariam através de seus pátios. Agora seu coração se alegrava em Deus, ao corresponderem tão nobremente ao seu apelo os chefes dentre os pais e os príncipes de Israel, e oferecendo-se eles para a importante obra que tinham diante de si. E, dando eles o seu serviço, ficaram dispostos a fazer mais. Avolumaram as ofertas, dando de suas próprias posses à tesouraria. Davi sentira profundamente sua indignidade para reunir o material para a casa de Deus; e a expressão de lealdade na resposta pronta dos nobres de seu reino, ao dedicarem eles com coração voluntário os seus tesouros a Jeová, e devotarem-se ao Seu serviço, encheu-o de alegria. Mas foi unicamente Deus que comunicara esta disposição a Seu povo. Ele, e não o homem, devia ser glorificado. Fora Ele que provera o povo com as riquezas da terra, e Seu Espírito tornara-os dispostos a trazerem suas coisas preciosas para o templo. Tudo era do Senhor; se Seu amor não tivesse movido o coração do povo, os esforços do rei teriam sido em vão, e o templo nunca se teria construído. PP 557.2

Tudo que o homem recebe da generosidade de Deus, pertence ainda a Deus. O que quer que Deus tenha outorgado dentre as coisas valiosas e belas da Terra, é colocado nas mãos dos homens para os provar — a fim de sondar a profundidade de seu amor para com Ele e sua apreciação de Seus favores. Quer sejam tesouros de riqueza ou de intelecto, devem ser postos como sacrifício voluntário aos pés de Jesus, dizendo ao mesmo tempo o doador, como Davi: “Tudo vem de Ti, e da Tua mão To damos”. 1 Crônicas 29:14. PP 557.3

Ao pressentir Davi que a morte se aproximava, o peso sobre o seu coração ainda era por Salomão e pelo reino de Israel, cuja prosperidade deveria em tão grande parte depender da fidelidade de seu rei. “E deu ele ordem a Salomão, seu filho, dizendo: Eu vou pelo caminho de toda a terra; esforça-te, pois, e sê homem. E guarda a observância do Senhor teu Deus, para andares nos Seus caminhos, e para guardares os Seus estatutos, e os Seus mandamentos, e os Seus juízos, e os Seus testemunhos, [...] para que prosperes em tudo quanto fizeres, para onde quer que te voltares. Para que o Senhor confirme a palavra, que falou de mim, dizendo: Se teus filhos guardarem o seu caminho, para andarem perante a Minha face fielmente, com todo o seu coração e com toda a sua alma, nunca, disse, te faltará sucessor ao trono de Israel”. 1 Reis 2:1-4. PP 558.1

As “últimas palavras” de Davi, conforme foram registradas, são um cântico — um cântico de confiança, do mais sublime princípio, e fé imortal: PP 558.2

“Diz Davi, filho de Jessé, e diz o homem que foi levantado em altura, o ungido do Deus de Jacó, e o suave em salmos de Israel: O Espírito do Senhor falou por mim, [...] Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de Deus e será como a luz da manhã, quando sai o Sol, da manhã sem nuvens, quando pelo seu resplendor e pela chuva a erva brota da terra. Ainda que a minha casa não seja tal para com Deus, contudo estabeleceu comigo um concerto eterno, que em tudo será bem ordenado e guardado, pois toda a minha salvação e todo o meu prazer está nEle”. 2 Samuel 23:1-5. PP 558.3

Grande foi a queda de Davi, mas profundo foi o seu arrependimento, ardoroso o seu amor, e forte a sua fé. A ele muito fora perdoado, e portanto muito amava. Lucas 7:48. PP 558.4

Os salmos de Davi passam por uma série completa de experiências, desde as profundezas da culpabilidade consciente e condenação própria, até a fé mais sublime e mais exaltada comunhão com Deus. O registro de sua vida declara que o pecado apenas pode trazer ignomínia e desgraças, mas que o amor e a misericórdia de Deus podem alcançar as maiores profundidades, que a fé erguerá a alma arrependida para que participe da adoção de filhos de Deus. De todas as declarações que se contêm em Sua Palavra, é isto um dos mais fortes testemunhos da fidelidade, da justiça e da misericórdia de Deus em Seu concerto. PP 558.5

O homem “foge também como a sombra, e não permanece” (Jó 14:2), “mas a Palavra de nosso Deus subsiste eternamente”. Isaías 40:8. “A misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade sobre aqueles que O temem, e a Sua justiça sobre os filhos dos filhos; sobre aqueles que guardam o Seu concerto, e sobre os que se lembram dos Seus mandamentos para os cumprirem”. Salmos 103:17, 18. PP 558.6

“Tudo quanto Deus faz durará eternamente”. Eclesiastes 3:14. PP 559.1

Gloriosas são as promessas feitas a Davi e sua casa, promessas essas que visam às eras eternas, e que encontram seu cumprimento total em Cristo. Declarou o Senhor: PP 559.2

“Jurei ao Meu servo Davi: [...] Com ele a Minha mão ficará firme, e o Meu braço o fortalecerá. [...] A Minha fidelidade e a Minha benignidade estarão com ele; e em Meu nome será exaltado o seu poder. E porei a sua mão no mar, e a sua direita nos rios. Ele Me invocará, dizendo: Tu és meu Pai, meu Deus, e a Rocha da minha salvação. Também por isso lhe darei o lugar de primogênito; fá-lo-ei mais elevado do que os reis da Terra. A Minha benignidade lhe guardarei para sempre, e o Meu concerto lhe será firme”. Salmos 89:3-28. PP 559.3

“E conservarei para sempre a sua descendência, e o seu trono como os dias do céu”. Salmos 89:29. PP 559.4

“Julgará os aflitos do povo, salvará os filhos do necessitado, e quebrantará o opressor. Temer-Te-ão enquanto durar o Sol e a Lua, de geração em geração. [...] Nos seus dias florescerá o justo, e abundância de paz haverá enquanto durar a Lua. Dominará de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da Terra.” “O seu nome permanecerá eternamente; o seu nome se irá propagando de pais a filhos, enquanto o Sol durar, e os homens serão abençoados nele; todas as nações lhe chamarão bem-aventurado”. Salmos 72:4-8, 17. PP 559.5

“Porque um Menino nos nasceu, um Filho se nos deu; e o principado está sobre os Seus ombros; e o Seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz”. Isaías 9:6. PP 559.6

“Este será grande, e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus Lhe dará o trono de Davi, Seu pai; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o Seu reino não terá fim”. Lucas 1:32, 33. PP 559.7

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