O Toque da Fé


Dia 181 - Saturday, 29 de June de 2024
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Jeremias 39

Ouça o áudio do capítulo:

1 No ano nono de Zedequias, rei de Judá, no décimo mês, veio Nabucodonosor, rei de babilônia, e todo o seu exército, contra Jerusalém, e a cercaram.

2 No ano undécimo de Zedequias, no quarto mês, aos nove do mês, fez-se uma brecha na cidade.

3 Entraram nela todos os príncipes do rei de babilônia, e pararam na porta do meio, a saber: Nergal-Sarezer, Sangar-Nebo, Sarsequim, Rabe-Saris, Nergal-Sarezer, Rabe-Mague, e todos os outros príncipes do rei de babilônia.

4 E sucedeu que, vendo-os Zedequias, rei de Judá, e todos os homens de guerra, fugiram, saindo de noite da cidade, pelo caminho do jardim do rei, pela porta que está entre os dois muros; e seguiram pelo caminho da campina.

5 Mas o exército dos caldeus os perseguiu, e alcançou a Zedequias nas campinas de Jericó; e eles o prenderam, e fizeram-no subir a Nabucodonosor, rei de babilônia, a Ribla, na terra de Hamate, e o rei o sentenciou.

6 E o rei de babilônia matou em Ribla os filhos de Zedequias, diante dos seus olhos; também matou o rei de babilônia a todos os nobres de Judá.

7 E cegou os olhos de Zedequias, e o atou com duas cadeias de bronze, para levá-lo a babilônia.

8 E os caldeus incendiaram a casa do rei e as casas do povo, e derrubaram os muros de Jerusalém.

9 E o restante do povo, que ficou na cidade, e os desertores que se tinham passado para ele, e o restante do povo que ficou, Nebuzaradã, capitão da guarda, levou cativo para a babilônia.

10 Porém os pobres dentre o povo, que não tinham nada, Nebuzaradã, capitão da guarda, deixou na terra de Judá; e deu-lhes vinhas e campos naquele dia.

11 Mas Nabucodonosor, rei de babilônia, havia ordenado acerca de Jeremias, a Nebuzaradã, capitão da guarda, dizendo:

12 Toma-o, e põe sobre ele os teus olhos, e não lhe faças nenhum mal; antes como ele te disser, assim procederás com ele.

13 Por isso mandou Nebuzaradã, capitão da guarda, e Nebusazbã, Rabe-Saris, Nergal-Sarezer, Rabe-Mague, e todos os príncipes do rei de babilônia,

14 Mandaram retirar a Jeremias do átrio da guarda, e o entregaram a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, para que o levassem à casa; e ele habitou entre o povo.

15 Ora, tinha vindo a Jeremias a palavra do Senhor, estando ele ainda encarcerado no átrio da guarda, dizendo:

16 Vai, e fala a Ebede-Meleque, o etíope, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que eu trarei as minhas palavras sobre esta cidade para mal e não para bem; e cumprir-se-ão diante de ti naquele dia.

17 A ti, porém, eu livrarei naquele dia, diz o Senhor, e não serás entregue na mão dos homens, a quem temes.

18 Porque certamente te livrarei, e não cairás à espada; mas a tua alma terás por despojo, porquanto confiaste em mim, diz o Senhor.

Jeremias 40

Ouça o áudio do capítulo:

1 A palavra que veio a Jeremias da parte do SENHOR, depois que Nebuzaradã, capitão da guarda, o deixara ir de Ramá, quando o tomou, estando ele atado com cadeias no meio de todos os do cativeiro de Jerusalém e de Judá, que foram levados cativos para babilônia.

2 Tomou o capitão da guarda a Jeremias, e disse-lhe: O Senhor teu Deus pronunciou este mal, contra este lugar.

3 E o Senhor o trouxe, e fez como havia falado; porque pecastes contra o Senhor, e não obedecestes à sua voz, portanto vos sucedeu isto.

4 Agora, pois, eis que te soltei hoje das cadeias que estavam sobre as tuas mãos. Se te apraz vir comigo para babilônia, vem, e eu cuidarei de ti, mas se não te apraz vir comigo para babilônia, deixa de vir. Olha, toda a terra está diante de ti; para onde parecer bom e reto aos teus olhos ir, para ali vai.

5 Mas, como ele ainda não tinha voltado, disse-lhe: Volta a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, a quem o rei de babilônia pôs sobre as cidades de Judá, e habita com ele no meio do povo; ou se para qualquer outra parte te aprouver ir, vai. E deu-lhe o capitão da guarda sustento para o caminho, e um presente, e o deixou ir.

6 Assim veio Jeremias a Gedalias, filho de Aicão, a Mizpá; e habitou com ele no meio do povo que havia ficado na terra.

7 Ouvindo, pois, todos os capitães dos exércitos, que estavam no campo, eles e os seus homens, que o rei de babilônia tinha nomeado a Gedalias, filho de Aicão, governador da terra, e que lhe havia confiado os homens, e as mulheres, e os meninos, e os mais pobres da terra, que não foram levados cativos a babilônia,

8 Vieram ter com Gedalias, a Mizpá; a saber: Ismael, filho de Netanias, e Joanã e Jônatas, filhos de Careá, e Seraías, filho de Tanumete, e os filhos de Efai, o netofatita, e Jezanias, filho de um maacatita, eles e os seus homens.

9 E jurou Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, a eles e aos seus homens, dizendo: Não temais servir aos caldeus; ficai na terra, e servi o rei de babilônia, e bem vos irá.

10 Quanto a mim, eis que habito em Mizpá, para estar às ordens dos caldeus que vierem a nós; e vós recolhei o vinho, e as frutas de verão, e o azeite, e colocai-os nos vossos vasos, e habitai nas vossas cidades, que tomastes.

11 Do mesmo modo todos os judeus que estavam em Moabe, e entre os filhos de Amom, e em Edom, e os que havia em todas aquelas terras, ouviram que o rei de babilônia havia deixado alguns em Judá, e que havia posto sobre eles a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã,

12 Então voltaram todos os judeus de todos os lugares, para onde foram lançados, e vieram à terra de Judá, a Gedalias, a Mizpá; e recolheram vinho e frutas do verão com muita abundância.

13 Joanã, filho de Careá, e todos os capitães dos exércitos, que estavam no campo, vieram a Gedalias, a Mizpá.

14 E disseram-lhe: Bem sabes que Baalis, rei dos filhos de Amom, enviou a Ismael, filho de Netanias, para tirar-te a vida. Mas, Gedalias, filho de Aicão, não lhes deu crédito.

15 Todavia Joanã, filho de Careá, falou a Gedalias em segredo, em Mizpá, dizendo: Irei agora, e ferirei a Ismael, filho de Netanias, sem que ninguém o saiba; por que razão te tiraria ele a vida, de modo que todos os judeus, que se têm congregado a ti, fossem dispersos, e perecesse o restante de Judá?

16 Mas disse Gedalias, filho de Aicão, a Joanã, filho de Careá: Não faças tal coisa; porque falas falsamente contra Ismael.

Jeremias 41

Ouça o áudio do capítulo:

1 Sucedeu, porém, no mês sétimo, que veio Ismael, filho de Netanias, filho de Elisama, de sangue real, e com ele dez homens, príncipes do rei, a Gedalias, filho de Aicão, a Mizpá; e comeram pão juntos ali em Mizpá.

2 E levantou-se Ismael, filho de Netanias, com os dez homens que estavam com ele, e feriram à espada a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, matando assim aquele que o rei de babilônia havia posto por governador sobre a terra.

3 Também matou Ismael a todos os judeus que com ele, com Gedalias, estavam em Mizpá, como também aos caldeus, homens de guerra, que se achavam ali.

4 Sucedeu, pois, no dia seguinte, depois que ele matara a Gedalias, sem ninguém o saber,

5 Que vieram homens de Siquém, de Siló, e de Samaria; oitenta homens, com a barba rapada, e as vestes rasgadas, e retalhando-se; e trazendo nas suas mãos ofertas e incenso, para levarem à casa do Senhor.

6 E, saindo-lhes ao encontro Ismael, filho de Netanias, desde Mizpá, ia chorando; e sucedeu que, encontrando-os lhes disse: Vinde a Gedalias, filho de Aicão.

7 Sucedeu, porém, que, entrando eles até ao meio da cidade, matou-os Ismael, filho de Netanias, e os lançou num poço, ele e os homens que estavam com ele.

8 Mas houve entre eles dez homens que disseram a Ismael: Não nos mates, porque temos, no campo, tesouros, trigo, cevada, azeite e mel. E ele por isso os deixou, e não os matou entre seus irmãos.

9 E o poço em que Ismael lançou todos os cadáveres dos homens que matou por causa de Gedalias é o mesmo que fez o rei Asa, por causa de Baasa, rei de Israel; foi esse mesmo que Ismael, filho de Netanias, encheu de mortos.

10 E Ismael levou cativo a todo o restante do povo que estava em Mizpá, isto é, as filhas do rei, e todo o povo que ficara em Mizpá, que Nebuzaradã, capitão da guarda, havia confiado a Gedalias, filho de Aicão; e levou-os cativos Ismael, filho de Netanias, e se foi para passar aos filhos de Amom.

11 Ouvindo, pois, Joanã, filho de Careá, e todos os capitães dos exércitos que estavam com ele, todo o mal que havia feito Ismael, filho de Netanias,

12 Tomaram todos os seus homens, e foram pelejar contra Ismael, filho de Netanias; e acharam-no ao pé das grandes águas que há em Gibeom.

13 E aconteceu que, vendo todo o povo, que estava com Ismael, a Joanã, filho de Careá, e a todos os capitães dos exércitos, que vinham com ele, se alegrou.

14 E todo o povo que Ismael levara cativo de Mizpá virou as costas, e voltou, e foi para Joanã, filho de Careá.

15 Mas Ismael, filho de Netanias, escapou com oito homens de diante de Joanã, e se foi para os filhos de Amom.

16 Então tomou Joanã, filho de Careá, e todos os capitães dos exércitos que estavam com ele, a todo o restante do povo que ele havia recobrado de Ismael, filho de Netanias, desde Mizpá, depois de haver matado a Gedalias, filho de Aicão, isto é, aos homens poderosos de guerra, e às mulheres, e aos meninos, e aos eunucos que havia recobrado de Gibeom.

17 E partiram, indo habitar em Gerute-Quimã, que está perto de Belém, para dali irem e entrarem no Egito,

18 Por causa dos caldeus; porque os temiam, por ter Ismael, filho de Netanias, matado a Gedalias, filho de Aicão, a quem o rei de babilônia tinha feito governador sobre a terra.

Lucas 8:40-56

Ouça o áudio do capítulo:

40 E aconteceu que, quando voltou Jesus, a multidão o recebeu, porque todos o estavam esperando.

41 E eis que chegou um homem de nome Jairo, que era príncipe da sinagoga; e, prostrando-se aos pés de Jesus, rogava-lhe que entrasse em sua casa;

42 Porque tinha uma filha única, quase de doze anos, que estava à morte. E indo ele, apertava-o a multidão.

43 E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue, havia doze anos, e gastara com os médicos todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser curada,

44 Chegando por detrás dele, tocou na orla do seu vestido, e logo estancou o fluxo do seu sangue.

45 E disse Jesus: Quem é que me tocou? E, negando todos, disse Pedro e os que estavam com ele: Mestre, a multidão te aperta e te oprime, e dizes: Quem é que me tocou?

46 E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude.

47 Então, vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se tremendo e, prostrando-se ante ele, declarou-lhe diante de todo o povo a causa por que lhe havia tocado, e como logo sarara.

48 E ele lhe disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz.

49 Estando ele ainda falando, chegou um dos do príncipe da sinagoga, dizendo: A tua filha já está morta, não incomodes o Mestre.

50 Jesus, porém, ouvindo-o, respondeu-lhe, dizendo: Não temas; crê somente, e será salva.

51 E, entrando em casa, a ninguém deixou entrar, senão a Pedro, e a Tiago, e a João, e ao pai e a mãe da menina.

52 E todos choravam, e a pranteavam; e ele disse: Não choreis; não está morta, mas dorme.

53 E riam-se dele, sabendo que estava morta.

54 Mas ele, pondo-os todos fora, e pegando-lhe na mão, clamou, dizendo: Levanta-te, menina.

55 E o seu espírito voltou, e ela logo se levantou; e Jesus mandou que lhe dessem de comer.

56 E seus pais ficaram maravilhados; e ele lhes mandou que a ninguém dissessem o que havia sucedido.

O Desejado de Todas as Nações

O Toque da Fé

Ouça o áudio do capítulo:

Este capítulo é baseado em Mateus 9:18-26; Marcos 5:21-43; Lucas 8:40-56.

Voltando de Gergesa à costa ocidental, Jesus encontrou uma multidão para O receber, e saudaram-nO com alegria. Permaneceu por algum tempo nas proximidades do lago, ensinando e curando, dirigindo-Se em seguida à casa de Levi Mateus, para encontrar-Se com os publicanos no banquete. Ali O achou Jairo, príncipe da sinagoga. DTN 238.1

Esse chefe judeu foi ter com Jesus em grande aflição, e atirou-se-Lhe aos pés, exclamando: “Minha filha está moribunda; rogo-Te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare, e viva.” DTN 238.2

Jesus partiu imediatamente com o príncipe. Conquanto os discípulos houvessem testemunhado tantas de Suas obras de misericórdia, surpreenderam-se com Sua condescendência para com a súplica desse altivo rabi; acompanharam, contudo, ao Mestre e o povo os seguiu, ansioso e expectante. Não era longe a casa do príncipe, mas Jesus e Seus companheiros avançaram lentamente, pois a turba O comprimia de todos os lados. O ansioso pai impacientava-se com a demora; Jesus, porém, compadecendo-Se do povo, detinha-Se aqui e ali para aliviar algum sofrimento, ou confortar um coração turbado. DTN 238.3

Quando ainda em caminho, um mensageiro chegou abrindo passagem por entre a multidão, levando a Jairo a notícia do falecimento da filha, e dizendo ser inútil incomodar mais o Mestre. As palavras foram ouvidas por Jesus. “Não temas”, disse Ele; “crê somente, e será salva.” DTN 238.4

Jairo achegou-se mais para o Salvador, e juntos apressaram-se para a casa dele. Já os pranteadores e os tocadores de flauta ali estavam, enchendo os ares com seus clamores. A presença da multidão e o tumulto feriram o espírito de Jesus. Procurou fazê-los silenciar, dizendo: “Por que vos alvoroçais e chorais? a menina não está morta, mas dorme.” Eles se indignaram ante as palavras do Estranho. Tinham visto a menina nos braços da morte, e riram-se desdenhosamente dEle. Pedindo a todos que deixassem a casa, Jesus levou consigo o pai e a mãe da menina, e os três discípulos, Pedro, Tiago e João, e juntos entraram na câmara mortuária. DTN 238.5

Jesus aproximou-Se do leito, e tomando a mão da menina na Sua, proferiu brandamente, na linguagem familiar de sua casa, as palavras: “Menina, a ti te digo, levanta-te.” DTN 238.6

Um tremor perpassou-lhe instantaneamente pelo corpo inanimado. Volveram as pulsações da vida. Os lábios descerraram-se num sorriso. Os olhos abriram-se como se despertasse do sono, e a menina olhou admirada ao grupo que a rodeava. Ergueu-se e os pais estreitaram-na, chorando de alegria. DTN 238.7

De caminho para a casa do príncipe, Jesus encontrara, entre a multidão, uma pobre mulher que, por doze anos, sofrera de um mal que lhe tornava um fardo a existência. Consumira todos os seus recursos com médicos e remédios, para ser afinal declarada incurável. Reviveu-lhe, porém, a esperança, ao ouvir falar das curas operadas por Cristo. Teve a certeza de que se tão-somente pudesse ir ter com Ele, havia de recobrar a saúde. Fraca e sofrendo chegou à beira-mar, onde Ele estava ensinando, e tentou romper a multidão, mas em vão. Novamente O seguiu da casa de Levi Mateus, mas foi-lhe outra vez impossível chegar até Ele. Começara a desesperar quando, abrindo caminho por entre o povo, Ele chegou perto de onde ela se achava. DTN 239.1

Ali estava a áurea oportunidade. Achava-se em presença do grande Médico! Em meio da confusão, porém, não Lhe podia falar, nem vê-Lo senão de relance. Temendo perder seu único ensejo de cura, forcejou por adiantar-se, dizendo de si para si: “Se eu tão-somente tocar o Seu vestido, ficarei sã”. Mateus 9:21. Quando Ele ia passando, ela avançou, conseguindo tocar-Lhe, de leve, na orla do vestido. No mesmo instante, todavia, sentiu que estava sã. Concentrara-se, naquele único toque, toda a fé de sua vida e, num momento, a doença e a fraqueza deram lugar ao vigor da perfeita saúde. DTN 239.2

Cheia de gratidão, buscou retirar-se dentre o povo; mas Jesus deteve-Se de repente, e o povo parou com Ele. Voltou-Se e, numa voz distintamente ouvida acima do burburinho da multidão, indagou: “Quem é que Me tocou?” Lucas 8:45. O povo respondeu a essa pergunta com uma expressão de surpresa. Impelido de todos os lados, rudemente comprimido daqui e dali, como Ele estava, parecia essa uma estranha interrogação. DTN 239.3

Pedro, sempre pronto a falar, disse: “Mestre, a multidão Te aperta e Te oprime, e dizes: Quem é que Me tocou?” Jesus respondeu: “Alguém Me tocou, porque bem conheci que de Mim saiu virtude.” O Salvador podia distinguir o toque da fé, do casual contato da turba descuidosa. Essa confiança não devia passar sem comentário. Queria dirigir à humilde mulher palavras de conforto, que lhe serviriam de fonte de alegria — palavras que seriam uma bênção aos Seus seguidores até ao fim dos séculos. DTN 239.4

Olhando para a mulher, Jesus insistiu em saber quem O tocara. Vendo ela que era inútil querer ocultar-se, adiantou-se tremendo e lançou-se-Lhe aos pés. Com lágrimas de gratidão, contou a história de seus sofrimentos e como encontrara alívio. Jesus disse brandamente: “Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz”. Lucas 8:48. Ele não deu nenhum ensejo para que a superstição pretendesse haver virtude curadora no simples toque de Suas vestes. Não fora pelo contato exterior com Ele, mas por meio da fé que se firmava em Seu poder divino, que se operara a cura. DTN 239.5

A turba admirada que se comprimia em torno de Jesus, não sentira nenhum acréscimo de poder vital. Mas, quando a sofredora mulher estendeu a mão para tocá-Lo, crendo que se restabeleceria, experimentou a vivificadora virtude. Assim nas coisas espirituais. Falar de religião de maneira casual, orar sem ter a alma faminta e viva fé, nada aproveita. A fé nominal em Cristo, que O aceita apenas como o Salvador do mundo, não pode nunca trazer cura à alma. A fé que opera salvação, não é mero assentimento espiritual à verdade. Aquele que espera inteiro conhecimento antes de exercer fé, não pode receber bênção de Deus. Não basta crer no que se diz acerca de Cristo; devemos crer nEle. A única fé que nos beneficiará, é a que O abraça como Salvador pessoal; que se apropria de Seus méritos. Muitos têm a fé como uma opinião. A fé salvadora é um ajuste pelo qual aqueles que recebem a Cristo se unem a Deus em concerto. Fé genuína é vida. Uma fé viva significa acréscimo de vigor, segura confiança pela qual a alma se torna uma força vitoriosa. DTN 240.1

Após a cura da mulher, Jesus desejava que ela reconhecesse a bênção que recebera. Os dons oferecidos pelo evangelho não devem ser adquiridos às furtadelas, nem fruídos em segredo. Assim o Senhor nos chama a confessar Sua bondade. “Vós sois as Minhas testemunhas, diz o Senhor; Eu sou Deus”. Isaías 43:12. DTN 240.2

Nossa confissão de Sua fidelidade é o meio escolhido pelo Céu para revelar Cristo ao mundo. Temos de reconhecer-Lhe a graça segundo nos é dada a conhecer através dos santos homens da antiguidade; mas o que será mais eficaz é o testemunho de nossa própria experiência. Somos testemunhas de Deus ao revelar em nós mesmos a atuação de um poder que é divino. Cada indivíduo tem uma vida diversa da de todos os outros, uma experiência que difere essencialmente da sua. Deus deseja que nosso louvor a Ele ascenda, com o cunho de nossa própria individualidade. Esses preciosos reconhecimentos para louvor da glória de Sua graça, quando confirmados por uma vida semelhante à de Cristo, possuem irresistível poder, eficaz para a salvação. DTN 240.3

Quando os dez leprosos foram ter com Jesus, em busca de cura, Ele lhes ordenou que fossem, e se mostrassem ao sacerdote. No caminho, foram purificados, mas unicamente um voltou atrás para Lhe dar glória. Os outros seguiram seu caminho, esquecendo Aquele que os pusera sãos. Quantos estão ainda fazendo a mesma coisa! O Senhor opera continuamente em benefício da humanidade. Está sem cessar concedendo Suas dádivas. Ergue o enfermo do leito em que sofre, livra os homens de perigos a eles invisíveis, envia anjos celestes para os salvar de calamidades, guardá-los de “peste que ande na escuridão” e de “mortandade que assole ao meio-dia” (Salmos 91:6); mas os corações não são impressionados. Ele entregou todas as riquezas do Céu para os redimir, e todavia andam alheios ao Seu grande amor. Por sua falta de reconhecimento, cerram o coração à graça divina. Como a planta do deserto, não sabem quando vem o bem, e sua alma habita os endurecidos lugares da terra árida. DTN 240.4

É para nosso próprio benefício que conservamos sempre vívidos na memória todos os dons divinos. Assim se robustece a fé para pedir e receber mais e mais. Há mais animação para nós na menor bênção que nós mesmos recebemos de Deus, do que em todas as narrações que possamos ler acerca da fé e experiência de outros. A alma que corresponde à graça de Deus, será como jardim regado. Sua saúde brotará apressadamente; sua luz rompeu nas trevas, e a glória do Senhor se verá sobre ela. Lembremos, pois, a amorável bondade do Senhor e a multidão de Suas ternas misericórdias. Como o povo de Israel, empilhemos nossas pedras de testemunho, e sobre elas inscrevamos a preciosa história do que Deus tem feito por nós. E, ao recordarmos Seu trato para conosco em nosso peregrinar, corações enternecidos de gratidão, declaremos: “Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor. Pagarei os meus votos ao Senhor, agora, na presença de todo o Seu povo”. Salmos 116:12-14. DTN 241.1

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