Diante do Supremo Tribunal
- Salmos 63-65
Salmos 63
Ouça o áudio do capítulo:
1 Ó Deus, tu és o meu Deus, de madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água;
2 Para ver a tua força e a tua glória, como te vi no santuário.
3 Porque a tua benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão.
4 Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos.
5 A minha alma se fartará, como de tutano e de gordura; e a minha boca te louvará com alegres lábios,
6 Quando me lembrar de ti na minha cama, e meditar em ti nas vigílias da noite.
7 Porque tu tens sido o meu auxílio; então, à sombra das tuas asas me regozijarei.
8 A minha alma te segue de perto; a tua destra me sustenta.
9 Mas aqueles que procuram a minha alma para a destruir, irão para as profundezas da terra.
10 Cairão à espada; serão uma ração para as raposas.
11 Mas o rei se regozijará em Deus; qualquer que por ele jurar se gloriará; porque se taparão as bocas dos que falam a mentira.
Salmos 64
Ouça o áudio do capítulo:
1 Ouve, ó Deus, a minha voz na minha oração; guarda a minha vida do temor do inimigo.
2 Esconde-me do secreto conselho dos maus, e do tumulto dos que praticam a iniqüidade.
3 Que afiaram as suas línguas como espadas; e armaram por suas flechas palavras amargas,
4 A fim de atirarem em lugar oculto ao que é íntegro; disparam sobre ele repentinamente, e não temem.
5 Firmam-se em mau intento; falam de armar laços secretamente, e dizem: Quem os verá?
6 Andam inquirindo malícias, inquirem tudo o que se pode inquirir; e ambos, o íntimo pensamento de cada um deles, e o coração, são profundos.
7 Mas Deus atirará sobre eles uma seta, e de repente ficarão feridos.
8 Assim eles farão com que as suas línguas tropecem contra si mesmos; todos aqueles que os virem, fugirão.
9 E todos os homens temerão, e anunciarão a obra de Deus; e considerarão prudentemente os feitos dele.
10 O justo se alegrará no Senhor, e confiará nele, e todos os retos de coração se gloriarão.
Salmos 65
Ouça o áudio do capítulo:
1 A ti, ó Deus, espera o louvor em Sião, e a ti se pagará o voto.
2 Ó tu que ouves as orações, a ti virá toda a carne.
3 Prevalecem as iniqüidades contra mim; porém tu limpas as nossas transgressões.
4 Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para que habite em teus átrios; nós seremos fartos da bondade da tua casa e do teu santo templo.
5 Com coisas tremendas em justiça nos responderás, ó Deus da nossa salvação; tu és a esperança de todas as extremidades da terra, e daqueles que estão longe sobre o mar.
6 O que pela sua força consolida os montes, cingido de fortaleza;
7 O que aplaca o ruído dos mares, o ruído das suas ondas, e o tumulto dos povos.
8 E os que habitam nos fins da terra temem os teus sinais; tu fazes alegres as saídas da manhã e da tarde.
9 Tu visitas a terra, e a refrescas; tu a enriqueces grandemente com o rio de Deus, que está cheio de água; tu lhe preparas o trigo, quando assim a tens preparada.
10 Enches de água os seus sulcos; tu lhe aplanas as leivas; tu a amoleces com a muita chuva; abençoas as suas novidades.
11 Coroas o ano com a tua bondade, e as tuas veredas destilam gordura.
12 Destilam sobre os pastos do deserto, e os outeiros os cingem de alegria.
13 Os campos se vestem de rebanhos, e os vales se cobrem de trigo; eles se regozijam e cantam.
Parábolas de Jesus
Diante do Supremo Tribunal
Ouça o áudio do capítulo:
Este capítulo é baseado em Mateus 22:1-14.
Mateus 22:1-14
1 Então Jesus, tomando a palavra, tornou a falar-lhes em parábolas, dizendo:
2 O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho;
3 E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas, e estes não quiseram vir.
4 Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas.
5 Eles, porém, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio;
6 E os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram.
7 E o rei, tendo notícia disto, encolerizou-se e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.
8 Então diz aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos.
9 Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para as bodas a todos os que encontrardes.
10 E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados.
11 E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste de núpcias.
12 E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu.
13 Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
14 Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.
A parábola das bodas apresenta-nos uma lição da mais elevada importância. Pelas bodas é representada a união da humanidade com a divindade; a veste nupcial simboliza o caráter que precisa possuir todo aquele que há de ser considerado hóspede digno para as bodas. PJ 164.1
Nesta parábola, como na da grande ceia, são ilustrados o convite do evangelho, sua rejeição pelo povo judeu e o convite da graça aos gentios. Esta parábola, porém, apresenta-nos maior ofensa da parte dos que rejeitam o convite, e juízo mais terrível. O chamado para o banquete é um convite real. Procede de alguém que está investido de poder para ordenar. Confere grande honra. Contudo esta é desapreciada. A autoridade do rei é menosprezada. Ao passo que o convite do pai de família é considerado com indiferença, o do rei é recebido com insulto e morte. Trataram seus criados com escárnio e desprezo e os mataram. PJ 164.2
O pai de família, vendo repelido o seu convite, declarou que nenhum dos convidados provaria a ceia. Contra os que ofenderam o rei foi decretada mais que a exclusão de sua presença e de sua mesa. “Enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.” Mateus 22:7. Em ambas as parábolas o banquete é provido de convidados, mas o segundo mostra que uma preparação precisa ser feita por todos os que a ele assistem. Quem negligencia esta preparação é expulso. “O rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste nupcial. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu. Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o e lançai-o nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes.” Mateus 22:11-13. PJ 164.3
Mateus 22:7
7 E o rei, tendo notícia disto, encolerizou-se e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.
Mateus 22:11-13
11 E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste de núpcias.
12 E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu.
13 Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
O convite para o banquete foi transmitido pelos discípulos de Cristo. Nosso Senhor enviou os doze, e depois os setenta, proclamando que era chegado o reino de Deus, e convidando os homens a arrependerem-se e crerem no evangelho. O convite não foi atendido, porém. Os convidados para irem à festa não compareceram. Mais tarde os servos foram enviados com a mensagem: “Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas.” Mateus 22:4. Esta foi a mensagem levada à nação judaica depois da crucifixão de Cristo; mas a nação, que se arrogava de ser o povo peculiar de Deus, rejeitou o evangelho a eles levado no poder do Espírito Santo. Muitos fizeram isso da maneira mais insolente. Outros ficaram tão exasperados com o oferecimento da salvação, e perdão por terem rejeitado o Senhor da glória, que se voltaram contra os mensageiros. Houve “uma grande perseguição”. Atos 8:1. Muitos homens e mulheres foram lançados na prisão, e alguns dos portadores da mensagem do Senhor, como Estêvão e Tiago, foram mortos. PJ 164.4
Mateus 22:4
4 Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas.
Assim o povo judeu selou sua rejeição da misericórdia de Deus. O resultado foi predito por Cristo na parábola. O rei enviou “os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade”. Mateus 22:7. O juízo pronunciado atingiu os judeus na destruição de Jerusalém e na dispersão do povo. PJ 165.1
Mateus 22:7
7 E o rei, tendo notícia disto, encolerizou-se e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.
O terceiro convite para o banquete representa a pregação do evangelho aos gentios. O rei disse: “As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, às saídas dos caminhos e convidai para as bodas a todos os que encontrardes.” Mateus 22:8, 9. PJ 165.2
Mateus 22:8, 9
8 Então diz aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos.
9 Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para as bodas a todos os que encontrardes.
Os servos do rei que foram pelos caminhos, “ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons”. Mateus 22:10. Era um grupo misto. Alguns deles não tinham maior respeito ao doador da ceia do que os que haviam rejeitado o convite. A classe primeiramente convidada não podia, como pensava, sacrificar os privilégios mundanos para comparecer ao banquete do rei. E entre os que aceitaram o convite havia muitos que pensavam somente em se beneficiar. Foram para partilhar das provisões do banquete, mas não tinham desejo de honrar ao rei. PJ 165.3
Mateus 22:10
10 E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados.
Quando o rei entrou para ver os convidados, foi revelado o verdadeiro caráter de todos. A cada um foi provido um vestido de bodas. Essa veste era uma dádiva do rei. Usando-a, os convidados demonstravam respeito ao doador da festa. Um homem, porém, estava com seus trajes comuns. Recusara fazer a preparação exigida pelo rei. A veste provida para ele com grande custo, desdenhou usar. Deste modo insultou seu senhor. À pergunta do rei: “Como entraste aqui, não tendo veste nupcial?” (Mateus 22:12) nada pôde responder. Condenou-se a si mesmo. Então o rei disse: “Amarrai-o de pés e mãos, levai-o e lançai-o nas trevas exteriores.” Mateus 22:13. O exame dos convidados pelo rei representa uma cena de julgamento. Os convidados à ceia do evangelho são os que professam servir a Deus, cujos nomes estão escritos no livro da vida. Nem todos, porém, que professam ser cristãos, são discípulos verdadeiros. Antes que seja dada a recompensa final, precisa ser decidido quem está apto para participar da herança dos justos. Essa decisão deve ser feita antes da segunda vinda de Cristo, nas nuvens do céu; porque quando Ele vier, o galardão estará com Ele “para dar a cada um segundo a sua obra”. Apocalipse 22:12. Antes de Sua vinda o caráter da obra de cada um terá sido determinado, e a cada seguidor de Cristo o galardão será concedido segundo seus atos. PJ 165.4
Mateus 22:12
12 E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu.
Mateus 22:13
13 Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
Apocalipse 22:12
12 E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.
Enquanto os homens ainda estão sobre a Terra, é que a obra do juízo investigativo se efetua nas cortes celestes. A vida de todos os Seus professos seguidores é passada em revista perante Deus; todos são examinados de conformidade com os relatórios nos livros do Céu, e o destino de cada um é fixado para sempre de acordo com seus atos. PJ 166.1
Pela veste nupcial da parábola é representado o caráter puro e imaculado, que os verdadeiros seguidores de Cristo possuirão. Foi dado à igreja “que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente” (Apocalipse 19:8), “sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante”. Efésios 5:27. O linho fino, diz a Escritura, “é a justiça dos santos”. Apocalipse 19:8. A justiça de Cristo e Seu caráter imaculado, é, pela fé, comunicada a todos os que O aceitam como Salvador pessoal. PJ 166.2
Apocalipse 19:8
8 E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.
Efésios 5:27
27 Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Apocalipse 19:8
8 E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.
A veste branca de inocência foi usada por nossos primeiros pais, quando foram postos por Deus no santo Éden. Viviam eles em perfeita conformidade com a vontade de Deus. Todas as suas afeições eram devotadas ao Pai celeste. Luz bela e suave, a luz de Deus, envolvia o santo par. Esse vestido de luz era um símbolo de suas vestes espirituais de celeste inocência. Se permanecessem leais a Deus, continuaria sempre a envolvê-los. Ao entrar o pecado, porém, cortaram sua ligação com Deus, e desapareceu a luz que os cingia. Nus e envergonhados, procuraram suprir os vestidos celestiais, cosendo folhas de figueira para uma cobertura. PJ 166.3
Isto fizeram os transgressores da lei de Deus desde o dia em que Adão e Eva desobedeceram. Coseram folhas de figueira para cobrir a nudez causada pela transgressão. Cobriram-se com vestidos de sua própria feitura; por suas próprias obras procuraram encobrir os pecados e tornar-se aceitáveis a Deus. PJ 166.4
Isto jamais pode ser feito, porém. O homem nada pode idear para suprir as perdidas vestes de inocência. Nenhuma vestimenta de folhas de figueira, nenhum traje mundano, pode ser usado por quem se assentar com Cristo e os anjos na ceia das bodas do Cordeiro. PJ 166.5
Somente as vestes que Cristo proveu, podem habilitar-nos a aparecer na presença de Deus. Estas vestes de Sua própria justiça, Cristo dará a todos os que se arrependerem e crerem. “Aconselho-te”, diz Ele, “que de Mim compres... vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez.” Apocalipse 3:18. PJ 166.6
Apocalipse 3:18
18 Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.
Este vestido fiado nos teares do Céu não tem um fio de origem humana. Em Sua humanidade, Cristo formou caráter perfeito, e oferece-nos esse caráter. “Todas as nossas justiças” são “como trapo da imundícia.” Isaías 64:6. Tudo que podemos fazer de nós mesmos está contaminado pelo pecado. Mas o Filho de Deus “Se manifestou para tirar os nossos pecados; e nEle não há pecado”. 1 João 3:5. O pecado é definido como “o quebrantamento da lei”. 1 João 3:4 (VT). Mas Cristo foi obediente a todos os reclamos da lei. De Si mesmo, disse: “Deleito-Me em fazer a Tua vontade, ó Deus Meu; sim, a Tua lei está dentro do Meu coração.” Salmos 40:8. Quando esteve na Terra, disse aos discípulos: “Tenho guardado os mandamentos de Meu Pai.” João 15:10. Por Sua obediência perfeita tornou possível a todo homem obedecer aos mandamentos de Deus. Ao nos sujeitarmos a Cristo, nosso coração se une ao Seu, nossa vontade imerge em Sua vontade, nosso espírito torna-se um com Seu espírito, nossos pensamentos serão levados cativos a Ele; vivemos Sua vida. Isso é o que significa estar trajado com as vestes de Sua justiça. Quando então o Senhor nos contemplar, verá não o vestido de folhas de figueira, não a nudez e deformidade do pecado, mas Suas próprias vestes de justiça que são a obediência perfeita à lei de Jeová. PJ 167.1
Isaías 64:6
6 Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam.
1 João 3:5
5 E bem sabeis que ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e nele não há pecado.
1 João 3:4
4 Qualquer que comete pecado, também comete iniqüidade; porque o pecado é iniqüidade.
Salmos 40:8
8 Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração.
João 15:10
10 Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor.
Os convidados às bodas foram inspecionados pelo rei. Só foram aceitos os que obedeceram aos seus requisitos e usaram o vestido nupcial. Assim ocorre com os convidados para a ceia do evangelho. Todos são examinados pelo grande Rei, e só serão recebidos os que trajarem as vestes da justiça de Cristo. PJ 167.2
Justiça é fazer o bem, e é pelos atos que todos serão julgados. Nosso caráter é revelado pelo que fazemos. As obras mostram se a fé é genuína. PJ 167.3
Não é bastante crermos que Jesus não é um impostor, e a religião da Bíblia não é uma fábula artificialmente composta. Podemos crer que o nome de Jesus é o único debaixo dos Céus pelo qual devemos ser salvos, e contudo podemos não torná-Lo pela fé nosso Salvador pessoal. Não é bastante crer na teoria da verdade. Não é bastante fazer profissão de fé em Cristo, e ter nosso nome registrado no rol da igreja. “Aquele que guarda os Seus mandamentos nEle está, e Ele nele. E nisto conhecemos que Ele está em nós: pelo Espírito que nos tem dado.” 1 João 3:24. “E nisto sabemos que O conhecemos: se guardarmos os Seus mandamentos.” 1 João 2:3. Esta é a evidência genuína da conversão. Qualquer que seja nossa profissão, nada valerá se Cristo não for revelado em obras de justiça. PJ 167.4
1 João 3:24
24 E aquele que guarda os seus mandamentos nele está, e ele nele. E nisto conhecemos que ele está em nós, pelo Espírito que nos tem dado.
1 João 2:3
3 E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos.
A verdade deve estar plantada no coração. Deve dirigir o espírito e regular as afeições. Todo o caráter deve ser estampado com a expressão divina. Cada jota e cada til da Palavra de Deus deve ser introduzido na vida diária. PJ 168.1
Aquele que se torna participante da natureza divina estará em harmonia com o grande padrão de justiça de Deus, Sua santa lei. Esta é a norma pela qual Deus mede as ações do homem. E esta será também a pedra de toque do caráter no juízo. PJ 168.2
Muitos há que dizem que na morte de Cristo a lei foi revogada, mas nisto contradizem as próprias palavras de Cristo: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas. ... Até que o céu e a Terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei.” Mateus 5:17, 18. Foi para expiar a transgressão da lei pelo homem que Cristo depôs Sua vida. Pudesse a lei ser mudada ou posta de lado, Cristo não precisaria ter morrido. Por Sua vida na Terra, honrou a lei de Deus. Por Sua morte, estabeleceu-a. Deu Sua vida como sacrifício, não para destruir a lei de Deus, não para criar uma norma inferior, mas para que a justiça fosse mantida, para que fosse vista a imutabilidade da lei e permanecesse para sempre. PJ 168.3
Mateus 5:17, 18
17 Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir.
18 Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido.
Satanás declarara que era impossível ao homem obedecer aos mandamentos de Deus; e é verdade que por nossa própria força não lhes podemos obedecer. Cristo, porém, veio na forma humana, e por Sua perfeita obediência provou que a humanidade e a divindade combinadas podem obedecer a todos os preceitos de Deus. PJ 168.4
“Mas a todos quantos O receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no Seu nome.” João 1:12. Este poder não está no instrumento humano. É o poder de Deus. Quando uma alma recebe a Cristo, recebe também o poder de viver a vida de Cristo. PJ 168.5
João 1:12
12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;
Deus requer de Seus filhos perfeição. Sua lei é um transcrito de Seu caráter, e é o padrão de todo caráter. Essa norma infinita é apresentada a todos, para que não haja má compreensão no tocante à espécie de homens que Deus quer ter para compor o Seu reino. A vida de Cristo na Terra foi uma expressão perfeita da lei de Deus, e quando os que professam ser Seus filhos receberem caráter semelhante ao de Cristo, obedecerão aos mandamentos de Deus. Então o Senhor pode contá-los com toda a confiança entre os que formarão a família do Céu. Trajados com as vestes gloriosas da justiça de Cristo, participarão da ceia do Rei. Têm o direito de associar-se com a multidão lavada no sangue. PJ 168.6
O homem que foi à ceia sem a veste de bodas representa a condição de muitos hoje em dia. Professam ser cristãos e reclamam as bênçãos e privilégios do evangelho; contudo não sentem a necessidade de transformação de caráter. Nunca sentiram verdadeiro arrependimento dos pecados. Não reconhecem a necessidade de Cristo, nem exercem fé nEle. Não venceram suas inclinações para a injustiça, herdadas e cultivadas. Contudo pensam ser bastante bons em si mesmos, e confiam em seus próprios méritos em vez de nos de Cristo. Como ouvintes da Palavra, vão ao banquete, mas não tomaram a veste da justiça de Cristo. PJ 168.7
Muitos que se chamam cristãos são meros moralistas humanos. Recusaram a dádiva que, somente, podia habilitá-los para honrar a Cristo com representá-Lo ao mundo. A obra do Espírito Santo lhes é estranha. Não são praticantes da Palavra. Os princípios celestes que distinguem os que são um com Cristo dos que se unem ao mundo, tornaram-se quase indistintos. Os professos seguidores de Cristo não são mais um povo separado e peculiar. A linha de demarcação é imperceptível. O povo está-se subordinando ao mundo, às suas práticas, costumes e egoísmos. A igreja passou para o mundo, transgredindo a lei, quando o mundo devia passar para a igreja na obediência da mesma. Diariamente a igreja se está convertendo ao mundo. PJ 169.1
Todos estes esperam ser salvos pela morte de Cristo, ao passo que recusam viver Sua vida de abnegação. Exaltam as riquezas da livre graça, e procuram cobrir-se com a aparência de justiça, esperando assim ocultar os defeitos de caráter, mas seus esforços serão vãos no dia de Deus. PJ 169.2
A justiça de Cristo não encobrirá pecado algum acariciado. O homem pode ser intimamente transgressor da lei; todavia, se não comete um ato visível de transgressão, pode ser considerado, pelo mundo, possuidor de grande integridade. A lei de Deus, porém, lê os segredos do coração. Todo ato é julgado pelos motivos que o sugeriram. Somente quem estiver de acordo com os princípios da lei de Deus, permanecerá em pé no Juízo. PJ 169.3
Deus é amor. Demonstrou Ele este amor na dádiva de Cristo. Quando “deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16), nada reteve de Sua possessão adquirida. Deu todo o Céu, do qual podemos tirar poder e eficiência para não sermos repelidos nem derrotados por nosso grande adversário. Mas o amor de Deus não O leva a desculpar o pecado. Não o desculpou em Satanás; não o escusou em Adão ou em Caim; nem o desculpará em qualquer outro homem. Não tolerará nossos pecados, e não passará por sobre nossos defeitos de caráter. Espera que vençamos em Seu nome. PJ 169.4
João 3:16
16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Os que rejeitam o dom da justiça de Cristo estão rejeitando os atributos de caráter que os constituiriam filhos e filhas de Deus. Rejeitam aquilo que, unicamente, lhes poderia conceder aptidão para um lugar na ceia de bodas. PJ 169.5
Na parábola, ao perguntar o rei: “Como entraste aqui, não tendo veste nupcial?” (Mateus 22:12) o homem emudeceu. Assim será no grande dia de Juízo. Os homens agora podem justificar seus defeitos de caráter, mas naquele dia não apresentarão desculpas. PJ 170.1
Mateus 22:12
12 E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu.
As igrejas professas de Cristo nesta geração desfrutam dos mais altos privilégios. O Senhor Se tem revelado a nós numa luz sempre crescente. Nossos privilégios são muito maiores que os do antigo povo de Deus. Temos não somente a grande luz proporcionada a Israel, mas também a evidência crescente da grande salvação trazida a nós por Cristo. Aquilo que para os judeus era o tipo e símbolo, é para nós realidade. Eles tinham a história do Antigo Testamento; nós temos essa e a do Novo. Temos a certeza de um Salvador que veio, um Salvador que foi crucificado, ressurgiu, e, à borda do sepulcro de José, proclamou: “Sou a ressurreição e a vida.” João 11:25. Em nosso conhecimento de Cristo e de Seu amor, o reino de Deus está posto no meio de nós. Cristo nos é revelado em sermões e cantado em hinos. O banquete espiritual é-nos apresentado em farta abundância. A veste de bodas provida com infinito custo, é oferecido liberalmente a toda pessoa. Pelos mensageiros de Deus nos são expostas a justiça de Cristo, a justificação, as excelentes e preciosas promessas da Palavra de Deus, o livre acesso ao Pai por Cristo, o conforto do Espírito, e a bem-fundada certeza da vida eterna no reino de Deus. Que poderia Deus fazer por nós, que não tenha feito em prover a grande ceia, o banquete celestial? No Céu é dito pelos anjos ministradores: Executamos a obra para que fomos enviados. Repelimos os exércitos dos anjos maus. Enviamos luz e claridade à mente dos homens, avivando-lhes a memória do amor de Deus expresso em Jesus. Atraímos-lhes os olhares para a cruz de Cristo. Seu coração foi movido profundamente pelo sentimento do pecado, que crucificou o Filho de Deus. Foram convencidos. Viram os passos que devem ser dados na conversão; sentiram o poder do evangelho; seu coração foi sensibilizado ao verem a excelência do amor de Deus. Contemplaram a beleza do caráter de Cristo. Mas com a maioria, foi tudo em vão. Não quiseram submeter seus próprios hábitos e caráter. Não quiseram depor as vestes terrenas para serem trajados com as do Céu. Seu coração era dado à avareza. Amavam mais a companhia do mundo do que a de Deus. PJ 170.2
João 11:25
25 Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;
Solene será o dia da decisão final. Em visão profética, o apóstolo João o descreve: “Vi um grande trono branco e O que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a Terra e o Céu; e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.” Apocalipse 20:11, 12. PJ 170.3
Apocalipse 20:11, 12
11 E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles.
12 E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.
Triste será o retrospecto naquele dia em que os homens defrontarem face a face a eternidade. Toda a vida se apresentará justamente como foi. Os prazeres, riquezas e honras do mundo não parecerão tão importantes. Os homens hão de ver que somente a justiça que desprezaram é de valor. Verão que formaram o caráter sob a sedução enganadora de Satanás. As vestes que escolheram são o estigma de sua aliança ao primeiro grande apóstata. Então hão de ver a conseqüência de sua escolha. Terão conhecimento do que significa transgredir os mandamentos de Deus. PJ 171.1
Não haverá oportunidade futura em que os homens se poderão preparar para a eternidade. Nesta vida é que devemos trajar as vestes da justiça de Cristo. Esta é a nossa única oportunidade de formar caráter para o lar que Cristo preparou para os que obedecem aos Seus mandamentos. PJ 171.2
Rapidamente, os dias de graça estão terminando. O fim está próximo. É-nos feita a advertência: “Olhai por vós, para que não aconteça que o vosso coração se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia.” Lucas 21:34. Vigiai para que não vos encontre desapercebidos. Acautelai-vos para que não sejais achados na ceia do rei sem vestes nupciais. PJ 171.3
Lucas 21:34
34 E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia.
“Porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis.” Mateus 24:44. “Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas.” Apocalipse 16:15. PJ 171.4
Mateus 24:44
44 Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis.
Apocalipse 16:15
15 Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas roupas, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas.