Conflito
- Amós 1 e 2
- Marcos 12:13-44
Amós 1
Ouça o áudio do capítulo:
1 As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, as quais viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.
2 Ele disse: O Senhor bramará de Sião, e de Jerusalém fará ouvir a sua voz; os prados dos pastores prantearão, e secar-se-á o cume do Carmelo.
3 Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Damasco, e por quatro, não retirarei o castigo, porque trilharam a Gileade com trilhos de ferro.
4 Por isso porei fogo à casa de Hazael, e ele consumirá os palácios de Ben-Hadade.
5 E quebrarei o ferrolho de Damasco, e exterminarei o morador do vale de Áven, e ao que tem o cetro de Bete-Éden; e o povo da Síria será levado em cativeiro a Quir, diz o Senhor.
6 Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Gaza, e por quatro, não retirarei o castigo, porque levaram em cativeiro todos os cativos para os entregarem a Edom.
7 Por isso porei fogo ao muro de Gaza, e ele consumirá os seus palácios.
8 E exterminarei o morador de Asdode, e o que tem o cetro de Ascalom, e tornarei a minha mão contra Ecrom; e o restante dos filisteus perecerá, diz o Senhor DEUS.
9 Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Tiro, e por quatro, não retirarei o castigo, porque entregaram todos os cativos a Edom, e não se lembraram da aliança dos irmãos.
10 Por isso porei fogo ao muro de Tiro, e ele consumirá os seus palácios.
11 Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Edom, e por quatro, não retirarei o castigo, porque perseguiu a seu irmão à espada, e aniquilou as suas misericórdias; e a sua ira despedaçou eternamente, e conservou a sua indignação para sempre.
12 Por isso porei fogo a Temã, e ele consumirá os palácios de Bozra.
13 Assim diz o Senhor: Por três transgressões dos filhos de Amom, e por quatro, não retirarei o castigo, porque fenderam o ventre às grávidas de Gileade, para dilatarem os seus termos.
14 Por isso porei fogo ao muro de Rabá, e ele consumirá os seus palácios, com alarido no dia da batalha, com tempestade no dia da tormenta.
15 E o seu rei irá para o cativeiro, ele e os seus príncipes juntamente, diz o Senhor.
Amós 2
Ouça o áudio do capítulo:
1 Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Moabe, e por quatro, não retirarei o castigo, porque queimou os ossos do rei de Edom, até os tornar a cal.
2 Por isso porei fogo a Moabe, e consumirá os palácios de Queriote; e Moabe morrerá com grande estrondo, com alarido, com som de trombeta.
3 E exterminarei o juiz do meio dele, e a todos os seus príncipes com ele matarei, diz o Senhor.
4 Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Judá, e por quatro, não retirarei o castigo, porque rejeitaram a lei do Senhor, e não guardaram os seus estatutos, antes se deixaram enganar por suas próprias mentiras, após as quais andaram seus pais.
5 Por isso porei fogo a Judá, e ele consumirá os palácios de Jerusalém.
6 Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Israel, e por quatro, não retirarei o castigo, porque vendem o justo por dinheiro, e o necessitado por um par de sapatos,
7 Suspirando pelo pó da terra, sobre a cabeça dos pobres, pervertem o caminho dos mansos; e um homem e seu pai entram à mesma moça, para profanarem o meu santo nome.
8 E se deitam junto a qualquer altar sobre roupas empenhadas, e na casa dos seus deuses bebem o vinho dos que tinham multado.
9 Todavia eu destruí diante dele o amorreu, cuja altura era como a altura dos cedros, e que era forte como os carvalhos; mas destruí o seu fruto por cima, e as suas raízes por baixo.
10 Também vos fiz subir da terra do Egito, e quarenta anos vos guiei no deserto, para que possuísseis a terra do amorreu.
11 E dentre vossos filhos suscitei profetas, e dentre os vossos jovens nazireus. Não é isto assim, filhos de Israel? diz o Senhor.
12 Mas vós aos nazireus destes vinho a beber, e aos profetas ordenastes, dizendo: Não profetizareis.
13 Eis que eu vos apertarei no vosso lugar como se aperta um carro cheio de feixes.
14 Assim perecerá a fuga ao ágil; nem o forte corroborará a sua força, nem o poderoso livrará a sua vida.
15 E não ficará em pé o que maneja o arco, nem o ligeiro de pés se livrará, nem tampouco se livrará o que vai montado a cavalo.
16 E o mais corajoso entre os fortes fugirá nu naquele dia, diz o Senhor.
Marcos 12:13-44
Ouça o áudio do capítulo:
13 E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem nalguma palavra.
14 E, chegando eles, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és homem de verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas à aparência dos homens, antes com verdade ensinas o caminho de Deus; é lícito dar o tributo a César, ou não? Daremos, ou não daremos?
15 Então ele, conhecendo a sua hipocrisia, disse-lhes: Por que me tentais? Trazei-me uma moeda, para que a veja.
16 E eles lha trouxeram. E disse-lhes: De quem é esta imagem e inscrição? E eles lhe disseram: De César.
17 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. E maravilharam-se dele.
18 Então os saduceus, que dizem que não há ressurreição, aproximaram-se dele, e perguntaram-lhe, dizendo:
19 Mestre, Moisés nos escreveu que, se morresse o irmão de alguém, e deixasse a mulher e não deixasse filhos, seu irmão tomasse a mulher dele, e suscitasse descendência a seu irmão.
20 Ora, havia sete irmãos, e o primeiro tomou a mulher, e morreu sem deixar descendência;
21 E o segundo também a tomou e morreu, e nem este deixou descendência; e o terceiro da mesma maneira.
22 E tomaram-na os sete, sem, contudo, terem deixado descendência. Finalmente, depois de todos, morreu também a mulher.
23 Na ressurreição, pois, quando ressuscitarem, de qual destes será a mulher? porque os sete a tiveram por mulher.
24 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus?
25 Porquanto, quando ressuscitarem dentre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento, mas serão como os anjos que estão nos céus.
26 E, acerca dos mortos que houverem de ressuscitar, não tendes lido no livro de Moisés como Deus lhe falou na sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó?
27 Ora, Deus não é de mortos, mas sim, é Deus de vivos. Por isso vós errais muito.
28 Aproximou-se dele um dos escribas que os tinha ouvido disputar, e sabendo que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos?
29 E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
30 Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.
31 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.
32 E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele;
33 E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.
34 E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém ousava perguntar-lhe mais nada.
35 E, falando Jesus, dizia, ensinando no templo: Como dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi?
36 O próprio Davi disse pelo Espírito Santo:O Senhor disse ao meu Senhor:Assenta-te à minha direita Até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.
37 Pois, se Davi mesmo lhe chama Senhor, como é logo seu filho? E a grande multidão o ouvia de boa vontade.
38 E, ensinando-os, dizia-lhes: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes compridas, e das saudações nas praças,
39 E das primeiras cadeiras nas sinagogas, e dos primeiros assentos nas ceias;
40 Que devoram as casas das viúvas, e isso com pretexto de largas orações. Estes receberão mais grave condenação.
41 E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos deitavam muito.
42 Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo.
43 E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro;
44 Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento.
O Desejado de Todas as Nações
Conflito
Ouça o áudio do capítulo:
Este capítulo é baseado em Mateus 22:15-46; Marcos 12:13-40; Lucas 20:20-47.
Mateus 22:15-46
15 Então, retirando-se os fariseus, consultaram entre si como o surpreenderiam nalguma palavra;
16 E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas a aparência dos homens.
17 Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não?
18 Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas?
19 Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro.
20 E ele diz-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição?
21 Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.
22 E eles, ouvindo isto, maravilharam-se, e, deixando-o, se retiraram.
23 No mesmo dia chegaram junto dele os saduceus, que dizem não haver ressurreição, e o interrogaram,
24 Dizendo: Mestre, Moisés disse: Se morrer alguém, não tendo filhos, casará o seu irmão com a mulher dele, e suscitará descendência a seu irmão.
25 Ora, houve entre nós sete irmãos; e o primeiro, tendo casado, morreu e, não tendo descendência, deixou sua mulher a seu irmão.
26 Da mesma sorte o segundo, e o terceiro, até ao sétimo;
27 Por fim, depois de todos, morreu também a mulher.
28 Portanto, na ressurreição, de qual dos sete será a mulher, visto que todos a possuíram?
29 Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.
30 Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu.
31 E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo:
32 Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.
33 E, as turbas, ouvindo isto, ficaram maravilhadas da sua doutrina.
34 E os fariseus, ouvindo que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar.
35 E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo:
36 Mestre, qual é o grande mandamento na lei?
37 E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
38 Este é o primeiro e grande mandamento.
39 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
40 Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.
41 E, estando reunidos os fariseus, interrogou-os Jesus,
42 Dizendo: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Eles disseram-lhe: De Davi.
43 Disse-lhes ele: Como é então que Davi, em espírito, lhe chama Senhor, dizendo:
44 Disse o Senhor ao meu Senhor:Assenta-te à minha direita,Até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés?
45 Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é seu filho?
46 E ninguém podia responder-lhe uma palavra; nem desde aquele dia ousou mais alguém interrogá-lo.
Marcos 12:13-40
13 E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem nalguma palavra.
14 E, chegando eles, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és homem de verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas à aparência dos homens, antes com verdade ensinas o caminho de Deus; é lícito dar o tributo a César, ou não? Daremos, ou não daremos?
15 Então ele, conhecendo a sua hipocrisia, disse-lhes: Por que me tentais? Trazei-me uma moeda, para que a veja.
16 E eles lha trouxeram. E disse-lhes: De quem é esta imagem e inscrição? E eles lhe disseram: De César.
17 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. E maravilharam-se dele.
18 Então os saduceus, que dizem que não há ressurreição, aproximaram-se dele, e perguntaram-lhe, dizendo:
19 Mestre, Moisés nos escreveu que, se morresse o irmão de alguém, e deixasse a mulher e não deixasse filhos, seu irmão tomasse a mulher dele, e suscitasse descendência a seu irmão.
20 Ora, havia sete irmãos, e o primeiro tomou a mulher, e morreu sem deixar descendência;
21 E o segundo também a tomou e morreu, e nem este deixou descendência; e o terceiro da mesma maneira.
22 E tomaram-na os sete, sem, contudo, terem deixado descendência. Finalmente, depois de todos, morreu também a mulher.
23 Na ressurreição, pois, quando ressuscitarem, de qual destes será a mulher? porque os sete a tiveram por mulher.
24 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus?
25 Porquanto, quando ressuscitarem dentre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento, mas serão como os anjos que estão nos céus.
26 E, acerca dos mortos que houverem de ressuscitar, não tendes lido no livro de Moisés como Deus lhe falou na sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó?
27 Ora, Deus não é de mortos, mas sim, é Deus de vivos. Por isso vós errais muito.
28 Aproximou-se dele um dos escribas que os tinha ouvido disputar, e sabendo que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos?
29 E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
30 Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.
31 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.
32 E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele;
33 E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.
34 E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém ousava perguntar-lhe mais nada.
35 E, falando Jesus, dizia, ensinando no templo: Como dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi?
36 O próprio Davi disse pelo Espírito Santo:O Senhor disse ao meu Senhor:Assenta-te à minha direita Até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.
37 Pois, se Davi mesmo lhe chama Senhor, como é logo seu filho? E a grande multidão o ouvia de boa vontade.
38 E, ensinando-os, dizia-lhes: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes compridas, e das saudações nas praças,
39 E das primeiras cadeiras nas sinagogas, e dos primeiros assentos nas ceias;
40 Que devoram as casas das viúvas, e isso com pretexto de largas orações. Estes receberão mais grave condenação.
Lucas 20:20-47
20 E, observando-o, mandaram espias, que se fingissem justos, para o apanharem nalguma palavra, e o entregarem à jurisdição e poder do presidente.
21 E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, nós sabemos que falas e ensinas bem e retamente, e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas com verdade o caminho de Deus.
22 É-nos lícito dar tributo a César ou não?
23 E, entendendo ele a sua astúcia, disse-lhes: Por que me tentais?
24 Mostrai-me uma moeda. De quem tem a imagem e a inscrição? E, respondendo eles, disseram: De César.
25 Disse-lhes então: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.
26 E não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e, maravilhados da sua resposta, calaram-se.
27 E, chegando-se alguns dos saduceus, que dizem não haver ressurreição, perguntaram-lhe,
28 Dizendo: Mestre, Moisés nos deixou escrito que, se o irmão de algum falecer, tendo mulher, e não deixar filhos, o irmão dele tome a mulher, e suscite posteridade a seu irmão.
29 Houve, pois, sete irmãos, e o primeiro tomou mulher, e morreu sem filhos;
30 E tomou-a o segundo por mulher, e ele morreu sem filhos.
31 E tomou-a o terceiro, e igualmente também os sete; e morreram, e nào deixaram filhos.
32 E por último, depois de todos, morreu também a mulher.
33 Portanto, na ressurreição, de qual deles será a mulher, pois que os sete por mulher a tiveram?
34 E, respondendo Jesus, disse-lhes: Os filhos deste mundo casam-se, e dão-se em casamento;
35 Mas os que forem havidos por dignos de alcançar o mundo vindouro, e a ressurreição dentre os mortos, nem hão de casar, nem ser dados em casamento;
36 Porque já não podem mais morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.
37 E que os mortos hão de ressuscitar também o mostrou Moisés junto da sarça, quando chama ao Senhor Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de Jacó.
38 Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; porque para ele vivem todos.
39 E, respondendo alguns dos escribas, disseram: Mestre, disseste bem.
40 E não ousavam perguntar-lhe mais coisa alguma.
41 E ele lhes disse: Como dizem que o Cristo é filho de Davi?
42 Visto como o mesmo Davi diz no livro dos Salmos: Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita,
43 Até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés.
44 Se Davi lhe chama Senhor, como é ele seu filho?
45 E, ouvindo-o todo o povo, disse Jesus aos seus discípulos:
46 Guardai-vos dos escribas, que querem andar com vestes compridas; e amam as saudações nas praças, e as principais cadeiras nas sinagogas, e os primeiros lugares nos banquetes;
47 Que devoram as casas das viúvas, fazendo, por pretexto, largas orações. Estes receberão maior condenação.
Os sacerdotes e príncipes ouviram em silêncio as incisivas repreensões de Cristo. Não Lhe podiam refutar as acusações. Mas só ficaram ainda mais decididos a armar-Lhe ciladas; e com esse desígnio, enviaram-Lhe espias, “que se fingissem justos, para O apanharem nalguma palavra, e O entregarem à jurisdição e poder do presidente”. Lucas 20:20. Não mandaram os velhos fariseus a quem Jesus encontrara muitas vezes, mas jovens, que eram ardentes e zelosos, e os quais, pensavam, Cristo não conhecia. Estes foram acompanhados por certos herodianos, que deviam ouvir as palavras de Cristo, a fim de poderem testificar contra Ele em julgamento. Os fariseus e os herodianos haviam sido obstinados inimigos, mas estavam agora unidos na inimizade para com Cristo. DTN 422.1
Lucas 20:20
20 E, observando-o, mandaram espias, que se fingissem justos, para o apanharem nalguma palavra, e o entregarem à jurisdição e poder do presidente.
Os fariseus sempre se tinham sentido irritados com a cobrança do tributo por parte dos romanos. Sustentavam que o pagamento do tributo era contrário à lei divina. Viram então ensejo de armar uma cilada a Jesus. Os espias foram ter com Ele e, com aparente sinceridade, como desejando conhecer seu dever, disseram: “Mestre, nós sabemos que falas e ensinas bem e retamente, e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas com verdade o caminho de Deus. É-nos lícito dar tributo a César ou não?” Lucas 20:21, 22. DTN 422.2
Lucas 20:21, 22
21 E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, nós sabemos que falas e ensinas bem e retamente, e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas com verdade o caminho de Deus.
22 É-nos lícito dar tributo a César ou não?
Houvessem sido sinceras as palavras: “Nós sabemos que falas e ensinas bem e retamente”, e teriam sido uma confissão admirável. Mas foram ditas para enganar; não obstante, seu testemunho era verdadeiro. Os fariseus sabiam que Cristo dizia e falava o que era reto, e por seu próprio testemunho serão eles julgados. DTN 422.3
Os que propunham a pergunta a Cristo, julgavam haver disfarçado suficientemente seu desígnio; mas Jesus leu-lhes o coração como um livro aberto, e sondou-lhes a hipocrisia. “Por que Me tentais?” disse Ele; dando-lhes assim, por mostrar que lhes lia o oculto intento, um sinal que não tinham pedido. Mais confusos ainda ficaram quando acrescentou: “Mostrai-Me uma moeda.” Trouxeram-Lha, e Ele lhes perguntou: “De quem tem a imagem e a inscrição? E, respondendo eles, disseram: De César.” Apontando a inscrição na moeda, disse Jesus: “Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Lucas 20:23-25. DTN 422.4
Lucas 20:23-25
23 E, entendendo ele a sua astúcia, disse-lhes: Por que me tentais?
24 Mostrai-me uma moeda. De quem tem a imagem e a inscrição? E, respondendo eles, disseram: De César.
25 Disse-lhes então: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.
Os espias haviam esperado que Jesus respondesse diretamente à pergunta, de uma ou de outra maneira. Se Ele dissesse: Não é lícito dar tributo a César, seria levado às autoridades romanas, e preso por incitar rebelião. No caso de declarar lícito pagar o tributo, porém, intentavam acusá-Lo perante o povo como contrário à lei divina. Sentiram-se então confusos e derrotados. Frustraram-se-lhes os planos. A maneira sumária por que fora assentada a questão por eles proposta, deixou-os sem ter que dizer. DTN 422.5
A resposta de Cristo não foi uma evasiva, mas uma réplica sincera. Segurando a moeda romana sobre que se achavam inscritos o nome e a imagem de César, declarou que, uma vez que estavam vivendo sob a proteção do poder romano, deviam prestar àquele poder o apoio que lhes exigia, enquanto isso não estivesse em oposição a um mais elevado dever. Mas, conquanto pacificamente sujeitos às leis da Terra, deviam em todos os tempos manter primeiramente lealdade para com Deus. DTN 423.1
As palavras do Salvador: “Dai [...] a Deus o que é de Deus” (Lucas 20:25), foram uma severa repreensão aos intrigantes judeus. Houvessem cumprido fielmente suas obrigações para com Deus, e não teriam chegado a ser uma nação falida, subjugada a uma potência estrangeira. Nenhuma insígnia romana haveria tremulado sobre Jerusalém, nenhuma sentinela romana lhe jazeria às portas, nem romano governo teria reinado dentro de seus muros. A nação judaica estava então pagando a pena de sua apostasia de Deus. DTN 423.2
Lucas 20:25
25 Disse-lhes então: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.
Ao ouvirem os fariseus a resposta de Cristo, “maravilharam-se e, deixando-O, se retiraram”. Mateus 22:22. Ele lhes censurara a hipocrisia e presunção e, assim fazendo, expressara um grande princípio, princípio que define claramente os limites do dever do homem para com o governo civil, e seu dever para com Deus. Para muitos espíritos, ficara assentada uma aflitiva questão. Depois disso, apegaram-se para sempre ao justo princípio. E conquanto muitos se retirassem mal-satisfeitos, viram que o princípio fundamental da questão fora claramente apresentado, e maravilharam-se do vasto alcance do discernimento de Cristo. DTN 423.3
Mateus 22:22
22 E eles, ouvindo isto, maravilharam-se, e, deixando-o, se retiraram.
Tão logo os fariseus se calaram, os saduceus surgiram com suas astutas interrogações. Os dois partidos achavam-se em oposição amarga. Os fariseus eram rígidos adeptos da tradição. Meticulosos nas cerimônias exteriores, diligentes em abluções, jejuns e longas orações, exibiam-se no dar esmolas. Mas Cristo declarou que eles tornavam vã a lei divina, pelo ensino de mandamentos de homens como doutrinas. Como classe, eram fanáticos e hipócritas; havia, no entanto, entre eles pessoas de genuína piedade, que aceitaram os ensinos de Cristo e se tornaram discípulos Seus. Os saduceus rejeitavam as tradições dos fariseus. Professavam crer a maior parte das Escrituras, e considerá-las como regra de conduta; eram, por assim dizer, céticos e materialistas. DTN 423.4
Os saduceus negavam a existência dos anjos, a ressurreição dos mortos e a doutrina da vida futura, com suas recompensas e castigos. Em tudo isso, diferiam dos fariseus. A ressurreição, especialmente, constituía assunto de debates entre esses dois partidos. Os fariseus haviam sido firmes adeptos da ressurreição, mas nessas discussões seus pontos de vista a respeito da vida futura tornaram-se confusos. A morte viera a ser para eles inexplicável mistério. Sua incapacidade para enfrentar os argumentos dos saduceus dava lugar a contínua irritação. Das discussões entre as duas facções resultavam de ordinário zangadas disputas, deixando-os mais distanciados que antes. DTN 423.5
Os saduceus ficavam, em número, muito abaixo de seus oponentes, e não mantinham tão forte domínio sobre o povo comum; mas muitos deles eram ricos e possuíam a influência proporcionada pela fortuna. Em suas fileiras achavam-se incluídos os sacerdotes na sua maior parte, e dentre eles era em geral escolhido o sumo sacerdote. Isso acontecia, entretanto, com a expressa estipulação de não salientarem suas céticas opiniões. Em razão do número e da popularidade dos fariseus, era necessário aos saduceus condescender exteriormente com suas doutrinas ao exercerem qualquer ofício sacerdotal; mas o próprio fato de serem elegíveis para esses cargos emprestava força a seus erros. DTN 424.1
Os saduceus rejeitaram os ensinos de Jesus; Ele era animado por um espírito que não queriam reconhecer tal como se manifestava; e Seus ensinos quanto a Deus e à vida futura contradiziam-lhes as teorias. Acreditavam em Deus como o único ser superior ao homem; mas argumentavam que uma providência que tudo rege e uma previsão divina privariam o homem da liberdade moral, degradando-o à posição de um escravo. Era crença deles que, criando o homem, Deus o deixara livre para dirigir sua própria vida e moldar os acontecimentos do mundo; que o destino deles estava em suas próprias mãos. Negavam que o Espírito de Deus opera por meio dos esforços humanos ou de meios naturais. Todavia, mantinham ainda a opinião de que, pelo devido emprego das faculdades naturais, podia o homem elevar-se e esclarecer-se; que, por meio de rigorosas e austeras práticas, sua vida se podia purificar. DTN 424.2
Suas idéias de Deus moldavam-lhes o caráter. Como, segundo seu ponto de vista, Ele não Se interessava no homem, tinham pouca consideração uns para com os outros; pouca também era a união entre eles. Recusando-se a aceitar a influência do Espírito Santo sobre a conduta humana, faltava-lhes na vida Seu poder. Como o restante dos judeus, vangloriavam-se muito de seu direito de nascimento como filhos de Abraão e de sua estrita aderência às reivindicações da lei; mas do verdadeiro espírito da lei, da fé e da benevolência de Abraão, eram destituídos. Suas simpatias naturais estavam encerradas num estreito âmbito. Acreditavam possível a todo homem adquirir os confortos e bênçãos da vida; e o coração não se lhes comovia diante das necessidades e sofrimentos dos outros. Viviam para si mesmos. DTN 424.3
Por Suas palavras e ações, testificava Cristo de um poder divino que produz resultados sobrenaturais, de uma vida futura além do presente, de Deus como Pai dos filhos dos homens, sempre cuidadoso por seus interesses reais. Revelava a operação do poder divino numa beneficência e compaixão que repreendiam a exclusividade egoísta dos saduceus. Ensinava que, tanto para o bem temporal do homem como para o eterno, Deus opera no coração pelo Espírito Santo. Mostrava o erro de confiar no poder humano para aquela transformação de caráter que só pode ser operada pelo Espírito de Deus. DTN 425.1
Esse ensino estavam os saduceus dispostos a desacreditar. Procurando entrar em debate com Jesus, estavam confiantes de Lhe prejudicar o crédito, ainda que não pudessem conseguir Sua condenação. Foi a ressurreição o assunto sobre que preferiram interrogá-Lo. Concordasse Jesus com eles, e isso daria ainda mais motivo de escândalo aos fariseus. Diferisse Ele, e ridicularizar-Lhe-iam os ensinos. DTN 425.2
Os saduceus arrazoavam que, se o corpo havia de compor-se, em seu estado imortal, das mesmas partículas de matéria que no estado mortal, então ao ressuscitar devia possuir carne e sangue, e retomar no mundo eterno a vida interrompida aqui na Terra. Nesse caso, concluíam, as relações terrenas continuariam, marido e mulher estariam juntos, realizar-se-iam casamentos, e todas as coisas prosseguiriam da mesma maneira que antes da morte, sendo as fraquezas e paixões desta vida perpetuadas na vida por vir. DTN 425.3
Em resposta a suas perguntas, Jesus ergueu o véu da vida futura. “Na ressurreição”, disse Ele, “nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no Céu”. Mateus 22:30. Mostrou que os saduceus estavam errados em sua crença. Eram falsas suas premissas. “Errais”, acrescentou, “não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”. Mateus 22:29. Não os acusou, como fizera aos fariseus, de hipocrisia, mas de erro de crença. DTN 425.4
Mateus 22:30
30 Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu.
Mateus 22:29
29 Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.
Os saduceus haviam-se lisonjeado de seguirem as Escrituras mais estritamente que todos os outros homens. Mas Jesus mostrou que não lhe haviam compreendido o verdadeiro sentido. Esse conhecimento devia penetrar na alma, mediante a iluminação do Espírito Santo. Sua ignorância das Escrituras e do poder de Deus, declarou Ele ser a causa da confusão de sua fé e das trevas de sua mente. Estavam procurando pôr os mistérios de Deus no âmbito de seu limitado raciocínio. Cristo os chamou a abrir a mente às sagradas verdades que dilatariam e robusteceriam o entendimento. Milhares de criaturas se tornam incrédulas, porque sua mente finita não pode compreender os mistérios divinos. Não podem explicar a maravilhosa manifestação do poder divino em Suas providências, portanto rejeitam as demonstrações desse poder, atribuindo-o a agentes naturais que menos ainda podem compreender. A única chave para os mistérios que nos circundam, é reconhecer em todos eles a presença e o poder divinos. Os homens necessitam reconhecer a Deus como Criador do Universo. Alguém que tudo ordena e executa tudo. Necessitam de mais larga visão de Seu caráter, e do mistério de Seus agentes. DTN 425.5
Cristo declarou a Seus ouvintes que, se não houvesse ressurreição de mortos, as Escrituras em que professavam crer de nenhum proveito seriam. Disse: “E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos”. Mateus 22:31, 32. Deus considera as coisas que não são como se fossem. Vê o fim desde o começo, e contempla o resultado de Sua obra como se ela já estivesse acabada. Os preciosos mortos, desde Adão aos últimos santos que morrerem, hão de ouvir a voz do Filho de Deus, e sairão dos sepulcros para a vida imortal. Deus será o seu Deus, e eles serão o Seu povo. Haverá íntima e terna relação entre Deus e os santos ressuscitados. Essa condição, antecipada em Seu desígnio, contempla como se já existisse. Os mortos vivem para Ele. DTN 426.1
Mateus 22:31, 32
31 E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou, dizendo:
32 Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos.
Os saduceus foram reduzidos ao silêncio pelas palavras de Cristo. Não Lhe podiam responder. Nem uma palavra fora proferida de que se pudessem aproveitar no mínimo que fosse para Sua condenação. Seus adversários não haviam conseguido nada senão o desprezo do povo. DTN 426.2
Os fariseus, entretanto, não desistiram de O forçar a dizer qualquer coisa que pudessem empregar contra Ele. Influenciaram certo escriba instruído para perguntar a Jesus qual dos dez mandamentos da lei era de maior importância. DTN 426.3
Haviam os fariseus exaltado os primeiros quatro preceitos, que indicam o dever do homem para com o Criador, como sendo de muito mais conseqüências que os outros seis, que definem o dever do homem para com seus semelhantes. Em resultado, falharam grandemente em matéria de piedade prática. Jesus mostrara ao povo sua grande deficiência e ensinara a necessidade de boas obras, declarando que a árvore se conhece por seus frutos. Por esse motivo fora acusado de exaltar os últimos seis mandamentos acima dos quatro primeiros. DTN 426.4
O doutor da lei aproximou-se de Jesus com uma pergunta franca: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” A resposta de Cristo é positiva e vigorosa: “O primeiro de todos os mandamentos, é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás pois ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças: este é o primeiro mandamento.” O segundo é semelhante ao primeiro, disse Cristo; pois emana dele: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” “Desses dois mandamentos depende toda a lei e os profetas”. Marcos 12;28-30. DTN 426.5
Marcos 12;28-30
1 E começou a falar-lhes por parábolas: Um homem plantou uma vinha, e cercou-a de um valado, e fundou nela um lagar, e edificou uma torre, e arrendou-a a uns lavradores, e partiu para fora da terra.
2 E, chegado o tempo, mandou um servo aos lavradores para que recebesse, dos lavradores, do fruto da vinha.
3 Mas estes, apoderando-se dele, o feriram e o mandaram embora vazio.
4 E tornou a enviar-lhes outro servo; e eles, apedrejando-o, o feriram na cabeça, e o mandaram embora, tendo-o afrontado.
5 E tornou a enviar-lhes outro, e a este mataram; e a outros muitos, dos quais a uns feriram e a outros mataram.
6 Tendo ele, pois, ainda um seu filho amado, enviou-o também a estes por derradeiro, dizendo: Ao menos terão respeito ao meu filho.
7 Mas aqueles lavradores disseram entre si: Este é o herdeiro; vamos, matemo-lo, e a herança será nossa.
8 E, pegando dele, o mataram, e o lançaram fora da vinha.
9 Que fará, pois, o senhor da vinha? Virá, e destruirá os lavradores, e dará a vinha a outros.
10 Ainda não lestes esta Escritura:A pedra, que os edificadores rejeitaram,Esta foi posta por cabeça de esquina;
11 Isto foi feito pelo Senhor E é coisa maravilhosa aos nossos olhos?
12 E buscavam prendê-lo, mas temiam a multidão; porque entendiam que contra eles dizia esta parábola; e, deixando-o, foram-se.
13 E enviaram-lhe alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem nalguma palavra.
14 E, chegando eles, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és homem de verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas à aparência dos homens, antes com verdade ensinas o caminho de Deus; é lícito dar o tributo a César, ou não? Daremos, ou não daremos?
15 Então ele, conhecendo a sua hipocrisia, disse-lhes: Por que me tentais? Trazei-me uma moeda, para que a veja.
16 E eles lha trouxeram. E disse-lhes: De quem é esta imagem e inscrição? E eles lhe disseram: De César.
17 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. E maravilharam-se dele.
18 Então os saduceus, que dizem que não há ressurreição, aproximaram-se dele, e perguntaram-lhe, dizendo:
19 Mestre, Moisés nos escreveu que, se morresse o irmão de alguém, e deixasse a mulher e não deixasse filhos, seu irmão tomasse a mulher dele, e suscitasse descendência a seu irmão.
20 Ora, havia sete irmãos, e o primeiro tomou a mulher, e morreu sem deixar descendência;
21 E o segundo também a tomou e morreu, e nem este deixou descendência; e o terceiro da mesma maneira.
22 E tomaram-na os sete, sem, contudo, terem deixado descendência. Finalmente, depois de todos, morreu também a mulher.
23 Na ressurreição, pois, quando ressuscitarem, de qual destes será a mulher? porque os sete a tiveram por mulher.
24 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus?
25 Porquanto, quando ressuscitarem dentre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento, mas serão como os anjos que estão nos céus.
26 E, acerca dos mortos que houverem de ressuscitar, não tendes lido no livro de Moisés como Deus lhe falou na sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó?
27 Ora, Deus não é de mortos, mas sim, é Deus de vivos. Por isso vós errais muito.
28 Aproximou-se dele um dos escribas que os tinha ouvido disputar, e sabendo que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos?
29 E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
30 Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.
31 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.
32 E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele;
33 E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.
34 E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém ousava perguntar-lhe mais nada.
35 E, falando Jesus, dizia, ensinando no templo: Como dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi?
36 O próprio Davi disse pelo Espírito Santo:O Senhor disse ao meu Senhor:Assenta-te à minha direita Até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.
37 Pois, se Davi mesmo lhe chama Senhor, como é logo seu filho? E a grande multidão o ouvia de boa vontade.
38 E, ensinando-os, dizia-lhes: Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com vestes compridas, e das saudações nas praças,
39 E das primeiras cadeiras nas sinagogas, e dos primeiros assentos nas ceias;
40 Que devoram as casas das viúvas, e isso com pretexto de largas orações. Estes receberão mais grave condenação.
41 E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos deitavam muito.
42 Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam meio centavo.
43 E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro;
44 Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento.
Os primeiros quatro dos dez mandamentos resumem-se num grande preceito: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração.” Os últimos seis estão incluídos no outro: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Mateus 12:31. Ambos estes mandamentos são uma expressão do princípio do amor. Não se pode guardar o primeiro e violar o segundo, nem se pode observar o segundo enquanto se transgride o primeiro. Quando Deus ocupa o lugar que Lhe é devido no trono do coração, será dado ao próximo o lugar que lhe pertence. Amá-lo-emos como a nós mesmos. E só quando amamos a Deus de maneira suprema, é possível amar o nosso semelhante com imparcialidade. DTN 427.1
Mateus 12:31
31 Portanto, eu vos digo: Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens.
E uma vez que todos os mandamentos se resumem no amor a Deus e ao homem, segue-se que nenhum preceito pode ser violado sem se transgredir este princípio. Assim ensinou Cristo a Seus ouvintes que a lei divina não se constitui de muitos preceitos separados, alguns dos quais são de grande importância ao passo que outros são menos importantes, podendo ser impunemente passados por alto. Nosso Senhor apresenta os primeiros quatro e os últimos seis mandamentos como um todo divino, e ensina que o amor a Deus se revelará pela obediência a todos os Seus mandamentos. DTN 427.2
O escriba que interrogara Jesus era bem versado na lei, e admirou-se de Suas palavras. Não esperava que Ele manifestasse tão profundo e completo conhecimento das Escrituras. Obtivera uma visão mais ampla dos princípios básicos dos sagrados preceitos. Em presença dos sacerdotes e principais congregados, reconheceu sinceramente haver Cristo dado à lei a justa interpretação, dizendo: DTN 427.3
“Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dEle; e que amá-Lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios”. Marcos 12:32, 33. DTN 427.4
Marcos 12:32, 33
32 E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele;
33 E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios.
A sabedoria da resposta de Cristo convencera o escriba. Sabia consistir a religião judaica mais em cerimônias exteriores que em piedade interior. Sentia de certo modo a inutilidade de ofertas meramente cerimoniais e do derramamento de sangue para expiação do pecado, quando destituído de fé. Amor e obediência para com Deus, e desinteressada consideração para com o homem, pareciam-lhe de mais valor que todos esses ritos. A prontidão desse homem para reconhecer a exatidão do raciocínio de Cristo, e sua decidida e imediata resposta perante o povo, manifestavam um espírito inteiramente diferente do dos sacerdotes e príncipes. O coração de Jesus moveu-se de piedade para com o sincero escriba que ousara enfrentar os sobrecenhos dos sacerdotes e as ameaças dos príncipes, para declarar as convicções de seu coração. “E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus”. Marcos 12:34. DTN 427.5
Marcos 12:34
34 E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém ousava perguntar-lhe mais nada.
O escriba estava próximo do reino de Deus, porque reconhecia que atos de justiça Lhe são mais aceitáveis do que holocaustos e sacrifícios. Mas devia reconhecer o divino caráter de Cristo e, mediante a fé nEle, receber o poder para realizar as obras de justiça. O serviço ritual não era de nenhum valor, a menos que fosse ligado a Cristo por uma fé viva. Mesmo a lei moral falha em seu desígnio, a menos que seja entendida em sua relação para com o Salvador. Cristo mostrara repetidamente que a lei de Seu Pai encerrava alguma coisa mais profunda que simples dogmáticos mandamentos. Acha-se encarnado na lei o mesmo princípio revelado no evangelho. A lei indica o dever do homem e mostra-lhe sua culpa. A Cristo deve ele olhar, em busca de perdão e poder para cumprir o que a lei ordena. DTN 428.1
Os fariseus haviam-se reunido mais próximo de Jesus, ao responder à indagação do escriba. Voltando-Se então, dirigiu-lhes Ele uma pergunta: “Que pensais vós de Cristo? De quem é Filho?” Essa interrogação destinava-se a provar sua crença no Messias — mostrar se O consideravam simplesmente um homem ou Filho de Deus. Um coro de vozes respondeu: “De Davi”. Mateus 22:42. Era esse o título que a profecia dera ao Messias. Ao revelar Jesus Sua divindade mediante os poderosos milagres que operava, curando os doentes e ressuscitando os mortos, o povo indagava entre si: “Não é este o Filho de Davi?” A mulher siro-fenícia, o cego Bartimeu e muitos outros a Ele haviam clamado por socorro: “Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” Mateus 15:22. Quando cavalgava para entrar em Jerusalém, fora saudado com a jubilosa aclamação: “Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor”. Mateus 21:9. E as criancinhas, no templo, fizeram ecoar naquele dia o alegre tributo. Mas muitos dos que chamavam Jesus Filho de Davi não reconheciam Sua divindade. Não compreendiam que o Filho de Davi era também o Filho de Deus. DTN 428.2
Mateus 22:42
42 Dizendo: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Eles disseram-lhe: De Davi.
Mateus 15:22
22 E eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada.
Mateus 21:9
9 E a multidão que ia adiante, e a que seguia, clamava, dizendo: Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!
Em resposta à declaração de que Cristo era o Filho de Davi, disse Jesus: “Como é então que Davi, em Espírito [o Espírito de inspiração de Deus] Lhe chama Senhor, dizendo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-Te à Minha direita, até que Eu ponha os Teus inimigos por escabelo de Teus pés? Se Davi pois Lhe chama Senhor, como é seu filho? E ninguém podia responder-Lhe uma palavra: nem desde aquele dia ousou mais alguém interrogá-Lo”. Mateus 22:43-46. DTN 428.3
Mateus 22:43-46
43 Disse-lhes ele: Como é então que Davi, em espírito, lhe chama Senhor, dizendo:
44 Disse o Senhor ao meu Senhor:Assenta-te à minha direita,Até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés?
45 Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é seu filho?
46 E ninguém podia responder-lhe uma palavra; nem desde aquele dia ousou mais alguém interrogá-lo.