As Águas Purificadas


Dia 101 - Wednesday, 10 de April de 2024
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  • 2 Reis 12
  • 2 Reis 3

2 Reis 12

Ouça o áudio do capítulo:

1 No ano sétimo de Jeú começou a reinar Joás, e quarenta anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Zíbia, de Berseba.

2 E fez Joás o que era reto aos olhos do Senhor todos os dias em que o sacerdote Joiada o dirigia.

3 Tão-somente os altos não foram tirados; porque ainda o povo sacrificava e queimava incenso nos altos.

4 E disse Joás aos sacerdotes: Todo o dinheiro das coisas santas que se trouxer à casa do Senhor, a saber, o dinheiro daquele que passa o arrolamento, o dinheiro de cada uma das pessoas, segundo a sua avaliação, e todo o dinheiro que trouxer cada um voluntariamente para a casa do Senhor,

5 Os sacerdotes o recebam, cada um dos seus conhecidos; e eles mesmos reparem as fendas da casa, toda a fenda que se achar nela.

6 Sucedeu, porém, que, no ano vinte e três do rei Joás, os sacerdotes ainda não tinham reparado as fendas da casa.

7 Então o rei Joás chamou o sacerdote Joiada e os mais sacerdotes, e lhes disse: Por que não reparais as fendas da casa? Agora, pois, não tomeis mais dinheiro de vossos conhecidos, mas entregai-o para o reparo das fendas da casa.

8 E consentiram os sacerdotes em não tomarem mais dinheiro do povo, e em não repararem as fendas da casa.

9 Porém o sacerdote Joiada tomou um cofre e fez um buraco na tampa; e a pôs ao pé do altar, à mão direita dos que entravam na casa do Senhor; e os sacerdotes que guardavam a entrada da porta punham ali todo o dinheiro que se trazia à casa do Senhor.

10 Sucedeu que, vendo eles que já havia muito dinheiro no cofre, o escrivão do rei subia com o sumo sacerdote, e contavam e ensacavam o dinheiro que se achava na casa do Senhor.

11 E o dinheiro, depois de pesado, davam nas mãos dos que faziam a obra, que tinham a seu cargo a casa do Senhor e eles o distribuíam aos carpinteiros e aos edificadores que reparavam a casa do Senhor.

12 Como também aos pedreiros e aos cabouqueiros; e para se comprar madeira e pedras de cantaria para repararem as fendas da casa do Senhor, e para tudo quanto era necessário para reparar a casa.

13 Todavia, do dinheiro que se trazia à casa do Senhor não se faziam nem taças de prata, nem garfos, nem bacias, nem trombetas, nem vaso algum de ouro ou vaso de prata para a casa do Senhor.

14 Porque o davam aos que faziam a obra, e reparavam com ele a casa do Senhor.

15 Também não pediam contas aos homens em cujas mãos entregavam aquele dinheiro, para o dar aos que faziam a obra, porque procediam com fidelidade.

16 Mas o dinheiro do sacrifício por delitos, e o dinheiro por sacrifício de pecados, não se trazia à casa do Senhor; porque era para os sacerdotes.

17 Então subiu Hazael, rei da Síria, e pelejou contra Gate, e a tomou; depois Hazael resolveu marchar contra Jerusalém.

18 Porém Joás, rei de Judá, tomou todas as coisas santas que Jeosafá, Jorão e Acazias, seus pais, reis de Judá, consagraram, como também todo o ouro que se achou nos tesouros da casa do Senhor e na casa do rei e o mandou a Hazael, rei da Síria; e então se desviou de Jerusalém.

19 Ora, o mais dos atos de Joás, e tudo quanto fez, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?

20 E levantaram-se os servos de Joás, e conspiraram contra ele ferindo-o na casa de Milo, no caminho que desce para Sila.

21 Porque Jozacar, filho de Simeate, e Jozabade, filho de Somer, seus servos, o feriram, e morreu, e o sepultaram com seus pais na cidade de Davi. E Amazias, seu filho, reinou em seu lugar.

2 Reis 3

Ouça o áudio do capítulo:

1 E Jorão, filho de Acabe, começou a reinar sobre Israel, em Samaria, no décimo oitavo ano de Jeosafá, rei de Judá; e reinou doze anos.

2 E fez o que era mau aos olhos do Senhor; porém não como seu pai, nem como sua mãe; porque tirou a estátua de Baal, que seu pai fizera.

3 Contudo aderiu aos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fizera Israel pecar; não se apartou deles.

4 Então Mesa, rei dos moabitas, era criador de gado, e pagava de tributo, ao rei de Israel, cem mil cordeiros, e cem mil carneiros com a sua lã.

5 Sucedeu, porém, que, morrendo Acabe, o rei dos moabitas se rebelou contra o rei de Israel.

6 Por isso Jorão ao mesmo tempo saiu de Samaria, e fez revista de todo o Israel.

7 E foi, e mandou dizer a Jeosafá, rei de Judá: O rei dos moabitas se rebelou contra mim; irás tu comigo à guerra contra os moabitas? E disse ele: Subirei; e eu serei como tu, o meu povo como o teu povo, e os meus cavalos como os teus cavalos.

8 E ele disse: Por que caminho subiremos? Então disse ele: Pelo caminho do deserto de Edom.

9 E partiram o rei de Israel, o rei de Judá e o rei de Edom; e andaram rodeando com uma marcha de sete dias, e não havia água para o exército e nem para o gado que os seguia.

10 Então disse o rei de Israel: Ah! o Senhor chamou a estes três reis, para entregá-los nas mãos dos moabitas.

11 E disse Jeosafá: Não há aqui algum profeta do Senhor, para que consultemos ao Senhor por ele? Então respondeu um dos servos do rei de Israel, dizendo: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que derramava água sobre as mãos de Elias.

12 E disse Jeosafá: Está com ele a palavra do Senhor. Então o rei de Israel, Jeosafá, e o rei de Edom desceram a ter com ele.

13 Mas Eliseu disse ao rei de Israel: Que tenho eu contigo? Vai aos profetas de teu pai e aos profetas de tua mãe. Porém o rei de Israel lhe disse: Não, porque o Senhor chamou a estes três reis para entregá-los nas mãos dos moabitas.

14 E disse Eliseu: Vive o Senhor dos Exércitos, em cuja presença estou, que se eu não respeitasse a presença de Jeosafá, rei de Judá, não olharia para ti nem te veria.

15 Ora, pois, trazei-me um músico. E sucedeu que, tocando o músico, veio sobre ele a mão do Senhor.

16 E disse: Assim diz o Senhor: Fazei neste vale muitas covas.

17 Porque assim diz o Senhor: Não vereis vento, e não vereis chuva; todavia este vale se encherá de tanta água, que bebereis vós, o vosso gado e os vossos animais.

18 E ainda isto é pouco aos olhos do Senhor; também entregará ele os moabitas nas vossas mãos.

19 E ferireis a todas as cidades fortes, e a todas as cidades escolhidas, e todas as boas árvores cortareis, e entupireis todas as fontes de água, e danificareis com pedras todos os bons campos.

20 E sucedeu que, pela manhã, oferecendo-se a oferta de alimentos, eis que vinham as águas pelo caminho de Edom; e a terra se encheu de água.

21 Ouvindo, pois, todos os moabitas que os reis tinham subido para pelejarem contra eles, convocaram a todos os que estavam em idade de cingir cinto e daí para cima, e puseram-se às fronteiras.

22 E, levantando-se de madrugada, e saindo o sol sobre as águas, viram os moabitas, defronte deles, as águas vermelhas como sangue.

23 E disseram: Isto é sangue; certamente que os reis se destruíram à espada e se mataram um ao outro! Agora, pois, à presa, moabitas!

24 Porém, chegando eles ao arraial de Israel, os israelitas se levantaram, e feriram os moabitas, os quais fugiram diante deles e ainda entraram nas suas terras, ferindo ali também os moabitas.

25 E arrasaram as cidades, e cada um lançou a sua pedra em todos os bons campos, e os entulharam, e entupiram todas as fontes de água, e cortaram todas as boas árvores, até que só em Quir-Haresete deixaram ficar as pedras, mas os fundeiros a cercaram e a feriram.

26 Mas, vendo o rei dos moabitas que a peleja prevalecia contra ele, tomou consigo setecentos homens que sacavam espada, para romperem contra o rei de Edom, porém não puderam.

27 Então tomou a seu filho primogênito, que havia de reinar em seu lugar, e o ofereceu em holocausto sobre o muro; pelo que houve grande indignação em Israel; por isso retiraram-se dele, e voltaram para a sua terra.

Profetas e Reis

As Águas Purificadas

Ouça o áudio do capítulo:

Nos tempos patriarcais, a campina do Jordão “era toda bem regada [...] como o jardim do Senhor”. Foi neste aprazível vale que Ló escolheu estabelecer seu lar, quando “armou as suas tendas até Sodoma”. Gênesis 13:10, 12. No tempo em que as cidades da planície foram destruídas, a região em redor tornou-se como um desolado ermo, constituindo desde então parte do deserto da Judéia. PR 116.1

Uma porção da bela campina permaneceu, com suas fontes e torrentes vivificantes, para alegrar o coração do homem. Neste vale, rico de campos de cereais e florestas de tamareiras e outras árvores frutíferas, as tribos de Israel tinham acampado depois de cruzar o Jordão, e participavam pela primeira vez dos frutos da terra prometida. Perante eles erguiam-se os muros de Jericó, baluarte pagão, o centro do culto de Astarote, a mais vil e mais degradante de todas as formas cananéias de idolatria. Logo seus muros foram postos abaixo e seus habitantes mortos; e ao tempo de sua queda, foi feita na presença de todo o Israel a solene declaração: “Maldito diante do Senhor seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó; perdendo o seu primogênito a fundará, e sobre seu filho mais novo lhe porá as portas”. Josué 6:26. PR 116.2

Cinco séculos se passaram. O local jazia desolado, amaldiçoado de Deus. Até mesmo os mananciais que haviam feito residência nesta porção da campina tão desejável, sofreram os efeitos causticantes da maldição. Mas nos dias da apostasia de Acabe, quando foi revivida a influência do culto de Astarote por intermédio de Jezabel, Jericó, a antiga sede desse culto, foi reconstruída, embora a terrível preço para o seu reconstrutor. Hiel, o betelita, “morrendo Abirão, seu primogênito, a fundou, e morrendo Segube, seu último, pôs as suas portas; conforme a palavra do Senhor”. 1 Reis 16:34. PR 116.3

Não muito distante de Jericó, em meio de bosques frutíferos, estava uma das escolas dos profetas; e para lá se dirigiu Eliseu após a ascensão de Elias. Durante sua estada entre eles, os homens da cidade vieram ao profeta, e disseram: “Eis que boa é a habitação desta cidade, como o meu senhor vê; porém as águas são más, e a terra é estéril”. A fonte que nos anos anteriores tinha sido pura e vivificante, e havia contribuído grandemente para suprir a cidade e os seus arredores com água, era agora imprópria para uso. PR 116.4

Em resposta ao apelo dos homens de Jericó, Eliseu disse: “Trazei-me uma salva nova, e ponde nela sal”. Havendo recebido isto, “saiu ele ao manancial das águas, e deitou sal nele, e disse: Assim diz o Senhor: Sararei estas águas; não haverá mais nelas morte nem esterilidade”. 2 Reis 2:19-21. PR 117.1

A purificação das águas de Jericó foi realizada, não por qualquer sabedoria da parte do homem, mas pela miraculosa interposição de Deus. Aqueles que haviam reconstruído a cidade eram indignos do favor do Céu; contudo Aquele que “faz que Seu Sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mateus 5:45), achou oportuno neste caso revelar, através do toque de Sua compaixão, Seu desejo de sarar Israel de seus males espirituais. PR 117.2

A restauração fora permanente; “ficaram, pois, sãs aquelas águas até ao dia de hoje, conforme a palavra que Eliseu tinha dito”. 2 Reis 2:22. De século a século as águas têm fluído, tornando esta parte do vale um oásis de beleza. PR 117.3

Muitas são as lições espirituais a serem tiradas da história da cura das águas. A salva nova, o sal, o manancial — tudo é altamente simbólico. PR 117.4

Lançando o sal no manancial amargo, Eliseu ensinava a mesma lição espiritual dada séculos mais tarde pelo Salvador a Seus discípulos, quando declarou: “Vós sois o sal da Terra”. Mateus 5:13. O sal misturando-se com a fonte poluída purificou suas águas, e levou vida e bênção onde antes havia sequidão e morte. Quando Deus compara Seus filhos ao sal, Ele deseja ensinar-lhes que Seu propósito em fazê-los súditos de Sua graça é que possam tornar-se instrumentos na salvação de outros. O objetivo de Deus em escolher um povo perante todo o mundo, não foi apenas para que pudesse adotá-lo como Seus filhos e filhas, mas para que através deles o mundo pudesse receber a graça que resulta em salvação. Quando o Senhor escolheu Abraão, não foi somente para que ele fosse o especial amigo de Deus, mas um conduto dos privilégios peculiares que o Senhor desejava outorgar às nações. PR 117.5

O mundo necessita de evidências de sincero cristianismo. O veneno do pecado está em operação no coração da sociedade. Cidades e vilas estão mergulhadas em pecado e corrupção moral. O mundo está cheio de enfermidades, sofrimento, iniqüidade. Perto e longe estão almas em pobreza e ansiedade, carregadas com o senso da culpa, e perecendo por falta de uma influência salvadora. O evangelho da verdade é posto sempre perante eles, contudo eles perecem, porque o exemplo dos que deviam ser-lhes um cheiro de vida, é um cheiro de morte. Suas almas bebem amargura, porque as fontes estão envenenadas, quando deviam ser como uma fonte de água que salta para a vida eterna. PR 117.6

O sal deve ser misturado com a substância a que é adicionado; ele precisa penetrar, infundir-se nela, para que esta seja preservada. Assim, é através de associação e contato pessoal que os homens são alcançados pelo poder salvador do evangelho. Eles não são salvos como massas, mas como indivíduos. A influência pessoal é um poder. Ela deve operar com a influência de Cristo, para exaltar onde Cristo exalta, comunicar princípios corretos e deter o progresso da corrupção do mundo. Deve difundir aquela graça que somente Cristo pode repartir. Deve elevar, dulcificar a vida e caráter de outros pelo poder de um exemplo puro, unido a fervente fé e amor. PR 117.7

Do manancial de Jericó até então poluído, o Senhor declarou: “Sararei estas águas; não haverá mais nelas morte nem esterilidade”. 2 Reis 2:19-21. A corrente poluída representa a alma que está separada de Deus. O pecado não somente separa de Deus, mas destrói na alma humana tanto o desejo como a capacidade de conhecê-Lo. Através do pecado todo o organismo humano fica transtornado, a mente é pervertida, corrompida a imaginação; as faculdades da alma se degradam. Há ausência de religião pura, de santidade de coração. O poder convertedor de Deus não opera na transformação do caráter. A alma fica debilitada, e por falta de força moral para vencer, é poluída e aviltada. PR 118.1

Para o coração que foi purificado, tudo está mudado. A transformação do caráter é o testemunho para o mundo de que Cristo habita no ser. O Espírito de Deus produz nova vida na alma, levando os pensamentos e os desejos à obediência à vontade de Cristo; e o homem interior é renovado segundo a imagem de Deus. Homens e mulheres fracos e falíveis mostram ao mundo que o poder remidor da graça faz com que o caráter falho se desenvolva em simetria e abundante fruto. PR 118.2

O coração que recebe a Palavra de Deus não é como um poço que se evapora, nem como uma cisterna rota que não retém suas águas. É como a torrente da montanha, alimentada por fontes permanentes, cujas águas frígidas e borbulhantes saltam de rocha em rocha, refrigerando o cansado, o sedento, o carregado de cargas. É como um rio a fluir constantemente, e que se torna mais profundo e mais amplo à medida que avança, até que suas vivificantes águas se espalham sobre toda a terra. A corrente que rola murmurejando em seu curso, deixa após si a dádiva da vegetação e frutos. A grama na encosta é mais fresca, as árvores mais ricas em verdura, as flores são mais abundantes. Quando a terra fica desnuda e escura sob o escaldante calor do verão, uma linha de verdura assinala o curso do rio. PR 118.3

Assim é com o verdadeiro filho de Deus. A religião de Cristo revela-se como um princípio vitalizante e dominante, uma energia espiritual operante e viva. Quando o coração é aberto à influência celestial da verdade e do amor, esses princípios fluirão de novo como torrentes no deserto, fazendo que apareçam frutos onde agora há esterilidade e penúria. PR 118.4

À medida que os que foram purificados e santificados através do conhecimento da verdade bíblica se empenham de coração na obra de salvação das almas, tornar-se-ão sem dúvida um cheiro de vida para a vida. E ao beberem diariamente das inesgotáveis fontes da graça e conhecimento, verificarão que seu próprio coração está a transbordar com o Espírito de seu Mestre, e que através de seu nobre ministério muitos são beneficiados física, mental e espiritualmente. Os cansados são refrigerados, é restaurada a saúde ao enfermo, e o carregado de pecados é libertado. Em países longínquos ouvem-se ações de graças dos lábios daqueles cujo coração foi convertido do serviço do pecado para a justiça. PR 118.5

“Dai, e ser-vos-á dado” (Lucas 6:38); pois a Palavra de Deus é “a fonte dos jardins, poço das águas vivas, que correm do Líbano”. Cânticos 4:15. PR 119.1

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