A Esperança que Infunde Alegria
- Atos 4-6
Atos 4
Ouça o áudio do capítulo:
1 E, estando eles falando ao povo, sobrevieram os sacerdotes, e o capitão do templo, e os saduceus,
2 Doendo-se muito de que ensinassem o povo, e anunciassem em Jesus a ressurreição dentre os mortos.
3 E lançaram mão deles, e os encerraram na prisão até ao dia seguinte, pois já era tarde.
4 Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil.
5 E aconteceu, no dia seguinte, reunirem-se em Jerusalém os seus principais, os anciãos, os escribas,
6 E Anás, o sumo sacerdote, e Caifás, e João, e Alexandre, e todos quantos havia da linhagem do sumo sacerdote.
7 E, pondo-os no meio, perguntaram: Com que poder ou em nome de quem fizestes isto?
8 Então Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Principais do povo, e vós, anciãos de Israel,
9 Visto que hoje somos interrogados acerca do benefício feito a um homem enfermo, e do modo como foi curado,
10 Seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, em nome desse é que este está são diante de vós.
11 Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina.
12 E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.
13 Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem letras e indoutos, maravilharam-se e reconheceram que eles haviam estado com Jesus.
14 E, vendo estar com eles o homem que fora curado, nada tinham que dizer em contrário.
15 Todavia, mandando-os sair fora do conselho, conferenciaram entre si,
16 Dizendo: Que havemos de fazer a estes homens? porque a todos os que habitam em Jerusalém é manifesto que por eles foi feito um sinal notório, e não o podemos negar;
17 Mas, para que não se divulgue mais entre o povo, ameacemo-los para que não falem mais nesse nome a homem algum.
18 E, chamando-os, disseram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem, no nome de Jesus.
19 Respondendo, porém, Pedro e João, lhes disseram: Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus;
20 Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido.
21 Mas eles ainda os ameaçaram mais e, não achando motivo para os castigar, deixaram-nos ir, por causa do povo; porque todos glorificavam a Deus pelo que acontecera;
22 Pois tinha mais de quarenta anos o homem em quem se operara aquele milagre de saúde.
23 E, soltos eles, foram para os seus, e contaram tudo o que lhes disseram os principais dos sacerdotes e os anciãos.
24 E, ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a Deus, e disseram: Senhor, tu és o Deus que fizeste o céu, e a terra, e o mar e tudo o que neles há;
25 Que disseste pela boca de Davi, teu servo: Por que bramaram os gentios, e os povos pensaram coisas vãs?
26 Levantaram-se os reis da terra,E os príncipes se ajuntaram à uma,Contra o Senhor e contra o seu Ungido.
27 Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel;
28 Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer.
29 Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra;
30 Enquanto estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome de teu santo Filho Jesus.
31 E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus.
32 E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns.
33 E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.
34 Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos.
35 E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha.
36 Então José, cognominado pelos apóstolos Barnabé(que, traduzido, é Filho da consolação), levita, natural de Chipre,
37 Possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos.
Atos 5
Ouça o áudio do capítulo:
1 Mas um certo homem chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade,
2 E reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos.
3 Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade?
4 Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.
5 E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram.
6 E, levantando-se os moços, cobriram o morto e, transportando-o para fora, o sepultaram.
7 E, passando um espaço quase de três horas, entrou também sua mulher, não sabendo o que havia acontecido.
8 E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto.
9 Então Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti.
10 E logo caiu aos seus pés, e expirou. E, entrando os moços, acharam-na morta, e a sepultaram junto de seu marido.
11 E houve um grande temor em toda a igreja, e em todos os que ouviram estas coisas.
12 E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente no alpendre de Salomão.
13 Dos outros, porém, ninguém ousava ajuntar-se a eles; mas o povo tinha-os em grande estima.
14 E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais.
15 De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e em camilhas para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles.
16 E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos; os quais eram todos curados.
17 E, levantando-se o sumo sacerdote, e todos os que estavam com ele (e eram eles da seita dos saduceus), encheram-se de inveja,
18 E lançaram mão dos apóstolos, e os puseram na prisão pública.
19 Mas de noite um anjo do Senhor abriu as portas da prisão e, tirando-os para fora, disse:
20 Ide e apresentai-vos no templo, e dizei ao povo todas as palavras desta vida.
21 E, ouvindo eles isto, entraram de manhã cedo no templo, e ensinavam. Chegando, porém, o sumo sacerdote e os que estavam com ele, convocaram o conselho, e a todos os anciãos dos filhos de Israel, e enviaram ao cárcere, para que de lá os trouxessem.
22 Mas, tendo lá ido os servidores, não os acharam na prisão e, voltando, lho anunciaram,
23 Dizendo: Achamos realmente o cárcere fechado, com toda a segurança, e os guardas, que estavam fora, diante das portas; mas, quando abrimos, ninguém achamos dentro.
24 Então o sumo sacerdote, o capitão do templo e os chefes dos sacerdotes, ouvindo estas palavras, estavam perplexos acerca deles e do que viria a ser aquilo.
25 E, chegando um, anunciou-lhes, dizendo: Eis que os homens que encerrastes na prisão estão no templo e ensinam ao povo.
26 Então foi o capitão com os servidores, e os trouxe, não com violência (porque temiam ser apedrejados pelo povo).
27 E, trazendo-os, os apresentaram ao conselho. E o sumo sacerdote os interrogou,
28 Dizendo: Não vos admoestamos nós expressamente que não ensinásseis nesse nome? E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina, e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem.
29 Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.
30 O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro.
31 Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.
32 E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem.
33 E, ouvindo eles isto, se enfureciam, e deliberaram matá-los.
34 Mas, levantando-se no conselho um certo fariseu, chamado Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o povo, mandou que por um pouco levassem para fora os apóstolos;
35 E disse-lhes: Homens israelitas, acautelai-vos a respeito do que haveis de fazer a estes homens,
36 Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada.
37 Depois deste levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.
38 E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará,
39 Mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus.
40 E concordaram com ele. E, chamando os apóstolos, e tendo-os açoitado, mandaram que não falassem no nome de Jesus, e os deixaram ir.
41 Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus.
42 E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo.
Atos 6
Ouça o áudio do capítulo:
1 Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.
2 E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.
3 Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.
4 Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.
5 E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia;
6 E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.
7 E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.
8 E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.
9 E levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos libertinos, e dos cireneus e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Asia, e disputavam com Estêvão.
10 E não podiam resistir à sabedoria, e ao Espírito com que falava.
11 Então subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.
12 E excitaram o povo, os anciãos e os escribas; e, investindo contra ele, o arrebataram e o levaram ao conselho.
13 E apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei;
14 Porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu.
15 Então todos os que estavam assentados no conselho, fixando os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo.
O Grande Conflito
A Esperança que Infunde Alegria
Ouça o áudio do capítulo:
Uma das verdades mais solenes, e não obstante mais gloriosas, reveladas na Escritura Sagrada, é a da segunda vinda de Cristo, para completar a grande obra da redenção. Ao povo de Deus, por tanto tempo a peregrinar em sua jornada na “região e sombra da morte”, é dada uma esperança preciosa e inspiradora de alegria, na promessa do aparecimento dAquele que é “a ressurreição e a vida”, a fim de levar de novo ao lar Seus filhos exilados. A doutrina do segundo advento é, verdadeiramente, a nota tônica das Sagradas Escrituras. Desde o dia em que o primeiro par volveu os entristecidos passos para fora do Éden, os filhos da fé têm esperado a vinda do Prometido, para quebrar o poder do destruidor e de novo levá-los ao Paraíso perdido. Santos homens de outrora aguardavam o advento do Messias em glória, para a consumação de sua esperança. Enoque, apenas o sétimo na descendência dos que habitaram no Éden, e que na Terra durante três séculos andou com Deus, teve permissão para contemplar de muito longe a vinda do Libertador. “Eis que é vindo o Senhor”, declarou ele, “com milhares de Seus santos, para fazer juízo contra todos.” Judas 14, 15. O patriarca Jó, na noite de sua aflição, exclamou com inabalável confiança: “Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim Se levantará sobre a Terra: ... ainda em minha carne verei a Deus. Vê-Lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, O verão.” Jó 19:25-27. GC 299.1
Judas 14, 15
14 E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos;
15 Para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele.
Jó 19:25-27
25 Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra.
26 E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus,
27 Vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão; e por isso os meus rins se consomem no meu interior.
A vinda de Cristo, para inaugurar o reino de justiça, tem inspirado as mais sublimes e exaltadas declarações dos escritores sagrados. Os poetas e videntes da Bíblia dela trataram com palavras incendidas de fogo celestial. O salmista cantou do poder e majestade do Rei de Israel: “Desde Sião, a perfeição da formosura, resplandeceu Deus. Virá o nosso Deus, e não Se calará. ... Chamará os céus, do alto, e a Terra, para julgar o Seu povo.” Salmos 50:2-4. “Alegrem-se os céus, e regozije-se a Terra: ... ante a face do Senhor, porque vem, porque vem a julgar a Terra: julgará o mundo com justiça, e os povos com a Sua verdade.” Salmos 96:11-13. GC 300.1
Salmos 50:2-4
2 Desde Sião, a perfeição da formosura, resplandeceu Deus.
3 Virá o nosso Deus, e não se calará; um fogo se irá consumindo diante dele, e haverá grande tormenta ao redor dele.
4 Chamará os céus lá do alto, e a terra, para julgar o seu povo.
Salmos 96:11-13
11 Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra; brame o mar e a sua plenitude.
12 Alegre-se o campo com tudo o que há nele; então se regozijarão todas as árvores do bosque,
13 Ante a face do Senhor, porque vem, porque vem a julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos com a sua verdade.
Disse o profeta Isaías: “Despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos.” “Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão.” “Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor Jeová as lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do Seu povo de toda a Terra; porque o Senhor o disse. E, naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e Ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na Sua salvação gozaremos e nos alegraremos.” Isaías 26:19; 25:8, 9. GC 300.2
Isaías 26:19; 25:8, 9
19 Os teus mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos.
8 Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor DEUS as lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra; porque o SENHOR o disse.
9 E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na sua salvação gozaremos e nos alegraremos.
E Habacuque, transportado em santa visão, contemplou Seu aparecimento. “Deus veio de Temã e o Santo do monte de Parã. A Sua glória cobriu os céus, e a Terra encheu-se de Seu louvor. E o Seu resplendor era como a luz.” “Parou, e mediu a Terra; olhou, e separou as nações; e os montes perpétuos foram esmiuçados, os outeiros eternos se encurvaram; o andar eterno é Seu.” “Andaste sobre Teus cavalos, e Teus carros de salvação.” “Os montes Te viram, e tremeram: ... deu o abismo a sua voz, levantou as suas mãos ao alto. O Sol e a Lua pararam nas suas moradas; andaram à luz das Tuas flechas, ao resplendor do relâmpago da Tua lança.” “Tu saíste para salvamento do teu povo, para salvamento do Teu Ungido.” Habacuque 3:3-13. GC 300.3
Habacuque 3:3-13
3 Deus veio de Temã, e do monte de Parã o Santo (Selá). A sua glória cobriu os céus, e a terra encheu-se do seu louvor.
4 E o resplendor se fez como a luz, raios brilhantes saíam da sua mão, e ali estava o esconderijo da sua força.
5 Adiante dele ia a peste, e brasas ardentes saíam dos seus passos.
6 Parou, e mediu a terra; olhou, e separou as nações; e os montes perpétuos foram esmiuçados; os outeiros eternos se abateram, porque os caminhos eternos lhe pertencem.
7 Vi as tendas de Cusã em aflição; tremiam as cortinas da terra de Midiã.
8 Acaso é contra os rios, Senhor, que estás irado? É contra os ribeiros a tua ira, ou contra o mar o teu furor, visto que andas montado sobre os teus cavalos, e nos teus carros de salvação?
9 Descoberto se movimentou o teu arco; os juramentos feitos às tribos foram uma palavra segura. (Selá. ) Tu fendeste a terra com rios.
10 Os montes te viram, e tremeram; a inundação das águas passou; o abismo deu a sua voz, levantou ao alto as suas mãos.
11 O sol e a lua pararam nas suas moradas; andaram à luz das tuas flechas, ao resplendor do relâmpago da tua lança.
12 Com indignação marchaste pela terra, com ira trilhaste os gentios.
13 Tu saíste para salvação do teu povo, para salvação do teu ungido; tu feriste a cabeça da casa do ímpio, descobrindo o alicerce até ao pescoço. (Selá.)
Quando o Salvador estava prestes a separar-Se de Seus discípulos, confortou-os em sua tristeza com a segurança de que viria outra vez: “Não se turbe o vosso coração. ... Na casa de Meu Pai há muitas moradas. ... Vou preparar-vos lugar. E, se Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo.” João 14:1-3. “E quando o Filho do homem vier em Sua glória, e todos os santos anjos com Ele, então Se assentará no trono de Sua glória. E todas as nações serão reunidas diante dEle.” Mateus 25:31, 32. GC 301.1
João 14:1-3
1 Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
2 Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.
3 E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.
Mateus 25:31, 32
31 E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória;
32 E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas;
Os anjos que por momentos se detiveram no Monte das Oliveiras depois da ascensão de Cristo, repetiram aos discípulos a promessa de Sua volta: “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no Céu, há de vir assim como para o Céu O vistes ir.” Atos 1:11. E o apóstolo Paulo, falando pelo Espírito de inspiração, testificou: “O mesmo Senhor descerá do Céu com alarido, e com voz de Arcanjo, e com a trombeta de Deus.” 1 Tessalonicenses 4:16. Diz o profeta de Patmos: “Eis que Ele vem com as nuvens, e todo o olho O verá.” Apocalipse 1:7. GC 301.2
Atos 1:11
11 Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.
1 Tessalonicenses 4:16
16 Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Apocalipse 1:7
7 Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.
Em torno de Sua vinda agrupam-se as glórias daquela “restauração de tudo”, de que “Deus falou pela boca de todos os Seus santos profetas desde o princípio.” Atos 3:21. Quebrar-se-á então o prolongado domínio do mal; “os reinos do mundo” tornar-se-ão “de nosso Senhor e de Seu Cristo, e Ele reinará para todo o sempre.” Apocalipse 11:15. “A glória do Senhor se manifestará”, e toda carne juntamente a verá. “O Senhor Jeová fará brotar a justiça e o louvor para todas as nações.” Ele será por “coroa gloriosa, e por grinalda formosa, para os restantes de Seu povo.” Isaías 40:5; 61:11; 28:5. GC 301.3
Atos 3:21
21 O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio.
Apocalipse 11:15
15 E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.
Isaías 40:5; 61:11; 28:5
5 E a glória do Senhor se manifestará, e toda a carne juntamente a verá, pois a boca do Senhor o disse.
11 Porque, como a terra produz os seus renovos, e como o jardim faz brotar o que nele se semeia, assim o Senhor DEUS fará brotar a justiça e o louvor para todas as nações.
5 Naquele dia o Senhor dos Exércitos será por coroa gloriosa, e por diadema formosa, para os restantes de seu povo.
É então que o pacífico e longamente almejado reino do Messias se estabelecerá sob todo o céu. “O Senhor consolará a Sião; consolará a todos os seus lugares assolados, e fará os seus desertos como o Éden, e a sua solidão como o jardim do Senhor.” “A glória do Líbano se lhe deu, a excelência do Carmelo e Sarom.” “Nunca mais te chamarão: Desamparada, nem à tua terra se denominará jamais: Assolada; mas chamar-te-ão: Meu deleite; e à tua terra: Beulá.” “Como o noivo se alegra da noiva, assim Se alegrará de ti o teu Deus.” Isaías 51:3; 35:2; 62:4, 5. GC 302.1
Isaías 51:3; 35:2; 62:4, 5
3 Porque o Senhor consolará a Sião; consolará a todos os seus lugares assolados, e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão como o jardim do Senhor; gozo e alegria se achará nela, ação de graças, e voz de melodia.
2 Abundantemente florescerá, e também jubilará de alegria e cantará; a glória do Líbano se lhe deu, a excelência do Carmelo e Sarom; eles verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus.
4 Nunca mais te chamarão: Desamparada, nem a tua terra se denominará jamais: Assolada; mas chamar-te-ão: O meu prazer está nela, e à tua terra: A casada; porque o Senhor se agrada de ti, e a tua terra se casará.
5 Porque, como o jovem se casa com a virgem, assim teus filhos se casarão contigo; e como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus.
A vinda do Senhor tem sido em todos os séculos a esperança de Seus verdadeiros seguidores. A última promessa do Salvador no Monte das Oliveiras, de que Ele viria outra vez, iluminou o futuro a Seus discípulos, encheu-lhes o coração de alegria e esperança que as tristezas não poderiam apagar nem as provações empanar. Em meio de sofrimento e perseguição, “o aparecimento do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo” foi a “bem-aventurada esperança.” Quando os cristãos tessalonicenses estavam cheios de pesar ao sepultarem os seus queridos, que haviam esperado viver para testemunharem a vinda de Jesus, Paulo, seu instrutor, apontou-lhes a ressurreição a ocorrer por ocasião do advento do Salvador. Então os mortos em Cristo ressurgiriam, e juntamente com os vivos seriam arrebatados para encontrar o Senhor nos ares. “E assim”, disse ele, “estaremos sempre com o Senhor. Portanto consolai-vos uns aos outros com estas palavras.” 1 Tessalonicenses 4:16-18. GC 302.2
1 Tessalonicenses 4:16-18
16 Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
17 Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.
18 Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.
Na rochosa ilha de Patmos o discípulo amado ouve a promessa: “Certamente cedo venho”, e em sua anelante resposta sintetiza a prece da igreja em toda a sua peregrinação: “Amém. Ora vem, Senhor Jesus.” Apocalipse 22:20. GC 302.3
Apocalipse 22:20
20 Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Ora vem, Senhor Jesus.
Do calabouço, da tortura, da forca, onde santos e mártires testificaram da verdade, vem através dos séculos a voz de sua fé e esperança. Estando “certos da ressurreição pessoal de Cristo e, por conseguinte, de sua própria, por ocasião da vinda de Jesus”, diz um desses cristãos, “desprezavam a morte, e verificava-se estarem acima dela.” — O Reino de Cristo Sobre a Terra, ou A Voz da Igreja em Todos os Séculos, Daniel T. Taylor. Estavam dispostos a descer ao túmulo, para que pudessem “ressuscitar livres.” — A Voz da Igreja, Taylor. Esperavam pelo “Senhor a vir do Céu, nas nuvens, com a glória de Seu Pai”, “trazendo aos justos os tempos do reino.” Os valdenses acariciavam a mesma fé. — Taylor. Wycliffe aguardava o aparecimento do Redentor, como a esperança da igreja. — Ibidem. GC 302.4
Lutero declarou: “Convenço-me, em verdade, de que o dia do juízo não está para além de trezentos anos. Deus não quer, não pode suportar por muito tempo mais este ímpio mundo.” “Aproxima-se o grande dia, em que se subverterá o rei da abominação.” — Ibidem. GC 303.1
“Este velho mundo não está longe de seu fim”, disse Melâncton. Calvino manda aos cristãos “não hesitarem, desejando ardentemente o dia da vinda de Cristo como o mais auspicioso de todos os acontecimentos”; e declara que “a família inteira dos fiéis conservará em vista aquele dia.” “Devemos ter fome de Cristo, devemos buscá-Lo, contemplá-Lo”, diz ele “até à aurora daquele grande dia, em que o nosso Senhor amplamente manifestará a glória do Seu Reino.” — Ibidem. GC 303.2
“Não levou nosso Senhor Jesus nossa carne para o Céu?” disse Knox, o reformador escocês, “e não voltará Ele? Sabemos que voltará, e isso dentro em breve.” Ridley e Latimer, que depuseram a vida pela verdade, esperaram pela fé a vinda do Senhor. Ridley escreveu: “O mundo, creio-o eu e portanto o digo, chegará sem dúvida ao fim. De coração clamemos com João, o servo de Deus, a Cristo nosso Salvador: Vem, Senhor Jesus, vem.” — Ibidem. GC 303.3
“Os pensamentos que se relacionam com a vinda do Senhor”, disse Baxter, “são dulcíssimos e mui gozosos para mim.” — Obras, Richard Baxter. “É a obra da fé, e do caráter de Seus santos, amar Seu aparecimento e aguardar o cumprimento da bem-aventurada esperança.” “Se a morte é o último inimigo a ser destruído na ressurreição, podemos saber quão fervorosamente deveriam os crentes anelar a segunda vinda de Cristo e por ela orar, sendo então que tal vitória, ampla e final, será alcançada.” — Ibidem. “Este é o dia que todos os crentes devem almejar, esperar e aguardar, como cumprimento de toda a obra de sua redenção, e de todos os desejos e esforços de sua alma.” “Apressa, ó Senhor, este bem-aventurado dia!” — Baxter. Esta foi a esperança da igreja apostólica, da “igreja no deserto”, e dos reformadores. GC 303.4
A profecia não somente prediz a maneira e objetivo da vinda de Cristo, mas apresenta sinais pelos quais os homens podem saber quando a mesma está próxima. Disse Jesus: “Haverá sinais no Sol, na Lua, e nas estrelas.” Lucas 21:25. “O Sol escurecerá, e a Lua não dará a sua luz. E as estrelas cairão do céu, e as forças que estão no céu serão abaladas. E então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória.” Marcos 13:24-26. O profeta do Apocalipse assim descreve o primeiro dos sinais que precedem o segundo advento: “Houve um grande tremor de terra; e o Sol tornou-se negro como saco de cilício, e a Lua tornou-se como sangue.” Apocalipse 6:12. GC 304.1
Lucas 21:25
25 E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas.
Marcos 13:24-26
24 Ora, naqueles dias, depois daquela aflição, o sol se escurecerá, e a lua não dará a sua luz.
25 E as estrelas cairão do céu, e as forças que estão nos céus serão abaladas.
26 E então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória.
Apocalipse 6:12
12 E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue;
Estes sinais foram testemunhados antes do início do século XIX. Em cumprimento desta profecia ocorreu no ano 1755 o mais terrível terremoto que já se registrou. Posto que geralmente conhecido por terremoto de Lisboa, estendeu-se pela maior parte da Europa, África e América do Norte. Foi sentido na Groenlândia, nas Índias Ocidentais, na Ilha da Madeira, na Noruega e Suécia, Grã-Bretanha e Irlanda. Abrangeu uma extensão de mais de dez milhões de quilômetros quadrados. Na África, o choque foi quase tão violento como na Europa. Grande parte da Argélia foi destruída; e, a pequena distância de Marrocos, foi tragada uma aldeia de oito ou dez mil habitantes. Uma vasta onda varreu a costa da Espanha e da África, submergindo cidades, e causando grande destruição. GC 304.2
Foi na Espanha e Portugal que o choque atingiu a maior violência. Diz-se que em Cádiz a ressaca alcançou a altura de vinte metros. Montanhas, “algumas das maiores de Portugal, foram impetuosamente sacudidas, como que até aos fundamentos; e algumas delas se abriram nos cumes, os quais se partiram e rasgaram de modo maravilhoso, sendo delas arrojadas imensas massas para os vales adjacentes. Diz-se terem saído chamas dessas montanhas.” — Princípios de Geologia, Sir Charles Lyell. GC 304.3
Em Lisboa, “um som como de trovão foi ouvido sob o solo e imediatamente depois violento choque derribou a maior parte da cidade. No lapso de mais ou menos seis minutos, pereceram sessenta mil pessoas. O mar a princípio se retirou, deixando seca a barra; voltou então, levantando-se doze metros ou mais acima de seu nível comum.” “Entre outros acontecimentos extraordinários que se refere terem ocorrido em Lisboa durante a catástrofe, esteve o soçobro do novo cais, construído inteiramente de mármore, com vultosa despesa. Grande número de pessoas ali se ajuntara em busca de segurança, sendo um local em que poderiam estar fora do alcance das ruínas que tombavam; subitamente, porém, o cais afundou com todo o povo sobre ele, e nenhum dos cadáveres jamais flutuou na superfície.” — Lyell. GC 305.1
“O choque” do terremoto “foi instantaneamente seguido da queda de todas as igrejas e conventos, de quase todos os grandes edifícios públicos, e de mais da quarta parte das casas. Duas horas depois, aproximadamente, irromperam incêndios em diferentes quarteirões, e com tal violência se alastraram pelo espaço de quase três dias, que a cidade ficou completamente desolada. O terremoto ocorreu num dia santo, em que as igrejas e conventos estavam repletos de gente, muito pouca da qual escapou.” — Enciclopédia Americana, art. Lisboa. “O terror do povo foi indescritível. Ninguém chorava; estava além das lágrimas. Corriam para aqui e para acolá, em delírio, com horror e espanto, batendo no rosto e no peito, exclamando: ‘Misericórdia! é o fim do mundo!’ Mães esqueciam-se de seus filhos e corriam para qualquer parte, carregando crucifixos. Infelizmente, muitos corriam para as igrejas em busca de proteção; mas em vão foi exposto o sacramento; em vão as pobres criaturas abraçaram os altares; imagens, padres e povo foram sepultados na ruína comum.” Calculou-se que noventa mil pessoas perderam a vida naquele dia fatal. GC 305.2
Vinte e cinco anos mais tarde apareceu o sinal seguinte mencionado na profecia — o escurecimento do Sol e da Lua. O que tornou isto mais surpreendente foi o fato de que o tempo de seu cumprimento fora definidamente indicado. Na palestra do Salvador com Seus discípulos, no Monte das Oliveiras, depois de descrever o longo período de provação da igreja — os 1.260 anos da perseguição papal, relativamente aos quais prometera Ele ser abreviada a tribulação — mencionou Jesus certos acontecimentos que precederiam Sua vinda, e fixou o tempo em que o primeiro destes deveria ser testemunhado: “Naqueles dias, depois daquela aflição, o Sol se escurecerá, e a Lua não dará a sua luz.” Marcos 13:24. Os 1.260 dias, ou anos, terminaram em 1798. Um quarto de século antes, a perseguição tinha cessado quase inteiramente. Em seguida a esta perseguição, segundo as palavras de Cristo, o Sol deveria escurecer-se. A 19 de maio de 1780 cumpriu-se esta profecia. GC 306.1
Marcos 13:24
24 Ora, naqueles dias, depois daquela aflição, o sol se escurecerá, e a lua não dará a sua luz.
“Único ou quase único em sua espécie pelo misterioso e até agora inexplicado fenômeno que nele se verificou ... foi o dia escuro de 19 de maio de 1780 — de inexplicável escuridão que cobriu todo o céu e atmosfera visíveis em Nova Inglaterra.” — Nosso Primeiro Século, R. M. Devens. GC 306.2
Uma testemunha ocular que vivia em Massachusetts, nestes termos descreve o acontecimento: GC 306.3
“Pela manhã surgiu claro o Sol, mas logo se ocultou. As nuvens se tornaram sombrias e delas, negras e ameaçadoras como logo se mostraram, chamejavam relâmpagos; ribombavam trovões, caindo leve aguaceiro. Por volta das nove horas, as nuvens se tornaram mais finas, tomando uma aparência bronzeada ou acobreada, e a terra, pedras, árvores, edifícios, água e as pessoas tinham aspecto diferente por causa dessa estranha luz sobrenatural. Alguns minutos mais tarde, pesada nuvem negra se espalhou por todo o céu, exceto numa estreita orla do horizonte, e ficou tão escuro como usualmente é às nove horas de uma noite de verão. ... GC 306.4
“Temor, ansiedade e pavor encheram gradualmente o espírito do povo. Mulheres ficavam à porta olhando para a negra paisagem; os homens voltavam de seus labores nos campos; o carpinteiro deixava as suas ferramentas, o ferreiro a forja, o negociante o balcão. As aulas eram suspensas, e as crianças, tremendo, fugiam para casa. Os viajantes acolhiam-se à fazenda mais próxima. ‘O que será?’ inquiriam todos os lábios e corações. Dir-se-ia que um furacão estivesse prestes a precipitar-se sobre o país, ou fosse o dia da consumação de todas as coisas. GC 306.5
“Acenderam-se velas, e o fogo na lareira brilhava tanto como em noite de outono sem luar. ... As aves retiravam-se para os poleiros e iam dormir; o gado ajuntava-se no estábulo e berrava; as rãs coaxavam; os pássaros entoavam seus gorjeios vespertinos; e os morcegos voavam em derredor. Mas os seres humanos sabiam que não era vinda a noite. ... GC 307.1
“O Dr. Natanael Whittaker, pastor da igreja do Tabernáculo, em Salém, dirigia cerimônias religiosas na casa de culto e pregava um sermão no qual sustentou que as trevas eram sobrenaturais. Reuniram-se congregações em muitos outros lugares. Os textos para esses sermões extemporâneos eram invariavelmente os que pareciam indicar as trevas de acordo com a profecia bíblica. ... As trevas foram densíssimas logo depois das onze horas.” — The Essex Antiquarian, Salém, Mass., abril de 1899. “Na maioria dos lugares do país foram tão grandes durante o dia, que as pessoas não podiam dizer a hora, quer pelo relógio de bolso quer pelo de parede, nem jantar, nem efetuar suas obrigações domésticas, sem a luz de velas. ... GC 307.2
“A extensão dessas trevas foi extraordinária. Observaram-se na parte oriental até Falmouth. Para o oeste, atingiram a parte mais remota de Connecticut e Albany. Para o sul foram observadas ao longo das costas, e ao norte até onde se estende a colonização americana.” — História do Início, Progressos e Estabelecimento da Independência dos Estados Unidos, Dr. William Gordon. GC 307.3
Seguiu-se às intensas trevas daquele dia, uma ou duas horas, antes da noite, um céu parcialmente claro, e apareceu o Sol, posto que ainda obscurecido por negro e pesado nevoeiro. “Depois do pôr-do-sol, as nuvens novamente subiram, e escureceu muito rapidamente.” “Tampouco foram as trevas da noite menos incomuns e aterrorizadoras do que as do dia; não obstante haver quase lua cheia, nenhum objeto se distinguia a não ser com o auxílio de alguma luz artificial, que, quando vista das casas vizinhas ou de outros lugares a certa distância, aparecia através de uma espécie de trevas egípcias, que se afiguravam quase impermeáveis aos raios.” — Massachusetts Spy, ou Oráculo Americano da Liberdade, Thomas. Disse uma testemunha ocular daquela cena: “Não pude senão concluir, naquela ocasião que, se todos os corpos luminosos do Universo tivessem sido envoltos em sombras impenetráveis, ou arrancados da existência, as trevas não teriam sido mais completas.” — Carta pelo Dr. Samuel Tenney, de Exeter, N. H., dezembro de 1785. Posto que às nove horas daquela noite a Lua surgisse cheia, “não produziu o mínimo efeito em relação àquelas sombras sepulcrais.” Depois de meia-noite as trevas se desvaneceram, e a Lua, ao tornar-se visível, tinha a aparência de sangue. GC 307.4
O dia 19 de maio de 1780 figura na História como “o Dia Escuro.” Desde o tempo de Moisés, nenhum período de trevas de igual densidade, extensão e duração, já se registrou. A descrição deste acontecimento, como a dá uma testemunha ocular, não é senão um eco das palavras do Senhor, registradas pelo profeta Joel, dois mil e quinhentos anos antes de seu cumprimento: “O Sol se converterá em trevas, e a Lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.” Joel 2:31. GC 308.1
Joel 2:31
31 O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.
Cristo ordenara a Seu povo que atendesse aos sinais de seu advento e se regozijasse ao contemplar os indícios de seu vindouro Rei. “Quando estas coisas começarem a acontecer”, disse Ele, “olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima.” Ele indicou a Seus seguidores as árvores a brotarem na primavera, e disse: “Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão. Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto.” Lucas 21:28, 30, 31. GC 308.2
Lucas 21:28, 30, 31
28 Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima.
30 Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão.
31 Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto.
Mas como o espírito de humildade e devoção na igreja cedera lugar ao orgulho e formalismo, esfriaram o amor a Cristo e a fé em Sua vinda. Absorto nas coisas mundanas e na busca de prazeres, o povo professo de Deus estava cego às instruções do Salvador relativas aos sinais de Seu aparecimento. A doutrina do segundo advento tinha sido negligenciada; os textos que a ela se referem foram obscurecidos por interpretações errôneas, a ponto de ficarem em grande parte esquecidos e ignorados. Especialmente foi este o caso nas igrejas da América do Norte. A liberdade e conforto desfrutados por todas as classes da sociedade; o ambicioso desejo de haveres e luxo, de onde vem o absorvente empenho de adquirir dinheiro; a ansiosa procura de popularidade e poderio, que pareciam estar ao alcance de todos, levavam os homens a centralizar seus interesses e esperanças nas coisas desta vida, afastando ao futuro longínquo o dia solene em que passaria a presente ordem de coisas. GC 309.1
Quando o Salvador indicou a Seus seguidores os sinais de Sua volta, predisse o estado de apostasia que havia de existir precisamente antes de Seu segundo advento. Haveria, como nos dias de Noé, a atividade e a agitação das ocupações mundanas e da procura de prazeres — comprar, vender, plantar, edificar, casar, dar-se em casamento — com olvido de Deus e da vida futura. Para os que viverem nesse tempo, a advertência de Cristo é: “Olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia.” “Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer e de estar em pé diante do Filho do homem.” Lucas 21:34, 36. GC 309.2
Lucas 21:34, 36
34 E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia.
36 Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem.
A condição da igreja neste tempo é indicada nas palavras do Salvador, em Apocalipse: “Tens nome de que vives, e estás morto.” E aos que se recusam despertar de seu descuidoso sentimento de segurança, é dirigido este aviso solene: “Se não vigiares, virei a ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.” Apocalipse 3:1, 3. GC 309.3
Apocalipse 3:1, 3
1 E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.
3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.
Era necessário que os homens fossem advertidos do perigo; que se despertassem a fim de preparar-se para os acontecimentos solenes ligados ao final do tempo da graça. Declara o profeta de Deus: “O dia do Senhor é grande e mui terrível e quem o poderá sofrer?” “Quem estará em pé quando aparecer Aquele que é tão puro de olhos que não pode ver o mal, e não pode contemplar a vexação?” Joel 2:11; Habacuque 1:13. Para os que clamam: “Deus meu! nós ... Te conhecemos”, e não obstante têm traspassado Seu concerto, e se apressaram após outro deus (Oséias 8:2, 1; Salmos 16:4), ocultando a iniqüidade no coração e amando os caminhos da injustiça, para esses o dia do Senhor são trevas e não luz, “completa escuridade, sem nenhum resplendor.” Amós 5:20. “E há de ser que naquele tempo”, diz o Senhor, “esquadrinharei a Jerusalém com lanternas e castigarei os homens que estão assentados sobre as suas fezes, que dizem no seu coração: O Senhor não faz bem nem mal.” Sofonias 1:12. “Visitarei sobre o mundo a maldade, e sobre os ímpios a sua iniqüidade; e farei cessar a arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos tiranos.” Isaías 13:11. “Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar”; “será saqueada a sua fazenda, e assoladas as suas casas.” Sofonias 1:18, 13. GC 310.1
Joel 2:11
11 E o Senhor levantará a sua voz diante do seu exército; porque muitíssimo grande é o seu arraial; porque poderoso é, executando a sua palavra; porque o dia do Senhor é grande e mui terrível, e quem o poderá suportar?
Habacuque 1:13
13 Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar. Por que olhas para os que procedem aleivosamente, e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?
Oséias 8:2, 1
2 E a mim clamarão: Deus meu! Nós, Israel, te conhecemos.
1 Põe a trombeta à tua boca. Ele virá como a águia contra a casa do SENHOR, porque transgrediram a minha aliança, e se rebelaram contra a minha lei.
Salmos 16:4
4 As dores se multiplicarão àqueles que fazem oferendas a outro deus; eu não oferecerei as suas libações de sangue, nem tomarei os seus nomes nos meus lábios.
Amós 5:20
20 Não será, pois, o dia do Senhor trevas e não luz, e escuridão, sem que haja resplendor?
Sofonias 1:12
12 E há de ser que, naquele tempo, esquadrinharei a Jerusalém com lanternas, e castigarei os homens que se espessam como a borra do vinho, que dizem no seu coração: O Senhor não faz o bem nem faz o mal.
Isaías 13:11
11 E visitarei sobre o mundo a maldade, e sobre os ímpios a sua iniqüidade; e farei cessar a arrogância dos atrevidos, e abaterei a soberba dos tiranos.
Sofonias 1:18, 13
18 Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia da indignação do Senhor, mas pelo fogo do seu zelo toda esta terra será consumida, porque certamente fará de todos os moradores da terra uma destruição total e apressada.
13 Por isso serão saqueados os seus bens, e assoladas as suas casas; e edificarão casas, mas não habitarão nelas, e plantarão vinhas, mas não lhes beberão o seu vinho.
O profeta Jeremias, prevendo esse tempo terrível, exclamou: “Estou ferido no meu coração!” “Não posso calar; porque tu, ó minha alma, ouviste o som da trombeta e o alarido da guerra. Quebranto sobre quebranto se apregoa.” Jeremias 4:19, 20. GC 310.2
Jeremias 4:19, 20
19 Ah, entranhas minhas, entranhas minhas! Estou com dores no meu coração! O meu coração se agita em mim. Não posso me calar; porque tu, ó minha alma, ouviste o som da trombeta e o alarido da guerra.
20 Destruição sobre destruição se apregoa; porque já toda a terra está destruída; de repente foram destruídas as minhas tendas, e as minhas cortinas num momento.
“Aquele dia é um dia de indignação, dia de angústia e de ânsia, dia de alvoroço e desolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas, dia de trombeta e de alarido.” Sofonias 1:15, 16. “Eis que o dia do Senhor vem, para pôr a Terra em assolação e destruir os pecadores dela.” Isaías 13:9. GC 310.3
Sofonias 1:15, 16
15 Aquele dia será um dia de indignação, dia de tribulação e de angústia, dia de alvoroço e de assolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas,
16 Dia de trombeta e de alarido contra as cidades fortificadas e contra as torres altas.
Isaías 13:9
9 Eis que vem o dia do Senhor, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação, e dela destruir os pecadores.
Ante a perspectiva desse grande dia, a Palavra de Deus, com expressões as mais solenes e impressivas, apela para Seu povo a fim de que desperte da letargia espiritual e busque Sua face, com arrependimento e humilhação: “Tocai a buzina em Sião, e clamai em alta voz no monte da Minha santidade. Perturbem-se todos os moradores da Terra, porque o dia do Senhor vem, ele está perto.” “Santificai um jejum, proclamai um dia de proibição. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai os filhinhos, ... saia o noivo da sua recâmara, e a noiva do seu tálamo. Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar.” GC 311.1
“Convertei-vos a Mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração e não os vossos vestidos, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque Ele é misericordioso, compassivo, e tardio em irar-Se, e grande em beneficência.” Joel 2:1, 15-17, 12, 13. GC 311.2
Joel 2:1, 15-17, 12, 13
1 Tocai a trombeta em Sião, e clamai em alta voz no meu santo monte; tremam todos os moradores da terra, porque o dia do SENHOR vem, já está perto;
15 Tocai a trombeta em Sião, santificai um jejum, convocai uma assembléia solene.
16 Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai as crianças, e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva do seu aposento.
17 Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que os gentios o dominem; por que diriam entre os povos: Onde está o seu Deus?
12 Ainda assim, agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto.
13 E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.
A fim de preparar um povo para estar em pé no dia de Deus, deveria realizar-se uma grande obra de reforma. Deus viu que muitos dentre Seu povo professo não estavam edificando para a eternidade, e em Sua misericórdia estava prestes a enviar uma mensagem de advertência a fim de despertá-los de seu torpor e levá-los a preparar-se para a vinda de Jesus. GC 311.3
Esta advertência, temo-la em Apocalipse 14. Apresenta-se-nos ali uma tríplice mensagem como sendo proclamada por seres celestiais, e imediatamente seguida pela vinda do Filho do homem para recolher a colheita da Terra. A primeira dessas advertências anuncia o juízo que se aproxima. O profeta contempla um anjo voando pelo meio do céu, tendo o “evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a Terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo. E adorai Aquele que fez o Céu e a Terra, e o mar, e as fontes das águas.” Apocalipse 14:6, 7. GC 311.4
Apocalipse 14
1 E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome de seu Pai.
2 E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão; e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas.
3 E cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.
4 Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro.
5 E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus.
6 E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo,
7 Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.
8 E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua fornicação.
9 E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão,
10 Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.
11 E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome.
12 Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.
13 E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem.
14 E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante ao Filho do homem, que tinha sobre a sua cabeça uma coroa de ouro, e na sua mão uma foice aguda.
15 E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice, e sega; a hora de segar te é vinda, porque já a seara da terra está madura.
16 E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi segada.
17 E saiu do templo, que está no céu, outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda.
18 E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda, dizendo: Lança a tua foice aguda, e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras.
19 E o anjo lançou a sua foice à terra e vindimou as uvas da vinha da terra, e atirou-as no grande lagar da ira de Deus.
20 E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios.
Apocalipse 14:6, 7
6 E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo,
7 Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.
Declara-se que esta mensagem é parte integrante do “evangelho eterno.” A obra de pregar o evangelho não foi cometida aos anjos, mas confiada aos homens. Santos anjos têm sido empregados na direção desta obra; têm eles a seu cargo os grandes movimentos para a salvação dos homens; mas a proclamação do evangelho propriamente dita é efetuada pelos servos de Cristo sobre a Terra. GC 312.1
Homens fiéis, que eram obedientes aos impulsos do Espírito de Deus e aos ensinos de Sua Palavra, deveriam proclamar esta advertência ao mundo. Eram eles os que haviam atendido à mui firme “palavra dos profetas”, à “luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça.” 2 Pedro 1:19. Tinham estado a buscar o conhecimento de Deus, mais do que a todos os tesouros escondidos, considerando-o “melhor do que a mercadoria de prata, e a sua renda do que o ouro mais fino.” Provérbios 3:14. E Deus lhes revelou as grandes coisas do reino. “O segredo do Senhor é para os que O temem; e Ele lhes fará saber o Seu concerto.” Salmos 25:14. GC 312.2
2 Pedro 1:19
19 E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.
Provérbios 3:14
14 Porque é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu lucro que o ouro mais fino.
Salmos 25:14
14 O segredo do Senhor é com aqueles que o temem; e ele lhes mostrará a sua aliança.
Não foram os ilustrados teólogos que tiveram compreensão desta verdade e se empenharam em proclamá-la. Houvessem eles sido vigias fiéis, pesquisando as Escrituras com diligência e oração, e teriam conhecido o tempo da noite; as profecias ter-lhes-iam patenteado os acontecimentos prestes a ocorrer. Eles, porém, não assumiram tal atitude, e a mensagem foi confiada a homens mais humildes. Disse Jesus: “Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem.” João 12:35. Os que se desviam da luz que Deus lhes deu, ou negligenciam buscá-la quando está a seu alcance, são deixados em trevas. Declara, porém, o Salvador: “Aquele que Me segue, não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” João 8:12. Quem quer que esteja, com singeleza de propósito, procurando fazer a vontade de Deus, atendendo fervorosamente à luz já dada, receberá maior luz; será enviada àquela alma alguma estrela de fulgor celestial para guiá-la em toda a verdade. GC 312.3
João 12:35
35 Disse-lhes, pois, Jesus: A luz ainda está convosco por um pouco de tempo. Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai.
João 8:12
12 Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.
No tempo do primeiro advento de Cristo, os sacerdotes e escribas da santa cidade, a quem foram confiados os oráculos de Deus, poderiam ter discernido os sinais dos tempos e proclamado a vinda do Prometido. A profecia de Miquéias designou o lugar de Seu nascimento (Miquéias 5:2); Daniel especificou o tempo em que viria. Daniel 9:25. Deus confiou estas profecias aos dirigentes judeus; estariam sem desculpas se não soubessem nem declarassem ao povo que a vinda do Messias estava às portas. Sua ignorância era o resultado da pecaminosa negligência. Os judeus estavam edificando túmulos aos profetas assassinados, enquanto pela deferência com que tratavam os grandes homens da Terra prestavam homenagem aos servos de Satanás. Absortos em suas ambiciosas lutas para conseguir posição e poderio entre os homens, perderam de vista as honras divinas que lhes eram oferecidas pelo Rei do Céu. GC 313.1
Miquéias 5:2
2 E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.
Daniel 9:25
25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
Com profundo e reverente interesse deveriam encontrar-se a estudar o lugar, o tempo, as circunstâncias do grande acontecimento na história universal — a vinda do Filho de Deus para cumprir a redenção do homem. Todo o povo deveria ter estado a vigiar e esperar para que pudessem achar-se entre os primeiros a dar as boas-vindas ao Redentor do mundo. Mas ai! em Belém, dois fatigados viajantes, procedentes das colinas de Nazaré, percorrem em toda a extensão a estreita rua até à extremidade oriental da cidade, procurando em vão um lugar de repouso e abrigo para a noite. Porta alguma se achava aberta para os receber. Sob miserável telheiro preparado para o gado, encontram finalmente refúgio, e ali nasce o Salvador do mundo. GC 313.2
Anjos celestiais tinham visto a glória de que o Filho de Deus participava com o Pai antes que o mundo existisse, e com profundo interesse haviam aguardado o Seu aparecimento na Terra, como uma ocorrência repleta das maiores alegrias para todo o povo. Foram designados anjos para levar as alegres novas aos que estavam preparados para recebê-las, e que alegremente as tornariam conhecidas aos habitantes da Terra. Cristo Se abatera para tomar sobre Si a natureza do homem; deveria Ele suportar um peso infinito de misérias ao fazer de Sua alma oferta pelo pecado; todavia, desejavam os anjos que mesmo em Sua humilhação o Filho do Altíssimo pudesse aparecer diante dos homens com uma dignidade e glória condizentes com Seu caráter. Congregar-se-iam os grandes homens da Terra na capital de Israel para saudar a Sua vinda? Apresentá-Lo-iam legiões de anjos à multidão expectante? GC 313.3
Um anjo visita a Terra a fim de ver quais os que se acham preparados para receber a Jesus. Não pode, porém, distinguir sinal algum de expectação. Não ouve voz alguma de louvor e triunfo, anunciando que o tempo da vinda do Messias está às portas. O anjo paira por algum tempo sobre a cidade escolhida e o templo onde a presença divina tinha sido manifestada durante séculos; mas, mesmo ali, há idêntica indiferença. Os sacerdotes, em sua pompa e orgulho, estão oferecendo profanos sacrifícios no templo. Os fariseus estão em altas vozes discursando ao povo, ou fazendo jactanciosas orações nas esquinas das ruas. Nos palácios dos reis, nas assembléias dos filósofos, nas escolas dos rabis, todos, de igual maneira, se acham inconscientes do maravilhoso fato que encheu todo o Céu de alegria e louvor — o fato de que o Redentor dos homens está prestes a aparecer na Terra. GC 314.1
Evidência alguma há de que Cristo seja esperado, e nenhuns preparativos para o Príncipe da Vida. Com espanto está o mensageiro celestial prestes a voltar para o Céu com a desonrosa notícia, quando descobre alguns pastores que, à noite, vigiam seus rebanhos e, mirando o céu bordado de estrelas, meditam na profecia do Messias a vir à Terra, anelando o advento do Redentor do mundo. Ali se encontra um grupo que está preparado para receber a mensagem celestial. E subitamente o anjo do Senhor aparece anunciando as boas novas de grande alegria. A glória celestial inunda a planície toda; aparece uma incontável multidão de anjos e, como se fora demasiado grande a alegria para um só mensageiro trazê-la do Céu, uma multidão de vozes irrompe em louvores que todas as nações dos salvos um dia entoarão: “Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os homens.” Lucas 2:14. GC 314.2
Lucas 2:14
14 Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.
Oh! que lição encerra a maravilhosa história de Belém! Quanto ela reprova a nossa incredulidade, nosso orgulho e amor-próprio! Quanto nos adverte a nos precavermos para que não aconteça que pela nossa criminosa indiferença deixemos também de discernir os sinais dos tempos e, portanto, não conheçamos o dia de nossa visitação! GC 315.1
Não foi somente nas colinas da Judéia, nem apenas entre os humildes pastores, que os anjos encontraram os que se achavam vigilantes pela vinda do Messias. Na terra dos gentios havia também os que por Ele esperavam; eram homens sábios, ricos e nobres filósofos do Oriente. Estudiosos da Natureza, haviam os magos visto a Deus em Sua obra. Pelas Escrituras hebraicas tinham aprendido acerca da Estrela que deveria surgir de Jacó, e com ardente desejo esperavam a vinda dAquele que seria não somente a “Consolação de Israel”, mas uma “luz para alumiar as nações”, e “salvação até os confins da Terra.” Lucas 2:25, 32; Atos 13:47. Buscavam a luz, e luz procedente do trono de Deus iluminou-lhes o caminho para os pés. Enquanto os sacerdotes e rabis de Jerusalém, os pretensos depositários e expositores da verdade, se encontravam envoltos em trevas, a estrela enviada pelo Céu guiou os estrangeiros gentios ao lugar do nascimento do recém-nascido Rei. GC 315.2
Lucas 2:25, 32
25 Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.
32 Luz para iluminar as nações, E para glória de teu povo Israel.
Atos 13:47
47 Porque o Senhor assim no-lo mandou:eu te pus para luz dos gentios,a fim de que sejas para salvação até os confins da terra.
É para os que O esperam que Cristo deve aparecer a segunda vez, sem pecado, para a salvação. Hebreus 9:28. Semelhantemente às novas do nascimento do Salvador, a mensagem do segundo advento não foi confiada aos dirigentes religiosos do povo. Eles não haviam preservado sua união com Deus, recusando a luz do Céu; não eram, portanto, do número descrito pelo apóstolo Paulo: “Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas.” 1 Tessalonicenses 5:4, 5. GC 315.3
Hebreus 9:28
28 Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.
1 Tessalonicenses 5:4, 5
4 Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão;
5 Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas.
Os vigias sobre os muros de Sião deveriam ter sido os primeiros a aprender as novas do advento do Salvador, os primeiros a alçar a voz para proclamar achar-Se Ele perto, os primeiros a advertir o povo a fim de que se preparasse para a Sua vinda. Entregavam-se, porém, ao comodismo, sonhando em paz e segurança, enquanto o povo dormia em seus pecados. Jesus viu a Sua igreja, semelhando a figueira estéril, coberta de pretensiosas folhas e no entanto destituída do precioso fruto. Notava-se alardeada observância das formas da religião, enquanto faltava o espírito da verdadeira humildade, arrependimento e fé — o que unicamente poderia tornar aceitável o culto a Deus. Em vez das graças do Espírito, havia manifesto orgulho, formalismo, vanglória, egoísmo, opressão. Uma igreja apóstata fechava os olhos aos sinais dos tempos. Deus não a abandonou, nem permitiu que Sua fidelidade lhe faltasse; dEle, porém, afastara-se, e separara-se de Seu amor. Recusando-se ela a satisfazer às condições, Suas promessas não foram para com ela cumpridas. GC 315.4
Esse é o resultado certo de não apreciar nem aproveitar a luz e privilégios que Deus confere. A menos que a igreja siga o caminho que lhe abre a Providência, aceitando todo raio de luz, cumprindo todo dever que lhe seja revelado, a religião fatalmente degenerará em formalismo, e desaparecerá o espírito da piedade vital. Esta verdade tem sido repetidas vezes ilustrada na história da igreja. Deus requer de Seu povo obras de fé e obediência correspondentes às bênçãos e privilégios conferidos. A obediência exige sacrifício e implica uma cruz; e este é o motivo por que tantos dentre os professos seguidores de Cristo se recusam a receber a luz do Céu e, como aconteceu com os judeus de outrora, não conhecem o tempo de Sua visitação. Lucas 19:44. Por causa de seu orgulho e incredulidade, o Senhor os passa por alto, e revela Sua verdade aos que, à semelhança dos pastores de Belém e dos magos do Oriente, têm prestado atenção a toda a luz que receberam. GC 316.1
Lucas 19:44
44 E te derrubarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação.