Zaqueu


Dia 206 - Wednesday, 24 de July de 2024
Marcar como lido
17 min

Lucas 19:1-10

Ouça o áudio do capítulo:

1 E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando.

2 E eis que havia ali um homem chamado Zaqueu; e era este um chefe dos publicanos, e era rico.

3 E procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura.

4 E, correndo adiante, subiu a uma figueira brava para o ver; porque havia de passar por ali.

5 E quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa.

6 E, apressando-se, desceu, e recebeu-o alegremente.

7 E, vendo todos isto, murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de um homem pecador.

8 E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado.

9 E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão.

10 Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.

Lucas 20

Ouça o áudio do capítulo:

1 E aconteceu num daqueles dias que, estando ele ensinando o povo no templo, e anunciando o evangelho, sobrevieram os principais dos sacerdotes e os escribas com os anciãos,

2 E falaram-lhe, dizendo: Dize-nos, com que autoridade fazes estas coisas? Ou, quem é que te deu esta autoridade?

3 E, respondendo ele, disse-lhes: Também eu vos farei uma pergunta: Dizei-me pois:

4 O batismo de João era do céu ou dos homens?

5 E eles arrazoavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que o não crestes?

6 E se dissermos: Dos homens; todo o povo nos apedrejará, pois têm por certo que João era profeta.

7 E responderam que não sabiam de onde era.

8 E Jesus lhes disse: Tampouco vos direi com que autoridade faço isto.

9 E começou a dizer ao povo esta parábola: Certo homem plantou uma vinha, e arrendou-a a uns lavradores, e partiu para fora da terra por muito tempo;

10 E no tempo próprio mandou um servo aos lavradores, para que lhe dessem dos frutos da vinha; mas os lavradores, espancando-o, mandaram-no vazio.

11 E tornou ainda a mandar outro servo; mas eles, espancando também a este, e afrontando-o, mandaram-no vazio.

12 E tornou ainda a mandar um terceiro; mas eles, ferindo também a este, o expulsaram.

13 E disse o senhor da vinha: Que farei? Mandarei o meu filho amado; talvez que, vendo, o respeitem.

14 Mas, vendo-o os lavradores, arrazoaram entre si, dizendo: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, para que a herança seja nossa.

15 E, lançando-o fora da vinha, o mataram. Que lhes fará, pois, o senhor da vinha?

16 Irá, e destruirá estes lavradores, e dará a outros a vinha. E, ouvindo eles isto, disseram: Não seja assim!

17 Mas ele, olhando para eles, disse: Que é isto, pois, que está escrito? A pedra, que os edificadores reprovaram, Essa foi feita cabeça da esquina.

18 Qualquer que cair sobre aquela pedra ficará em pedaços, e aquele sobre quem ela cair será feito em pó.

19 E os principais dos sacerdotes e os escribas procuravam lançar mão dele naquela mesma hora; mas temeram o povo; porque entenderam que contra eles dissera esta parábola.

20 E, observando-o, mandaram espias, que se fingissem justos, para o apanharem nalguma palavra, e o entregarem à jurisdição e poder do presidente.

21 E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, nós sabemos que falas e ensinas bem e retamente, e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas com verdade o caminho de Deus.

22 É-nos lícito dar tributo a César ou não?

23 E, entendendo ele a sua astúcia, disse-lhes: Por que me tentais?

24 Mostrai-me uma moeda. De quem tem a imagem e a inscrição? E, respondendo eles, disseram: De César.

25 Disse-lhes então: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.

26 E não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e, maravilhados da sua resposta, calaram-se.

27 E, chegando-se alguns dos saduceus, que dizem não haver ressurreição, perguntaram-lhe,

28 Dizendo: Mestre, Moisés nos deixou escrito que, se o irmão de algum falecer, tendo mulher, e não deixar filhos, o irmão dele tome a mulher, e suscite posteridade a seu irmão.

29 Houve, pois, sete irmãos, e o primeiro tomou mulher, e morreu sem filhos;

30 E tomou-a o segundo por mulher, e ele morreu sem filhos.

31 E tomou-a o terceiro, e igualmente também os sete; e morreram, e nào deixaram filhos.

32 E por último, depois de todos, morreu também a mulher.

33 Portanto, na ressurreição, de qual deles será a mulher, pois que os sete por mulher a tiveram?

34 E, respondendo Jesus, disse-lhes: Os filhos deste mundo casam-se, e dão-se em casamento;

35 Mas os que forem havidos por dignos de alcançar o mundo vindouro, e a ressurreição dentre os mortos, nem hão de casar, nem ser dados em casamento;

36 Porque já não podem mais morrer; pois são iguais aos anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição.

37 E que os mortos hão de ressuscitar também o mostrou Moisés junto da sarça, quando chama ao Senhor Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de Jacó.

38 Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; porque para ele vivem todos.

39 E, respondendo alguns dos escribas, disseram: Mestre, disseste bem.

40 E não ousavam perguntar-lhe mais coisa alguma.

41 E ele lhes disse: Como dizem que o Cristo é filho de Davi?

42 Visto como o mesmo Davi diz no livro dos Salmos: Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita,

43 Até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés.

44 Se Davi lhe chama Senhor, como é ele seu filho?

45 E, ouvindo-o todo o povo, disse Jesus aos seus discípulos:

46 Guardai-vos dos escribas, que querem andar com vestes compridas; e amam as saudações nas praças, e as principais cadeiras nas sinagogas, e os primeiros lugares nos banquetes;

47 Que devoram as casas das viúvas, fazendo, por pretexto, largas orações. Estes receberão maior condenação.

Lucas 21

Ouça o áudio do capítulo:

1 E, olhando ele, viu os ricos lançarem as suas ofertas na arca do tesouro;

2 E viu também uma pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas;

3 E disse: Em verdade vos digo que lançou mais do que todos, esta pobre viúva;

4 Porque todos aqueles deitaram para as ofertas de Deus do que lhes sobeja; mas esta, da sua pobreza, deitou todo o sustento que tinha.

5 E, dizendo alguns a respeito do templo, que estava ornado de formosas pedras e dádivas, disse:

6 Quanto a estas coisas que vedes, dias virão em que não se deixará pedra sobre pedra, que não seja derrubada.

7 E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, quando serão, pois, estas coisas? E que sinal haverá quando isto estiver para acontecer?

8 Disse então ele: Vede não vos enganem, porque virão muitos em meu nome, dizendo: Sou eu, e o tempo está próximo. Não vades, portanto, após eles.

9 E, quando ouvirdes de guerras e sedições, não vos assusteis. Porque é necessário que isto aconteça primeiro, mas o fim não será logo.

10 Então lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino;

11 E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu.

12 Mas antes de todas estas coisas lançarão mão de vós, e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e às prisões, e conduzindo-vos à presença de reis e presidentes, por amor do meu nome.

13 E vos acontecerá isto para testemunho.

14 Proponde, pois, em vossos corações não premeditar como haveis de responder;

15 Porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir nem contradizer todos quantos se vos opuserem.

16 E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós.

17 E de todos sereis odiados por causa do meu nome.

18 Mas não perecerá um único cabelo da vossa cabeça.

19 Na vossa paciência possuí as vossas almas.

20 Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação.

21 Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; os que estiverem no meio da cidade, saiam; e os que nos campos não entrem nela.

22 Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas.

23 Mas ai das grávidas, e das que criarem naqueles dias! porque haverá grande aperto na terra, e ira sobre este povo.

24 E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.

25 E haverá sinais no sol e na lua e nas estrelas; e na terra angústia das nações, em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas.

26 Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto as virtudes do céu serão abaladas.

27 E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória.

28 Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima.

29 E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores;

30 Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão.

31 Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto.

32 Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça.

33 Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar.

34 E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia.

35 Porque virá como um laço sobre todos os que habitam na face de toda a terra.

36 Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem.

37 E de dia ensinava no templo, e à noite, saindo, ficava no monte chamado das Oliveiras.

38 E todo o povo ia ter com ele ao templo, de manhã cedo, para o ouvir.

O Desejado de Todas as Nações

Zaqueu

Ouça o áudio do capítulo:

Este capítulo é baseado em Lucas 19:1-10.

De caminho para Jerusalém, “tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando”. Lucas 19:1. A poucos quilômetros do Jordão, da banda ocidental do vale que se estendia daí numa planície, descansava a cidade em meio de verdura tropical e luxuriante beleza. Com as palmeiras e preciosos jardins regados por fontes naturais, brilhava qual esmeralda no engaste das calcárias colinas e desolados barrancos que se interpunham entre Jerusalém e a cidade da planície. DTN 386.1

Muitas caravanas, de caminho para a festa, passavam por Jericó. Sua chegada era sempre um momento de alegria. Agora, porém, mais profundo interesse agitava o povo. Sabia-se achar-Se entre a multidão o Rabi galileu que, não havia muito, ressuscitara Lázaro; e conquanto abundassem os murmúrios quanto às conspirações dos sacerdotes, estavam as multidões ansiosas de Lhe render homenagens. DTN 386.2

Jericó era uma das cidades outrora separadas para os sacerdotes, e por essa época grande número deles tinha aí sua residência. Mas a cidade possuía também uma população de caráter inteiramente diverso. Era um grande centro de comércio, e os oficiais romanos e os soldados, com estrangeiros de todos os pontos, aí se achavam, ao passo que a coletoria da alfândega a tornava morada de muitos publicanos. DTN 386.3

“Chefe dos publicanos”, Zaqueu era israelita, e detestado de seus patrícios. Sua posição e fortuna eram o prêmio de uma carreira que aborreciam, e considerada sinônimo de injustiça e extorsão. Todavia, o rico funcionário da alfândega não era de todo endurecido homem do mundo que parecia. Sob a aparência de mundanidade e orgulho, achava-se um coração susceptível às influências divinas. Zaqueu ouvira falar de Jesus. Espalhara-se por toda parte a fama dAquele que Se conduzira bondosa e cortesmente para com as classes proscritas. Despertou-se nesse chefe de publicanos o anelo de uma vida melhor. A poucos quilômetros apenas de Jericó, pregara João Batista no Jordão, e Zaqueu ouvira falar do chamado ao arrependimento. A instrução aos publicanos: “Não peçais mais do que o que vos está ordenado” (Lucas 3:13), conquanto aparentemente desatendida, impressionara-lhe o espírito. Conhecia as Escrituras, e estava convencido de que era injusto seu proceder. Agora, ouvindo as palavras que diziam provir do grande Mestre, sentiu-se pecador aos olhos de Deus. Todavia, o que ouvira dizer de Jesus acendeu-lhe a esperança no coração. Arrependimento e reforma da vida eram possíveis mesmo para ele; não fora acaso publicano um dos mais dignos discípulos do Mestre? Zaqueu começou imediatamente a obedecer à convicção que dele tomara posse, e a fazer restituição àqueles a quem prejudicara. DTN 386.4

Começara já a volver atrás, quando soaram em Jericó as novas de que Jesus vinha entrando na cidade. Zaqueu decidiu vê-Lo. Principiava a compreender quão amargos são os frutos do pecado, e quão difícil é a senda daquele que busca voltar de uma carreira de erros. Ser mal compreendido, enfrentar a suspeita e a desconfiança no esforço de corrigir seus erros, dura coisa era de sofrer. O chefe de publicanos anelava contemplar o rosto dAquele cujas palavras lhe infundiram esperança ao coração. DTN 387.1

Estavam apinhadas as ruas e Zaqueu, que era de pequena estatura, nada podia ver por sobre as cabeças do povo. Ninguém lhe queria abrir caminho; assim, correndo um pouco adiante da multidão, chegou a uma copada figueira à beira da estrada, e o rico cobrador de impostos subiu, sentando-se entre os galhos, de modo a poder ver o cortejo ao passar embaixo. A multidão aproxima-se, vai passando, e Zaqueu investiga com ansioso olhar, em busca da figura que almejava ver. DTN 387.2

Por sobre o clamor dos sacerdotes e rabis e as aclamações da turba, chegou ao coração de Jesus a expressão do mudo desejo daquele chefe de publicanos. De súbito, mesmo embaixo da figueira, um grupo estaca, os de diante e os de trás detêm-se e Alguém cujo olhar parecia ler a alma, ergue os olhos para a figueira. Quase duvidando dos próprios sentidos, o homem que ali estava na árvore ouve as palavras: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje Me convém pousar em tua casa”. Lucas 19:5. DTN 387.3

A multidão abre alas, e Zaqueu, caminhando como quem sonha, serve de guia para sua residência. Mas os rabinos contemplam isto de semblante carregado, murmurando descontentes e zombeteiros, “que entrara para ser hóspede de um homem pecador”. Lucas 19:7. DTN 387.4

Zaqueu ficou abismado, num deslumbramento, e silencioso em face do amor e da condescendência de Cristo em rebaixar-Se até ele, tão indigno. Então o amor e a lealdade para com o Mestre que acabava de achar, lhe descerraram os lábios. Resolveu fazer pública sua confissão e arrependimento. DTN 387.5

Em presença da multidão, “levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado”. Lucas 19:8. “E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão”. Lucas 19:9. DTN 387.6

Quando o jovem rico se retirara de Jesus, maravilharam-se os discípulos de ouvir o Mestre dizer: “Quão difícil é, para os que confiam nas riquezas, entrar no reino de Deus!” Exclamaram uns para os outros: “Quem poderá pois salvar-se?” Marcos 10:24, 26. Agora, tinham uma demonstração das palavras de Cristo: “As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus”. Lucas 18:27. Viram como, por meio da graça divina, um rico podia entrar no reino. DTN 387.7

Antes de Zaqueu ter contemplado o rosto de Cristo, começara a fazer aquilo que tornava manifesto ter ele arrependimento sincero. Antes de ser acusado pelos homens, confessara seu pecado. Submetera-se à convicção do Espírito Santo e começara a cumprir o ensino das palavras escritas para o antigo Israel, bem como para nós mesmos. Dissera o Senhor havia muito: “Quando teu irmão empobrecer, e as suas forças decaírem, então sustentá-lo-ás, como estrangeiro e peregrino, para que viva contigo. Não tomarás dele usura, nem ganho; mas do teu Deus terás temor, para que teu irmão viva contigo. Não lhe darás teu dinheiro com usura, nem lhe darás o teu manjar por interesse.” “Ninguém pois oprima ao seu próximo; mas terás temor do teu Deus”. Levítico 25:35-37, 17. Estas palavras foram proferidas pelo próprio Cristo quando envolto na coluna de nuvem, e a primeira resposta de Zaqueu ao amor de Cristo era manifestar compaixão para com o pobre e o sofredor. DTN 388.1

Havia entre os publicanos um convênio, de modo que podiam oprimir o povo e apoiar-se uns aos outros em suas práticas fraudulentas. Em sua extorsão, praticavam o que se tornara costume quase geral. Os próprios sacerdotes e rabinos que os desprezavam, eram culpados de se enriquecer por meios desonestos, sob o manto de seu sagrado ofício. Mas tão depressa se submeteu o publicano à influência do Espírito Santo, lançou de sua vida todo proceder contrário à integridade. DTN 388.2

Não é genuíno nenhum arrependimento que não opere a reforma. A justiça de Cristo não é uma capa para encobrir pecados não confessados e não abandonados; é um princípio de vida que transforma o caráter e rege a conduta. Santidade é integridade para com Deus; é a inteira entrega da alma e da vida para habitação dos princípios do Céu. DTN 388.3

O cristão deve representar perante o mundo, nos negócios de sua vida, a maneira por que o Senhor Se conduzira em empreendimentos desse gênero. Em toda transação deve ele patentear que Deus é seu mestre. “Santidade ao Senhor” deve-se achar escrito nos diários e razões, nas escrituras, recibos e letras de câmbio. Os que professam ser seguidores de Cristo, e são injustos nos tratos, estão dando falso testemunho do caráter de um Deus santo, justo e misericordioso. Toda pessoa convertida, como Zaqueu, marca a entrada de Cristo no coração pelo abandono das práticas injustas que lhe assinalaram a vida. Como o chefe dos publicanos, dará provas de sua sinceridade fazendo restituição. O Senhor diz: “Restituindo esse ímpio o penhor, pagando o furtado, andando nos estatutos da vida, e não praticando iniqüidade, [...] de todos os seus pecados com que pecou não se fará memória contra ele: [...] certamente viverá”. Ezequiel 33:15, 16. DTN 388.4

Se prejudicamos outros por qualquer injusta transação, se nos aproveitamos de alguém num negócio, ou defraudamos qualquer pessoa, ainda que sob a proteção da lei, devemos confessar nossa injustiça e fazer restituição tanto quanto esteja ao nosso alcance. Cumpre-nos restituir, não somente o que tiramos, mas tudo quanto se teria acumulado, se posto em justo e sábio emprego durante o tempo que se achou em nosso poder. DTN 389.1

A Zaqueu, disse o Salvador: “Hoje veio a salvação a esta casa”. Lucas 19:9. Não somente foi o próprio Zaqueu abençoado, mas toda a casa com ele. Jesus foi ao seu lar, para dar-lhe lições sobre a verdade e instruir sua família nas coisas do reino. Tinham estado excluídos das sinagogas pelo desprezo dos rabis e adoradores; mas agora, como os mais favorecidos dentre as famílias de Jericó, reuniram-se em seu próprio lar, em torno do divino Mestre, e ouviram por si mesmos as palavras da vida. DTN 389.2

É quando se recebe Cristo como Salvador pessoal, que sobrevém salvação à alma. Zaqueu recebera a Jesus não somente como a um hóspede de passagem em sua casa, mas como Alguém que vinha habitar no templo da alma. Os escribas e fariseus o acusavam de pecador, murmuraram contra Cristo por Se hospedar sob seu teto, mas o Senhor o reconheceu como filho de Abraão. Pois “os que são da fé são filhos de Abraão”. Gálatas 3:7. DTN 389.3

0% played
00:00