Salvação Para os Judeus


Dia 297 - Wednesday, 23 de October de 2024
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24 min

Romanos 6

Ouça o áudio do capítulo:

1 Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde?

2 De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?

3 Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?

4 De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.

5 Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição;

6 Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.

7 Porque aquele que está morto está justificado do pecado.

8 Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos;

9 Sabendo que, tendo sido Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não mais tem domínio sobre ele.

10 Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.

11 Assim também vós considerai-vos certamente mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.

12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências;

13 Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.

14 Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.

15 Pois que? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum.

16 Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?

17 Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues.

18 E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.

19 Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade para maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação.

20 Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.

21 E que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.

22 Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.

23 Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.

Romanos 7

Ouça o áudio do capítulo:

1 Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?

2 Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido.

3 De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido.

4 Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.

5 Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte.

6 Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.

7 Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.

8 Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim toda a concupiscência; porquanto sem a lei estava morto o pecado.

9 E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri.

10 E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte.

11 Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou.

12 E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.

13 Logo tornou-se-me o bom em morte? De modo nenhum; mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem; a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno.

14 Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.

15 Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço.

16 E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.

17 De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.

18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.

19 Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.

20 Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.

21 Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.

22 Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus;

23 Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.

24 Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?

25 Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.

Romanos 8

Ouça o áudio do capítulo:

1 Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.

2 Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.

3 Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne;

4 Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.

5 Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito.

6 Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.

7 Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.

8 Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.

9 Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.

10 E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça.

11 E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.

12 De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne.

13 Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.

14 Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus.

15 Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.

16 O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.

17 E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.

18 Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.

19 Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus.

20 Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou,

21 Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.

22 Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.

23 E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.

24 Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará?

25 Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos.

26 E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.

27 E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos.

28 E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

29 Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.

30 E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.

31 Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?

32 Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?

33 Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.

34 Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.

35 Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?

36 Como está escrito:Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia;Somos reputados como ovelhas para o matadouro.

37 Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.

38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,

39 Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.

Atos dos Apóstolos

Salvação Para os Judeus

Ouça o áudio do capítulo:

Este capítulo é baseado na Epístola aos Romanos.

Após muitos inevitáveis atrasos, Paulo chegou afinal a Corinto, cenário de tantos trabalhos ansiosos no passado, e por algum tempo objeto de profunda solicitude. Verificou que muitos dos primitivos crentes ainda se referiam a ele com afeição, como aquele que primeiro lhes levara a luz do evangelho. Como saudasse esses discípulos e visse as evidências de sua fidelidade e zelo, rejubilava-se por sua obra em Corinto não haver sido em vão. AA 207.1

Os crentes de Corinto, antes tão propensos a perder de vista seu alto chamado em Cristo, tinham desenvolvido a força do caráter cristão. Suas palavras e atos revelavam o poder transformador da graça de Deus, e eram eles agora uma potente força para o bem nesse centro de paganismo e superstição. Na sociedade de seus amados companheiros e desses fiéis conversos, o espírito cansado e abatido do apóstolo encontrou repouso. AA 207.2

Durante sua permanência em Corinto, Paulo achou tempo para projetar novos e mais vastos campos de trabalho. Sua projetada viagem a Roma ocupava especialmente seus pensamentos. Ver a fé cristã firmemente estabelecida no grande centro do mundo conhecido, era uma de suas mais caras esperanças e acalentados planos. Uma igreja já havia sido estabelecida em Roma, e o apóstolo desejava conseguir a cooperação dos crentes dali na obra a ser promovida na Itália e em outros países. A fim de preparar o caminho para os seus trabalhos entre esses irmãos, muitos dos quais lhe eram até então estranhos, enviou-lhes uma carta, anunciando seu intento de visitar Roma e sua esperança de plantar o estandarte da cruz na Espanha. AA 207.3

Em sua epístola aos romanos, Paulo expôs os grandes princípios do evangelho. Ele afirmava a sua posição nas questões que estavam agitando as igrejas judaicas e gentílicas, e mostrava que as esperanças e promessas que haviam pertencido antes aos judeus eram, agora, oferecidas também aos gentios. AA 207.4

Com grande clareza e poder, o apóstolo apresentava a doutrina da justificação pela fé em Cristo. Ele esperava que outras igrejas também pudessem ser ajudadas pela instrução enviada aos cristãos de Roma; mas quão pouco podia ele prever o vasto alcance da influência de suas palavras! Através dos séculos, a grande verdade da justificação pela fé tem permanecido como poderoso farol a guiar os pecadores arrependidos ao caminho da vida. Foi essa luz que dissipou as trevas que envolviam a mente de Lutero e revelou-lhe o poder do sangue de Cristo para purificar do pecado. A mesma luz tem guiado à verdadeira fonte de perdão e de paz, milhares de seres sobrecarregados de pecado. Cada cristão tem motivos para agradecer a Deus pela epístola aos romanos. AA 207.5

Nesta carta, Paulo deu livre expressão a suas preocupações em favor dos judeus. Desde sua conversão suspirava por ajudar seus irmãos a alcançar uma clara compreensão da mensagem do evangelho. “O bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel”, declarou, “é para sua salvação”. Romanos 10:1. AA 208.1

Não era um desejo comum que o apóstolo sentia. Constantemente, estava pedindo a Deus para operar em favor dos israelitas que haviam deixado de reconhecer a Jesus de Nazaré como o Messias prometido. “Em Cristo digo a verdade, não minto”, afirmou ele aos crentes de Roma, “dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo, que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração. Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; que são israelitas dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos Deus bendito eternamente”. Romanos 9:1-5. AA 208.2

Os judeus foram o povo escolhido de Deus, por cujo intermédio Ele Se propusera abençoar toda a humanidade. Dentre eles, Deus havia levantado muitos profetas. Estes haviam predito o advento de um Redentor que devia ser rejeitado e morto pelos que deveriam ter sido os primeiros a reconhecê-Lo como o Prometido. AA 208.3

O profeta Isaías, devassando os séculos e testemunhando a rejeição de profeta após profeta e finalmente do Filho de Deus, foi inspirado a escrever com respeito à aceitação do Redentor por parte daqueles que nunca haviam sido antes contados entre os filhos de Israel. Referindo-se a essa profecia, Paulo declara: “Isaías ousadamente diz: Fui achado pelos que Me não buscavam, fui manifestado aos que por Mim não perguntavam. Mas contra Israel diz: Todo o dia estendi as Minhas mãos a um povo rebelde e contradizente”. Romanos 9:1-5. AA 208.4

Muito embora houvesse Israel rejeitado Seu Filho, Deus não os rejeitou. Note como Paulo continua a argumentar: “Digo pois: Porventura rejeitou Deus o Seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o Seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo: Senhor, mataram os Teus profetas, e derribaram os Teus altares; e só eu fiquei, e buscam a minha alma? Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para Mim sete mil varões, que não dobraram os joelhos diante de Baal. Assim pois também agora neste tempo ficou um resto, segundo a eleição da graça”. Romanos 11:1-5. AA 208.5

Israel tinha tropeçado e caído, mas isso não tornara impossível para eles se levantarem outra vez. Em resposta à pergunta: “Porventura tropeçaram, para que caíssem?” o apóstolo responde: “De modo nenhum, mas pela sua queda veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação. E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude! Porque convosco falo, gentios, que, enquanto for apóstolo dos gentios, glorificarei o meu ministério; para ver se de alguma maneira posso incitar à emulação os da minha carne e salvar alguns deles. Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos?” Romanos 11:11-15. AA 209.1

Era propósito de Deus que Sua graça fosse revelada entre os gentios bem como entre os israelitas. Isso havia sido claramente esboçado nas profecias do Antigo Testamento. O apóstolo usa algumas dessas profecias em seu argumento. Ele interroga: “Não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? E que direis se Deus, querendo mostrar a Sua ira e dar a conhecer o Seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para perdição, para que também desse a conhecer as riquezas da Sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já antes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? Como também diz em Oséias: Chamarei Meu povo ao que não era Meu povo; e amada, à que não era amada. E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois Meu povo, aí serão chamados filhos do Deus vivo”. Romanos 9:21-26. AA 209.2

Não obstante haver Israel falhado como nação, havia entre eles um considerável remanescente em condições de ser salvo. Ao tempo do advento do Salvador, houve homens e mulheres fiéis que receberam com alegria a mensagem de João Batista, e foram assim levados a estudar de novo as profecias referentes ao Messias. Quando a igreja cristã primitiva foi fundada, foi ela composta desses fiéis judeus que reconheceram Jesus de Nazaré como Aquele cujo advento haviam almejado. É a esse remanescente que Paulo se referiu quando escreveu: “E, se as primícias são santas, também a massa o é; se a raiz é santa, também os ramos o são”. Romanos 11:16. AA 209.3

Paulo relaciona o remanescente de Israel a uma boa oliveira de que alguns galhos foram quebrados. E compara os gentios aos ramos de uma oliveira silvestre, enxertados no tronco da oliveira-mãe. “E se alguns dos ramos foram quebrados,” escreve ele aos crentes gentios, “e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. Dirás, pois: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. Está bem! Pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé; então, não te ensoberbeças, mas teme. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que te não poupe a ti também. Considera, pois a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a benignidade de Deus, se permaneceres na Sua benignidade; de outra maneira, também tu serás cortado”. Romanos 11:17-22. AA 209.4

Devido à incredulidade e à rejeição do propósito do Céu para eles, Israel como nação perdera sua ligação com Deus. Mas os ramos que haviam sido cortados do tronco, Deus podia ligar ao verdadeiro tronco de Israel — o remanescente que havia permanecido fiel ao Deus de seus pais. “E também eles”, declara o apóstolo, falando dos ramos cortados, “se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar” “Se tu”, escreve aos gentios, “foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira! Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. AA 210.1

“E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades. E este será o Meu concerto com eles, quando Eu tirar os seus pecados. Assim que, quanto ao evangelho, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais. Porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento. Porque assim como vós também antigamente fostes desobedientes a Deus, mas, agora, alcançastes misericórdia pela desobediência deles, assim também estes, agora, foram desobedientes, para também alcançarem misericórdia pela misericórdia a vós demonstrada. Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia. AA 210.2

“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os Seus juízos, e quão inescrutáveis os Seus caminhos! Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi Seu conselheiro? Ou quem Lhe deu primeiro a Ele, para que lhe seja recompensado? Porque dEle, e por Ele e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente”. Romanos 11:23-36. AA 210.3

Assim mostra Paulo que Deus tem poder de sobra para transformar o coração tanto de judeus como de gentios, e de conceder a cada crente em Cristo as bênçãos prometidas a Israel. Ele repete a declaração de Isaías concernente ao povo de Deus: “Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. Porque o Senhor executará a Sua palavra sobre a Terra, completando-a e abreviando-a. E como antes disse Isaías: Se o Senhor dos exércitos não nos deixara descendência, teríamos sido feitos como Sodoma, e seríamos semelhantes a Gomorra”. Romanos 9:27-29. AA 210.4

Ao tempo em que Jerusalém foi destruída e o templo reduzido a ruínas, muitos milhares de judeus foram vendidos para servir como escravos em terras pagãs. Como náufragos numa praia deserta, foram espalhados entre as nações. Por mil e oitocentos anos [isso até o século 19] têm os judeus vagueado de terra em terra através do mundo, e em nenhum lugar tem-se-lhes dado o privilégio de recuperarem o antigo prestígio como nação. Odiados e perseguidos, de século em século sua herança tem sido de sofrimento. AA 211.1

Muito embora a tremenda sentença pronunciada sobre os judeus como nação ao tempo da rejeição de Jesus de Nazaré, por parte deles, tem havido de século em século muitos judeus nobres, homens e mulheres, tementes a Deus, os quais têm sofrido em silêncio. Deus tem confortado seus corações em aflição, e tem contemplado com piedade sua terrível situação. Tem ouvido as agonizantes orações dos que de todo o coração O têm buscado para uma justa compreensão de Sua Palavra. Alguns têm aprendido a ver no humilde Nazareno a quem seus antepassados rejeitaram e crucificaram, o verdadeiro Messias de Israel. Ao alcançar sua mente o significado das familiares profecias há muito obscurecidas pela tradição e errada interpretação, seu coração se tem enchido de gratidão a Deus pelo dom inaudito que Ele outorga a todo ser humano que decide aceitar a Cristo como Salvador pessoal. AA 211.2

É a essa classe que Isaías se refere em sua profecia: “O remanescente é que será salvo”. Isaías 10:22, 23. Desde os dias de Paulo até o presente, Deus pelo Seu Espírito Santo tem estado a chamar tanto a judeus como a gentios. “Deus não faz acepção de pessoas” (Romanos 2:11), declarou Paulo. O apóstolo considerava-se devedor “tanto a gregos como a bárbaros”, bem como a judeus; mas jamais perdeu ele de vista as decididas vantagens que os judeus haviam possuído sobre outros, “primeiramente”, porque “as palavras de Deus lhe foram confiadas”. Romanos 3:2. “O evangelho”, declarou, “é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé”. Romanos 1:16, 17. É desse evangelho de Cristo, igualmente eficaz a judeus e gentios, que Paulo em sua epístola aos romanos declara não se envergonhar. AA 211.3

Quando esse evangelho for apresentado em sua plenitude aos judeus, muitos aceitarão a Cristo como o Messias. Entre os ministros cristãos há poucos que se sentem chamados a trabalhar pelo povo judeu; mas aos que têm sido passados por alto, bem como a todos os outros, deve chegar a mensagem de misericórdia e esperança em Cristo. AA 211.4

Na proclamação final do evangelho, quando deve ser feito um trabalho especial pelas classes de pessoas até aqui negligenciadas, Deus espera que Seus mensageiros tomem interesse especial pelo povo judeu, o qual se encontra em todas as partes da Terra. Ao serem as Escrituras do Antigo Testamento relacionadas com o Novo numa explanação do eterno propósito de Jeová, isto será para muitos judeus como o raiar de uma nova criação, a ressurreição da esperança. Ao verem o Cristo da dispensação do evangelho retratado nas páginas das Escrituras do Antigo Testamento, e perceberem quão claramente o Novo Testamento explica o Antigo, suas adormecidas faculdades despertarão e eles reconhecerão a Cristo como o Salvador do mundo. Muitos receberão a Cristo pela fé como seu Redentor. Em relação a eles se cumprirão as palavras: “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no Seu nome”. João 1:12. AA 211.5

Há entre os judeus alguns que, como Saulo de Tarso, são poderosos nas Escrituras, e esses proclamarão com maravilhoso poder a imutabilidade da lei de Deus. O Deus de Israel fará que isso ocorra em nossos dias. Seu braço não está encolhido para que não possa salvar. Ao trabalharem com fé Seus servos pelos que de muito têm sido negligenciados e desprezados, Sua salvação será revelada. AA 212.1

“Assim diz o Senhor, que remiu a Abraão, acerca da casa de Jacó: Jacó não será agora envergonhado, nem agora se descorará a sua face. Mas quando vir a Seus filhos, a obra das Minhas mãos, no meio dele, santificarão o Meu nome, e santificarão ao Santo de Jacó, e temerão ao Deus de Israel. E os errados de espírito virão a ter entendimento, e os murmuradores aprenderão doutrina”. Isaías 29:22-24. AA 212.2

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