Restauração da Verdade


Dia 347 - Thursday, 12 de December de 2024
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28 min

  • Hebreus 10 e 11
  • Isaías 56

Hebreus 10

Ouça o áudio do capítulo:

1 Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam.

2 Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado.

3 Nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz comemoração dos pecados,

4 Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados.

5 Por isso, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, Mas corpo me preparaste;

6 Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram.

7 Então disse: Eis aqui venho(No princípio do livro está escrito de mim),Para fazer, ó Deus, a tua vontade.

8 Como acima diz: Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os quais se oferecem segundo a lei).

9 Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo.

10 Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez.

11 E assim todo o sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados;

12 Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus,

13 Daqui em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés.

14 Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados.

15 E também o Espírito Santo no-lo testifica, porque depois de haver dito:

16 Esta é a aliança que farei com eles Depois daqueles dias, diz o Senhor:Porei as minhas leis em seus corações,E as escreverei em seus entendimentos; acrescenta:

17 E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades.

18 Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado.

19 Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus,

20 Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,

21 E tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus,

22 Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa,

23 Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu.

24 E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras,

25 Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.

26 Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados,

27 Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários.

28 Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas.

29 De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?

30 Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo.

31 Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.

32 Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições.

33 Em parte fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações, e em parte fostes participantes com os que assim foram tratados.

34 Porque também vos compadecestes das minhas prisões, e com alegria permitistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus uma possessão melhor e permanente.

35 Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão.

36 Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.

37 Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará.

38 Mas o justo viverá pela fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.

39 Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma.

Hebreus 11

Ouça o áudio do capítulo:

1 Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem.

2 Porque por ela os antigos alcançaram testemunho.

3 Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.

4 Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala.

5 Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus.

6 Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.

7 Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé.

8 Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.

9 Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa.

10 Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus.

11 Pela fé também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber, e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que lho tinha prometido.

12 Por isso também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar.

13 Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.

14 Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria.

15 E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar.

16 Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.

17 Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito.

18 Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar;

19 E daí também em figura ele o recobrou.

20 Pela fé Isaque abençoou Jacó e Esaú, no tocante às coisas futuras.

21 Pela fé Jacó, próximo da morte, abençoou cada um dos filhos de José, e adorou encostado à ponta do seu bordão.

22 Pela fé José, próximo da morte, fez menção da saída dos filhos de Israel, e deu ordem acerca de seus ossos.

23 Pela fé Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei.

24 Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,

25 Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado;

26 Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.

27 Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.

28 Pela fé celebrou a páscoa e a aspersão do sangue, para que o destruidor dos primogênitos lhes não tocasse.

29 Pela fé passaram o Mar Vermelho, como por terra seca; o que intentando os egípcios, se afogaram.

30 Pela fé caíram os muros de Jericó, sendo rodeados durante sete dias.

31 Pela fé Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias.

32 E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel e dos profetas,

33 Os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões,

34 Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos.

35 As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição;

36 E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões.

37 Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados

38 (Dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra.

39 E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa,

40 Provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.

Isaías 56

Ouça o áudio do capítulo:

1 Assim diz o SENHOR: Guardai o juízo, e fazei justiça, porque a minha salvação está prestes a vir, e a minha justiça, para se manifestar.

2 Bem-aventurado o homem que fizer isto, e o filho do homem que lançar mão disto; que se guarda de profanar o sábado, e guarda a sua mão de fazer algum mal.

3 E não fale o filho do estrangeiro, que se houver unido ao Senhor, dizendo: Certamente o Senhor me separará do seu povo; nem tampouco diga o eunuco: Eis que sou uma árvore seca.

4 Porque assim diz o Senhor a respeito dos eunucos, que guardam os meus sábados, e escolhem aquilo em que eu me agrado, e abraçam a minha aliança:

5 Também lhes darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará.

6 E aos filhos dos estrangeiros, que se unirem ao Senhor, para o servirem, e para amarem o nome do Senhor, e para serem seus servos, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança,

7 Também os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.

8 Assim diz o Senhor DEUS, que congrega os dispersos de Israel: Ainda ajuntarei outros aos que já se lhe ajuntaram.

9 Vós, todos os animais do campo, todos os animais dos bosques, vinde comer.

10 Todos os seus atalaias são cegos, nada sabem; todos são cães mudos, não podem ladrar; andam adormecidos, estão deitados, e gostam do sono.

11 E estes cães são gulosos, não se podem fartar; e eles são pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, cada um por sua parte.

12 Vinde, dizem, trarei vinho, e beberemos bebida forte; e o dia de amanhã será como este, e ainda muito mais abundante.

O Grande Conflito

Restauração da Verdade

Ouça o áudio do capítulo:

A obra da reforma do sábado a realizar-se nos últimos tempos acha-se predita na profecia de Isaías: “Assim diz o Senhor: Mantende o juízo, e fazei justiça, porque a Minha salvação está prestes a vir, e a Minha justiça a manifestar-se. Bem-aventurado o homem que fizer isto, e o filho do homem que lançar mão disto; que se guarda de profanar o sábado, e guarda a sua mão de perpetrar algum mal.” “Aos filhos dos estrangeiros que se chegarem ao Senhor, para O servirem, e para amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos Seus, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem o Meu concerto, também os levarei ao Meu santo monte, e os festejarei na Minha casa de oração.” Isaías 56:1, 2, 6, 7. GC 451.1

Estas palavras se aplicam à era cristã, como se vê pelo contexto: “Assim diz o Senhor Jeová, que ajunta os dispersos de Israel: Ainda ajuntarei outros aos que já se lhe ajuntaram.” Isaías 56:8. Aqui está prefigurado o ajuntamento dos gentios pelo evangelho. E sobre os que então honram o sábado, é pronunciada uma bênção. Destarte, o dever relativo ao quarto mandamento estende-se através da crucifixão, ressurreição e ascensão de Cristo, até ao tempo em que os Seus servos deveriam pregar a todas as nações a mensagem das alegres novas. GC 451.2

O Senhor ordena pelo mesmo profeta: “Liga o testemunho, sela a lei entre os Meus discípulos.” Isaías 8:16. O selo da lei de Deus se encontra no quarto mandamento. Unicamente este, entre todos os dez, apresenta não só o nome mas o título do Legislador. Declara ser Ele o Criador dos céus e da Terra, e mostra, assim, o Seu direito à reverência e culto, acima de todos. Afora este preceito, nada há no decálogo para mostrar por que autoridade a lei é dada. Quando o sábado foi mudado pelo poder papal, o selo foi tirado da lei. Os discípulos de Jesus são chamados para que o restabeleçam, exaltando o sábado do quarto mandamento à sua devida posição como monumento do Criador e sinal de Sua autoridade. GC 452.1

“À Lei e ao Testemunho!” Ao mesmo tempo em que são abundantes as doutrinas e teorias contraditórias entre si, a lei de Deus, é a única regra infalível pela qual todas as opiniões, doutrinas e teorias devem ser provadas. Diz o profeta: “Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva.” Isaías 8:20. GC 452.2

De novo é dada a ordem: “Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia a Meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados.” Não é o mundo ímpio, mas são aqueles a quem o Senhor designa como “Meu povo”, os que devem ser reprovados por suas transgressões. Declara Ele ainda: “Todavia, Me procuram cada dia, tomam prazer em saber os Meus caminhos, como um povo que pratica a justiça, e não deixa a ordenança do seu Deus.” Isaías 58:1, 2. Aqui se faz referência a uma classe que se julga justa, que parece manifestar grande interesse no serviço de Deus; mas a repreensão severa e solene dAquele que examina os corações, prova que se acham a calcar a pés os preceitos divinos. GC 452.3

Desta maneira indica o profeta a ordenança que tem estado esquecida: “Levantarás os fundamentos de geração em geração; e chamar-te-ão reparador das roturas, e restaurador de veredas para morar. Se desviares o teu pé do sábado, e de fazer a tua vontade no Meu santo dia, e se chamares ao sábado deleitoso, e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares, não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falar as tuas próprias palavras, então te deleitarás no Senhor.” Isaías 58:12-14. Esta profecia também se aplica a nosso tempo. A rotura foi feita na lei de Deus, quando o sábado foi mudado pelo poder romano. Chegou, porém, o tempo para que esta instituição divina seja restabelecida. A rotura deve ser reparada, e levantado o fundamento de geração em geração. GC 452.4

Santificado pelo descanso e bênção do Criador, o sábado foi guardado por Adão em sua inocência no santo Éden; por Adão, depois de caído mas arrependido, quando expulso de sua feliz morada. Foi guardado por todos os patriarcas, desde Abel até o justo Noé, até Abraão, Jacó. Quando o povo escolhido esteve em cativeiro no Egito, muitos, em meio da idolatria imperante, perderam o conhecimento da lei de Deus; mas, quando o Senhor libertou Israel, proclamou-a com terrível majestade à multidão reunida, para que conhecesse a Sua vontade, e a Ele temesse e obedecesse para sempre. GC 453.1

Desde aquele dia até o presente, o conhecimento da lei de Deus tem-se preservado na Terra, e o sábado do quarto mandamento tem sido guardado. Posto que o “homem do pecado” conseguisse calcar a pés o santo dia de Deus, houve, contudo, mesmo no período de sua supremacia, ocultas nos lugares solitários, almas fiéis que lhe dispensavam honra. Desde a Reforma, alguns tem havido, em cada geração, a manterem-lhe a observância. Embora freqüentemente em meio de ignomínia e perseguição, constante testemunho tem sido dado da perpetuidade da lei de Deus e da obrigação sagrada relativa ao sábado da Criação. GC 453.2

Estas verdades, conforme são apresentadas no Capítulo 14 de Apocalipse, em relação com “o evangelho eterno”, distinguirão a igreja de Cristo ao tempo de Seu aparecimento. Pois, como resultado da tríplice mensagem, é anunciado: “Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus, e a fé de Jesus.” E esta mensagem é a última a ser dada antes da vinda do Senhor. Seguindo-se imediatamente à sua proclamação, pelo profeta é visto o Filho do homem vindo em glória, para ceifar a colheita da Terra. GC 453.3

Os que receberam a luz concernente ao santuário e à imutabilidade da lei de Deus, encheram-se de alegria e admiração, ao verem a beleza e harmonia do conjunto de verdades que se lhes desvendaram ao entendimento. Desejaram que a luz que lhes parecia tão preciosa fosse comunicada a todos os cristãos; e criam que seria alegremente aceita. Mas as verdades que os poriam em discordância com o mundo não foram bem recebidas por muitos que pretendiam ser seguidores de Cristo. A obediência ao quarto mandamento exigia sacrifício, ante o qual a maioria das pessoas recuava. GC 454.1

Ao serem apresentadas as exigências do sábado, muitos raciocinavam do ponto de vista mundano. Diziam: “Sempre guardamos o domingo, nossos pais o observaram, e muitos homens bons e piedosos morreram felizes enquanto o guardavam. Se tinham razão, também nós a temos. A guarda do sábado do sétimo dia nos poria em desacordo com o mundo, e não teríamos influência alguma sobre ele. Que pode um pequeno grupo, a guardar o sétimo dia, esperar fazer contra todo o mundo que guarda o domingo?” Foi com argumentos semelhantes que os judeus se esforçaram para justificar sua rejeição de Cristo. Seus pais tinham sido aceitos por Deus, ao apresentarem ofertas de sacrifícios; e por que não poderiam os filhos encontrar salvação continuando com o mesmo modo de agir? Semelhantemente, no tempo de Lutero, raciocinavam os romanistas que cristãos verdadeiros tinham morrido na fé católica; e portanto, essa religião era suficiente para a salvação. Tal raciocínio se mostrava uma barreira eficaz contra todo o progresso na fé ou prática religiosa. GC 454.2

Muitos insistiam em que a guarda do domingo tinha sido, por muitos séculos, uma doutrina estabelecida e generalizado costume da igreja. Contra este argumento se mostrou que o sábado e sua observância eram mais antigos e generalizados, sendo mesmo tão velhos como o próprio mundo, e trazendo a sanção tanto dos anjos como de Deus. Quando foram postos os fundamentos da Terra, quando as estrelas da alva juntamente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam, foi então lançado o fundamento do sábado. Jó 38:6, 7; Gênesis 2:1-3. Bem pode esta instituição reclamar a nossa reverência; não foi ordenada por nenhuma autoridade humana, e não repousa sobre tradições humanas; foi estabelecida pelo Ancião de Dias e ordenada por Sua eterna Palavra. GC 454.3

Ao ser a atenção do povo chamada para o assunto da reforma do sábado, ministros populares perverteram a Palavra de Deus, interpretando-a de modo a melhor tranqüilizar os espíritos inquiridores. E os que não investigavam por si mesmos as Escrituras, contentavam-se com aceitar conclusões que se achavam de acordo com os seus desejos. Por meio de argumentos, sofismas, tradições dos pais da igreja e autoridades eclesiásticas, muitos se esforçaram para subverter a verdade. Os defensores desta foram compelidos à Sagrada Escritura para defender a validade do quarto mandamento. Homens humildes, armados unicamente com a Palavra da verdade, resistiram aos ataques de homens de saber, que, com surpresa e ira, perceberam a ineficácia de seus eloqüentes sofismas contra o raciocínio simples, direto, daqueles que eram versados nas Escrituras ao invés de sê-lo nas subtilezas filosóficas. GC 455.1

Na ausência de testemunho das Escrituras Sagradas a seu favor, muitos, esquecendo-se de que o mesmo raciocínio fora empregado contra Cristo e Seus apóstolos, insistiam com incansável persistência: “Por que não compreendem os nossos grandes homens esta questão do sábado? Poucos, apenas, crêem como vós. Não pode ser que estejais certos, e que todos os homens de saber no mundo se achem em erro.” GC 455.2

Para refutar esses argumentos era o bastante citar os ensinos das Escrituras e a história do trato do Senhor para com o Seu povo em todos os tempos. Deus opera por intermédio dos que ouvem a Sua voz e Lhe obedecem, e que, sendo necessário, falam verdades desagradáveis, e não temem reprovar pecados populares. A razão por que Ele não escolhe mais vezes homens de saber e alta posição para dirigir os movimentos da Reforma, é o confiarem eles em seus credos, teorias e sistemas teológicos, e não sentirem a necessidade de ser ensinados por Deus. Unicamente os que têm ligação pessoal com a fonte da sabedoria são capazes de compreender ou explicar as Escrituras. Homens que têm pouca instrução colegial são por vezes chamados para anunciar a verdade, não porque sejam ignorantes, mas porque não são demasiado pretensiosos para ser por Deus ensinados. Aprendem na escola de Cristo, e sua humildade e obediência os torna grandes. Confiando-lhes o conhecimento de Sua verdade, Deus lhes confere uma honra, em comparação com a qual as honras terrestres e a grandeza humana se reduzem à insignificância. GC 455.3

A maioria dos adventistas rejeitaram as verdades atinentes ao santuário e à lei de Deus; muitos, também, renunciaram à fé no movimento adventista, adotando idéias errôneas e contraditórias acerca das profecias que se aplicavam àquela obra. Alguns foram levados ao erro de fixar repetidas vezes um tempo definido para a vinda de Cristo. A luz que então brilhava do assunto do santuário ter-lhes-ia mostrado que nenhum período profético se estende até ao segundo advento; que o tempo exato para esta ocorrência não está predito. Mas, desviando-se da luz, continuaram a marcar repetidamente o tempo da vinda do Senhor, e outras tantas vezes foram desapontados. GC 456.1

Quando a igreja de Tessalônica recebeu idéias errôneas no tocante à vinda de Cristo, o apóstolo Paulo aconselhou-a a provar cuidadosamente suas esperanças e expectativas pela Palavra de Deus. Citou-lhes profecias que revelavam acontecimentos a ocorrerem antes que Cristo viesse, e mostrou-lhes que não tinham base para O esperarem em sua época. “Ninguém de maneira alguma vos engane” (2 Tessalonicenses 2:3), são suas palavras de aviso. Se acariciassem expectativas destituídas da sanção das Escrituras, seriam levados a um modo errado de se conduzirem; o desapontamento os exporia à zombaria dos incrédulos, e correriam perigo de se entregar ao desânimo, sendo tentados a duvidar das verdades essenciais à salvação. A advertência do apóstolo aos tessalonicenses contém uma lição importante aos que vivem nos últimos dias. Muitos adventistas têm julgado que, a menos que pudessem fixar a fé em um tempo definido para a vinda do Senhor, não poderiam ser zelosos e diligentes na obra de preparo. Mas, como suas esperanças são reiteradas vezes suscitadas, apenas para serem destruídas, sua fé sofre abalo tal que se lhes torna quase impossível se impressionarem com as grandes verdades da profecia. GC 456.2

A pregação de um tempo definido para o juízo, na proclamação da primeira mensagem, foi ordenada por Deus. O cômputo dos períodos proféticos nos quais se baseava aquela mensagem, localizando o final dos 2.300 dias no outono de 1844, paira acima de qualquer contestação. Os repetidos esforços por encontrar novas datas para o começo e fim dos períodos proféticos, e o raciocínio falaz necessário para apoiar este modo de ver, não somente transviam da verdade presente os espíritos, mas lançam o opróbrio sobre todos os esforços para se explicarem as profecias. Quanto mais freqüentemente se marcar um tempo definido para o segundo advento, e mais amplamente for ele ensinado, tanto mais se satisfazem os propósitos de Satanás. Depois que se passa o tempo, ele provoca o ridículo e o desdém aos seus defensores, lançando assim o opróbrio sobre o grande movimento adventista de 1843 e 1844. Os que persistem neste erro, fixarão finalmente uma data para a vinda de Cristo num futuro demasiado longínquo. Serão levados, assim, a descansar em falsa segurança, e muitos se desenganarão tarde demais. GC 457.1

A história do antigo Israel é um exemplo frisante da passada experiência dos adventistas. Deus guiou Seu povo no movimento adventista, assim como guiara os filhos de Israel ao saírem do Egito. No grande desapontamento fora provada a sua fé, como o foi a dos hebreus no Mar Vermelho. Houvessem ainda confiado na mão guiadora que com eles estivera em sua experiência anterior, e teriam visto a salvação de Deus. Se todos os que trabalharam unidos na obra em 1844 tivessem recebido a mensagem do terceiro anjo, proclamando-a no poder do Espírito Santo, o Senhor teria poderosamente operado por seus esforços. Caudais de luz ter-se-iam derramado sobre o mundo. Haveria anos que os habitantes da Terra teriam sido avisados, a obra final estaria consumada, e Cristo teria vindo para a redenção de Seu povo. GC 457.2

Não foi a vontade de Deus que os filhos de Israel vagueassem durante quarenta anos no deserto: desejava Ele levá-los diretamente à terra de Canaã e ali os estabelecer como um povo santo, feliz. Mas “não puderam entrar por causa da sua incredulidade.” Hebreus 3:19. Por sua reincidência e apostasia, pereceram os impenitentes no deserto, e levantaram-se outros para entrarem na Terra Prometida. Semelhantemente, não era a vontade de Deus que a vinda de Cristo fosse tão demorada, e que Seu povo permanecesse tantos anos neste mundo de pecado e tristeza. A incredulidade, porém, os separou de Deus. Como se recusassem a fazer a obra que lhes havia designado, outros se levantaram para proclamar a mensagem. Usando de misericórdia para com o mundo, Jesus retarda a Sua vinda, para que pecadores possam ter oportunidade de ouvir a advertência, e encontrar nEle refúgio antes que a ira de Deus seja derramada. GC 458.1

Hoje, como nos séculos anteriores, a apresentação de qualquer verdade que reprove os pecados e erros dos tempos, suscitará oposição. “Todo aquele que faz o mal aborrece a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.” João 3:20. Ao verem os homens que não podem sustentar sua atitude pelas Escrituras, decidir-se-ão muitos a mantê-la a todo transe, e, com espírito mau, atacam o caráter e intuitos dos que permanecem na defesa da verdade impopular. É o mesmo expediente que tem sido adotado em todos os tempos. Elias foi acusado de ser o perturbador de Israel, Jeremias de traidor, Paulo de profanador do templo. Desde aquele tempo até hoje, os que desejam ser fiéis à verdade têm sido denunciados como sediciosos, hereges ou facciosos. Multidões que são demasiado incrédulas para aceitar a segura palavra da profecia, receberão com ilimitada credulidade a acusação contra os que ousam reprovar os pecados em voga. Este espírito aumentará mais e mais: E a Bíblia claramente ensina que se aproxima um tempo em que as leis do Estado se encontrarão em tal conflito com a lei de Deus, que, quem desejar obedecer a todos os preceitos divinos, deverá afrontar o opróbrio e o castigo, como malfeitor. GC 458.2

Em vista disto, qual é o dever do mensageiro da verdade? Concluirá ele que a verdade não deve ser apresentada, visto que muitas vezes seu único efeito é levar os homens a se evadirem de seus requisitos ou a eles resistir? Não; ele não tem mais motivos para reter o testemunho da Palavra de Deus, porque este levanta oposição, do que tiveram os primitivos reformadores. A confissão de fé, feita pelos santos e mártires, foi registrada para o benefício das gerações que se seguiram. Aqueles vivos exemplos de santidade e firme integridade vieram até nós para infundir coragem nos que hoje são chamados a estar em pé como testemunhas de Deus. Receberam graça e verdade, não para si apenas, mas para que, por seu intermédio, o conhecimento de Deus pudesse iluminar a Terra. Tem Deus proporcionado luz a Seus servos nesta geração? Então devem eles deixá-la brilhar ao mundo. GC 459.1

Antigamente o Senhor declarou a alguém que falava em Seu nome: “A casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não Me querem dar ouvidos.” Não obstante, disse Ele: “Tu lhes dirás as Minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir.” Ezequiel 3:7; 2:7. Ao servo de Deus, no presente, é dirigida esta ordem: “Levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao Meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados.” GC 459.2

Tanto quanto as oportunidades o permitam, cada um que haja recebido a luz da verdade se encontra sob a mesma responsabilidade solene e terrível em que esteve o profeta de Israel, a quem viera a palavra do Senhor, dizendo: “A ti pois, ó filho do homem, te constituí por vigia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da Minha boca, e lha anunciarás da Minha parte. Se Eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para desviar o ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade, mas o seu sangue Eu o demandarei da tua mão. Mas, quando tu tiveres falado para desviar o ímpio do seu caminho, para que se converta dele, e ele se não converter do seu caminho, ele morrerá na sua iniqüidade, mas tu livraste a tua alma.” Ezequiel 33:7-9. GC 459.3

O grande obstáculo tanto para a aceitação como para a promulgação da verdade, é o fato de que isto implica incômodo e vitupério. Este é o único argumento contra a verdade que os seus defensores nunca puderam refutar. Mas isto não dissuade os verdadeiros seguidores de Cristo. Estes não esperam que a verdade se torne popular. Estando convictos do dever, aceitam deliberadamente a cruz, contando, juntamente com o apóstolo Paulo, que “nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2 Coríntios 4:17), tendo, como alguém da antiguidade, “por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito.” Hebreus 11:26. GC 460.1

Unicamente os que, de coração, se fazem servos do mundo, qualquer que seja a sua profissão religiosa, é que agem, em matéria de religião, por expedientes em vez de princípios. Devemos escolher o direito, porque é direito, e com Deus deixar as conseqüências. A homens de princípios, fé e ousadia, deve o mundo as grandes reformas. Por tais homens tem de ser levada avante a obra de reforma para este tempo. GC 460.2

Assim diz o Senhor: “Ouvi-Me, vós que conheceis a justiça, vós, povo, em cujo coração está a Minha lei: não temais o opróbrio dos homens, nem vos turbeis pelas suas injúrias, porque a traça os roerá como a um vestido, e o bicho os comerá como a lã; mas a Minha justiça durará para sempre, e a Minha salvação de geração em geração.” Isaías 51:7, 8. GC 460.3

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