O Apocalipse


Dia 319 - Thursday, 14 de November de 2024
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30 min

  • Salmos 137-140
  • Apocalipse 2

Salmos 137

Ouça o áudio do capítulo:

1 Junto aos rios da Babilônia, ali nos assentamos e choramos, quando nos lembramos de Sião.

2 Sobre os salgueiros que há no meio dela, penduramos as nossas harpas.

3 Pois lá aqueles que nos levaram cativos nos pediam uma canção; e os que nos destruíram, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos uma das canções de Sião.

4 Como cantaremos a canção do Senhor em terra estranha?

5 Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha direita da sua destreza.

6 Se me não lembrar de ti, apegue-se-me a língua ao meu paladar; se não preferir Jerusalém à minha maior alegria.

7 Lembra-te, Senhor, dos filhos de Edom no dia de Jerusalém, que diziam: Descobri-a, descobri-a até aos seus alicerces.

8 Ah! filha de babilônia, que vais ser assolada; feliz aquele que te retribuir o pago que tu nos pagaste a nós.

9 Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com eles nas pedras.

Salmos 138

Ouça o áudio do capítulo:

1 Eu te louvarei, de todo o meu coração; na presença dos deuses a ti cantarei louvores.

2 Inclinar-me-ei para o teu santo templo, e louvarei o teu nome pela tua benignidade, e pela tua verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome.

3 No dia em que eu clamei, me escutaste; e alentaste com força a minha alma.

4 Todos os reis da terra te louvarão, ó Senhor, quando ouvirem as palavras da tua boca;

5 E cantarão os caminhos do Senhor; pois grande é a glória do Senhor.

6 Ainda que o Senhor é excelso, atenta todavia para o humilde; mas ao soberbo conhece-o de longe.

7 Andando eu no meio da angústia, tu me reviverás; estenderás a tua mão contra a ira dos meus inimigos, e a tua destra me salvará.

8 O Senhor aperfeiçoará o que me toca; a tua benignidade, ó Senhor, dura para sempre; não desampares as obras das tuas mãos.

Salmos 139

Ouça o áudio do capítulo:

1 SENHOR, tu me sondaste, e me conheces.

2 Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.

3 Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.

4 Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces.

5 Tu me cercaste por detrás e por diante, e puseste sobre mim a tua mão.

6 Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não a posso atingir.

7 Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?

8 Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também.

9 Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,

10 Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.

11 Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim.

12 Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa;

13 Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe.

14 Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.

15 Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra.

16 Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia.

17 E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grandes são as somas deles!

18 Se as contasse, seriam em maior número do que a areia; quando acordo ainda estou contigo.

19 Ó Deus, tu matarás decerto o ímpio; apartai-vos portanto de mim, homens de sangue.

20 Pois falam malvadamente contra ti; e os teus inimigos tomam o teu nome em vão.

21 Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam, e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti?

22 Odeio-os com ódio perfeito; tenho-os por inimigos.

23 Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos.

24 E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.

Salmos 140

Ouça o áudio do capítulo:

1 Livra-me, ó SENHOR, do homem mau; guarda-me do homem violento,

2 Que pensa o mal no coração; continuamente se ajuntam para a guerra.

3 Aguçaram as línguas como a serpente; o veneno das víboras está debaixo dos seus lábios. (Selá.)

4 Guarda-me, ó Senhor, das mãos do ímpio; guarda-me do homem violento; os quais se propuseram transtornar os meus passos.

5 Os soberbos armaram-me laços e cordas; estenderam a rede ao lado do caminho; armaram-me laços corrediços. (Selá.)

6 Eu disse ao Senhor: Tu és o meu Deus; ouve a voz das minhas súplicas, ó Senhor.

7 Ó Deus o Senhor, fortaleza da minha salvação, tu cobriste a minha cabeça no dia da batalha.

8 Não concedas, ó Senhor, ao ímpio os seus desejos; não promovas o seu mau propósito, para que não se exalte. (Selá.)

9 Quanto à cabeça dos que me cercam, cubra-os a maldade dos seus lábios.

10 Caiam sobre eles brasas vivas; sejam lançados no fogo, em covas profundas, para que se não tornem a levantar.

11 Não terá firmeza na terra o homem de má língua; o mal perseguirá o homem violento até que seja desterrado.

12 Sei que o Senhor sustentará a causa do oprimido, e o direito do necessitado.

13 Assim os justos louvarão o teu nome; os retos habitarão na tua presença.

Apocalipse 2

Ouça o áudio do capítulo:

1 Escreve ao anjo da igreja de Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro:

2 Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos.

3 E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste.

4 Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.

5 Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.

6 Tens, porém, isto: que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.

7 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.

8 E ao anjo da igreja em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu:

9 Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.

10 Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.

11 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte.

12 E ao anjo da igreja que está em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios:

13 Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.

14 Mas algumas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria, e fornicassem.

15 Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio.

16 Arrepende-te, pois, quando não em breve virei a ti, e contra eles batalharei com a espada da minha boca.

17 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.

18 E ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem seus olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes ao latão reluzente:

19 Eu conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras.

20 Mas algumas poucas coisas tenho contra ti que deixas Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que forniquem e comam dos sacrifícios da idolatria.

21 E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua fornicação; e não se arrependeu.

22 Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras.

23 E ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda os rins e os corações. E darei a cada um de vós segundo as vossas obras.

24 Mas eu vos digo a vós, e aos restantes que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei.

25 Mas o que tendes, retende-o até que eu venha.

26 E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações,

27 E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai.

28 E dar-lhe-ei a estrela da manhã.

29 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

Atos dos Apóstolos

O Apocalipse

Ouça o áudio do capítulo:

Nos dias dos apóstolos, os crentes cristãos estavam cheios de fervor e entusiasmo. Tão incansavelmente trabalhavam eles para o Mestre que, em tempo comparativamente curto, não obstante a feroz perseguição, o evangelho do reino soou em todas as partes do mundo habitado. O zelo manifestado nesse tempo pelos seguidores de Jesus foi relatado pela inspiração para encorajamento dos crentes em todos os séculos. Da igreja de Éfeso, usada pelo Senhor Jesus como símbolo de toda a igreja cristã na era apostólica, a Testemunha fiel e verdadeira declarou: “Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são, e tu os achaste mentirosos. E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo Meu nome, e não te cansaste”. Apocalipse 2:2, 3. AA 323.1

No início, a experiência da igreja de Éfeso foi marcada por simplicidade e puro fervor. Os crentes procuravam fervorosamente obedecer a cada ordem de Deus, e sua vida revelava fervoroso e sincero amor por Cristo. Regozijavam-se em fazer a vontade de Deus porque o Salvador estava sempre presente em seu coração. Cheios de amor pelo Redentor, era seu mais alto objetivo conquistar almas para Ele. Não pensavam em reter o precioso tesouro da graça de Cristo. Sentiam a importância do seu chamado; e com a responsabilidade da mensagem, “Paz na Terra, boa vontade para com os homens” (Lucas 2:14), ardiam em desejo de levar as alegres novas de salvação aos recantos mais remotos da Terra. E o mundo teve conhecimento de que haviam estado com Jesus. Homens pecadores, arrependidos, perdoados, purificados e santificados, foram levados em participação com Deus através de Seu Filho. AA 323.2

Os membros da igreja estavam unidos em sentimento e ação. O amor a Cristo era a cadeia de ouro que os unia. Prosseguiram em conhecer o Senhor mais e mais perfeitamente, e a vida deles revelava o júbilo e a paz de Cristo. Visitavam os órfãos e as viúvas em suas aflições, e guardavam-se imaculados do mundo, sentindo que deixar de fazer isto seria uma contradição de sua fé e uma negação de seu Redentor. AA 323.3

Em cada cidade a obra era levada para frente. Pessoas eram convertidas e essas por sua vez sentiam que precisavam falar do inestimável tesouro que haviam recebido. Não tinham repouso sem que a luz que lhes iluminara a mente brilhasse sobre outros. Multidões de incrédulos ficavam AA 323.4

familiarizados com as razões da esperança dos cristãos. Amorosos e inspirados apelos pessoais eram feitos aos que estavam em erro, aos excluídos e aos que, embora professando conhecer a verdade, eram mais amantes dos prazeres que de Deus. AA 324.1

Depois de algum tempo, porém, começou a minguar o zelo dos crentes, bem assim seu amor a Deus e de uns para com os outros. A frieza invadiu a igreja. Alguns esqueceram a maneira maravilhosa em que haviam recebido a verdade. Os velhos porta-estandartes caíram em seu posto um após outro. Alguns dos obreiros mais jovens, que poderiam haver partilhado das responsabilidades desses pioneiros e assim se preparado para assumir direção sábia, haviam-se cansado das tão repetidas verdades. Em seu desejo de alguma coisa nova e estimulante, buscaram introduzir novos aspectos da doutrina, mais agradáveis a muitos espíritos, mas não em harmonia com os princípios fundamentais do evangelho. Em sua confiança própria e cegueira espiritual deixaram de discernir que esses sofismas levariam muitos a pôr em dúvida as experiências do passado, conduzindo assim à confusão e incredulidade. AA 324.2

Ao serem essas falsas doutrinas introduzidas, despertavam divergências, e os olhos de muitos deixaram de contemplar a Jesus como o Autor e Consumador de sua fé. A discussão sobre insignificantes pontos de doutrina, e o gosto por fábulas de invenção humana, ocupavam o tempo que deveria ser gasto na proclamação do evangelho. As massas que poderiam ter sido convencidas e convertidas pela fiel apresentação da verdade, eram deixadas sem advertência. A piedade decaía rapidamente e parecia que Satanás estava para alcançar ascendência sobre os que se declaravam seguidores de Cristo. AA 324.3

Foi nesse tempo crítico da história da igreja que João foi sentenciado ao exílio. Jamais fora a sua voz tão necessária à igreja como então. Quase todos os seus antigos companheiros de ministério tinham sofrido martírio. O remanescente dos crentes estava enfrentando feroz oposição. Segundo todas as aparências, não estava longe o dia em que os inimigos da igreja de Cristo triunfariam. AA 324.4

Mas a mão do Senhor se movia invisível no meio das trevas. Na providência de Deus, João fora colocado onde Cristo lhe podia dar uma maravilhosa revelação de Si mesmo e da divina verdade para iluminação das igrejas. AA 324.5

Exilando João, tinham os inimigos da verdade esperado fazer silenciar para sempre a voz da fiel testemunha de Deus; mas em Patmos o discípulo recebeu uma mensagem cuja influência devia continuar a fortalecer a igreja até o fim dos tempos. Embora não tendo ficado livres da responsabilidade de seu mau ato, os que exilaram João tornaram-se instrumento nas mãos de Deus para a realização do propósito do Céu; e o próprio esforço para extinguir a luz colocou a verdade em ousada notoriedade. AA 324.6

Foi no sábado que o Senhor da glória apareceu ao exilado apóstolo. O sábado era tão religiosamente observado por João em Patmos como quando estava pregando ao povo nas cidades e vilas da Judéia. Considerava como sua propriedade as preciosas promessas feitas em referência a este dia. “Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor”, escreve João, “e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: O que vês, escreve-o num livro. [...] E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro; e no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem”. Apocalipse 1:10-13. AA 325.1

Ricamente favorecido foi esse amado discípulo. Ele tinha visto seu Mestre no Getsêmani, face marcada com o gotejar do sangue da agonia, “o Seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a Sua figura mais do que a dos outros filhos dos homens”. Isaías 52:14. Vira-O nas mãos dos soldados romanos, vestido com um velho manto de púrpura e coroado de espinhos. Vira-O suspenso na cruz do Calvário, objeto de cruel zombaria e abuso. Então, foi permitido a João contemplar uma vez mais a seu Senhor. Mas quão mudada estava Sua aparência! Não mais era um homem de dores, desprezado e humilhado pelos homens. Estava envolvido em vestes de esplendor celestial. “E a Sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os Seus olhos como chama de fogo; e os Seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha”. Apocalipse 1:14, 15. Sua voz era como a música de muitas águas. Seu rosto brilhava como Sol. Em Sua mão estavam sete estrelas, e de Sua boca saia uma espada aguda de dois gumes, emblema do poder de Sua Palavra. Patmos resplendia com a glória do Senhor ressurgido. AA 325.2

“E eu, quando O vi”, escreve João, “caí a Seus pés como morto; e Ele pôs sobre mim a Sua destra, dizendo-me: Não temas”. Apocalipse 1:17. AA 325.3

João estava fortalecido para viver na presença do seu glorificado Senhor. Então, perante sua maravilhada visão foram abertas as glórias do Céu. Foi-lhe permitido ver o trono de Deus e olhando para além dos conflitos da Terra, contemplar a multidão de remidos vestidos de branco. Ele ouviu a música dos anjos celestiais e os triunfantes cânticos dos que venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra de Seu testemunho. Na revelação a ele dada, foram desdobradas cena após cena de empolgante interesse na experiência do povo de Deus, e a história da igreja foi desvelada até o fim dos séculos. Em figuras e símbolos, assuntos de vasta importância foram apresentados a João para que os relatasse, a fim de que o povo de Deus do seu século e dos séculos futuros tivesse inteligente compreensão dos perigos e conflitos diante dele. AA 325.4

Essa revelação foi dada para orientação e conforto da igreja através da dispensação cristã. No entanto, mestres religiosos têm declarado que este é um livro selado e seus segredos não podem ser explicados. Em conseqüência, muitos se têm desviado do relato profético, recusando-se a devotar tempo e estudo a seus mistérios. Mas Deus não deseja que Seu povo tenha este livro em semelhante conta. Ele é a “revelação de Jesus Cristo, a qual Deus Lhe deu, para mostrar aos Seus servos as coisas que brevemente devem acontecer” “Bem-aventurado aquele que lê”, declara o Senhor, e “os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo”. Apocalipse 1:1, 3. “Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste livro. Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho”. Apocalipse 22:18-20. AA 325.5

No Apocalipse são representadas as coisas profundas de Deus. O próprio nome dado a suas inspiradas páginas, “revelação”, contradiz a afirmação de que é um livro selado. Uma revelação é alguma coisa que foi desvendada. O próprio Senhor revelou a Seu servo os mistérios contidos neste livro, e propõe que seja aberto ao estudo de todos. Suas verdades são dirigidas aos que vivem nos últimos dias da história da Terra, como o foram aos que viviam nos dias de João. Algumas das cenas descritas nesta profecia estão no passado e algumas estão agora acontecendo; algumas apresentam-nos o fim do grande conflito entre os poderes das trevas e o Príncipe do Céu e algumas revelam os triunfos e o regozijo dos remidos na Terra renovada. AA 326.1

Que ninguém pense que por não poder explicar o significado de cada símbolo do Apocalipse, é-lhe inútil estudar esse livro numa tentativa de conhecer o significado da verdade que ele apresenta. Aquele que revelou estes mistérios a João dará ao diligente pesquisador da verdade um antegozo das coisas celestiais. Aqueles cujo coração estiver aberto à recepção da verdade serão capacitados a compreender seus ensinos, e ser-lhes-á garantida a bênção prometida àqueles que “ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas”. Apocalipse 1:3. AA 326.2

No Apocalipse, todos os livros da Bíblia se encontram e se cumprem. Ali está o complemento do livro de Daniel. Um é uma profecia; o outro uma revelação. O livro que foi selado não é o Apocalipse, mas a porção da profecia de Daniel relativa aos últimos dias. O anjo ordenou: “E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo”. Daniel 12:4. AA 326.3

Foi Cristo quem ordenou ao apóstolo relatar o que lhe seria revelado. “O que vês, escreve-o num livro”, ordenou Ele, “e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia e a Laodicéia” “Eu sou. [...] o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. [...] Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer: o mistério das sete estrelas, que viste na Minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas”. Apocalipse 1:11, 18-20. AA 326.4

Os nomes das sete igrejas são símbolos da igreja em diferentes períodos da era cristã. O número sete indica plenitude, e simboliza o fato de que as mensagens se estendem até o fim do tempo, enquanto os símbolos usados revelam o estado da igreja nos diversos períodos da história do mundo. AA 327.1

É dito de Cristo que andava no meio dos castiçais de ouro. Assim é simbolizada a Sua relação para com as igrejas. Ele está em constante comunicação com Seu povo. Conhece seu verdadeiro estado. Observa-lhe a ordem, piedade e devoção. Embora seja Sumo Sacerdote e Mediador no santuário celestial, é apresentado andando de um para outro lado entre as Suas igrejas terrestres. Com infatigável desvelo e ininterrupta vigilância, observa para ver se a luz de qualquer de Suas sentinelas está bruxuleando ou se extinguindo. Se os castiçais fossem deixados ao cuidado meramente humano, sua trêmula chama enlanguesceria e morreria; mas Ele é o verdadeiro vigia da casa do Senhor, o verdadeiro guarda dos átrios do templo. Seu assíduo cuidado e graça mantenedora são a fonte de vida e luz. AA 327.2

Cristo é representado como tendo sete estrelas em Sua mão direita. Isso nos assegura que nenhuma igreja fiel a seu encargo necessita temer o fracasso; pois nenhuma estrela que tem a proteção do Onipotente pode ser arrebatada da mão de Cristo. AA 327.3

“Isto diz Aquele que tem na Sua destra as sete estrelas”. Apocalipse 2:1. Essas palavras são ditas aos que ensinam na igreja — aqueles a quem Deus confiou pesadas responsabilidades. As suaves influências que devem existir na igreja têm muito que ver com os ministros de Deus, os quais devem revelar o amor de Cristo. As estrelas do céu estão sob o Seu controle. Ele as ilumina com Sua luz. Guia-as e dirige os seus movimentos. Se Ele não fizesse isso tornar-se-iam estrelas caídas. Assim é com Seus ministros. Eles são apenas instrumentos em Suas mãos, e todo o bem que realizam é feito por meio de Seu poder. Através deles deve a Sua luz brilhar. O Salvador deve ser a sua eficiência. Se olharem para Ele como Ele olhava para o Pai, serão habilitados a fazer a Sua obra. Ao fazer de Deus o Seu apoio, Ele lhes dará Seu resplendor para o refletirem sobre o mundo. AA 327.4

Cedo na história da igreja, o mistério da iniqüidade predito pelo apóstolo Paulo iniciou sua calamitosa obra; e quando os falsos ensinadores, a cujo respeito Pedro advertiu os crentes, exibiram suas heresias, muitos foram seduzidos pelas falsas doutrinas. Alguns tropeçaram sob as provas e foram tentados a abandonar a fé. Ao tempo em que foi dada essa revelação a João, muitos haviam perdido seu primeiro amor da verdade evangélica. Mas em Sua misericórdia Deus não permitiu que a igreja continuasse em estado de apostasia. Numa mensagem de infinita ternura Ele revelou Seu amor por eles, e Seu desejo de que fizessem segura obra para a eternidade. “Lembra-te pois donde caíste”, apelou, “e arrepende-te, e pratica as primeiras obras”. Apocalipse 2:5. AA 327.5

A igreja era defeituosa, e necessitava de severa reprovação e advertência; e João foi inspirado a registrar mensagens de advertência e reprovação e a apelar aos que, tendo perdido de vista os princípios fundamentais do evangelho, estavam pondo em perigo sua esperança de salvação. Mas as palavras de repreensão que Deus acha necessário enviar são ditas sempre em cativante amor, e com a promessa de paz a cada crente contrito. “Eis que estou à porta, e bato”, declara o Senhor; “se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”. Apocalipse 3:20. AA 328.1

E aos que em meio ao conflito mantivessem sua fé em Deus, foram dadas ao profeta as palavras de louvor e promessa: “Eu sei as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a Minha palavra, e não negaste o Meu nome. [...] Como guardaste a palavra da Minha paciência, também Eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na Terra” Os crentes foram admoestados: “Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer” “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”. Apocalipse 3:8, 10, 2, 11. AA 328.2

Foi por intermédio de alguém que se declarava “irmão, e companheiro na aflição” (Apocalipse 1:9), que Cristo revelou a Sua igreja o que ela devia sofrer por Seu amor. Olhando através dos longos séculos de trevas e superstições, o exilado encanecido viu multidões sofrendo o martírio por causa de seu amor pela verdade. Mas viu também que Aquele que sustinha Suas primeiras testemunhas não abandonaria Seus fiéis seguidores durante os séculos de perseguição por que deviam passar antes do fim dos tempos. “Nada temas das coisas que hás de padecer”, declarou o Senhor. “Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação. [...] Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”. Apocalipse 2:10. AA 328.3

E a todos os fiéis que estivessem lutando contra o mal, João ouviu as promessas: “Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus”. Apocalipse 2:7. “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de Meu Pai e diante dos Seus anjos” “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no Meu trono; assim como Eu venci, e Me assentei com Meu Pai no Seu trono”. Apocalipse 3:5, 21. AA 328.4

João viu a misericórdia, a compaixão e o amor de Deus de mistura com Sua santidade, justiça e poder. Viu encontrarem os pecadores um Pai nAquele a quem eles, por pecadores que eram, foram levados a temer. E olhando para além da conclusão do grande conflito, contemplou Sião “e também os que saíram vitoriosos... que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus” “E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro”. Apocalipse 15:2, 3. AA 328.5

O Salvador é apresentado perante João sob os símbolos do “Leão da tribo de Judá”, e de um “Cordeiro, como havendo sido morto”. Apocalipse 5:5, 6. Esses símbolos representam a união do onipotente poder e do amor que se sacrifica. O Leão de Judá, tão terrível para os que rejeitam Sua graça, será o Cordeiro de Deus para os obedientes e fiéis. A coluna de fogo que fala de terrores e indignação para o transgressor da lei de Deus, é um sinal de luz, misericórdia e livramento para os que guardaram os Seus mandamentos. O braço forte que aniquila o rebelde será forte para libertar os fiéis. Todo o que for fiel será salvo. “E Ele enviará os Seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os Seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus”. Mateus 24:31. AA 329.1

Em comparação com os milhões do mundo, o povo de Deus será, como tem sido sempre, um pequeno rebanho; mas se permanecer na verdade, como revelada em Sua Palavra, Deus será seu refúgio. Permanecerão sob o amplo abrigo da Onipotência. Deus é sempre a maioria. Quando o som da última trombeta penetrar a prisão dos mortos, e os justos saírem triunfantes, exclamando: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória” (1 Coríntios 15:55), para permanecerem, então, com Deus, com Cristo, com os anjos e com os leais e fiéis de todos os tempos, os filhos de Deus serão a grande maioria. AA 329.2

Os verdadeiros discípulos de Cristo seguem-nO através de severos conflitos, suportando a negação de si mesmos e experimentando amargos desapontamentos; mas isso lhes ensina a culpa e o sofrimento do pecado, e assim são levados a olhar para ele com repulsa. Participantes dos sofrimentos de Cristo, estão destinados a participar de Sua glória. Em santa visão, o profeta contemplou o triunfo final da igreja remanescente de Deus. Ele escreveu: “E vi um como mar de vidro misturado com fogo; e também os que saíram vitoriosos... que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as Tuas obras, Senhor Deus todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei dos santos”. Apocalipse 15:2, 3. AA 329.3

“E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte de Sião, e com Ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome dEle e o de Seu Pai”. Apocalipse 14:1. Neste mundo suas mentes foram consagradas a Deus; serviram-nO com o intelecto e com o coração; e agora Ele pode colocar Seu nome “em suas testas” “E reinarão para todo o sempre”. Apocalipse 22:5. Eles não entram e saem como quem suplica um lugar. São daquele número aos quais Cristo diz: “Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.” Dá-lhes as boas-vindas como Seus filhos, dizendo: “Entra no gozo do teu Senhor”. Mateus 25:34, 21. AA 329.4

“Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro”. Apocalipse 14:4. A visão do profeta representa-os como estando sobre o monte de Sião, cingidos para santo serviço, vestidos de linho branco, que representa a justiça dos santos. Mas todos os que seguirem o Cordeiro no Céu, precisarão, primeiro, tê-Lo seguido na Terra, não contrariados ou por capricho, mas em confiante, amorável e voluntária obediência, como o rebanho segue o pastor. AA 330.1

“E ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas. E cantavam um como cântico novo diante do trono, [...] e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da Terra [...] E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus”. Apocalipse 14:2-5. AA 330.2

“E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do Céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.” “E a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente. E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos de Israel.” “E as doze portas eram doze pérolas: cada uma das portas era uma pérola; e a praça da cidade de ouro puro, como vidro transparente. E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus todo-poderoso, e o Cordeiro”. Apocalipse 21:2, 11, 12, 21, 22. AA 330.3

“E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e Seus servos O servirão. E verão o Seu rosto, e na sua testa estará o Seu nome. E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do Sol, porque o Senhor Deus os alumia”. Apocalipse 22:3-5. AA 330.4

“E mostrou-me o rio puro de água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça e de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a saúde das nações. Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas”. Apocalipse 22:1, 2, 14. AA 330.5

“E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, Pois com eles habitará, E eles serão o Seu povo, E o mesmo Deus estará com eles, será o seu Deus”. Apocalipse 21:3. AA 330.6

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