Nossa Única Salvaguarda


Dia 358 - Monday, 23 de December de 2024
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25 min

Provérbios 26

Ouça o áudio do capítulo:

1 Como a neve no verão, e como a chuva na sega, assim não fica bem para o tolo a honra.

2 Como ao pássaro o vaguear, como à andorinha o voar, assim a maldição sem causa não virá.

3 O açoite é para o cavalo, o freio é para o jumento, e a vara é para as costas dos tolos.

4 Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia; para que também não te faças semelhante a ele.

5 Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja sábio aos seus próprios olhos.

6 Os pés corta, e o dano sorve, aquele que manda mensagem pela mão dum tolo.

7 Como as pernas do coxo, que pendem flácidas, assim é o provérbio na boca dos tolos.

8 Como o que arma a funda com pedra preciosa, assim é aquele que concede honra ao tolo.

9 Como o espinho que entra na mão do bêbado, assim é o provérbio na boca dos tolos.

10 O Poderoso, que formou todas as coisas, paga ao tolo, e recompensa ao transgressor.

11 Como o cão torna ao seu vômito, assim o tolo repete a sua estultícia.

12 Tens visto o homem que é sábio a seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo do que dele.

13 Diz o preguiçoso: Um leão está no caminho; um leão está nas ruas.

14 Como a porta gira nos seus gonzos, assim o preguiçoso na sua cama.

15 O preguiçoso esconde a sua mão ao seio; e cansa-se até de torná-la à sua boca.

16 Mais sábio é o preguiçoso a seus próprios olhos do que sete homens que respondem bem.

17 O que, passando, se põe em questão alheia, é como aquele que pega um cão pelas orelhas.

18 Como o louco que solta faíscas, flechas, e mortandades,

19 Assim é o homem que engana o seu próximo, e diz: Fiz isso por brincadeira.

20 Sem lenha, o fogo se apagará; e não havendo intrigante, cessará a contenda.

21 Como o carvão para as brasas, e a lenha para o fogo, assim é o homem contencioso para acender rixas.

22 As palavras do intrigante são como doces bocados; elas descem ao mais íntimo do ventre.

23 Como o caco de vaso coberto de escórias de prata, assim são os lábios ardentes com o coração maligno.

24 Aquele que odeia dissimula com seus lábios, mas no seu íntimo encobre o engano;

25 Quando te suplicar com voz suave não te fies nele, porque abriga sete abominações no seu coração,

26 Cujo ódio se encobre com engano, a sua maldade será exposta perante a congregação.

27 O que cava uma cova cairá nela; e o que revolve a pedra, esta voltará sobre ele.

28 A língua falsa odeia aos que ela fere, e a boca lisonjeira provoca a ruína.

Provérbios 27

Ouça o áudio do capítulo:

1 Não presumas do dia de amanhã, porque não sabes o que ele trará.

2 Que um outro te louve, e não a tua própria boca; o estranho, e não os teus lábios.

3 A pedra é pesada, e a areia é espessa; porém a ira do insensato é mais pesada que ambas.

4 O furor é cruel e a ira impetuosa, mas quem poderá enfrentar a inveja?

5 Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto.

6 Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.

7 A alma farta pisa o favo de mel, mas para a alma faminta todo amargo é doce.

8 Qual a ave que vagueia longe do seu ninho, tal é o homem que anda vagueando longe da sua morada.

9 O óleo e o perfume alegram o coração; assim o faz a doçura do amigo pelo conselho cordial.

10 Não deixes o teu amigo, nem o amigo de teu pai; nem entres na casa de teu irmão no dia da tua adversidade; melhor é o vizinho perto do que o irmão longe.

11 Sê sábio, filho meu, e alegra o meu coração, para que tenha alguma coisa que responder àquele que me desprezar.

12 O avisado vê o mal e esconde-se; mas os simples passam e sofrem a pena.

13 Quando alguém fica por fiador do estranho, toma-lhe até a sua roupa, e por penhor àquele que se obriga pela mulher estranha.

14 O que, pela manhã de madrugada, abençoa o seu amigo em alta voz, lho será imputado por maldição.

15 O gotejar contínuo em dia de grande chuva, e a mulher contenciosa, uma e outra são semelhantes;

16 Tentar moderá-la será como deter o vento, ou como conter o óleo dentro da sua mão direita.

17 Como o ferro com ferro se aguça, assim o homem afia o rosto do seu amigo.

18 O que cuida da figueira comerá do seu fruto; e o que atenta para o seu senhor será honrado.

19 Como na água o rosto corresponde ao rosto, assim o coração do homem ao homem.

20 Como o inferno e a perdição nunca se fartam, assim os olhos do homem nunca se satisfazem.

21 Como o crisol é para a prata, e o forno para o ouro, assim o homem é provado pelos louvores.

22 Ainda que repreendas o tolo como quem bate o trigo com a mão de gral entre grãos pilados, não se apartará dele a sua estultícia.

23 Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; põe o teu coração sobre os teus rebanhos,

24 Porque o tesouro não dura para sempre; e durará a coroa de geração em geração?

25 Quando brotar a erva, e aparecerem os renovos, e se juntarem as ervas dos montes,

26 Então os cordeiros serão para te vestires, e os bodes para o preço do campo;

27 E a abastança do leite das cabras para o teu sustento, para sustento da tua casa e para sustento das tuas servas.

Provérbios 28

Ouça o áudio do capítulo:

1 Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.

2 Pela transgressão da terra muitos são os seus príncipes, mas por homem prudente e entendido a sua continuidade será prolongada.

3 O homem pobre que oprime os pobres é como a chuva impetuosa, que causa a falta de alimento.

4 Os que deixam a lei louvam o ímpio; porém os que guardam a lei contendem com eles.

5 Os homens maus não entendem o juízo, mas os que buscam ao Senhor entendem tudo.

6 Melhor é o pobre que anda na sua integridade do que o de caminhos perversos ainda que seja rico.

7 O que guarda a lei é filho sábio, mas o companheiro dos desregrados envergonha a seu pai.

8 O que aumenta os seus bens com usura e ganância ajunta-os para o que se compadece do pobre.

9 O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.

10 O que faz com que os retos errem por mau caminho, ele mesmo cairá na sua cova; mas os bons herdarão o bem.

11 O homem rico é sábio aos seus próprios olhos, mas o pobre que é entendido, o examina.

12 Quando os justos exultam, grande é a glória; mas quando os ímpios sobem, os homens se escondem.

13 O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.

14 Bem-aventurado o homem que continuamente teme; mas o que endurece o seu coração cairá no mal.

15 Como leão rugidor, e urso faminto, assim é o ímpio que domina sobre um povo pobre.

16 O príncipe falto de entendimento é também um grande opressor, mas o que odeia a avareza prolongará seus dias.

17 O homem carregado do sangue de qualquer pessoa fugirá até à cova; ninguém o detenha.

18 O que anda sinceramente salvar-se-á, mas o perverso em seus caminhos cairá logo.

19 O que lavrar a sua terra virá a fartar-se de pão, mas o que segue a ociosos se fartará de pobreza.

20 O homem fiel será coberto de bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não ficará impune.

21 Dar importância à aparência das pessoas não é bom, porque até por um bocado de pão um homem prevaricará.

22 O que quer enriquecer depressa é homem de olho maligno, porém não sabe que a pobreza há de vir sobre ele.

23 O que repreende o homem gozará depois mais amizade do que aquele que lisonjeia com a língua.

24 O que rouba a seu próprio pai, ou a sua mãe, e diz: Não é transgressão, companheiro é do homem destruidor.

25 O orgulhoso de coração levanta contendas, mas o que confia no Senhor prosperará.

26 O que confia no seu próprio coração é insensato, mas o que anda em sabedoria, será salvo.

27 O que dá ao pobre não terá necessidade, mas o que esconde os seus olhos terá muitas maldições.

28 Quando os ímpios se elevam, os homens andam se escondendo, mas quando perecem, os justos se multiplicam.

O Grande Conflito

Nossa Única Salvaguarda

Ouça o áudio do capítulo:

“À lei e ao testemunho! se eles não falarem segundo esta Palavra, não haverá manhã para eles.” Isaías 8:20. O povo de Deus é encaminhado às Santas Escrituras como a salvaguarda contra a influência dos falsos ensinadores e poder ilusório dos espíritos das trevas. Satanás emprega todo artifício possível para impedir os homens de obter conhecimento da Bíblia; pois os claros ensinos desta põem a descoberto os seus enganos. Em todo avivamento da obra de Deus o príncipe do mal está desperto para atividade mais intensa; aplica atualmente todos os seus esforços em preparar-se para a luta final contra Cristo e Seus seguidores. O último grande engano deve logo patentear-se diante de nós. O anticristo vai operar suas obras maravilhosas à nossa vista. Tão meticulosamente a contrafação se parecerá com o verdadeiro, que será impossível distinguir entre ambos sem o auxílio das Escrituras Sagradas. Pelo testemunho destas toda declaração e todo prodígio deverão ser provados. GC 593.1

Os que se esforçam por obedecer a todos os mandamentos de Deus defrontarão oposição e escárnio. Apenas em Deus ser-lhes-á possível subsistir. A fim de suportarem a prova que diante deles está, devem compreender a vontade de Deus como se acha revelada em Sua Palavra; poderão honrá-Lo, unicamente, tendo uma concepção correta de Seu caráter, governo e propósitos, e agindo de acordo com estes. Pessoa alguma, a não ser os que fortaleceram o espírito com as verdades da Escritura, poderá resistir no último grande conflito. A toda alma virá a inquiridora prova: Obedecerei a Deus de preferência aos homens? A hora decisiva está mesmo agora às portas. Estão nossos pés firmados na rocha da imutável Palavra divina? Estamos preparados para permanecer firmes em defesa dos mandamentos de Deus e da fé de Jesus? GC 593.2

Antes de Sua crucifixão o Salvador explicou a Seus discípulos que Ele deveria ser morto, e do túmulo ressuscitar; anjos estavam presentes para gravar-lhes Suas palavras na mente e no coração. Mas os discípulos aguardavam livramento temporal do jugo romano, e não podiam tolerar a idéia de que Aquele em quem se centralizavam todas as suas esperanças devesse sofrer uma morte ignominiosa. As palavras de que necessitavam lembrar-se, fugiram-lhes do espírito; e, ao chegar o tempo da prova, esta os encontrou desprevenidos. A morte de Cristo destruiu-lhes tão completamente as esperanças, como se Ele não os houvesse advertido previamente. Assim, nas profecias, o futuro se patenteia diante de nós tão claramente como se revelou aos discípulos pelas palavras de Cristo. Os acontecimentos ligados ao final do tempo da graça e obra de preparo para o período de angústia, acham-se claramente apresentados. Multidões, porém, não possuem maior compreensão destas importantes verdades do que teriam se nunca houvessem sido reveladas. Satanás vigia para impedir toda impressão que os faria sábios para a salvação, e o tempo de angústia os encontrará sem o devido preparo. GC 594.1

Quando Deus envia aos homens advertências tão importantes que são representadas como proclamadas por santos anjos a voar pelo meio do céu, Ele requer que toda pessoa dotada de faculdade de raciocínio atenda à mensagem. Os terríveis juízos pronunciados contra o culto à besta e sua imagem (Apocalipse 14:9-11), deveriam levar todos a diligente estudo das profecias para aprenderem o que é o sinal da besta, e como devem evitar recebê-lo. As massas populares, porém, cerram os ouvidos à verdade, volvendo às fábulas. Olhando para os últimos dias, declarou o apóstolo Paulo: “Virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina.” 2 Timóteo 4:3. Chegamos, já, a esse tempo. As multidões rejeitam a verdade das Escrituras, por ser ela contrária aos desejos do coração pecaminoso e amante do mundo; e Satanás lhes proporciona os enganos que amam. GC 594.2

Mas Deus terá sobre a Terra um povo que mantenha a Bíblia, e a Bíblia só, como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas. As opiniões de homens ilustrados, as deduções da ciência, os credos ou decisões dos concílios eclesiásticos, tão numerosos e discordantes como são as igrejas que representam, a voz da maioria — nenhuma destas coisas, nem todas em conjunto, deveriam considerar-se como prova em favor ou contra qualquer ponto de fé religiosa. Antes de aceitar qualquer doutrina ou preceito, devemos pedir em seu apoio um claro — “Assim diz o Senhor”. GC 595.1

Satanás se esforça constantemente por atrair a atenção para o homem, em lugar de Deus. Induz o povo a olhar para os bispos, pastores, professores de teologia, como seus guias, em vez de examinarem as Escrituras a fim de, por si mesmos, aprenderem seu dever. Então, dominando o espírito desses dirigentes, pode influenciar as multidões de acordo com sua vontade. GC 595.2

Quando Cristo veio para falar as palavras de vida, o povo comum O ouvia alegremente; e muitos, mesmo dos sacerdotes e príncipes, creram nEle. Mas os principais do sacerdócio e os primeiros homens da nação estavam decididos a condenar e repudiar-Lhe os ensinos. Fossem embora frustrados todos os seus esforços para encontrar acusações contra Ele, e sem mesmo poder fugir à influência do poder e sabedoria divinos, que acompanhavam Suas palavras, encerraram-se, todavia, no preconceito; rejeitaram a mais clara evidência de Seu caráter messiânico, receosos de que fossem constrangidos a se tornarem Seus discípulos. Estes oponentes de Jesus eram homens que o povo desde a infância fora ensinado a reverenciar, a cuja autoridade se havia acostumado implicitamente a curvar-se. “Como é”, perguntavam, “que nossos príncipes e doutos escribas não crêem em Jesus? Não O receberiam estes homens pios se Ele fosse o Cristo?” Foi a influência desses ensinadores que levou a nação judaica a rejeitar seu Redentor. GC 595.3

O espírito que atuava naqueles sacerdotes e príncipes, é ainda manifesto por muitos que fazem alta profissão de piedade. Recusam-se a examinar o testemunho das Escrituras concernente às verdades especiais para este tempo. Apontam para o seu número, riqueza e popularidade, e olham com desdém os defensores da verdade, sendo estes poucos, pobres e impopulares, tendo uma fé que os separa do mundo. GC 596.1

Cristo previu que o fato de acatar da autoridade a que se entregavam os fariseus e escribas não cessaria com a dispersão dos judeus. Com o olhar profético viu a obra de exaltação da autoridade humana, com o fim de reger a consciência, a qual tem sido para a igreja uma tão terrível maldição, em todos os tempos. E Suas tremendas acusações aos escribas e fariseus, bem como as advertências ao povo para que não seguisse aqueles guias cegos, foram registradas como aviso às gerações futuras. GC 596.2

A Igreja Romana reserva ao clero o direito de interpretar as Escrituras. Sob o fundamento de que unicamente os eclesiásticos são competentes para explicar a Palavra de Deus, é esta vedada ao povo comum. Conquanto a Reforma fizesse acessível a todos as Escrituras, o mesmíssimo espírito que Roma manteve impede também as multidões nas igrejas protestantes de examinarem a Bíblia por si mesmas. São instruídas a aceitar os seus ensinos conforme são interpretados pela igreja; e há milhares que não ousam receber coisa alguma contrária ao seu credo, ou ao ensino adotado por sua igreja, por mais claro que esteja revelada nas Escrituras. GC 596.3

Apesar de achar-se a Bíblia cheia de advertências contra os falsos ensinadores, muitos há que estão prontos a confiar ao clero a guarda de sua alma. Existem hoje milhares de pessoas que professam ser religiosas, e no entanto não podem dar outra razão para os pontos de sua fé, a não ser o haverem sido assim instruídas por seus dirigentes espirituais. Passam pelos ensinos do Salvador, quase sem os notar, e depositam implícita confiança nas palavras dos ministros. São, porém, infalíveis os ministros? Como poderemos confiar nossa alma à sua guia, a menos que saibamos pela Palavra de Deus que são portadores de luz? A falta de coragem moral para sair da trilha batida do mundo, leva muitos a seguirem as pegadas de homens ilustrados; e, pela relutância em examinarem por si mesmos, estão-se tornando desesperançadamente presos nas cadeias do erro. Vêem que a verdade para este tempo é claramente apresentada na Bíblia, e sentem o poder do Espírito Santo acompanhando sua proclamação; permitem, todavia, que a oposição do clero os desvie da luz. Embora a razão e a consciência estejam convencidas, estas almas iludidas não ousam pensar diferentemente do ministro; e seu discernimento individual, os interesses eternos, são sacrificados à incredulidade, ao orgulho e preconceito de outrem. GC 596.4

Muitos são os meios por que Satanás opera pela influência humana a fim de enlaçar os seus cativos. Atrai a si multidões, ligando-as pelos laços da afeição aos que são inimigos da cruz de Cristo. Seja qual for esta ligação, paternal, filial, conjugal ou social, o efeito é o mesmo; os inimigos da verdade exercem sua força no sentido de reger a consciência, e as almas postas sob seu domínio não têm coragem ou independência suficientes para obedecer às suas próprias convicções do dever. GC 597.1

A verdade e a glória de Deus são inseparáveis; é-nos impossível, com a Bíblia ao nosso alcance, honrar a Deus com opiniões errôneas. Muitos alegam que não importa o que alguém creia, se tão-somente sua vida for correta. Mas a vida é moldada pela fé. Se a luz e a verdade estão ao nosso alcance, e negligenciamos aproveitar o privilégio de ouvir e vê-las, virtualmente as rejeitamos; estamos a escolher as trevas em vez da luz. GC 597.2

“Há caminho, que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte.” Provérbios 16:25. A ignorância não é desculpa para o erro ou pecado, quando há toda a oportunidade de conhecer a vontade de Deus. Um homem está a viajar, e chega a um lugar em que há várias estradas, e uma tabuleta indicando aonde cada uma delas leva. Se desatende à indicação da tabuleta, tomando qualquer caminho que lhe pareça direito, poderá ser muito sincero, mas encontrar-se-á com toda a probabilidade no caminho errado. GC 597.3

Deus nos deu Sua Palavra para que pudéssemos familiarizar-nos com os seus ensinos e saber, por nós mesmos, o que Ele de nós requer. Quando o doutor veio a Jesus com a pergunta: “Que farei para herdar a vida eterna?” o Salvador lhe fez referência às Escrituras, dizendo: “Que está escrito na lei? como lês?” A ignorância não desculpará jovens ou velhos, nem os livrará do castigo devido pela transgressão da lei de Deus, pois têm ao alcance uma exposição fiel daquela lei, de seus princípios e requisitos. Não basta termos boas intenções; não basta fazermos o que se julga ser direito, ou o que o ministro diz ser correto. A salvação de nossa alma está em jogo, e devemos examinar as Escrituras por nós mesmos. Por mais fortes que possam ser nossas convicções, por maior confiança que tenhamos de que o ministro sabe o que é a verdade, não seja este o nosso fundamento. Temos um mapa dando todas as indicações do caminho, na jornada em direção ao Céu, e não devemos estar a conjeturar a respeito de coisa alguma. GC 598.1

O primeiro e mais elevado dever de todo ser racional é aprender das Escrituras o que é a verdade, e então andar na luz, animando outros a lhe seguirem o exemplo. Devemos dia após dia estudar a Bíblia, diligentemente, ponderando todo pensamento e comparando passagem com passagem. Com o auxílio divino devemos formar nossas opiniões por nós mesmos, visto termos de responder por nós mesmos perante Deus. GC 598.2

As verdades mais claramente reveladas na Escritura Sagrada têm sido envoltas em dúvida e trevas pelos homens doutos que, com pretensão de grande sabedoria, ensinam que as Escrituras têm um sentido místico, secreto, espiritual, que não transparece na linguagem empregada. Estes homens são falsos ensinadores. Foi a essa classe que Jesus declarou: “Errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus.” Marcos 12:24. A linguagem da Bíblia deve ser explicada de acordo com o seu óbvio sentido, a menos que seja empregado um símbolo ou figura. Cristo fez a promessa: “Se alguém quiser fazer a vontade dEle, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus.” João 7:17. Se os homens tão-somente tomassem a Bíblia como é, e não houvesse falsos ensinadores para transviar e confundir-lhes o espírito, realizar-se-ia uma obra que alegraria os anjos, e que traria para o redil de Cristo milhares de milhares que ora se acham a vaguear no erro. GC 598.3

Cumpre-nos exercer todas as faculdades do espírito no estudo das Escrituras, e aplicar o intelecto em compreender as profundas coisas de Deus, tanto quanto possam fazer os mortais; não devemos, contudo, nos esquecer de que a docilidade e submissão da criança é o verdadeiro espírito do aprendiz. As dificuldades encontradas nas Escrituras jamais podem ser dominadas pelos mesmos métodos que se empregam em se tratando de problemas filosóficos. Não nos devemos empenhar no estudo da Bíblia com aquela confiança em nós mesmos com que tantos penetram nos domínios da ciência, mas sim com devota dependência de Deus, e sincero desejo de saber a Sua vontade. Cheguemo-nos com espírito humilde e dócil para obter conhecimento do grande Eu Sou. De outro modo, anjos maus cegar-nos-ão o espírito, endurecendo-nos o coração para que não sejamos impressionados pela verdade. GC 599.1

Muitas porções das Escrituras que homens doutos declaram ser mistério, ou que não consideram como tendo importância, estão repletas de conforto e instrução para aquele que aprender na escola de Cristo. Um dos motivos por que muitos teólogos não têm compreensão mais clara da Palavra de Deus é o cerrarem os olhos às verdades que não desejam praticar. O compreender a verdade bíblica não depende tanto do vigor do intelecto posto à pesquisa como da singeleza de propósito, do fervoroso anelo pela justiça. GC 599.2

Nunca se deve estudar a Bíblia sem oração. Somente o Espírito Santo nos pode fazer compreender a importância das coisas fáceis de se perceberem, ou impedir-nos de torcer verdades difíceis de serem entendidas. É o mister dos anjos celestiais preparar o coração para de tal maneira compreender a Palavra de Deus que fiquemos encantados com sua beleza, admoestados por suas advertências, ou animados e fortalecidos por suas promessas. Façamos nossa a petição do salmista: “Desvenda os meus olhos para que veja as maravilhas da Tua lei.” Salmos 119:18. As tentações muitas vezes parecem irresistíveis porque, pela negligência da oração e estudo da Bíblia, o que é tentado não pode facilmente lembrar-se das promessas de Deus e enfrentar Satanás com as armas das Escrituras. Anjos, porém, acham-se em redor dos que estão desejosos de serem ensinados nas coisas divinas; e no tempo de grande necessidade lhes trarão à lembrança as mesmas verdades de que necessitam. Assim, “vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do Senhor arvorará contra ele a sua bandeira.” Isaías 59:19. GC 599.3

Jesus prometeu a Seus discípulos: “Aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, Esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” João 14:26. Mas os ensinos de Cristo devem previamente ser armazenados na memória, a fim de que o Espírito de Deus no-los traga à lembrança no tempo de perigo. “Escondi a Tua Palavra no meu coração, para eu não pecar contra Ti”, disse Davi. Salmos 119:11. GC 600.1

Todos os que dão valor a seus interesses eternos devem estar de sobreaviso contra as incursões do ceticismo. Os próprios fundamentos da verdade serão assaltados. É impossível conservarmo-nos fora do alcance dos sarcasmos e sofismas, dos ensinos insidiosos e pestíferos da incredulidade moderna. Satanás adapta suas tentações a todas as classes. Assalta o analfabeto com o motejo ou zombaria, enquanto enfrenta o que é educado com objeções científicas e raciocínio filosófico, igualmente calculados a suscitar desconfiança nas Escrituras ou desdém por elas. Mesmo jovens de pouca experiência têm a presunção de insinuar dúvidas relativas aos princípios fundamentais do cristianismo. E esta juvenil incredulidade, trivial como é, tem sua influência. Muitos são assim levados a zombar da fé de seus pais, e a fazer agravo ao Espírito da graça. Hebreus 10:29. Muita vida que prometia ser uma honra a Deus e uma bênção ao mundo foi crestada pelo detestável bafejo da incredulidade. Todos os que confiam nas jactanciosas decisões da razão humana, imaginando poder explicar os mistérios divinos e chegar à verdade desajudados pela sabedoria divina, acham-se enredados na cilada de Satanás. GC 600.2

Estamos vivendo no período mais solene da história deste mundo. O destino das imensas multidões da Terra está prestes a decidir-se. Nosso próprio bem-estar futuro, e também a salvação de outras almas, dependem do caminho que ora seguimos. Necessitamos ser guiados pelo Espírito da verdade. Todo seguidor de Cristo deve fervorosamente indagar: “Senhor, que queres que eu faça?” Necessitamos humilhar-nos perante o Senhor, com jejum e oração, e meditar muito em Sua Palavra, especialmente nas cenas do juízo. Cumpre-nos buscar agora uma experiência profunda e viva nas coisas de Deus. Não temos um momento a perder. Acontecimentos de importância vital estão a ocorrer em redor de nós; estamos no terreno encantado de Satanás. Não durmais, sentinelas de Deus; o adversário está perto, de emboscada, pronto para a qualquer momento, caso vos torneis negligentes e sonolentos, saltar sobre vós e fazer-vos presa sua. GC 601.1

Muitos estão enganados quanto à sua verdadeira condição perante Deus. Congratulam-se pelos maus atos que não cometem, e esquecem-se de enumerar as boas e nobres ações que Deus exige deles, mas negligenciaram cumprir. Não basta que sejam árvores no jardim de Deus. Devem corresponder a Sua expectativa, produzindo frutos. Ele os responsabiliza pela sua falta em cumprir todo o bem que poderiam fazer, mediante Sua graça que os fortalece. Nos livros do Céu, acham-se eles registrados como estando a ocupar em vão o terreno. Contudo, mesmo o caso desta classe não é inteiramente desesperador. Em prol daqueles que têm tomado em pouca consideração a misericórdia de Deus, desprezando Sua graça, o coração do longânimo Amor ainda pleiteia. “Pelo que diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá. Portanto, vede prudentemente como andais, ... remindo o tempo; porquanto os dias são maus.” Efésios 5:14-16. GC 601.2

Quando o tempo de prova vier, revelar-se-ão os que fizeram da Palavra de Deus sua regra de vida. No verão, nenhuma diferença se nota entre os ciprestes e as outras árvores; mas, ao soprarem as rajadas hibernais, aqueles permanecem inalteráveis, enquanto estas perdem a folhagem. Assim aquele que com coração falso professa a religião, pode agora não se diferençar do cristão verdadeiro; está, porém, justamente diante de nós o tempo em que a diferença aparecerá. Levante-se a oposição, de novo exerçam domínio o fanatismo e a intolerância, acenda-se a perseguição, e os insinceros e hipócritas vacilarão, renunciando a fé; mas o verdadeiro crente permanecerá firme como um rocha, tornando-se mais forte a sua fé, sua esperança mais viva do que nos dias da prosperidade. GC 602.1

Diz o salmista: “Medito nos Teus testemunhos.” “Pelos Teus mandamentos alcancei entendimento; pelo que aborreço todo o falso caminho.” Salmos 119:99, 104. GC 602.2

“Bem-aventurado é o homem que acha sabedoria.” “Será como a árvore plantada junto às águas, que estende suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Provérbios 3:13; Jeremias 17:8. GC 602.3

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