Luz Para Nossos Dias
- Salmos 143-145
Salmos 143
Ouça o áudio do capítulo:
1 Ó Senhor, ouve a minha oração, inclina os ouvidos às minhas súplicas; escuta-me segundo a tua verdade, e segundo a tua justiça.
2 E não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente.
3 Pois o inimigo perseguiu a minha alma; atropelou-me até ao chão; fez-me habitar na escuridão, como aqueles que morreram há muito.
4 Pois que o meu espírito se angustia em mim; e o meu coração em mim está desolado.
5 Lembro-me dos dias antigos; considero todos os teus feitos; medito na obra das tuas mãos.
6 Estendo para ti as minhas mãos; a minha alma tem sede de ti, como terra sedenta. (Selá.)
7 Ouve-me depressa, ó Senhor; o meu espírito desmaia. Não escondas de mim a tua face, para que não seja semelhante aos que descem à cova.
8 Faze-me ouvir a tua benignidade pela manhã, pois em ti confio; faze-me saber o caminho que devo seguir, porque a ti levanto a minha alma.
9 Livra-me, ó Senhor, dos meus inimigos; fujo para ti, para me esconder.
10 Ensina-me a fazer a tua vontade, pois és o meu Deus. O teu Espírito é bom; guie-me por terra plana.
11 Vivifica-me, ó Senhor, por amor do teu nome; por amor da tua justiça, tira a minha alma da angústia.
12 E por tua misericórdia desarraiga os meus inimigos, e destrói a todos os que angustiam a minha alma; pois sou teu servo.
Salmos 144
Ouça o áudio do capítulo:
1 Bendito seja o SENHOR, minha rocha, que ensina as minhas mãos para a peleja e os meus dedos para a guerra;
2 Benignidade minha e fortaleza minha; alto retiro meu e meu libertador és tu; escudo meu, em quem eu confio, e que me sujeita o meu povo.
3 Senhor, que é o homem, para que o conheças, e o filho do homem, para que o estimes?
4 O homem é semelhante à vaidade; os seus dias são como a sombra que passa.
5 Abaixa, ó Senhor, os teus céus, e desce; toca os montes, e fumegarão.
6 Vibra os teus raios e dissipa-os; envia as tuas flechas, e desbarata-os.
7 Estende as tuas mãos desde o alto; livra-me, e arrebata-me das muitas águas e das mãos dos filhos estranhos,
8 Cuja boca fala vaidade, e a sua mão direita é a destra de falsidade.
9 A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com o saltério e instrumento de dez cordas te cantarei louvores;
10 A ti, que dás a salvação aos reis, e que livras a Davi, teu servo, da espada maligna.
11 Livra-me, e tira-me das mãos dos filhos estranhos, cuja boca fala vaidade, e a sua mão direita é a destra de iniqüidade,
12 Para que nossos filhos sejam como plantas crescidas na sua mocidade; para que as nossas filhas sejam como pedras de esquina lavradas à moda de palácio;
13 Para que as nossas despensas se encham de todo provimento; para que os nossos rebanhos produzam a milhares e a dezenas de milhares nas nossas ruas.
14 Para que os nossos bois sejam fortes para o trabalho; para que não haja nem assaltos, nem saídas, nem gritos nas nossas ruas.
15 Bem-aventurado o povo ao qual assim acontece; bem-aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor.
Salmos 145
Ouça o áudio do capítulo:
1 Eu te exaltarei, ó Deus, rei meu, e bendirei o teu nome pelos séculos dos séculos e para sempre.
2 Cada dia te bendirei, e louvarei o teu nome pelos séculos dos séculos e para sempre.
3 Grande é o Senhor, e muito digno de louvor, e a sua grandeza inescrutável.
4 Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciarão as tuas proezas.
5 Falarei da magnificência gloriosa da tua majestade e das tuas obras maravilhosas.
6 E se falará da força dos teus feitos terríveis; e contarei a tua grandeza.
7 Proferirão abundantemente a memória da tua grande bondade, e cantarão a tua justiça.
8 Piedoso e benigno é o Senhor, sofredor e de grande misericórdia.
9 O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras.
10 Todas as tuas obras te louvarão, ó Senhor, e os teus santos te bendirão.
11 Falarão da glória do teu reino, e relatarão o teu poder,
12 Para fazer saber aos filhos dos homens as tuas proezas e a glória da magnificência do teu reino.
13 O teu reino é um reino eterno; o teu domínio dura em todas as gerações.
14 O Senhor sustenta a todos os que caem, e levanta a todos os abatidos.
15 Os olhos de todos esperam em ti, e lhes dás o seu mantimento a seu tempo.
16 Abres a tua mão, e fartas os desejos de todos os viventes.
17 Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras.
18 Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade.
19 Ele cumprirá o desejo dos que o temem; ouvirá o seu clamor, e os salvará.
20 O Senhor guarda a todos os que o amam; mas todos os ímpios serão destruídos.
21 A minha boca falará o louvor do Senhor, e toda a carne louvará o seu santo nome pelos séculos dos séculos e para sempre.
O Grande Conflito
Luz Para Nossos Dias
Ouça o áudio do capítulo:
A obra de Deus na Terra apresenta, século após século, uma surpreendente semelhança, em todas as grandes reformas ou movimentos religiosos. Os princípios envolvidos no trato de Deus com os homens são sempre os mesmos. Os movimentos importantes do presente têm seu paralelo nos do passado, e a experiência da igreja nos séculos antigos encerra lições de grande valor para o nosso tempo. GC 343.1
Nenhuma verdade é mais claramente ensinada na Escritura do que aquela segundo a qual Deus, pelo Seu Espírito Santo, dirige de maneira especial Seus servos sobre a Terra, nos grandes movimentos que têm por objetivo promover a obra da salvação. Os homens são instrumentos nas mãos de Deus, por Ele empregados para cumprirem Seus propósitos de graça e misericórdia. Cada um tem a sua parte a desempenhar; a cada qual é concedida uma porção de luz, adaptada às necessidades de seu tempo, e suficiente para o habilitar a efetuar a obra que Deus lhe deu a fazer. Nenhum homem, porém, ainda que honrado pelo Céu, já chegou a compreender completamente o grande plano da redenção, ou mesmo a aquilatar perfeitamente o propósito divino na obra para o seu próprio tempo. Os homens não compreendem plenamente o que Deus deseja cumprir pela missão que lhes confia: não abrangem, em todos os aspectos, a mensagem que proclamam em Seu nome. GC 343.2
“Porventura alcançarás os caminhos de Deus, ou chegarás à perfeição do Todo-poderoso?” “Os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os Meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como os céus são mais altos do que a Terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos e os Meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” “Eu sou Deus, e não há outro deus, não há outro semelhante a Mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não aconteceram.” Jó 11:7; Isaías 55:8, 9; Isaías 46:9, 10. GC 343.3
Jó 11:7
7 Porventura alcançarás os caminhos de Deus, ou chegarás à perfeição do Todo-Poderoso?
Isaías 55:8, 9
8 Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.
9 Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.
Isaías 46:9, 10
9 Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim.
10 Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade.
Mesmo os profetas que eram favorecidos com iluminação especial do Espírito, não compreendiam plenamente a significação das revelações a eles confiadas. O sentido deveria ser desvendado de século em século, à medida que o povo de Deus necessitasse das instruções nelas contidas. GC 344.1
Pedro, escrevendo acerca da salvação trazida à luz pelo evangelho, diz: “Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir. Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam.” 1 Pedro 1:10-12. GC 344.2
1 Pedro 1:10-12
10 Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada,
11 Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir.
12 Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos desejam bem atentar.
Entretanto, ao mesmo tempo em que não era dado aos profetas compreender completamente as coisas que lhes eram reveladas, buscavam fervorosamente obter toda a luz que Deus fora servido tornar manifesta. “Inquiriram e trataram diligentemente”, “indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava.” Que lição para o povo de Deus na era cristã, para o benefício do qual foram dadas aos Seus servos estas profecias! “Aos quais foi revelado que não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam.” Considerai como os santos homens de Deus “inquiriram e trataram diligentemente”, com respeito a revelações que lhes foram dadas para as gerações ainda não nascidas. Comparai seu santo zelo com a descuidada indiferença com que os favorecidos dos últimos séculos tratam este dom do Céu. Que exprobração àquela indiferença comodista e mundana, que se contenta em declarar que as profecias não podem ser compreendidas! GC 344.3
Posto que a mente finita do homem não seja apta a penetrar nos conselhos do Ser infinito, ou compreender completamente a realização de Seus propósitos, muitas vezes é por causa de algum erro ou negligência de sua parte que tão palidamente entendem as mensagens do Céu. Com freqüência, a mente do povo, e mesmo dos servos de Deus, se acha tão cegada pelas opiniões humanas, as tradições e falsos ensinos, que apenas pode parcialmente apreender as grandes coisas que Ele revelou em Sua Palavra. Assim foi com os discípulos de Cristo, mesmo quando o Salvador estava com eles em pessoa. Seu espírito se havia imbuído da idéia popular acerca do Messias como príncipe terreno, que exaltaria Israel ao trono do domínio universal, e não compreendiam o sentido de Suas palavras predizendo Seus sofrimentos e morte. GC 344.4
O próprio Cristo os enviara com a mensagem: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho.” Marcos 1:15. Aquela mensagem era baseada na profecia de Daniel 9. As sessenta e nove semanas, declarou o anjo, estender-se-iam até “o Messias, o Príncipe” e com grandes esperanças e antecipado gozo aguardavam o estabelecimento do reino do Messias, em Jerusalém, a fim de governar sobre a Terra toda. GC 345.1
Marcos 1:15
15 E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho.
Daniel 9
1 No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus,
2 No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos.
3 E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.
4 E orei ao Senhor meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;
5 Pecamos, e cometemos iniqüidades, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos;
6 E não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, como também a todo o povo da terra.
7 A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós a confusão de rosto, como hoje se vê; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel, aos de perto e aos de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas rebeliões que cometeram contra ti.
8 Ó Senhor, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque pecamos contra ti.
9 Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia, e o perdão; pois nos rebelamos contra ele,
10 E não obedecemos à voz do Senhor, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas.
11 Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se para não obedecer à tua voz; por isso a maldição e o juramento, que estão escritos na lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós; porque pecamos contra ele.
12 E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós, e contra os nossos juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto debaixo de todo o céu nunca se fez como se tem feito em Jerusalém.
13 Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não suplicamos à face do Senhor nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniqüidades, e para nos aplicarmos à tua verdade.
14 Por isso o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós; porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as suas obras, que fez, pois não obedecemos à sua voz.
15 Agora, pois, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e ganhaste para ti nome, como hoje se vê; temos pecado, temos procedido impiamente.
16 Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porque por causa dos nossos pecados, e por causa das iniqüidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estão em redor de nós.
17 Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor.
18 Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.
19 Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome.
20 Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus,
21 Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde.
22 Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido.
23 No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a palavra, e entende a visão.
24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo.
25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
26 E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.
27 E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.
Pregaram a mensagem que Cristo lhes confiara, ainda que eles próprios compreendessem mal a sua significação. Ao passo que seu anúncio se baseava em Daniel 9:25, não viam no versículo seguinte do mesmo capítulo que o Messias deveria ser tirado. Desde o nascimento haviam fixado o coração na antecipada glória de um império terrestre, e isto lhes cegava igualmente a compreensão das especificações da profecia e das palavras de Cristo. GC 345.2
Daniel 9:25
25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
Cumpriram seu dever apresentando à nação judaica o convite de misericórdia e, então, no mesmo tempo em que esperavam ver o Senhor ascender ao trono de Davi, viram-nO ser agarrado como malfeitor, açoitado, escarnecido, condenado e suspenso à cruz do Calvário. Que desespero e angústia oprimia o coração dos discípulos durante os dias em que seu Senhor dormia no túmulo! GC 345.3
Cristo viera no tempo exato, e da maneira predita na profecia. O testemunho das Escrituras fora cumprido em todos os detalhes de Seu ministério. Pregara Ele a mensagem da salvação, e “Sua palavra era com autoridade.” O coração de Seus ouvintes havia testemunhado ser ela do Céu. A Palavra e o Espírito de Deus atestavam a missão divina do Filho. GC 346.1
Os discípulos ainda se apegavam com imperecível afeição ao Mestre amado. E, não obstante, traziam o espírito envolto em incerteza e dúvida. Em sua angústia não se lembravam então das palavras de Cristo que de antemão indicavam Seu sofrimento e morte. Se Jesus de Nazaré fosse o verdadeiro Messias, teriam eles sido assim imersos em pesar e decepção? Esta era a pergunta que lhes torturava a alma enquanto o Salvador jazia no sepulcro, durante as desesperadoras horas daquele sábado, que mediou entre Sua morte e Sua ressurreição. GC 346.2
Conquanto a noite de tristeza caísse tenebrosa em redor dos seguidores de Jesus, não foram eles, contudo, esquecidos. Diz o profeta: “Se morar nas trevas, o Senhor será a minha luz. ... Ele me trará à luz, e eu verei a Sua justiça.” “Nem ainda as trevas me escondem de Ti, mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para Ti a mesma coisa.” Deus falou: “Aos justos nasce luz nas trevas.” “E guiarei os cegos por um caminho que nunca conheceram, fá-los-ei caminhar por veredas que não conheceram; tornarei as trevas em luz perante eles, e as coisas tortas farei direitas. Estas coisas lhes farei, e nunca os desampararei.” Miquéias 7:8, 9; Salmos 139:12; 112:4; Isaías 42:16. GC 346.3
Miquéias 7:8, 9
8 Ó inimiga minha, não te alegres a meu respeito; ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei; se morar nas trevas, o Senhor será a minha luz.
9 Sofrerei a ira do Senhor, porque pequei contra ele, até que julgue a minha causa, e execute o meu direito; ele me tirará para a luz, e eu verei a sua justiça.
Salmos 139:12; 112:4
12 Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa;
4 Aos justos nasce luz nas trevas; ele é piedoso, misericordioso e justo.
Isaías 42:16
16 E guiarei os cegos pelo caminho que nunca conheceram, fá-los-ei caminhar pelas veredas que não conheceram; tornarei as trevas em luz perante eles, e as coisas tortas farei direitas. Estas coisas lhes farei, e nunca os desampararei.
O que os discípulos haviam anunciado em nome do Senhor, era correto em todos os pormenores, e os acontecimentos preditos estavam mesmo então a ocorrer. “O tempo está cumprido, o reino de Deus está próximo” — havia sido a sua mensagem. À terminação do “tempo” — as sessenta e nove semanas de Daniel 9, as quais se deveriam estender até ao Messias, “o Ungido” — Cristo recebera a unção do Espírito, depois de batizado por João, no Jordão. E “o reino de Deus”, que eles declararam estar próximo, foi estabelecido pela morte de Cristo. Este reino não era, como eles haviam sido ensinados a crer, um domínio terrestre. Tampouco devia ser confundido com o reino futuro, imortal que será estabelecido quando “o reino, o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo” — reino eterno, no qual “todos os domínios O servirão e Lhe obedecerão.” Daniel 7:27. Conforme é usada na Bíblia, a expressão “reino de Deus” designa tanto o reino da graça como o de glória. O primeiro é apresentado por Paulo na epístola aos hebreus. Depois de apontar para Cristo, o compassivo Intercessor que pode “compadecer-Se de nossas fraquezas”, diz o apóstolo: “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça.” Hebreus 4:16. O trono da graça representa o reino da graça; pois a existência de um trono implica a de um reino. Em muitas parábolas Cristo usa a expressão “o reino dos Céus”, para designar a obra da graça divina no coração dos homens. GC 346.4
Daniel 9
1 No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus,
2 No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos.
3 E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.
4 E orei ao Senhor meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;
5 Pecamos, e cometemos iniqüidades, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos;
6 E não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, como também a todo o povo da terra.
7 A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós a confusão de rosto, como hoje se vê; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel, aos de perto e aos de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas rebeliões que cometeram contra ti.
8 Ó Senhor, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque pecamos contra ti.
9 Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia, e o perdão; pois nos rebelamos contra ele,
10 E não obedecemos à voz do Senhor, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas.
11 Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se para não obedecer à tua voz; por isso a maldição e o juramento, que estão escritos na lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós; porque pecamos contra ele.
12 E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós, e contra os nossos juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto debaixo de todo o céu nunca se fez como se tem feito em Jerusalém.
13 Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não suplicamos à face do Senhor nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniqüidades, e para nos aplicarmos à tua verdade.
14 Por isso o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós; porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as suas obras, que fez, pois não obedecemos à sua voz.
15 Agora, pois, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e ganhaste para ti nome, como hoje se vê; temos pecado, temos procedido impiamente.
16 Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porque por causa dos nossos pecados, e por causa das iniqüidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estão em redor de nós.
17 Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor.
18 Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.
19 Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome.
20 Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus,
21 Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde.
22 Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido.
23 No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a palavra, e entende a visão.
24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo.
25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
26 E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.
27 E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.
Daniel 7:27
27 E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão.
Hebreus 4:16
16 Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.
Assim, o trono de glória representa o reino de glória; e a este reino fazem referência as palavras do Salvador: “Quando o Filho do homem vier em Sua glória, e todos os santos anjos com Ele, então Se assentará no trono de Sua glória; e todas as nações serão reunidas diante dEle.” Mateus 25:31, 32. Este reino está ainda no futuro. Não será estabelecido antes do segundo advento de Cristo. GC 347.1
Mateus 25:31, 32
31 E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória;
32 E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas;
O reino da graça foi instituído imediatamente depois da queda do homem, quando fora concebido um plano para a redenção da raça culpada. Existiu ele então no propósito de Deus e pela Sua promessa; e mediante a fé os homens podiam tornar-se súditos seus. Contudo, não foi efetivamente estabelecido antes da morte de Cristo. Mesmo depois de entrar para o Seu ministério terrestre, o Salvador, cansado pela obstinação e ingratidão dos homens, poderia ter-Se recusado ao sacrifício do Calvário. No Getsêmani, a taça de amarguras tremia-Lhe na mão. Ele poderia naquele momento ter enxugado o suor de sangue da fronte, abandonando a raça criminosa para que perecesse em sua iniqüidade. Houvesse Ele feito isto, e não teria havido redenção para o homem caído. Quando, porém, o Salvador rendeu a vida, e em Seu último alento clamou: “Está consumado”, assegurou-se naquele instante o cumprimento do plano da redenção. Ratificou-se a promessa de libertamento, feita no Éden, ao casal pecador. O reino da graça, que antes existira pela promessa de Deus, foi então estabelecido. GC 347.2
Destarte, a morte de Cristo — o próprio acontecimento que os discípulos encararam como a destruição final de suas esperanças — foi o que as confirmou para sempre. Conquanto lhes houvesse acarretado cruel decepção, foi a prova máxima de que sua crença era correta. O acontecimento que os enchera de pranto e desespero, foi o que abrira a porta da esperança a todo filho de Adão, e no qual se centralizava a vida futura e a felicidade eterna de todos os fiéis de Deus, de todos os séculos. GC 348.1
Estavam a cumprir-se os desígnios da misericórdia infinita, mesmo por meio do desapontamento dos discípulos. Se bem que o coração deles tivesse sido ganho pela graça divina e pelo poder do ensino dAquele que falou como homem algum jamais falara, todavia, de mistura com o ouro puro do amor para com Jesus, achava-se a liga vil do orgulho humano e das ambições egoístas. Mesmo na sala da páscoa, na hora solene em que o Mestre já estava a entrar na sombra do Getsêmani, houve “entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior.” Lucas 22:24. Nada mais viam senão o trono, a coroa e a glória, enquanto precisamente diante deles se achavam a ignomínia e agonia do jardim, do tribunal, da cruz do Calvário. O orgulho no coração e a sede de glória mundana é que os levou a apegar-se tão tenazmente ao falso ensino de seu tempo, e deixar despercebidas as palavras do Salvador que mostravam a verdadeira natureza de Seu reino e apontavam para a Sua agonia e morte. E destes erros resultou a prova — dura mas necessária que fora permitida para corrigi-los. Embora os discípulos houvessem compreendido mal o sentido de Sua mensagem, e vissem frustradas suas esperanças, tinham contudo pregado a advertência a eles dada por Deus, e o Senhor lhes recompensaria a fé e honraria a obediência. A eles fora confiada a obra de anunciar a todas as nações o evangelho glorioso do Senhor ressuscitado. A fim de prepará-los para essa obra, fora permitida a experiência que lhes pareceu tão amarga. GC 348.2
Lucas 22:24
24 E houve também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior.
Depois de Sua ressurreição Jesus apareceu a Seus discípulos no caminho para Emaús, e, “começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dEle se achava em todas as Escrituras.” Lucas 24:27. Comoveu-se o coração dos discípulos. Avivou-se-lhes a fé. Foram “de novo gerados para uma viva esperança”, mesmo antes que Jesus Se lhes revelasse. Era propósito de Cristo iluminar-lhes o entendimento, firmando-lhes a fé na “firme palavra da profecia.” Desejava que no espírito deles a verdade criasse sólidas raízes, não meramente porque fosse apoiada por Seu testemunho pessoal, mas por causa da evidência inquestionável apresentada pelos símbolos e sombras da lei típica e pelas profecias do Antigo Testamento. Era necessário aos seguidores de Cristo ter fé inteligente, não só em favor de si próprios, mas para que pudessem levar o conhecimento de Cristo ao mundo. E, como primeiro passo no comunicar este conhecimento, Jesus encaminhou Seus discípulos para “Moisés e os profetas.” Este foi o testemunho dado pelo Salvador ressuscitado quanto ao valor e importância das Escrituras do Antigo Testamento. GC 349.1
Lucas 24:27
27 E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.
Que mudança se operou no coração dos discípulos, ao contemplarem mais uma vez o amado semblante do Mestre! Lucas 24:32. Em sentido mais completo e perfeito do que nunca, haviam “achado Aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas.” A incerteza, a angústia e o desespero deram lugar a segurança perfeita e esclarecida fé. Não admira que, depois de Sua ascensão, estivessem “sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus.” O povo, sabendo apenas da morte ignominiosa do Salvador, procurava ver no rosto deles a expressão de tristeza, confusão e derrota; viam, porém, ali, alegria e triunfo. Que preparo receberam estes discípulos para a obra que se achava diante deles! Tinham passado pela mais severa prova que lhes era possível experimentar, e visto como a Palavra de Deus se cumprira triunfantemente, quando, segundo a visão humana, tudo se achava perdido. Que poderia, dali em diante, intimidar-lhes a fé ou arrefecer-lhes o ardoroso amor? Na mais aguda tristeza tinham “firme consolação”, e uma esperança que era “como âncora da alma segura e firme.” Hebreus 6:18, 19. Haviam sido testemunhas da sabedoria e poder de Deus e estavam certos “de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura”, seria capaz de os separar “do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” “Em todas estas coisas”, disseram eles, “somos mais do que vencedores, por Aquele que nos amou.” Romanos 8:38, 39, 37. “A Palavra do Senhor permanece para sempre.” 1 Pedro 1:25. E “quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” Romanos 8:34. GC 349.2
Lucas 24:32
32 E disseram um para o outro: Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras?
Hebreus 6:18, 19
18 Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta;
19 A qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até ao interior do véu,
Romanos 8:38, 39, 37
38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,
39 Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
37 Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
1 Pedro 1:25
25 Mas a palavra do Senhor permanece para sempre.E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada.
Romanos 8:34
34 Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.
Diz o Senhor: “O Meu povo não será envergonhado para sempre.” Joel 2:26. “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” Salmos 30:5. Quando no dia da ressurreição esses discípulos encontraram o Salvador e lhes ardia o coração ao ouvirem Suas palavras; quando olharam para a cabeça, mãos e pés que por amor deles tinham sido feridos; quando, antes de Sua ascensão, Jesus os levou até Betânia, e erguendo as mãos para os abençoar, lhes ordenou: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho”, acrescentando: “Eis que Eu estou convosco todos os dias” (Marcos 16:15; Mateus 28:20); quando, no dia de Pentecoste, desceu o Consolador prometido, e foi dado o poder do alto, e a alma dos crentes estremeceu com a presença sensível do Senhor que ascendera ao Céu — então, mesmo que seu caminho tivesse de passar, como o de Jesus, através de sacrifício e martírio, trocariam eles o ministério do evangelho de Sua graça, com a “coroa da justiça” a ser recebida à vinda de Cristo, pela glória de um trono terrestre que fora a esperança de seu primeiro discipulado? Aquele que é “capaz de fazer muito mais abundantemente do que pedimos ou pensamos” concedera-lhes, com a comunhão de Seus sofrimentos, a de Sua alegria — alegria de “trazer muitos filhos à glória”, alegria indizível, “eterno peso de glória”, com que, diz Paulo, “nossa leve e momentânea tribulação” não é para ser comparada. GC 350.1
Joel 2:26
26 E comereis abundantemente e vos fartareis, e louvareis o nome do Senhor vosso Deus, que procedeu para convosco maravilhosamente; e o meu povo nunca mais será envergonhado.
Salmos 30:5
5 Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.
Marcos 16:15
15 E disse-lhes: Ide por todo omundo, pregai o evangelho a toda criatura.
Mateus 28:20
20 Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.
A experiência dos discípulos que pregaram “o evangelho do reino” no primeiro advento de Cristo, teve seu paralelo na experiência dos que proclamaram a mensagem de Seu segundo advento. Assim como saíram os discípulos a pregar: “O tempo está cumprido, o reino de Deus está próximo”, Miller e seus companheiros proclamaram que o período profético mais longo e o último apresentado na Bíblia estava a ponto de terminar, que o juízo estava próximo, e que deveria ser inaugurado o reino eterno. A pregação dos discípulos com relação ao tempo, baseava-se nas setenta semanas de Daniel 9. A mensagem apresentada por Miller e seus companheiros anunciava a terminação dos 2.300 dias de Daniel 8:14, dos quais as setenta semanas fazem parte. Cada uma dessas pregações se baseava no cumprimento de uma porção diversa do mesmo grande período profético. GC 351.1
Daniel 9
1 No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus,
2 No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos.
3 E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.
4 E orei ao Senhor meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;
5 Pecamos, e cometemos iniqüidades, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos;
6 E não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, como também a todo o povo da terra.
7 A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós a confusão de rosto, como hoje se vê; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel, aos de perto e aos de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas rebeliões que cometeram contra ti.
8 Ó Senhor, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque pecamos contra ti.
9 Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia, e o perdão; pois nos rebelamos contra ele,
10 E não obedecemos à voz do Senhor, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas.
11 Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se para não obedecer à tua voz; por isso a maldição e o juramento, que estão escritos na lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós; porque pecamos contra ele.
12 E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós, e contra os nossos juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto debaixo de todo o céu nunca se fez como se tem feito em Jerusalém.
13 Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não suplicamos à face do Senhor nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniqüidades, e para nos aplicarmos à tua verdade.
14 Por isso o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós; porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as suas obras, que fez, pois não obedecemos à sua voz.
15 Agora, pois, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e ganhaste para ti nome, como hoje se vê; temos pecado, temos procedido impiamente.
16 Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porque por causa dos nossos pecados, e por causa das iniqüidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estão em redor de nós.
17 Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor.
18 Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.
19 Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome.
20 Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus,
21 Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde.
22 Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido.
23 No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a palavra, e entende a visão.
24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo.
25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
26 E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.
27 E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.
Daniel 8:14
14 E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.
Do mesmo modo que os primeiros discípulos, Guilherme Miller e seus companheiros não compreenderam inteiramente o significado da mensagem que apresentavam. Erros, que havia muito se achavam estabelecidos na igreja, impediam-nos de chegar a uma interpretação correta de um ponto importante da profecia. Portanto, se bem que proclamassem a mensagem que Deus lhes confiara para transmitir ao mundo, em virtude de uma errônea compreensão do sentido, sofreram desapontamento. GC 351.2
Explicando Daniel 8:14 — “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” — Miller, conforme já foi declarado, adotou a opinião geralmente mantida de que a Terra é o santuário, crendo que a purificação deste representava a purificação da Terra pelo fogo, à vinda do Senhor. Quando, pois, achou que o termo dos 2.300 dias estava definidamente predito, concluiu que isto revelava o tempo do segundo advento. Seu erro resultou de aceitar a opinião popular quanto ao que constitui o santuário. GC 352.1
Daniel 8:14
14 E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.
No cerimonial típico — sombra do sacrifício e sacerdócio de Cristo — a purificação do santuário era o último serviço realizado pelo sumo sacerdote no conjunto anual das cerimônias ministradas. Era a obra encerradora da expiação — uma remoção ou afastamento do pecado de Israel. Prefigurava a obra final no ministério de nosso Sumo Sacerdote no Céu, pela remoção ou obliteração dos pecados de Seu povo, que se achavam registrados nos relatórios celestiais. Este trabalho envolve uma investigação e um julgamento; e isto precede imediatamente a vinda de Cristo nas nuvens do céu, com poder e grande glória. Quando Ele vier, pois, todos os casos estarão decididos. Diz Jesus: “O Meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.” Apocalipse 22:12. É esta obra de julgamento, que precede imediatamente a segunda vinda, que é anunciada na mensagem do primeiro anjo de Apocalipse 14:7: “Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo.” GC 352.2
Apocalipse 22:12
12 E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.
Apocalipse 14:7:
7 Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.
Os que proclamaram esta advertência deram a mensagem devida no devido tempo. Mas, assim como os primitivos discípulos, baseados na profecia de Daniel 9, declararam — “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo” — ao mesmo tempo em que deixaram de perceber que a morte do Messias estava predita na mesma passagem, de igual modo, Miller e seus companheiros pregaram a mensagem baseados em Daniel 8:14 e Apocalipse 14:7, e deixaram de ver que havia ainda outras mensagens apresentadas em Apocalipse 14, que também deveriam ser dadas antes do advento do Senhor. Assim como os discípulos estiveram em erro quanto ao reino a ser estabelecido no fim das setenta semanas, também os adventistas se enganaram em relação ao fato a ocorrer à terminação dos 2.300 dias. Em ambos os casos houve aceitação de erros populares, ou antes, uma aderência a eles, cegando o espírito à verdade. Ambas as classes cumpriram a vontade de Deus, apresentando a mensagem que Ele desejava fosse dada, e ambas, pela sua própria compreensão errônea da respectiva mensagem, sofreram desapontamento. GC 352.3
Daniel 9
1 No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus,
2 No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos.
3 E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza.
4 E orei ao Senhor meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos;
5 Pecamos, e cometemos iniqüidades, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos;
6 E não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, como também a todo o povo da terra.
7 A ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós a confusão de rosto, como hoje se vê; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel, aos de perto e aos de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa das suas rebeliões que cometeram contra ti.
8 Ó Senhor, a nós pertence a confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque pecamos contra ti.
9 Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia, e o perdão; pois nos rebelamos contra ele,
10 E não obedecemos à voz do Senhor, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas.
11 Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se para não obedecer à tua voz; por isso a maldição e o juramento, que estão escritos na lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram sobre nós; porque pecamos contra ele.
12 E ele confirmou a sua palavra, que falou contra nós, e contra os nossos juízes que nos julgavam, trazendo sobre nós um grande mal; porquanto debaixo de todo o céu nunca se fez como se tem feito em Jerusalém.
13 Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não suplicamos à face do Senhor nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniqüidades, e para nos aplicarmos à tua verdade.
14 Por isso o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós; porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as suas obras, que fez, pois não obedecemos à sua voz.
15 Agora, pois, ó Senhor, nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e ganhaste para ti nome, como hoje se vê; temos pecado, temos procedido impiamente.
16 Ó Senhor, segundo todas as tuas justiças, aparte-se a tua ira e o teu furor da tua cidade de Jerusalém, do teu santo monte; porque por causa dos nossos pecados, e por causa das iniqüidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o teu povo um opróbrio para todos os que estão em redor de nós.
17 Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor.
18 Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias.
19 Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome.
20 Estando eu ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus,
21 Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde.
22 Ele me instruiu, e falou comigo, dizendo: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido.
23 No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; considera, pois, a palavra, e entende a visão.
24 Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo.
25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
26 E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.
27 E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.
Daniel 8:14
14 E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.
Apocalipse 14:7
7 Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.
Apocalipse 14
1 E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome de seu Pai.
2 E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão; e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas.
3 E cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.
4 Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro.
5 E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus.
6 E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo,
7 Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.
8 E outro anjo seguiu, dizendo: Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua fornicação.
9 E seguiu-os o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão,
10 Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.
11 E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome.
12 Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.
13 E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os seguem.
14 E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante ao Filho do homem, que tinha sobre a sua cabeça uma coroa de ouro, e na sua mão uma foice aguda.
15 E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice, e sega; a hora de segar te é vinda, porque já a seara da terra está madura.
16 E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi segada.
17 E saiu do templo, que está no céu, outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda.
18 E saiu do altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice aguda, dizendo: Lança a tua foice aguda, e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras.
19 E o anjo lançou a sua foice à terra e vindimou as uvas da vinha da terra, e atirou-as no grande lagar da ira de Deus.
20 E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios.
Não obstante, Deus cumpriu Seu misericordioso propósito, permitindo que a advertência do juízo fosse feita exatamente como o foi. O grande dia estava próximo e, pela providência divina, o povo foi provado em relação ao tempo definido, a fim de que lhes fosse manifesto o que estava em seu coração. A mensagem era destinada à prova e purificação da igreja. Esta deveria ser levada a ver se suas afeições estavam postas neste mundo ou em Cristo e no Céu. Professava amar o Salvador; deveria agora provar seu amor. Estavam os crentes dispostos a renunciar às esperanças e ambições mundanas, acolhendo com alegria o advento do Senhor? A mensagem tinha por fim habilitá-los a discernir seu verdadeiro estado espiritual; foi misericordiosamente enviada a fim de despertá-los para que buscassem o Senhor com arrependimento e humilhação. GC 353.1
O desapontamento, outrossim, embora resultado da compreensão errônea, por parte dos crentes, da mensagem que apresentavam, deveria redundar para o bem. Poria à prova o coração dos que haviam professado receber a advertência. Em face de seu desapontamento, abandonariam eles temerariamente sua experiência cristã, renunciando à confiança na Palavra de Deus? ou procurariam, com oração e humildade, discernir em que tinham deixado de compreender o significado da profecia? Quantos haviam sido movidos pelo temor, por um impulso do momento ou excitação? Quantos eram de ânimo indeciso e incrédulos? Multidões professavam amar o aparecimento do Senhor. Quando chamadas a suportar o escárnio e o opróbrio do mundo, e a prova da demora e do desapontamento, porventura renunciariam à fé? Porque não compreendessem de pronto o trato de Deus, rejeitariam essas pessoas verdades sustentadas pelo mais claro testemunho da Palavra divina? GC 353.2
Esta prova revelaria a força dos que com fé verdadeira haviam obedecido ao que acreditavam ser o ensino da Palavra e do Espírito de Deus. Ensinar-lhes-ia — o que unicamente tal experiência poderia fazer — o perigo de aceitar as teorias e interpretações de homens, em vez de fazer com que a Bíblia seja seu próprio intérprete. Aos filhos da fé, a perplexidade e tristeza resultantes de seu erro operariam a necessária correção. Seriam levados a um estudo mais acurado da palavra profética; seriam ensinados a examinar mais cuidadosamente o fundamento de sua fé, e rejeitar tudo que, conquanto amplamente aceito pelo cristianismo, não estivesse fundamentado nas Escrituras da verdade. GC 354.1
Para estes crentes, assim como para os primeiros discípulos, o que na hora da provação lhes parecia obscuro à inteligência, mais tarde se faria claro. Quando vissem o “fim do Senhor” [Tiago 5:11], saberiam que, apesar da provação resultante de seus erros, os divinos propósitos de amor para com eles estiveram continuamente a cumprir-se. Aprenderiam por uma bendita experiência que Ele é “muito misericordioso e piedoso”; que todos os Seus caminhos “são misericórdia e verdade para aqueles que guardam o Seu concerto e os Seus testemunhos”. GC 354.2
[Tiago 5:11]
11 Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.