Condenadas à Extorção


Dia 138 - Friday, 17 de May de 2024
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19 min

  • Ester 5-7
  • Neemias 5

Ester 5

Ouça o áudio do capítulo:

1 Sucedeu, pois, que ao terceiro dia Ester se vestiu com trajes reais, e se pôs no pátio interior da casa do rei, defronte do aposento do rei; e o rei estava assentado sobre o seu trono real, na casa real, defronte da porta do aposento.

2 E sucedeu que, vendo o rei a rainha Ester, que estava no pátio, ela alcançou graça aos seus olhos; e o rei estendeu para Ester o cetro de ouro, que tinha na sua mão, e Ester chegou, e tocou a ponta do cetro.

3 Então o rei lhe disse: Que é que queres, rainha Ester, ou qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará.

4 E disse Ester: Se parecer bem ao rei, venha hoje com Hamã ao banquete que lhe tenho preparado.

5 Então disse o rei: Fazei apressar a Hamã, para que se atenda ao desejo de Ester. Vindo, pois, o rei e Hamã ao banquete, que Ester tinha preparado,

6 Disse o rei a Ester, no banquete do vinho: Qual é a tua petição? E ser-te-á concedida, e qual é o teu desejo? E se fará, ainda até metade do reino.

7 Então respondeu Ester, e disse: Minha petição e desejo é:

8 Se achei graça aos olhos do rei, e se bem parecer ao rei conceder-me a minha petição, e cumprir o meu desejo, venha o rei com Hamã ao banquete que lhes hei de preparar, e amanhã farei conforme a palavra do rei.

9 Então saiu Hamã naquele dia alegre e de bom ânimo; porém, vendo Mardoqueu à porta do rei, e que ele não se levantara nem se movera diante dele, então Hamã se encheu de furor contra Mardoqueu.

10 Hamã, porém, se refreou, e foi para sua casa; e enviou, e mandou vir os seus amigos, e Zeres, sua mulher.

11 E contou-lhes Hamã a glória das suas riquezas, a multidão de seus filhos, e tudo em que o rei o tinha engrandecido, e como o tinha exaltado sobre os príncipes e servos do rei.

12 Disse mais Hamã: Tampouco a rainha Ester a ninguém fez vir com o rei ao banquete que tinha preparado, senão a mim; e também para amanhã estou convidado por ela juntamente com o rei.

13 Porém tudo isto não me satisfaz, enquanto eu vir o judeu Mardoqueu assentado à porta do rei.

14 Então lhe disseram Zeres, sua mulher, e todos os seus amigos: Faça-se uma forca de cinqüenta côvados de altura, e amanhã dize ao rei que nela seja enforcado Mardoqueu; e então entra alegre com o rei ao banquete. E este conselho bem pareceu a Hamã, que mandou fazer a forca.

Ester 6

Ouça o áudio do capítulo:

1 Naquela mesma noite fugiu o sono do rei; então mandou trazer o livro de registro das crônicas, as quais se leram diante do rei.

2 E achou-se escrito que Mardoqueu tinha denunciado Bigtã e Teres, dois dos camareiros do rei, da guarda da porta, que tinham procurado lançar mão do rei Assuero.

3 Então disse o rei: Que honra e distinção se deu por isso a Mardoqueu? E os servos do rei, que ministravam junto a ele, disseram: Coisa nenhuma se lhe fez.

4 Então disse o rei: Quem está no pátio? E Hamã tinha entrado no pátio exterior da casa do rei, para dizer ao rei que enforcassem a Mardoqueu na forca que lhe tinha preparado.

5 E os servos do rei lhe disseram: Eis que Hamã está no pátio. E disse o rei que entrasse.

6 E, entrando Hamã, o rei lhe disse: Que se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada? Então Hamã disse no seu coração: De quem se agradaria o rei para lhe fazer honra mais do que a mim?

7 Assim disse Hamã ao rei: Para o homem, de cuja honra o rei se agrada,

8 Tragam a veste real que o rei costuma vestir, como também o cavalo em que o rei costuma andar montado, e ponha-se-lhe a coroa real na sua cabeça.

9 E entregue-se a veste e o cavalo à mão de um dos príncipes mais nobres do rei, e vistam delas aquele homem a quem o rei deseja honrar; e levem-no a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoe-se diante dele: Assim se fará ao homem a quem o rei deseja honrar!

10 Então disse o rei a Hamã: Apressa-te, toma a veste e o cavalo, como disseste, e faze assim para com o judeu Mardoqueu, que está assentado à porta do rei; e coisa nenhuma omitas de tudo quanto disseste.

11 E Hamã tomou a veste e o cavalo, e vestiu a Mardoqueu, e o levou a cavalo pelas ruas da cidade, e apregoou diante dele: Assim se fará ao homem a quem o rei deseja honrar!

12 Depois disto Mardoqueu voltou para a porta do rei; porém Hamã se retirou correndo à sua casa, triste, e de cabeça coberta.

13 E contou Hamã a Zeres, sua mulher, e a todos os seus amigos, tudo quanto lhe tinha sucedido. Então os seus sábios e Zeres, sua mulher, lhe disseram: Se Mardoqueu, diante de quem já começaste a cair, é da descendência dos judeus, não prevalecerás contra ele, antes certamente cairás diante dele.

14 E estando eles ainda falando com ele, chegaram os camareiros do rei, e se apressaram a levar Hamã ao banquete que Ester preparara.

Ester 7

Ouça o áudio do capítulo:

1 Vindo, pois, o rei com Hamã, para beber com a rainha Ester,

2 Disse outra vez o rei a Ester, no segundo dia, no banquete do vinho: Qual é a tua petição, rainha Ester? E se te dará. E qual é o teu desejo? Até metade do reino, se te dará.

3 Então respondeu a rainha Ester, e disse: Se, ó rei, achei graça aos teus olhos, e se bem parecer ao rei, dê-se-me a minha vida como minha petição, e o meu povo como meu desejo.

4 Porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem, e aniquilarem de vez; se ainda por servos e por servas nos vendessem, calar-me-ia; ainda que o opressor não poderia ter compensado a perda do rei.

5 Então falou o rei Assuero, e disse à rainha Ester: Quem é esse e onde está esse, cujo coração o instigou a assim fazer?

6 E disse Ester: O homem, o opressor, e o inimigo, é este mau Hamã. Então Hamã se perturbou perante o rei e a rainha.

7 E o rei no seu furor se levantou do banquete do vinho e passou para o jardim do palácio; e Hamã se pôs em pé, para rogar à rainha Ester pela sua vida; porque viu que já o mal lhe estava determinado pelo rei.

8 Tornando, pois, o rei do jardim do palácio à casa do banquete do vinho, Hamã tinha caído prostrado sobre o leito em que estava Ester. Então disse o rei: Porventura quereria ele também forçar a rainha perante mim nesta casa? Saindo esta palavra da boca do rei, cobriram o rosto de Hamã.

9 Então disse Harbona, um dos camareiros que serviam diante do rei: Eis que também a forca de cinqüenta côvados de altura que Hamã fizera para Mardoqueu, que falara em defesa do rei, está junto à casa de Hamã. Então disse o rei: Enforcai-o nela.

10 Enforcaram, pois, a Hamã na forca, que ele tinha preparado para Mardoqueu. Então o furor do rei se aplacou.

Neemias 5

Ouça o áudio do capítulo:

1 Foi, porém, grande o clamor do povo e de suas mulheres, contra os judeus, seus irmãos.

2 Porque havia quem dizia: Nós, nossos filhos e nossas filhas, somos muitos; então tomemos trigo, para que comamos e vivamos.

3 Também havia quem dizia: As nossas terras, as nossas vinhas e as nossas casas empenhamos, para tomarmos trigo nesta fome.

4 Também havia quem dizia: Tomamos emprestado dinheiro até para o tributo do rei, sobre as nossas terras e as nossas vinhas.

5 Agora, pois, a nossa carne é como a carne de nossos irmãos, e nossos filhos como seus filhos; e eis que sujeitamos nossos filhos e nossas filhas para serem servos; e até algumas de nossas filhas são tão sujeitas, que já não estão no poder de nossas mãos; e outros têm as nossas terras e as nossas vinhas.

6 Ouvindo eu, pois, o seu clamor, e estas palavras, muito me indignei.

7 E considerei comigo mesmo no meu coração; depois pelejei com os nobres e com os magistrados, e disse-lhes: Sois usurários cada um para com seu irmão. E convoquei contra eles uma grande assembléia.

8 E disse-lhes: Nós resgatamos os judeus, nossos irmãos, que foram vendidos às nações, segundo nossas posses; e vós outra vez venderíeis a vossos irmãos, ou vender-se-iam a nós? Então se calaram, e não acharam que responder.

9 Disse mais: Não é bom o que fazeis; porventura não andaríeis no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio das nações, os nossos inimigos?

10 Também eu, meus irmãos e meus servos, a juros lhes temos emprestado dinheiro e trigo. Deixemos este ganho.

11 Restituí-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas; como também a centésima parte do dinheiro, do trigo, do mosto e do azeite, que vós exigis deles.

12 Então disseram: Restituir-lhes-emos, e nada procuraremos deles; faremos assim como dizes. Então chamei os sacerdotes, e os fiz jurar que fariam conforme a esta palavra.

13 Também sacudi as minhas vestes, e disse: Assim sacuda Deus todo o homem da sua casa e do seu trabalho que não confirmar esta palavra, e assim seja sacudido e vazio. E toda a congregação disse: Amém! E louvaram ao Senhor; e o povo fez conforme a esta palavra.

14 Também desde o dia em que me mandou que eu fosse seu governador na terra de Judá, desde o ano vinte, até ao ano trinta e dois do rei Artaxerxes, doze anos, nem eu nem meus irmãos comemos o pão do governador.

15 Mas os primeiros governadores, que foram antes de mim, oprimiram o povo, e tomaram-lhe pão e vinho e, além disso, quarenta siclos de prata, como também os seus servos dominavam sobre o povo; porém eu assim não fiz, por causa do temor de Deus.

16 Como também na obra deste muro fiz reparação, e terra nenhuma compramos; e todos os meus servos se ajuntaram ali à obra.

17 Também dos judeus e dos magistrados, cento e cinqüenta homens, e os que vinham a nós dentre as nações que estão ao redor de nós, se punham à minha mesa.

18 E o que se preparava para cada dia era um boi e seis ovelhas escolhidas; também aves se me preparavam e, de dez em dez dias, muito vinho de todas as espécies; e nem por isso exigi o pão do governador, porquanto a servidão deste povo era grande.

19 Lembra-te de mim para bem, ó meu Deus, e de tudo quanto fiz a este povo.

Profetas e Reis

Condenadas à Extorção

Ouça o áudio do capítulo:

Este capítulo é baseado em Neemias 5.

Os muros de Jerusalém não haviam sido ainda completados quando a atenção de Neemias foi chamada para a infeliz situação das classes mais pobres do povo. Na condição desordenada em que se achava o país, a lavoura tinha sido um tanto negligenciada. Posteriormente, em virtude da conduta egoísta de alguns que tinham voltado para a Judéia, as bênçãos do Senhor não repousaram sobre sua terra, e houve escassez de cereais. PR 332.1

A fim de obter alimento para suas famílias, os pobres foram obrigados a comprar a crédito, e a preços exorbitantes. Foram também compelidos a tomar dinheiro emprestado a juros, para pagar as pesadas taxas a eles impostas pelos reis da Pérsia. Para acréscimo à angústia dos pobres, os mais ricos entre os judeus tinham tomado vantagem de suas necessidades, enriquecendo-se dessa maneira. PR 332.2

O Senhor havia ordenado a Israel por intermédio de Moisés, que em cada terceiro ano fosse levantado um dízimo em favor dos pobres; e além disso tomou-se providência para a suspensão dos trabalhos agrícolas cada sétimo ano, ficando a terra em repouso, e os frutos que espontaneamente produzisse eram deixados para os necessitados. A fidelidade em devotar essas ofertas para o alívio dos pobres e para outros atos de bondade, tenderia a conservar viva diante do povo a verdade de que Deus é o dono de tudo, e a oportunidade de eles serem canais de bênçãos. Era propósito de Jeová que os israelitas tivessem uma educação que lhes erradicasse o egoísmo, desenvolvendo-lhes a liberalidade e nobreza de caráter. PR 332.3

Deus havia também instruído a Moisés: “Se emprestares dinheiro ao Meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como um usurário; não lhe imporeis usura”. Êxodo 22:25. “A teu irmão não emprestarás à usura: nem à usura de dinheiro, à usura de comida, nem à usura de qualquer coisa que se empreste à usura”. Deuteronômio 23:19. Em outra ocasião Ele havia dito: “Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos, em algumas das tuas portas, na tua terra que o Senhor teu Deus te dá, não endurecerás o teu coração, nem fecharás a tua mão a teu irmão que for pobre; antes lhe abrirás de todo a tua mão, e livremente lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade.” “Pois nunca cessará o pobre do meio da terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra”. Deuteronômio 15:7, 8, 11. PR 332.4

Nos tempos após o retorno dos exilados de Babilônia, os judeus ricos tinham ido diretamente contra esses mandamentos. Quando os pobres foram obrigados a tomar emprestado a fim de pagar tributo ao rei, os ricos lhes haviam emprestado o dinheiro, mas mediante altos juros. Lançando hipotecas sobre as terras dos pobres, haviam gradualmente reduzido os infortunados devedores à mais profunda pobreza. Muitos tinham sido forçados a vender seus filhos e filhas como escravos; e parecia não haver esperança de que sua condição melhorasse, nem possibilidade de redimirem a seus filhos ou suas terras, nem qualquer outra perspectiva diante deles que não sofrimento sempre crescente, com perpétua carência e cativeiro. No entanto eles eram da mesma nação, filhos do mesmo concerto, como seus irmãos mais favorecidos. PR 333.1

Afinal o povo apresentou sua condição a Neemias: “Eis que sujeitamos nossos filhos e nossas filhas para serem servos, e até algumas de nossas filhas são tão sujeitas que já não estão no poder de nossa mão; e outros têm as nossas terras e as nossas vinhas.” PR 333.2

Ouvindo Neemias desta cruel opressão, sua alma se encheu de indignação. “Ouvindo eu, pois, o seu clamor, e estas palavras”, ele diz, “muito me enfadei”. Neemias 5:5, 6. Ele viu que se quisesse ter êxito em derribar o opressivo costume de cobrança, precisava tomar posição decidida ao lado da justiça. Com característica energia e determinação, entregou-se à tarefa de levar alívio a seus irmãos. PR 333.3

O fato de que os opressores eram homens ricos, cujo apoio era grandemente necessário na obra de restauração da cidade, nem por um momento influiu em Neemias. Rijamente ele repreendeu aos nobres e juízes; e havendo reunido uma grande assembléia do povo, apresentou diante deles o que Deus pedia no tocante ao caso. PR 333.4

Chamou-lhes a atenção para fatos que ocorreram no reinado do rei Acaz. Repetiu a mensagem com que Deus nesse tempo enviou para repreender a Israel por sua crueldade e opressão. Os filhos de Judá, em virtude de sua idolatria, tinham sido entregues às mãos de seus irmãos ainda mais idólatras, o povo de Israel. Estes tinham suscitado a inimizade daqueles por haverem morto em batalha muitos milhares de homens de Judá, e tinham-se apoderado de todas as mulheres e crianças, com o propósito de conservá-las em cativeiro, ou vendê-las como escravas aos pagãos. PR 333.5

Por causa dos pecados de Judá, o Senhor não Se havia interposto para impedir a batalha; mas pelo profeta Obede Ele repreendeu o cruel desígnio do exército vitorioso: “Cuidais em sujeitar a vós os filhos de Judá e Jerusalém, como cativos e cativas; porventura não sois vós mesmos aqueles entre os quais há culpas contra o Senhor vosso Deus?” 2 Crônicas 28:10. Obede advertiu o povo de Israel de que a ira do Senhor estava inflamada contra eles, e que sua conduta de injustiça e opressão acarretaria Seus juízos. Ouvindo essas palavras, os homens armados deixaram os cativos e o espólio perante os príncipes e toda a congregação. Então alguns líderes da tribo de Efraim “tomaram os presos, e vestiram do despojo a todos os que dentre eles estavam nus, e os vestiram, e os calçaram, e lhes deram de comer e de beber, e os ungiram; e a todos os que estavam fracos levaram sobre jumentos, e os trouxeram a Jericó, à cidade das palmeiras, a seus irmãos”. 2 Crônicas 28:15. PR 333.6

Neemias e outros haviam redimido alguns dos judeus que tinham sido vendidos aos pagãos, e ele agora colocava sua conduta em contraste com a dos que por amor de lucros mundanos estavam escravizando a seus irmãos. “Não é bom o que fazeis”, disse ele; “porventura não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos gentios, os nossos inimigos?” Neemias 5:9. PR 334.1

Neemias mostrou-lhes que ele próprio, estando investido da autoridade do rei da Pérsia, podia ter requerido grandes contribuições para o seu benefício pessoal. Mas em vez disto, não havia tomado nem mesmo o que de justiça lhe pertencia, mas havia dado liberalmente para socorrer os pobres em suas necessidades. Ele instou com aqueles entre os juízes judaicos que haviam sido culpados de extorsão, para que pusessem fim a esta obra iníqua, restituíssem as terras dos pobres, bem como o dinheiro que lhes haviam arrancado na excessiva taxa de juros; e que lhes emprestassem sem hipoteca ou usura. PR 334.2

Essas palavras foram ditas na presença de toda a congregação. Tivessem os juízes escolhido justificar-se, e teriam tido oportunidade de fazê-lo. Mas não ofereceram escusas. “Restituir-lho-emos”, eles declararam, “e nada procuraremos deles; faremos assim como dizes.” Nesta oportunidade Neemias chamou os sacerdotes, e os fez “jurar de que fariam conforme a esta palavra.” “E toda a congregação disse: Amém E louvaram ao Senhor; e o povo fez conforme a esta palavra”. Neemias 5:11, 12. PR 334.3

Esse relato nos ensina uma importante lição: “O amor do dinheiro é a raiz de todo o mal”. 1 Timóteo 6:10. Nesta geração, o desejo de ganho é paixão dominante. A riqueza é muitas vezes obtida pela fraude. Há multidões lutando com a pobreza, sendo compelidos a trabalhar arduamente por pequeno salário, incapazes de assegurarem ganho para as menores necessidades da vida. Fadiga e privação, sem qualquer esperança de coisas melhores, tornam pesado o seu fardo. Atormentados e oprimidos, não sabem para onde se virar em busca de alívio. E tudo isto para que os ricos possam satisfazer a suas extravagâncias ou condescender com o seu desejo de enriquecimento PR 334.4

O amor do dinheiro e o amor da ostentação têm transformado este mundo num covil de ladrões e criminosos. As Escrituras pintam a ganância e opressão que prevalecerão precisamente antes da segunda vinda de Cristo. “Eia pois agora vós, ricos”, escreve Tiago, “entesourastes para os últimos dias. Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, e que por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos. Deliciosamente vivestes sobre a Terra, e vos deleitastes; cevastes o vosso coração como num dia de matança. Condenastes e matastes o justo; ele não vos resistiu.” Tiago 5:1, 3-6. PR 334.5

Mesmo entre os que professam estar andando no temor do Senhor, há alguns que estão agindo outra vez segundo o curso perseguido pelos nobres de Israel. Estando em seu poder proceder assim, eles pedem mais do que é justo, tornando-se opressores. E porque a avareza e perfídia se vêem na vida dos que levam o nome de Cristo, porque a igreja conserva em seus livros os nomes dos que ganharam suas posses pela injustiça, a religião de Cristo é tida em desonra. Extravagância, excessos e extorsões estão corrompendo a fé de muitos, e destruindo sua espiritualidade. A igreja é em grande medida responsável pelos pecados dos seus membros. Ela encoraja o mal se deixa de levantar a voz contra isso. PR 335.1

Os costumes do mundo não são norma para o cristão. Ele não deve imitar suas práticas sutis, suas astúcias, suas extorsões. Todo ato injusto para com o próximo é uma violação da regra áurea. Cada erro praticado em relação aos filhos de Deus, é feito ao próprio Cristo na pessoa de Seus santos. Toda tentativa de tirar vantagem da ignorância, fraqueza ou infortúnio de outrem, é registrada como fraude no livro-razão do Céu. Aquele que sinceramente teme a Deus, preferiria antes labutar dia e noite e comer o pão da pobreza, a condescender com a paixão do ganho que oprima a viúva e o órfão, ou prive o estrangeiro do seu direito. PR 335.2

O mais leve afastamento da retidão quebra as barreiras, e prepara o coração para injustiça maior. É precisamente quando um homem chega ao ponto de tirar vantagem para si da desvantagem de outrem, que sua alma se tornará insensível à influência do Espírito de Deus. O ganho obtido a tal preço é uma terrível perda. PR 335.3

Nós éramos todos devedores à justiça divina; mas nada possuíamos para pagar o débito. Então o Filho de Deus, que de nós teve piedade, pagou o preço de nossa redenção. Ele Se fez pobre para que por Sua pobreza fôssemos enriquecidos. Mediante obras de liberalidade para com os Seus pobres, podemos provar a sinceridade de nossa gratidão pela misericórdia a nós estendida. “Façamos bem a todos”, o apóstolo recomenda, “mas principalmente aos domésticos da fé”. Gálatas 6:10. E suas palavras estão em harmonia com as do Salvador: “Sempre tendes os pobres convosco”. Marcos 14:7. “Tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas”. Mateus 7:12. PR 335.4

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