As Festas Anuais


Dia 59 - Wednesday, 28 de February de 2024
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26 min

Levítico 21

Ouça o áudio do capítulo:

1 Depois disse o SENHOR a Moisés: Fala aos sacerdotes, filhos de Arão, e dize-lhes: O sacerdote não se contaminará por causa de um morto entre o seu povo,

2 Salvo por seu parente mais chegado: por sua mãe, e por seu pai, e por seu filho, e por sua filha, e por seu irmão.

3 E por sua irmã virgem, chegada a ele, que ainda não teve marido; por ela também se contaminará.

4 Ele sendo principal entre o seu povo, não se contaminará, pois que se profanaria.

5 Não farão calva na sua cabeça, e não raparão as extremidades da sua barba, nem darão golpes na sua carne.

6 Santos serão a seu Deus, e não profanarão o nome do seu Deus, porque oferecem as ofertas queimadas do Senhor, e o pão do seu Deus; portanto serão santos.

7 Não tomarão mulher prostituta ou desonrada, nem tomarão mulher repudiada de seu marido; pois santo é a seu Deus.

8 Portanto o santificarás, porquanto oferece o pão do teu Deus; santo será para ti, pois eu, o Senhor que vos santifica, sou santo.

9 E quando a filha de um sacerdote começar a prostituir-se, profana a seu pai; com fogo será queimada.

10 E o sumo sacerdote entre seus irmãos, sobre cuja cabeça foi derramado o azeite da unção, e que for consagrado para vestir as vestes, não descobrirá a sua cabeça nem rasgará as suas vestes;

11 E não se chegará a cadáver algum, nem por causa de seu pai nem por sua mãe se contaminará;

12 Nem sairá do santuário, para que não profane o santuário do seu Deus, pois a coroa do azeite da unção do seu Deus está sobre ele. Eu sou o Senhor.

13 E ele tomará por esposa uma mulher na sua virgindade.

14 Viúva, ou repudiada ou desonrada ou prostituta, estas não tomará; mas virgem do seu povo tomará por mulher.

15 E não profanará a sua descendência entre o seu povo; porque eu sou o Senhor que o santifico.

16 Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo:

17 Fala a Arão, dizendo: Ninguém da tua descendência, nas suas gerações, em que houver algum defeito, se chegará a oferecer o pão do seu Deus.

18 Pois nenhum homem em quem houver alguma deformidade se chegará; como homem cego, ou coxo, ou de nariz chato, ou de membros demasiadamente compridos,

19 Ou homem que tiver quebrado o pé, ou a mão quebrada,

20 Ou corcunda, ou anão, ou que tiver defeito no olho, ou sarna, ou impigem, ou que tiver testículo mutilado.

21 Nenhum homem da descendência de Arão, o sacerdote, em quem houver alguma deformidade, se chegará para oferecer as ofertas queimadas do Senhor; defeito nele há; não se chegará para oferecer o pão do seu Deus.

22 Ele comerá do pão do seu Deus, tanto do santíssimo como do santo.

23 Porém até ao véu não entrará, nem se chegará ao altar, porquanto defeito há nele, para que não profane os meus santuários; porque eu sou o Senhor que os santifico.

24 E Moisés falou isto a Arão e a seus filhos, e a todos os filhos de Israel.

Levítico 22

Ouça o áudio do capítulo:

1 Depois falou o SENHOR a Moisés, dizendo:

2 Dize a Arão e a seus filhos que se apartem das coisas santas dos filhos de Israel, que a mim me santificam, para que não profanem o meu santo nome. Eu sou o Senhor.

3 Dize-lhes: Todo o homem, que entre as vossas gerações, de toda a vossa descendência, se chegar às coisas santas que os filhos de Israel santificam ao Senhor, tendo sobre si a sua imundícia, aquela alma será extirpada de diante da minha face. Eu sou o Senhor.

4 Ninguém da descendência de Arão, que for leproso, ou tiver fluxo, comerá das coisas santas, até que seja limpo; como também o que tocar alguma coisa imunda de cadáver, ou aquele de que sair sêmen da cópula,

5 Ou qualquer que tocar a algum réptil, pelo qual se fez imundo, ou a algum homem, pelo qual se fez imundo, segundo toda a sua imundícia;

6 O homem que o tocar será imundo até à tarde, e não comerá das coisas santas, mas banhará a sua carne em água.

7 E havendo-se o sol já posto, então será limpo, e depois comerá das coisas santas; porque este é o seu pão.

8 O corpo morto e o dilacerado não comerá, para que não se contamine com ele. Eu sou o Senhor.

9 Guardarão, pois, o meu mandamento, para que por isso não levem pecado, e morram nele, havendo-o profanado. Eu sou o Senhor que os santifico.

10 Também nenhum estranho comerá das coisas santas; nem o hóspede do sacerdote, nem o diarista comerá das coisas santas.

11 Mas quando o sacerdote comprar alguma pessoa com o seu dinheiro, aquela comerá delas, e os nascidos na sua casa, estes comerão do seu pão.

12 E, quando a filha do sacerdote se casar com homem estranho, ela não comerá da oferta das coisas santas.

13 Mas quando a filha do sacerdote for viúva ou repudiada, e não tiver filho, e se houver tornado à casa de seu pai, como na sua mocidade, do pão de seu pai comerá; mas nenhum estranho comerá dele.

14 E quando alguém por erro comer a coisa santa, sobre ela acrescentará uma quinta parte, e a dará ao sacerdote com a coisa santa.

15 Assim não profanarão as coisas santas dos filhos de Israel, que oferecem ao Senhor,

16 Nem os farão levar a iniqüidade da culpa, comendo as suas coisas santas; pois eu sou o Senhor que as santifico.

17 Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo:

18 Fala a Arão, e a seus filhos, e a todos os filhos de Israel, e dize-lhes: Qualquer que, da casa de Israel, ou dos estrangeiros em Israel, oferecer a sua oferta, quer dos seus votos, quer das suas ofertas voluntárias, que oferecem ao Senhor em holocausto,

19 Segundo a sua vontade, oferecerá macho sem defeito, ou dos bois, ou dos cordeiros, ou das cabras.

20 Nenhuma coisa em que haja defeito oferecereis, porque não seria aceita em vosso favor.

21 E, quando alguém oferecer sacrifício pacífico ao Senhor, separando dos bois ou das ovelhas um voto, ou oferta voluntária, sem defeito será, para que seja aceito; nenhum defeito haverá nele.

22 O cego, ou quebrado, ou aleijado, o verrugoso, ou sarnoso, ou cheio de impigens, estes não oferecereis ao Senhor, e deles não poreis oferta queimada ao Senhor sobre o altar.

23 Porém boi, ou gado miúdo, comprido ou curto de membros, poderás oferecer por oferta voluntária, mas por voto não será aceito.

24 O machucado, ou moído, ou despedaçado, ou cortado, não oferecereis ao Senhor; não fareis isto na vossa terra.

25 Também da mão do estrangeiro nenhum alimento oferecereis ao vosso Deus, de todas estas coisas, pois a sua corrupção está nelas; defeito nelas há; não serão aceitas em vosso favor.

26 Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo:

27 Quando nascer o boi, ou cordeiro, ou cabra, sete dias estará debaixo de sua mãe; depois, desde o oitavo dia em diante, será aceito por oferta queimada ao Senhor.

28 Também boi ou gado miúdo, a ele e a seu filho não degolareis no mesmo dia.

29 E, quando oferecerdes sacrifícios de louvores ao Senhor, o oferecereis da vossa vontade.

30 No mesmo dia se comerá; dele nada deixareis ficar até pela manhã. Eu sou o Senhor.

31 Por isso guardareis os meus mandamentos, e os cumprireis. Eu sou o Senhor.

32 E não profanareis o meu santo nome, para que eu seja santificado no meio dos filhos de Israel. Eu sou o Senhor que vos santifico;

33 Que vos tirei da terra do Egito, para ser o vosso Deus. Eu sou o Senhor.

Levítico 23

Ouça o áudio do capítulo:

1 Depois falou o SENHOR a Moisés, dizendo:

2 Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As solenidades do Senhor, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades:

3 Seis dias trabalho se fará, mas o sétimo dia será o sábado do descanso, santa convocação; nenhum trabalho fareis; sábado do Senhor é em todas as vossas habitações.

4 Estas são as solenidades do Senhor, as santas convocações, que convocareis ao seu tempo determinado:

5 No mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a páscoa do Senhor.

6 E aos quinze dias deste mês é a festa dos pães ázimos do Senhor; sete dias comereis pães ázimos.

7 No primeiro dia tereis santa convocação; nenhum trabalho servil fareis;

8 Mas sete dias oferecereis oferta queimada ao Senhor; ao sétimo dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil fareis.

9 E falou o Senhor a Moisés, dizendo:

10 Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes entrado na terra, que vos hei de dar, e fizerdes a sua colheita, então trareis um molho das primícias da vossa sega ao sacerdote;

11 E ele moverá o molho perante o Senhor, para que sejais aceitos; no dia seguinte ao sábado o sacerdote o moverá.

12 E no dia em que moverdes o molho, preparareis um cordeiro sem defeito, de um ano, em holocausto ao Senhor,

13 E a sua oferta de alimentos, será de duas dízimas de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada em cheiro suave ao Senhor, e a sua libação será de vinho, um quarto de him.

14 E não comereis pão, nem trigo tostado, nem espigas verdes, até aquele mesmo dia em que trouxerdes a oferta do vosso Deus; estatuto perpétuo é por vossas gerações, em todas as vossas habitações.

15 Depois para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado, desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão.

16 Até ao dia seguinte ao sétimo sábado, contareis cinqüenta dias; então oferecereis nova oferta de alimentos ao Senhor.

17 Das vossas habitações trareis dois pães de movimento; de duas dízimas de farinha serão, levedados se cozerão; primícias são ao Senhor.

18 Também com o pão oferecereis sete cordeiros sem defeito, de um ano, e um novilho, e dois carneiros; holocausto serão ao Senhor, com a sua oferta de alimentos, e as suas libações, por oferta queimada de cheiro suave ao Senhor.

19 Também oferecereis um bode para expiação do pecado, e dois cordeiros de um ano por sacrifício pacífico.

20 Então o sacerdote os moverá com o pão das primícias por oferta movida perante o Senhor, com os dois cordeiros; santos serão ao Senhor para uso do sacerdote.

21 E naquele mesmo dia apregoareis que tereis santa convocação; nenhum trabalho servil fareis; estatuto perpétuo é em todas as vossas habitações pelas vossas gerações.

22 E, quando fizerdes a colheita da vossa terra, não acabarás de segar os cantos do teu campo, nem colherás as espigas caídas da tua sega; para o pobre e para o estrangeiro as deixarás. Eu sou o Senhor vosso Deus.

23 E falou o Senhor a Moisés, dizendo:

24 Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso, memorial com sonido de trombetas, santa convocação.

25 Nenhum trabalho servil fareis, mas oferecereis oferta queimada ao Senhor.

26 Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo:

27 Mas aos dez dias desse sétimo mês será o dia da expiação; tereis santa convocação, e afligireis as vossas almas; e oferecereis oferta queimada ao Senhor.

28 E naquele mesmo dia nenhum trabalho fareis, porque é o dia da expiação, para fazer expiação por vós perante o Senhor vosso Deus.

29 Porque toda a alma, que naquele mesmo dia se não afligir, será extirpada do seu povo.

30 Também toda a alma, que naquele mesmo dia fizer algum trabalho, eu a destruirei do meio do seu povo.

31 Nenhum trabalho fareis; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações em todas as vossas habitações.

32 Sábado de descanso vos será; então afligireis as vossas almas; aos nove do mês à tarde, de uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado.

33 E falou o Senhor a Moisés, dizendo:

34 Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo será a festa dos tabernáculos ao Senhor por sete dias.

35 Ao primeiro dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil fareis.

36 Sete dias oferecereis ofertas queimadas ao Senhor; ao oitavo dia tereis santa convocação, e oferecereis ofertas queimadas ao Senhor; dia de proibição é, nenhum trabalho servil fareis.

37 Estas são as solenidades do Senhor, que apregoareis para santas convocações, para oferecer ao Senhor oferta queimada, holocausto e oferta de alimentos, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio;

38 Além dos sábados do Senhor, e além dos vossos dons, e além de todos os vossos votos, e além de todas as vossas ofertas voluntárias, que dareis ao Senhor.

39 Porém aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido do fruto da terra, celebrareis a festa do Senhor por sete dias; no primeiro dia haverá descanso, e no oitavo dia haverá descanso.

40 E no primeiro dia tomareis para vós ramos de formosas árvores, ramos de palmeiras, ramos de árvores frondosas, e salgueiros de ribeiras; e vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus por sete dias.

41 E celebrareis esta festa ao Senhor por sete dias cada ano; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações; no mês sétimo a celebrareis.

42 Sete dias habitareis em tendas; todos os naturais em Israel habitarão em tendas;

43 Para que saibam as vossas gerações que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o Senhor vosso Deus.

44 Assim pronunciou Moisés as solenidades do Senhor aos filhos de Israel.

Levítico 24

Ouça o áudio do capítulo:

1 E falou o SENHOR a Moisés, dizendo:

2 Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite de oliveira, puro, batido, para a luminária, para manter as lâmpadas acesas continuamente.

3 Arão as porá em ordem perante o Senhor continuamente, desde a tarde até à manhã, fora do véu do testemunho, na tenda da congregação; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações.

4 Sobre o candelabro de ouro puro porá em ordem as lâmpadas perante o Senhor continuamente.

5 Também tomarás da flor de farinha, e dela cozerás doze pães; cada pão será de duas dízimas de um efa.

6 E os porás em duas fileiras, seis em cada fileira, sobre a mesa pura, perante o Senhor.

7 E sobre cada fileira porás incenso puro, para que seja, para o pão, por oferta memorial; oferta queimada é ao Senhor.

8 Em cada dia de sábado, isto se porá em ordem perante o Senhor continuamente, pelos filhos de Israel, por aliança perpétua.

9 E será de Arão e de seus filhos, os quais o comerão no lugar santo, porque uma coisa santíssima é para eles, das ofertas queimadas ao Senhor, por estatuto perpétuo.

10 E apareceu, no meio dos filhos de Israel o filho de uma mulher israelita, o qual era filho de um homem egípcio; e o filho da israelita e um homem israelita discutiram no arraial.

11 Então o filho da mulher israelita blasfemou o nome do Senhor, e o amaldiçoou, por isso o trouxeram a Moisés; e o nome de sua mãe era Selomite, filha de Dibri, da tribo de Dã.

12 E eles o puseram na prisão, até que a vontade do Senhor lhes pudesse ser declarada.

13 E falou o Senhor a Moisés, dizendo:

14 Tira o que tem blasfemado para fora do arraial; e todos os que o ouviram porão as suas mãos sobre a sua cabeça; então toda a congregação o apedrejará.

15 E aos filhos de Israel falarás, dizendo: Qualquer que amaldiçoar o seu Deus, levará sobre si o seu pecado.

16 E aquele que blasfemar o nome do Senhor, certamente morrerá; toda a congregação certamente o apedrejará; assim o estrangeiro como o natural, blasfemando o nome do Senhor, será morto.

17 E quem matar a alguém certamente morrerá.

18 Mas quem matar um animal, o restituirá, vida por vida.

19 Quando também alguém desfigurar o seu próximo, como ele fez, assim lhe será feito:

20 Quebradura por quebradura, olho por olho, dente por dente; como ele tiver desfigurado a algum homem, assim se lhe fará.

21 Quem, pois, matar um animal, restitui-lo-á, mas quem matar um homem será morto.

22 Uma mesma lei tereis; assim será para o estrangeiro como para o natural; pois eu sou o Senhor vosso Deus.

23 E disse Moisés, aos filhos de Israel que levassem o que tinha blasfemado para fora do arraial, e o apedrejassem; e fizeram os filhos de Israel como o Senhor ordenara a Moisés.

Patriarcas e Profetas

As Festas Anuais

Ouça o áudio do capítulo:

Este capítulo é baseado em Levítico 23.

Havia três assembléias anuais de todo o Israel para adoração no santuário. Êxodo 23:14-16. Siló foi por algum tempo o local para essas reuniões; mas Jerusalém se tornou mais tarde o centro do culto da nação, e ali se congregavam as tribos para as festas solenes. PP 394.1

O povo estava rodeado de tribos ferozes, aguerridas, que se achavam ávidas por tomarem suas terras; contudo, três vezes ao ano, a todos os homens robustos, a toda a gente em condições de poder fazer viagem, ordenava-se que deixassem seus lares e se dirigissem ao lugar da assembléia, próximo do centro daquela terra. O que impediria seus inimigos de se lançarem sobre essas casas desprotegidas, e devastá-las pelo fogo e pela espada? O que impediria a invasão do país, a qual levaria Israel em cativeiro a algum adversário estrangeiro? — Deus prometera ser o protetor de Seu povo. “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que O temem, e os livra”. Salmos 34:7. Enquanto os israelitas subiam para adorar, o poder divino imporia uma restrição aos seus inimigos. A promessa de Deus era: “Eu lançarei fora as nações de diante de ti, e alargarei o teu termo; ninguém cobiçará a tua terra, quando subires para aparecer três vezes no ano diante do Senhor teu Deus”. Êxodo 34:24. PP 394.2

As primeiras destas solenidades, a Páscoa e a festa dos pães asmos, ocorriam em Abibe, o primeiro mês do ano judaico, correspondente ao fim de Março e princípio de Abril. Era passado o frio do inverno, terminara a chuva serôdia, e toda a natureza se regozijava no frescor e beleza da primavera. A relva era verde nas colinas e vales, e flores silvestres por toda parte adornavam os campos. A Lua, já quase cheia, tornava deleitosas as noites. Era a estação tão belamente descrita pelo cantor sagrado: PP 394.3

“Eis que passou o inverno; a chuva cessou, e se foi; aparecem as flores na terra, o tempo de cantar chega, e a voz da rola ouve-se em nossa terra; a figueira já deu os seus figuinhos, a as vides em flor exalam o seu aroma”. Cânticos 2:11-13. PP 394.4

Por toda a terra bandos de peregrinos estavam a caminho para Jerusalém. Todos dirigiam os passos para o lugar em que se revelava a presença de Deus: os pastores deixavam seus rebanhos, os guardas do gado as suas montanhas, pescadores o Mar de Galiléia, os lavradores os seus campos, e os filhos dos profetas as escolas sagradas. Jornadeavam em pequenas etapas, pois que muitos iam a pé. As caravanas estavam constantemente a receber acréscimos, e freqüentemente se tornavam muito grandes antes de chegarem à santa cidade. PP 394.5

A alegria da natureza despertava nos corações de Israel júbilo e gratidão para com o Doador de todos os bens. Cantavam-se os grandiosos salmos hebreus, exaltando a glória e majestade de Jeová. Ao som da trombeta que dava os sinais, juntamente com a música dos címbalos, erguia-se o coro de ações de graças, avolumado por centenas de vozes: PP 395.1

“Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor. PP 395.2

Os nossos pés estão dentro das tuas portas, ó Jerusalém [...] Onde sobem as tribos do Senhor, [...] PP 395.3

Para darem graças ao nome do Senhor. [...] Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam”. Salmos 122:1-6. PP 395.4

E ao verem em redor de si as colinas onde os gentios costumavam acender os fogos de seus altares, cantavam os filhos de Israel: PP 395.5

“Elevo os meus olhos para os montes; de onde me virá o socorro? PP 395.6

O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a Terra”. Salmos 121:1, 2. PP 395.7

“Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre. Como estão os montes à roda de Jerusalém, PP 395.8

Assim o Senhor está em volta do Seu povo, desde agora e para sempre”. Salmos 125:1, 2. PP 395.9

Transpondo as colinas que ficavam à vista da santa cidade, olhavam com temor reverente para as multidões de adoradores que caminhavam para o templo. Viam o fumo do incenso a ascender, e, ao ouvirem as trombetas dos levitas anunciando o serviço sagrado, tomavam-se da inspiração do momento, e cantavam: PP 395.10

“Grande é o Senhor e mui digno de louvor, na cidade do nosso Deus, no Seu monte santo. PP 395.11

Formoso de sítio, e alegria de toda a Terra é o monte de Sião sobre os lados do norte, a cidade do grande Rei”. Salmos 48:1, 2. PP 395.12

“Haja paz dentro de teus muros, e prosperidade dentro dos teus palácios.” “Abri-me as portas da justiça; entrarei por elas, e louvarei ao Senhor.” “Pagarei os meus votos ao Senhor; que eu possa fazê-lo na presença de todo o meu povo, nos átrios da casa do Senhor, no meio de ti, ó Jerusalém! Louvai ao Senhor”. Salmos 122:7; 118:19; 116:18, 19. PP 395.13

Todas as casas em Jerusalém eram amplamente abertas aos peregrinos, e forneciam-se aposentos gratuitamente; mas isto não era suficiente para a vasta assembléia, e armavam-se tendas em todo o espaço disponível na cidade e nas colinas adjacentes. PP 395.14

No décimo quarto dia do mês, à tarde, celebrava-se a Páscoa, comemorando as suas cerimônias solenes e impressionantes o livramento do cativeiro do Egito, e apontando ao futuro sacrifício que libertaria do cativeiro do pecado. Quando o Salvador rendeu Sua vida no Calvário, cessou a significação da Páscoa, e a ordenança da Ceia do Senhor foi instituída como memorial do mesmo acontecimento de que a Páscoa fora tipo. PP 395.15

A Páscoa era seguida pelos sete dias da festa dos pães asmos. O primeiro e sétimo dia eram dias de santa convocação, nos quais nenhum trabalho servil devia ser feito. No segundo dia da festa, as primícias da ceifa do ano eram apresentadas perante Deus. A cevada era o primeiro cereal a produzir-se na Palestina, e no início da festa estava começando a amadurecer. Um molho deste cereal era movido pelo sacerdote diante do altar de Deus, em reconhecimento de que todas as coisas eram dEle. Antes que esta cerimônia se realizasse não se devia fazer a colheita. PP 396.1

Cinqüenta dias depois, a partir da oferta das primícias, vinha o Pentecostes, também chamado a festa da ceifa, e festa das semanas. Como expressão de gratidão pelo cereal preparado como alimento, dois pães assados com fermento eram apresentados diante de Deus. O Pentecostes ocupava apenas um dia, que era dedicado ao culto religioso. PP 396.2

No sétimo mês vinha a festa dos tabernáculos, ou da colheita. Esta festa reconhecia a generosidade de Deus nos produtos do pomar, do olival e da vinha. Era a reunião festiva encerradora do ano. A terra havia outorgado o seu produto, as colheitas estavam guardadas nos celeiros; os frutos, o azeite e o vinho estavam armazenados, as primícias reservadas, e agora o povo vinha com seus tributos de ações de graças a Deus, que os havia assim abençoado ricamente. PP 396.3

A festa devia ser eminentemente uma ocasião para regozijo. Ocorria precisamente depois do grande dia da expiação, quando haviam obtido a certeza de que sua iniqüidade não mais seria lembrada. Em paz com Deus vinham agora diante dEle para reconhecer Sua bondade e louvá-Lo pela Sua misericórdia. Estando terminados os labores da ceifa, e ainda não iniciadas as labutas do novo ano, o povo estava livre de cuidados, e podia entregar-se às influências sagradas e jubilosas do momento. Embora unicamente aos pais e aos filhos fosse ordenado comparecer às festas, todavia, tanto quanto possível, a casa toda devia a elas assistir, e à hospitalidade daqueles eram bem-vindos os servos, os levitas, o estrangeiro, e os pobres. PP 396.4

Como a Páscoa, a Festa dos Tabernáculos era comemorativa. Em memória de sua vida peregrina no deserto, o povo devia agora deixar suas casas, e habitar em cabanas, ou em caramanchéis, formados dos ramos verdes “das formosas árvores, ramos de palmas, ramos de árvores espessas, e salgueiros de ribeiros”. Levítico 23:40, 42, 43. PP 396.5

O primeiro dia era uma santa convocação, e aos sete dias da festa acrescentava-se um oitavo, que era observado de modo semelhante. PP 396.6

Nessas assembléias anuais o coração de velhos e jovens se animava no serviço de Deus, ao mesmo tempo em que a associação da gente das várias regiões do país fortalecia os laços que os ligavam a Deus e uns aos outros. Bom seria que o povo de Deus na atualidade tivesse uma Festa dos Tabernáculos — uma jubilosa comemoração das bênçãos de Deus a eles. Assim como os filhos de Israel celebravam o livramento que Deus operara a seus pais, e sua miraculosa preservação por parte dEle durante suas jornadas depois de saírem do Egito, devemos nós com gratidão recordar-nos dos vários meios que Ele ideou para nos tirar do mundo, e das trevas do erro, para a luz preciosa de Sua graça e verdade. PP 396.7

Para os que moravam distantes do tabernáculo, mais de um mês em cada ano deve ter sido ocupado com a assistência às festas anuais. Este exemplo de devoção a Deus deve dar ênfase à importância do culto religioso, e à necessidade de subordinar nossos interesses egoístas, mundanos, aos que são espirituais e eternos. Incorremos em perda quando negligenciamos o privilégio de nos associarmos, a fim de fortalecer-nos e encorajar-nos uns aos outros no serviço de Deus. As verdades de Sua Palavra perdem sua vivacidade e importância em nossa mente. Nosso coração deixa de iluminar-se e despertar-se pela influência santificadora, e nós decaímos em espiritualidade. Em nossas relações mútuas como cristãos, perdemos muito pela falta de simpatia de uns para com os outros. Aquele que se encerra dentro de si mesmo, não está preenchendo a posição que era desígnio de Deus ele ocupasse. Todos nós somos filhos de um mesmo Pai, dependentes uns dos outros para alcançar a felicidade. As reivindicações de Deus e da humanidade tocam a nós. É o cultivo apropriado dos elementos sociais de nossa natureza o que nos une intimamente com nossos irmãos, e nos proporciona felicidade em nossos esforços para sermos bênçãos aos outros. PP 397.1

A festa dos tabernáculos não era apenas comemorativa, mas também típica. Não somente apontava para a peregrinação no deserto, mas, como festa da ceifa, celebrava a colheita dos frutos da terra, e indicava, no futuro, o grande dia da colheita final, em que o Senhor da seara enviará os Seus ceifeiros para ajuntar o joio em feixes para o fogo, e colher o trigo para o Seu celeiro. Naquele tempo os ímpios todos serão destruídos. Eles se tornarão “como se nunca tivessem sido”. Obadias 16. E toda voz, no Universo inteiro, unir-se-á em jubiloso louvor a Deus. Diz o escritor do Apocalipse: “Ouvi a toda a criatura que está no céu, e na Terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre”. Apocalipse 5:13. PP 397.2

O povo de Israel louvava a Deus na Festa dos Tabernáculos, ao evocarem à mente a Sua misericórdia pelo seu livramento da escravidão no Egito, e o Seu terno cuidado para com eles durante sua vida peregrina pelo deserto. Regozijavam-se também pela consciência que tinham do perdão e aceitação, mediante o serviço do dia da expiação, apenas terminado. Mas, quando os resgatados do Senhor houverem sido com segurança recolhidos na Canaã celestial — livres para sempre do cativeiro da maldição, sob o qual “toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Romanos 8:22) — regozijar-se-ão com indizível alegria e plenos de glória. A grande obra expiatória de Cristo em prol do homem ter-se-á então completado, e seus pecados terão sido para sempre eliminados. PP 397.3

“O deserto e os lugares secos se alegrarão disto; e o ermo exultará e florescerá como a rosa. PP 398.1

Abundantemente florescerá, e também regurgitará de alegria e exultará; a glória do Líbano se lhe deu, a excelência do Carmelo e Sarom; eles verão a glória do Senhor, a excelência do nosso Deus. PP 398.2

Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão. Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo. E a terra seca se transformará em tanques, e a terra sedenta em mananciais de águas; e ali haverá um alto caminho, um caminho que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para aqueles: Os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão. Ali não haverá leão, nem animal feroz subirá a ele, nem se achará nele; mas os remidos andarão por ele. E os resgatados do Senhor voltarão, e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido”. Isaías 35:1, 2, 5-10. PP 398.3

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