Arautos do Evangelho


Dia 279 - Saturday, 05 de October de 2024
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20 min

  • Salmos 120 e 121
  • Atos 13:4-52

Salmos 120

Ouça o áudio do capítulo:

1 Na minha angústia clamei ao SENHOR, e me ouviu.

2 Senhor, livra a minha alma dos lábios mentirosos e da língua enganadora.

3 Que te será dado, ou que te será acrescentado, língua enganadora?

4 Flechas agudas do poderoso, com brasas vivas de zimbro.

5 Ai de mim, que peregrino em Meseque, e habito nas tendas de Quedar.

6 A minha alma bastante tempo habitou com os que detestam a paz.

7 Pacífico sou, mas quando eu falo já eles procuram a guerra.

Salmos 121

Ouça o áudio do capítulo:

1 Levantarei os meus olhos para os montes, de onde vem o meu socorro.

2 O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra.

3 Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não tosquenejará.

4 Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel.

5 O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita.

6 O sol não te molestará de dia nem a lua de noite.

7 O Senhor te guardará de todo o mal; guardará a tua alma.

8 O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre.

Atos 13:4-52

Ouça o áudio do capítulo:

4 E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.

5 E, chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus; e tinham também a João como cooperador.

6 E, havendo atravessado a ilha até Pafos, acharam um certo judeu mágico, falso profeta, chamado Barjesus,

7 O qual estava com o procônsul Sérgio Paulo, homem prudente. Este, chamando a si Barnabé e Saulo, procurava muito ouvir a palavra de Deus.

8 Mas resistia-lhes Elimas, o encantador (porque assim se interpreta o seu nome), procurando apartar da fé o procônsul.

9 Todavia Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo, e fixando os olhos nele,

10 Disse: Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor?

11 Eis aí, pois, agora contra ti a mão do Senhor, e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo. E no mesmo instante a escuridão e as trevas caíram sobre ele e, andando à roda, buscava a quem o guiasse pela mão.

12 Então o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado da doutrina do Senhor.

13 E, partindo de Pafos, Paulo e os que estavam com ele chegaram a Perge, da Panfília. Mas João, apartando-se deles, voltou para Jerusalém.

14 E eles, saindo de Perge, chegaram a Antioquia, da Pisídia, e, entrando na sinagoga, num dia de sábado, assentaram-se;

15 E, depois da lição da lei e dos profetas, lhes mandaram dizer os principais da sinagoga: Homens irmãos, se tendes alguma palavra de consolação para o povo, falai.

16 E, levantando-se Paulo, e pedindo silêncio com a mão, disse: Homens israelitas, e os que temeis a Deus, ouvi:

17 O Deus deste povo de Israel escolheu a nossos pais, e exaltou o povo, sendo eles estrangeiros na terra do Egito; e com braço poderoso os tirou dela;

18 E suportou os seus costumes no deserto por espaço de quase quarenta anos.

19 E, destruindo a sete nações na terra de Canaã, deu-lhes por sorte a terra deles.

20 E, depois disto, por quase quatrocentos e cinqüenta anos, lhes deu juízes, até ao profeta Samuel.

21 E depois pediram um rei, e Deus lhes deu por quarenta anos, a Saul filho de Cis, homem da tribo de Benjamim.

22 E, quando este foi retirado, levantou-lhes como rei a Davi, ao qual também deu testemunho, e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade.

23 Da descendência deste, conforme a promessa, levantou Deus a Jesus para Salvador de Israel;

24 Tendo primeiramente João, antes da vinda dele, pregado a todo o povo de Israel o batismo de arrependimento.

25 Mas João, quando completava a carreira, disse: Quem pensais vós que eu sou? Eu não sou o Cristo; mas eis que após mim vem aquele a quem não sou digno de desatar as alparcas dos pés.

26 Homens irmãos, filhos da geração de Abraão, e os que dentre vós temem a Deus, a vós vos é enviada a palavra desta salvação.

27 Por não terem conhecido a este, os que habitavam em Jerusalém, e os seus príncipes, condenaram-no, cumprindo assim as vozes dos profetas que se lêem todos os sábados.

28 E, embora não achassem alguma causa de morte, pediram a Pilatos que ele fosse morto.

29 E, havendo eles cumprido todas as coisas que dele estavam escritas, tirando-o do madeiro, o puseram na sepultura;

30 Mas Deus o ressuscitou dentre os mortos.

31 E ele por muitos dias foi visto pelos que subiram com ele da Galiléia a Jerusalém, e são suas testemunhas para com o povo.

32 E nós vos anunciamos que a promessa que foi feita aos pais, Deus a cumpriu a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus;

33 Como também está escrito no salmo segundo: Meu filho és tu, hoje te gerei.

34 E que o ressuscitaria dentre os mortos, para nunca mais tornar à corrupção, disse-o assim: As santas e fiéis bênçãos de Davi vos darei.

35 Por isso também em outro salmo diz: Não permitirás que o teu santo veja corrupção.

36 Porque, na verdade, tendo Davi no seu tempo servido conforme a vontade de Deus, dormiu, foi posto junto de seus pais e viu a corrupção.

37 Mas aquele a quem Deus ressuscitou nenhuma corrupção viu.

38 Seja-vos, pois, notório, homens irmàos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados.

39 E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê.

40 Vede, pois, que não venha sobre vós o que está dito nos profetas:

41 Vede, ó desprezadores, e espantai-vos e desaparecei;porque opero uma obra em vossos dias,ora tal que não crereis, se alguém vo-la contar.

42 E, saídos os judeus da sinagoga, os gentios rogaram que no sábado seguinte lhes fossem ditas as mesmas coisas.

43 E, despedida a sinagoga, muitos dos judeus e dos prosélitos religiosos seguiram Paulo e Barnabé; os quais, falando-lhes, os exortavam a que permanecessem na graça de Deus.

44 E no sábado seguinte ajuntou-se quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus.

45 Então os judeus, vendo a multidão, encheram-se de inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo falava.

46 Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e não vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios;

47 Porque o Senhor assim no-lo mandou:eu te pus para luz dos gentios,a fim de que sejas para salvação até os confins da terra.

48 E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna.

49 E a palavra do Senhor se divulgava por toda aquela província.

50 Mas os judeus incitaram algumas mulheres religiosas e honestas, e os principais da cidade, e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, e os lançaram fora dos seus termos.

51 Sacudindo, porém, contra eles o pó dos seus pés, partiram para Icônio.

52 E os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.

Atos dos Apóstolos

Arautos do Evangelho

Ouça o áudio do capítulo:

Este capítulo é baseado em Atos 13:4-52.

Enviados pelo Espírito Santo”, Paulo e Barnabé, depois de sua ordenação pelos irmãos em Antioquia, “desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre”. Atos 13:4. Assim começaram os apóstolos sua primeira viagem missionária. AA 92.1

Chipre era um dos lugares para onde os crentes tinham fugido de Jerusalém por causa da perseguição que se seguiu à morte de Estêvão. Foi de Chipre que alguns homens tinham viajado para Antioquia, “anunciando o Senhor Jesus”. Atos 11:20. O próprio Barnabé era “natural de Chipre” (Atos 4:36); e agora, ele e Paulo, acompanhados por João Marcos, parente de Barnabé, visitavam essa ilha. AA 92.2

A mãe de Marcos era uma convertida à religião cristã, e seu lar em Jerusalém era um abrigo para os discípulos. Ali estavam sempre certos de ser bem-vindos para ocasiões de repouso. Foi durante uma dessas visitas dos apóstolos ao lar da mãe de Marcos que este propôs a Paulo e Barnabé acompanhá-los em sua viagem missionária. Ele sentia o favor de Deus em seu coração, e almejava devotar-se inteiramente à obra do ministério evangélico. AA 92.3

Chegando a Salamina, os apóstolos “anunciavam a Palavra de Deus nas sinagogas dos judeus. [...] E havendo atravessado a ilha até Pafos, acharam um certo judeu mágico, falso profeta, chamado Barjesus, o qual estava com o procônsul Sérgio Paulo, varão prudente. Este, chamando a si Barnabé e Saulo, procurava muito ouvir a Palavra de Deus. Mas resistia-lhes Elimas, o encantador (que assim se interpreta o seu nome), procurando apartar da fé o procônsul”. Atos 13:5-8. AA 92.4

Não é sem luta que Satanás permite ser o reino de Deus estabelecido na Terra. As forças do mal estão empenhadas em incessante luta contra os instrumentos indicados para disseminar o evangelho; e esses poderes das trevas são especialmente ativos quando a verdade é proclamada diante de homens de reputação e genuína integridade. Assim foi quando Sérgio Paulo, o procônsul de Chipre, estava ouvindo a mensagem do evangelho. O procônsul tinha solicitado a presença dos apóstolos, para ser instruído na mensagem que possuíam; e agora as forças do mal, operando por intermédio de Elimas, o encantador, procuravam com malignas sugestões desviá-lo da fé, e impedir assim o propósito de Deus. AA 92.5

Dessa maneira sempre trabalha o inimigo caído para conservar em suas fileiras homens de influência que, se convertidos, prestariam eficiente serviço à causa de Deus. Mas o fiel obreiro do evangelho não precisa temer o fracasso, pois é seu privilégio ser assistido com o poder do alto a fim de enfrentar cada satânica influência. AA 92.6

Embora penosamente assediado por Satanás, Paulo teve a coragem de repreender aquele por cujo intermédio o inimigo agia. “Cheio do Espírito Santo”, o apóstolo “fixando os olhos nele, disse: Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor? Eis aí, pois, agora contra ti a mão do Senhor, e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo. E no mesmo instante a escuridão e as trevas caíram sobre ele, e, andando à roda buscava a quem o guiasse pela mão. Então o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado da doutrina do Senhor”. Atos 13:9-12. AA 93.1

O mágico tinha cerrado os olhos às evidências da verdade do evangelho, e o Senhor, em justa indignação, fez que seus olhos naturais se fechassem, deles excluindo a luz do dia. Essa cegueira não foi permanente, mas apenas por certo período, a fim de que fosse advertido e se arrependesse, buscando o perdão de Deus a quem tão gravemente ofendera. A confusão em que assim foi lançado, tornou de nenhum efeito suas artes sutis contra a doutrina de Cristo. O fato de ter ele de andar apalpando, em sua cegueira, provou a todos que os milagres que os apóstolos haviam realizado, e que Elimas acusara de serem prestidigitações, haviam sido operados pelo poder de Deus. O procônsul, convencido da verdade da doutrina ensinada pelos apóstolos, aceitou o evangelho. AA 93.2

Elimas não era homem de cultura, no entanto, estava peculiarmente capacitado para fazer a obra de Satanás. Os que pregam a verdade de Deus encontrarão o astucioso inimigo por muitas diferentes formas. Algumas vezes, será na pessoa de um erudito, mas na maioria delas por intermédio de homens ignorantes, a quem Satanás treinou para se tornarem eficientes instrumentos para enganar as pessoas. É dever do ministro de Cristo permanecer fiel em seu posto, no temor de Deus e na força do Seu poder. Assim poderá ele pôr em confusão as hostes de Satanás e triunfar no nome do Senhor. AA 93.3

Paulo e seus companheiros continuaram viagem para Perge, na Panfília. Seu caminho era penoso; encontraram dificuldades e privações, e estavam cercados de perigos por todos os lados. Nas vilas e cidades por onde passavam, e ao longo das estradas desertas, estavam rodeados de perigos visíveis e invisíveis. Mas Paulo e Barnabé tinham aprendido a confiar no poder libertador de Deus. O coração deles estava cheio de fervente amor pelos pecadores. Como fiéis pastores na busca da ovelha perdida, não abrigavam o pensamento de facilidades ou conveniências próprias. Esquecidos de si mesmos, não fraquejavam quando cansados, famintos ou com frio. Eles tinham em vista um único objetivo — a salvação dos que vagueavam distantes do redil. AA 93.4

Foi aqui que Marcos, dominado por temor e desânimo, hesitou por um momento em seu propósito de consagrar-se de todo o coração à obra do Senhor. Pouco habituado a sacrifícios, desanimaram-no os perigos e privações do caminho. Trabalhara com êxito sob circunstâncias favoráveis, mas agora, em meio a oposição e perigos que tantas vezes cercam o missionário pioneiro, não suportou as dificuldades como bom soldado da cruz. Devia aprender ainda a enfrentar valorosamente os perigos, perseguições e adversidades. À medida que os apóstolos avançavam, encontrando dificuldades cada vez maiores, Marcos intimidava-se, e perdendo todo o ânimo, recusou-se a prosseguir, retornando a Jerusalém. AA 94.1

Essa deserção fez com que Paulo julgasse por algum tempo desfavoravelmente a Marcos; severamente mesmo. Por outro lado, Barnabé se inclinava a desculpá-lo devido a sua inexperiência. Estava ansioso para que Marcos não abandonasse o ministério, pois nele via qualidades que o habilitariam para ser útil obreiro de Cristo. Anos depois, sua solicitude por Marcos foi ricamente recompensada; pois o jovem se entregou sem reservas ao Senhor e à tarefa de proclamar a mensagem do evangelho em campos difíceis. Sob a bênção de Deus e a sábia orientação de Barnabé, ele se tornou um valoroso obreiro. AA 94.2

Paulo se reconciliou mais tarde com Marcos, recebendo-o como colaborador. Recomendou-o também aos colossenses, como “cooperador no reino de Deus” e como tendo para ele “sido consolação”. Colossenses 4:11. Não muito tempo antes de sua morte, Paulo tornou a falar de Marcos como lhe sendo “muito útil para o ministério”. 2 Timóteo 4:11. AA 94.3

Depois da partida de Marcos, Paulo e Barnabé visitaram Antioquia da Pisídia, e no sábado entraram na sinagoga judaica e se assentaram. “E, depois da lição da lei e dos profetas, lhes mandaram dizer os principais da sinagoga: varões irmãos, se tendes alguma palavra de consolação para o povo, falai” Convidado para falar, levantou-se “Paulo, e pedindo silêncio com a mão, disse: Varões israelitas, e os que temeis a Deus, ouvi” Seguiu-se então um maravilhoso discurso. Ele começou por historiar a maneira como o Senhor havia tratado com os judeus desde o tempo de seu libertamento do cativeiro egípcio, e como fora prometido um Salvador, da semente de Davi. E ousadamente declarou que “da descendência deste, conforme a promessa, levantou Deus a Jesus para Salvador de Israel; tendo primeiramente João, antes da vinda dEle, pregado a todo o povo de Israel o batismo do arrependimento. Mas João, quando completava a carreira, disse: Quem pensais vós que eu sou? Eu não sou o Cristo; mas eis que após mim vem Aquele a quem não sou digno de desatar as alparcas dos pés” Assim, com poder ele pregou a Jesus como o Salvador, o Messias da profecia. AA 94.4

Depois de haver feito essa declaração, disse Paulo: “Varões irmãos, filhos da geração de Abraão, e os que dentre vós temem a Deus, a vós vos é enviada a palavra desta salvação. Por não terem conhecido a Este, os que habitavam em Jerusalém, e os seus príncipes, condenaram-nO, cumprindo assim as vozes dos profetas que se lêem todos os sábados”. Atos 13:13-27. AA 94.5

Paulo não hesitou em falar com clareza a verdade concernente à rejeição do Salvador pelos dirigentes judaicos. “E, embora não achassem alguma causa de morte, pediram a Pilatos que Ele fosse morto”, declarou o apóstolo. “E, havendo eles cumprido todas as coisas que dEle estavam escritas, tirando-O do madeiro, O puseram na sepultura; mas Deus O ressuscitou dos mortos. E Ele por muitos dias foi visto pelos que subiram com Ele da Galiléia a Jerusalém, e são Suas testemunhas para com o povo”. Atos 13:28-31. AA 95.1

“E nós vos anunciamos”, continuou o apóstolo, “que a promessa que foi feita aos pais Deus a cumpriu, a nós, Seus filhos, ressuscitando a Jesus; como também está escrito no salmo segundo: Meu Filho és Tu, hoje Te gerei. E que O ressuscitaria dos mortos, para nunca mais tornar à corrupção, disse-o assim: As santas e fiéis bênçãos de Davi vos darei. Pelo que também em outro salmo diz: Não permitirás que o Teu Santo veja corrupção. Porque, na verdade, tendo Davi no seu tempo servido conforme a vontade de Deus, dormiu, e foi posto junto de seus pais e viu a corrupção. Mas aquele a quem Deus ressuscitou nenhuma corrupção viu”. Atos 13:32-37. AA 95.2

E então, tendo falado claramente do cumprimento de profecias familiares concernentes ao Messias, Paulo pregou-lhes o arrependimento e a remissão dos pecados mediante os méritos de Jesus, Salvador deles. “Seja-vos pois notório, varões irmãos”, disse ele, “que por Este se vos anuncia a remissão dos pecados. E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por Ele é justificado todo aquele que crê”. Atos 13:38-39. AA 95.3

O Espírito de Deus acompanhou as palavras faladas e os corações foram tocados. O apelo dos apóstolos às profecias do Antigo Testamento, e sua declaração de que elas haviam sido cumpridas no ministério de Jesus de Nazaré, levaram a convicção muitas pessoas que suspiravam pelo advento do Messias prometido. As palavras de afirmação dos apóstolos, de que “as boas-novas” (Isaías 52:7) de salvação eram para judeus e gentios igualmente, trouxeram esperança e alegria a todos os que não haviam sido contados entre os filhos de Abraão segundo a carne. AA 95.4

“E, saídos os judeus da sinagoga, os gentios rogaram que no sábado seguinte lhes fossem ditas as mesmas coisas” Tendo finalmente a congregação se dispersado, “muitos dos judeus e dos prosélitos religiosos”, que tinham aceitado as boas-novas que lhes foram apresentadas naquele dia, “seguiram a Paulo e Barnabé, os quais, falando-lhes, os exortavam a que permanecessem na graça de Deus”. Atos 13:42, 43. AA 95.5

O interesse despertado em Antioquia da Pisídia pelo discurso de Paulo, reuniu no “sábado seguinte... quase toda a cidade a ouvir a Palavra de Deus. Então os judeus, vendo a multidão, encheram-se de inveja; e, blasfemando, contradiziam o que Paulo dizia. AA 95.6

“Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era necessário que a vós se vos pregasse primeiro a Palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e vos não julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios; porque o Senhor assim no-lo mandou: Eu te pus para luz dos gentios, para que sejas de salvação até aos confins da Terra” AA 96.1

“E os gentios, ouvindo isso, alegraram-se, e glorificavam a Palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna” Eles se rejubilaram grandemente de Jesus os reconhecer como filhos de Deus, e com coração grato atentavam à palavra pregada. Os que creram foram zelosos em comunicar a mensagem do evangelho a outros, e assim “a Palavra do Senhor se divulgava por toda aquela província”. Atos 13:44-49. AA 96.2

Séculos antes, profetas haviam antecipado essa colheita de gentios; mas aquelas previsões proféticas tinham sido apenas obscuramente entendidas. Oséias havia dito: “Todavia o número dos filhos de Israel será como a areia do mar, que não pode medir-se nem contar-se; e acontecerá que no lugar onde se lhes dizia: Vós não sois Meu povo, se lhes dirá: Vós sois filhos do Deus vivo”. Oséias 1:10. E outra vez: “E semeá-la-ei para Mim na terra, e compadecer-Me-ei de Lo-Ruama; e a Lo-Ami direi: Tu és Meu povo; e ele dirá: Tu és o meu Deus!” Oséias 2:23. O próprio Salvador, durante o Seu ministério terrestre, predisse a disseminação do evangelho entre os gentios. Na parábola da vinha Ele declarou aos impenitentes judeus: “O reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos”. Mateus 21:43. E depois de Sua ressurreição, Ele comissionou os discípulos para irem “por todo o mundo” (Mateus 28:19), a ensinar “todas as nações” Não deviam deixar de advertir ninguém, mas deviam pregar “o evangelho a toda a criatura”. Marcos 16:15. AA 96.3

Voltando-se para os gentios em Antioquia da Pisídia, Paulo e Barnabé não deixaram de trabalhar pelos judeus de outras partes, onde quer que a oportunidade lhes deparasse ouvintes. Posteriormente, em Tessalônica, em Corinto, em Éfeso e em outros importantes centros, Paulo e seus companheiros de trabalho pregaram o evangelho tanto a judeus como a gentios. Mas suas maiores energias eram daí por diante dirigidas no sentido de estabelecer o reino de Deus em território gentílico, entre povos que tinham pouco ou nenhum conhecimento do verdadeiro Deus e de Seu Filho. AA 96.4

O coração de Paulo e seus associados no trabalho estava aberto em benefício dos que estavam “sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo”. Efésios 2:12. Mediante a incansável ministração dos apóstolos aos gentios, os “estrangeiros e forasteiros”, os “que antes [estavam] longe”, aprenderam que “pelo sangue de Cristo”, chegaram perto, e que pela fé em Seu sacrifício expiatório, podiam tornar-se “concidadãos dos santos, e da família de Deus”. Efésios 2:13, 19. AA 96.5

Avançando pela fé, Paulo trabalhou sem cessar pela edificação do reino de Deus entre os que tinham sido negligenciados pelos mestres de Israel. Exaltava constantemente a Cristo Jesus como o “Rei dos reis, e Senhor dos senhores” (1 Timóteo 6:15), e exortava os crentes a permanecerem “arraigados e sobreedificados nEle, e confirmados na fé”. Colossenses 2:7. AA 97.1

Para os que crêem, Cristo é o firme Fundamento. Sobre essa Pedra viva podem edificar igualmente judeus e gentios. Ela é suficientemente grande para todos, e forte bastante para sustentar o peso e o fardo de todo o mundo. Este é um fato plenamente reconhecido pelo próprio Paulo. Nos dias finais de seu ministério, quando, dirigindo-se a um grupo de crentes gentios que tinham permanecido firmes em seu amor pela verdade do evangelho, o apóstolo escreveu: “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal Pedra da esquina”. Efésios 2:20. AA 97.2

Como a mensagem do evangelho se espalhasse na Pisídia, judeus incrédulos de Antioquia, em seu cego preconceito, “incitaram algumas mulheres religiosas e honestas, e os principais da cidade, e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, e os lançaram” (Atos 13:50) fora daquele distrito. AA 97.3

Os apóstolos não ficaram desencorajados por esse tratamento; lembraram-se das palavras de seu Mestre: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo, disserem todo o mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós”. Mateus 5:11, 12. AA 97.4

A mensagem do evangelho estava avançando, e os apóstolos tinham todo o motivo para sentir-se encorajados. Suas atividades entre os de Antioquia da Pisídia, tinham sido ricamente abençoadas, e os crentes a quem tinham deixado a conduzir a obra sozinhos por algum tempo, “estavam cheios de alegria e do Espírito Santo”. Atos 13:52. AA 97.5

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