A Volta do Exílio


Dia 129 - Wednesday, 08 de May de 2024
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Esdras 1

Ouça o áudio do capítulo:

1 No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo:

2 Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá.

3 Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que está em Judá, e edifique a casa do Senhor Deus de Israel (ele é o Deus) que está em Jerusalém.

4 E todo aquele que ficar atrás em algum lugar em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata, com ouro, com bens, e com gados, além das dádivas voluntárias para a casa de Deus, que está em Jerusalém.

5 Então se levantaram os chefes dos pais de Judá e Benjamim, e os sacerdotes e os levitas, com todos aqueles cujo espírito Deus despertou, para subirem a edificar a casa do Senhor, que está em Jerusalém.

6 E todos os que habitavam nos arredores lhes firmaram as mãos com vasos de prata, com ouro, com bens e com gado, e com coisas preciosas; além de tudo o que voluntariamente se deu.

7 Também o rei Ciro tirou os utensílios da casa do Senhor, que Nabucodonosor tinha trazido de Jerusalém, e que tinha posto na casa de seus deuses.

8 Estes tirou Ciro, rei da Pérsia, pela mão de Mitredate, o tesoureiro, que os entregou contados a Sesbazar, príncipe de Judá.

9 E este é o número deles: trinta travessas de ouro, mil travessas de prata, vinte e nove facas,

10 Trinta bacias de ouro, mais outras quatrocentas e dez bacias de prata, e mil outros utensílios.

11 Todos os utensílios de ouro e de prata foram cinco mil e quatrocentos; todos estes levou Sesbazar, quando os do cativeiro subiram de babilônia para Jerusalém.

Esdras 2

Ouça o áudio do capítulo:

1 Estes são os filhos da província, que subiram do cativeiro, dentre os exilados, que Nabucodonosor, rei de babilônia, tinha transportado a babilônia, e tornaram a Jerusalém e a Judá, cada um para a sua cidade;

2 Os quais vieram com Zorobabel, Jesua, Neemias, Seraías, Reelaías, Mardoqueu, Bilsã, Mizpar, Bigvai, Reum e Baaná. O número dos homens do povo de Israel:

3 Os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois.

4 Os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e dois.

5 Os filhos de Ará, setecentos e setenta e cinco.

6 Os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Jesuá-Joabe, dois mil oitocentos e doze.

7 Os filhos de Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro.

8 Os filhos de Zatu, novecentos e quarenta e cinco.

9 Os filhos de Zacai, setecentos e sessenta.

10 Os filhos de Bani, seiscentos e quarenta e dois.

11 Os filhos de Bebai, seiscentos e vinte e três.

12 Os filhos de Azgade, mil duzentos e vinte e dois.

13 Os filhos de Adonicão, seiscentos e sessenta e seis.

14 Os filhos de Bigvai, dois mil e cinqüenta e seis.

15 Os filhos de Adim, quatrocentos e cinqüenta e quatro.

16 Os filhos de Ater, de Ezequias, noventa e oito.

17 Os filhos de Bezai, trezentos e vinte e três.

18 Os filhos de Jora, cento e doze.

19 Os filhos de Hasum, duzentos e vinte e três.

20 Os filhos de Gibar, noventa e cinco.

21 Os filhos de Belém, cento e vinte e três.

22 Os homens de Netofá, cinqüenta e seis.

23 Os homens de Anatote, cento e vinte e oito.

24 Os filhos de Azmavete, quarenta e dois.

25 Os filhos de Quiriate-Arim, Quefira e Beerote, setecentos e quarenta e três.

26 Os filhos de Ramá, e de Geba, seiscentos e vinte e um.

27 Os homens de Micmás, cento e vinte e dois.

28 Os homens de Betel e de Ai, duzentos e vinte e três.

29 Os filhos de Nebo, cinqüenta e dois.

30 Os filhos de Magbis, cento e cinqüenta e seis.

31 Os filhos do outro Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro.

32 Os filhos de Harim, trezentos e vinte.

33 Os filhos de Lode, de Hadide e de Ono, setecentos e vinte e cinco.

34 Os filhos de Jericó, trezentos e quarenta e cinco.

35 Os filhos de Senaá, três mil seiscentos e trinta.

36 Os sacerdotes: os filhos de Jedaías, da casa de Jesuá, novecentos e setenta e três.

37 Os filhos de Imer, mil e cinqüenta e dois.

38 Os filhos de Pasur, mil duzentos e quarenta e sete.

39 Os filhos de Harim, mil e dezessete.

40 Os levitas: os filhos de Jesuá e Cadmiel, dos filhos de Hodavias, setenta e quatro.

41 Os cantores: os filhos de Asafe, cento e vinte e oito.

42 Os filhos dos porteiros: os filhos de Salum, os filhos de Ater, os filhos de Talmom, os filhos de Acube, os filhos de Hatita, os filhos de Sobai; ao todo, cento e trinta e nove.

43 Os netinins: os filhos de Zia, os filhos de Hasufa, os filhos de Tabaote,

44 Os filhos de Querós, os filhos de Siá, os filhos de Padom,

45 Os filhos de Lebaná, os filhos de Hagaba, os filhos de Acube,

46 Os filhos de Hagabe, os filhos de Sanlai, os filhos de Hanã,

47 Os filhos de Gidel, os filhos de Gaar, os filhos de Reaías,

48 Os filhos de Rezim, os filhos de Necoda, os filhos de Gazão,

49 Os filhos de Uzá, os filhos de Paseá, os filhos de Besai,

50 Os filhos de Asna, os filhos de Meunim, os filhos de Nefussim,

51 Os filhos de Bacbuque, os filhos de Hacufa, os filhos de Harur,

52 Os filhos de Bazlute, os filhos de Meída, os filhos de Harsa,

53 Os filhos de Barcos, os filhos de Sísera, os filhos de Tama.

54 Os filhos de Neziá, os filhos de Hatifa.

55 Os filhos dos servos de Salomão; os filhos de Sotai, os filhos de Soferete, os filhos de Peruda,

56 Os filhos de Jaalá, os filhos de Darcom, os filhos de Gidel,

57 Os filhos de Sefatias, os filhos de Hatil, os filhos de PoquereteHazebaim, os filhos de Ami.

58 Todos os netinins, e os filhos dos servos de Salomão, trezentos e noventa e dois.

59 Também estes subiram de Tel-Melá e Tel-Harsa, Querube, Adã e Imer; porém não puderam provar que as suas famílias e a sua linhagem eram de Israel:

60 Os filhos de Delaías, os filhos de Tobias, os filhos de Necoda, seiscentos e cinqüenta e dois.

61 E dos filhos dos sacerdotes: os filhos de Habaías, os filhos de Coz, os filhos de Barzilai, que tomou mulher das filhas de Barzilai, o gileadita, e que foi chamado do seu nome.

62 Estes procuraram o seu registro entre os que estavam arrolados nas genealogias, mas não se acharam nelas; assim, por imundos, foram excluídos do sacerdócio.

63 E o governador lhes disse que não comessem das coisas consagradas, até que houvesse sacerdote com Urim e com Tumim.

64 Toda esta congregação junta foi de quarenta e dois mil trezentos e sessenta,

65 Afora os seus servos e as suas servas, que foram sete mil trezentos e trinta e sete; também tinha duzentos cantores e cantoras.

66 Os seus cavalos, setecentos e trinta e seis; os seus mulos, duzentos e quarenta e cinco;

67 Os seus camelos, quatrocentos e trinta e cinco; os jumentos, seis mil setecentos e vinte.

68 E alguns dos chefes dos pais, vindo à casa do Senhor, que habita em Jerusalém, deram ofertas voluntárias para a casa de Deus, para a estabelecerem no seu lugar.

69 Conforme as suas posses, deram para o tesouro da obra, em ouro, sessenta e uma mil dracmas, e em prata cinco mil libras, e cem vestes sacerdotais.

70 E habitaram os sacerdotes e os levitas, e alguns do povo, tanto os cantores, como os porteiros, e os netinins, nas suas cidades; como também todo o Israel nas suas cidades.

Esdras 3

Ouça o áudio do capítulo:

1 Chegando, pois, o sétimo mês, e estando os filhos de Israel já nas cidades, ajuntou-se o povo, como um só homem, em Jerusalém.

2 E levantou-se Jesuá, filho de Jozadaque, e seus irmãos, os sacerdotes, e Zorobabel, filho de Sealtiel, e seus irmãos, e edificaram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre ele holocaustos, como está escrito na lei de Moisés, o homem de Deus.

3 E firmaram o altar sobre as suas bases, porque o terror estava sobre eles, por causa dos povos das terras; e ofereceram sobre ele holocaustos ao Senhor, holocaustos pela manhã e à tarde.

4 E celebraram a festa dos tabernáculos, como está escrito; ofereceram holocaustos cada dia, por ordem, conforme ao rito, cada coisa em seu dia.

5 E depois disto o holocausto contínuo, e os das luas novas e de todas as solenidades consagradas ao Senhor; como também de qualquer que oferecia oferta voluntária ao Senhor;

6 Desde o primeiro dia do sétimo mês começaram a oferecer holocaustos ao SENHOR; porém ainda não estavam postos os fundamentos do templo do SENHOR.

7 Deram, pois, o dinheiro aos pedreiros e carpinteiros, como também comida e bebida, e azeite aos sidônios, e aos tírios, para trazerem do Líbano madeira de cedro ao mar, para Jope, segundo a concessão que lhes tinha feito Ciro, rei da Pérsia.

8 E no segundo ano da sua vinda à casa de Deus em Jerusalém, no segundo mês, Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesuá, filho de Jozadaque, e os outros seus irmãos, os sacerdotes e os levitas, e todos os que vieram do cativeiro a Jerusalém, começaram a obra da casa do Senhor, e constituíram os levitas da idade de vinte anos para cima, para que a dirigissem.

9 Então se levantou Jesuá, seus filhos, e seus irmãos, Cadmiel e seus filhos, os filhos de Judá, como um só homem, para dirigirem os que faziam a obra na casa de Deus, bem como os filhos de Henadade, seus filhos e seus irmãos, os levitas.

10 Quando, pois, os edificadores lançaram os alicerces do templo do Senhor, então apresentaram-se os sacerdotes, já vestidos e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com címbalos, para louvarem ao Senhor conforme à instituição de Davi, rei de Israel.

11 E cantavam juntos por grupo, louvando e rendendo graças ao Senhor, dizendo: porque é bom; porque a sua benignidade dura para sempre sobre Israel. E todo o povo jubilou com altas vozes, quando louvaram ao Senhor, pela fundação da casa do Senhor.

12 Porém muitos dos sacerdotes, e levitas e chefes dos pais, já idosos, que viram a primeira casa, choraram em altas vozes quando à sua vista foram lançados os fundamentos desta casa; mas muitos levantaram as vozes com júbilo e com alegria.

13 De maneira que não discernia o povo as vozes do júbilo de alegria das vozes do choro do povo; porque o povo jubilava com tão altas vozes, que o som se ouvia de muito longe.

Profetas e Reis

A Volta do Exílio

Ouça o áudio do capítulo:

A chegada do exército de Ciro ante os muros de Babilônia foi para os judeus um sinal de que o seu livramento do cativeiro estava muito perto. Mais de um século antes do nascimento de Ciro, a Inspiração lhe fizera menção do nome, e providenciara um registro da precisa obra que ele faria tomando Babilônia, estando esta desapercebida, e preparando o caminho para a libertação dos filhos do cativeiro. Por intermédio de Isaías havia sido dito: PR 280.1

“Assim diz o Senhor ao Seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela sua mão direita, para abater as nações diante de sua face [...] para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão: Eu irei diante de ti, e endireitarei os caminhos tortos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro, e te darei os tesouros das escuridades, e as riquezas encobertas, para que possas saber que Eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome”. Isaías 45:1-3. PR 280.2

Na inesperada penetração do exército do conquistador persa ao coração da capital de Babilônia, através do canal do rio cujas águas tinham sido desviadas; na sua entrada pelos portões internos que por descuido tinham sido deixados abertos e desguarnecidos, tiveram os judeus abundante evidência do cumprimento literal da profecia de Isaías concernente à súbita subversão dos seus opressores. E isto deve ter sido para eles um inconfundível sinal de que Deus estava moldando os negócios das nações em favor deles; pois inseparavelmente associada com a profecia que esboçava o modo como Babilônia seria capturada e cairia, estavam as palavras: PR 280.3

“Diz de Ciro: É Meu pastor, e cumprirá tudo o que Me apraz; dizendo também a Jerusalém: Sê edificada; e ao templo: Funda-te”. Isaías 44:28. “Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a Minha cidade, e soltará os Meus cativos, não por preço nem por presentes, diz o Senhor dos Exércitos”. Isaías 45:13. PR 280.4

Não foram essas as únicas profecias sobre as quais os exilados tiveram a oportunidade de basear sua esperança de breve libertação. Os escritos de Jeremias estavam ao seu alcance, e neles era claramente estabelecido o tempo que devia ir até a restauração de Israel em sua terra. “Quando se cumprirem os setenta anos”, o Senhor tinha predito por intermédio do Seu mensageiro, “visitarei o rei de Babilônia, e esta nação, diz o Senhor, castigando a sua iniqüidade, e a da terra dos caldeus; farei deles uns desertos perpétuos”. Jeremias 25:12. Mostrar-se-ia favor ao remanescente de Judá, em resposta à fervente oração. “Serei achado de vós, diz o Senhor, e farei voltar os vossos cativos, e congregar-vos-ei de todas as nações, e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o Senhor, e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei”. Jeremias 29:14. PR 280.5

Daniel e seus companheiros haviam muitas vezes recorrido a essas e outras profecias que esboçavam o propósito de Deus para Seu povo. E agora, ao indicar o rápido curso dos acontecimentos a poderosa mão de Deus em operação entre as nações, Daniel dedicou especial atenção às promessas feitas a Israel. Sua fé na palavra profética levou-o ao fundo das experiências preditas pelos escritores sagrados. “Certamente que passados setenta anos em Babilônia”, o Senhor havia declarado, “vos visitarei, e cumprirei sobre vós a Minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar. Porque Eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Então Me invocareis, e ireis, e orareis a Mim, e Eu vos ouvirei. E buscar-Me-eis, e Me achareis, quando Me buscardes de todo o vosso coração”. Jeremias 29:10-13. PR 281.1

Pouco antes da queda de Babilônia, quando Daniel estava meditando nessas profecias, e buscando a Deus a fim de compreender os tempos, foi-lhe dada uma série de visões concernentes ao surgimento e queda de reinos. Com a primeira visão, segundo se acha registrada no sétimo capítulo do livro de Daniel, foi-lhe dada a interpretação, mas nem tudo ficou claro para o profeta. “Os meus pensamentos muito me espantavam”, ele escreveu de sua experiência nesse tempo, “e mudou-se em mim o meu semblante; mas guardei estas coisas no meu coração”. Daniel 7:28. PR 281.2

Mediante outra visão foi derramada luz adicional sobre os acontecimentos do futuro; e foi ao final desta visão que Daniel ouviu “um santo que falava; e disse a outro santo aquele que falava: Até quando durará a visão?” Daniel 8:13. A resposta: “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” (Daniel 8:14), encheu-o de perplexidade. Ferventemente procurou entender o significado da visão. Ele não podia compreender a relação dos setenta anos do cativeiro como preditos por Jeremias, para com os dois mil e trezentos anos que nessa visão ouvira o visitante declarar que decorreriam antes da purificação do santuário. O anjo Gabriel lhe deu uma interpretação parcial; mas quando o profeta ouviu as palavras: “Só daqui a muitos dias se cumprirá”, ele desmaiou. “Eu, Daniel, enfraqueci”, escreveu ele sobre esta experiência, “e estive enfermo alguns dias; então levantei-me, e trarei do negócio do rei. E espantei-me acerca da visão, e não havia quem a entendesse”. Daniel 8:26, 27. PR 281.3

Levando ainda o fardo pelo bem de Israel, Daniel estudou de novo as profecias de Jeremias. Elas eram muito claras — tão claras que ele compreendeu por esses testemunhos registrados em livros “que o número de anos de que falou o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos”. Daniel 9:2. PR 282.1

Com fé fundada na segura palavra da profecia, Daniel pleiteou do Senhor o imediato cumprimento dessas promessas. Suplicou que a honra de Deus fosse preservada. Em sua petição ele se identificou plenamente com os que não tinham correspondido ao propósito divino, confessando os pecados deles como seus próprios. PR 282.2

“Eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus”, declarou o profeta, “para O buscar com oração e rogos, com jejum, e saco e cinza. E orei ao Senhor meu Deus, e confessei”. Daniel 9:3, 4. Embora Daniel estivesse havia muito na obra de Deus, e dele tivesse sido dito que era “mui amado”, agora se apresentava ante Deus como um pecador, expondo veementemente a grande necessidade do povo que amava. Sua oração era eloqüente em sua simplicidade, e intensamente fervorosa. Escutai-lhe a súplica: PR 282.3

“Ah Senhor Deus grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia para com os que Te amam e guardam os Teus mandamentos; pecamos, e cometemos iniqüidade, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos Teus mandamentos e dos Teus juízos; e não demos ouvidos aos Teus servos, os profetas, que em Teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes, e nossos pais, como também a todo o povo da terra. PR 282.4

“A Ti, ó Senhor, pertence a justiça, mas a nós a confusão de rosto, como se vê neste dia; aos homens de Judá, e aos moradores de Jerusalém, e a todo o Israel; aos de perto e aos de longe, em todas as terras por onde os tens lançado, por causa da sua prevaricação, com que prevaricaram contra Ti. [...] PR 282.5

“Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão; pois nos rebelamos contra Ele.” “Ó Senhor, segundo todas as Tuas justiças, aparte-se a Tua ira e o Teu furor da Tua cidade de Jerusalém, e do Teu santo monte; porquanto por causa dos nossos pecados, e por causa das iniqüidades de nossos pais, tornou-se Jerusalém e o Teu povo um opróbrio para todos os que estão ao redor de nós. PR 282.6

“Agora, pois, ó Senhor nosso Deus, ouve a oração do Teu servo, e as suas súplicas, e sobre o Teu santuário assolado faze resplandecer o Teu rosto, por amor do Senhor. Inclina, ó Deus meu, os Teus ouvidos, e ouve; abre os Teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo Teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a Tua face fiados em nossas justiças, mas em Tuas muitas misericórdias. PR 282.7

“Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e opera sem tardar; por amor de Ti mesmo, ó Deus meu, porque a Tua cidade e o Teu povo se chamam pelo Teu nome”. Daniel 9:4-9, 16-19. PR 282.8

O Céu se curvou para ouvir a fervente súplica do profeta. Antes mesmo que ele tivesse terminado a sua súplica por perdão e restauração, o poderoso Gabriel apareceu-lhe outra vez, e chamou a sua atenção para a visão que ele tivera antes da queda de Babilônia e da morte de Belsazar. E então o anjo esboçou-lhe em pormenores o período das setenta semanas, que devia começar com “a ordem para restaurar e para edificar Jerusalém”. Daniel 9:25. PR 283.1

A oração de Daniel tinha sido proferida “no ano primeiro de Dario” (Daniel 9:1), o rei medo cujo general, Ciro, tinha arrebatado de Babilônia o cetro do governo universal. O reinado de Dario foi honrado por Deus. A ele foi enviado o anjo Gabriel, “para o animar e fortalecer”. Daniel 11:1. Após sua morte, cerca de dois anos depois da queda de Babilônia, Ciro o sucedeu no trono, e o início do seu reinado marcou o fim dos setenta anos desde que o primeiro grupo de hebreus tinha sido levado cativo por Nabucodonosor, de sua pátria judaica para Babilônia. PR 283.2

O livramento de Daniel da cova dos leões tinha sido usado por Deus para criar uma impressão favorável no espírito de Ciro o Grande. As excelentes qualidades do homem de Deus como estadista de vistas largas levou o governante persa a mostrar-lhe marcado respeito e a honrar suas decisões. E agora, justo no tempo em que Deus tinha dito que faria fosse o Seu templo em Jerusalém reconstruído, Ele moveu Ciro como Seu instrumento para discernir as profecias com respeito a ele mesmo, com as quais Daniel estava tão familiarizado, e a conceder ao povo judeu a sua libertação. PR 283.3

Tomando o rei conhecimento das palavras que prediziam, mais de um século antes do seu nascimento, a maneira pela qual Babilônia deveria ser tomada; ao ler a mensagem a ele dirigida pelo Rei do Universo: “Eu te cingirei, ainda que tu Me não conheças. Para que se saiba desde o nascente do Sol, e desde o poente, que fora de Mim não há outro”; ao ver diante dos seus olhos a declaração do eterno Deus: “Por amor de Meu servo Jacó, e de Israel, Meu eleito, Eu a ti te chamei pelo teu nome, pus-te o Meu sobrenome, ainda que Me não conhecesses”; ao descobrir o inspirado Registro: “Eu o despertei em justiça, e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a Minha cidade, e soltará os Meus cativos, não por força nem por presentes” (Isaías 45:5, 6, 4, 13), o seu coração foi profundamente movido, e ele se determinou cumprir sua missão divinamente indicada. Ele libertaria os judeus cativos; ele os ajudaria a restaurar o templo de Jeová. PR 283.4

Numa proclamação escrita publicada “por todo o seu reino”, Ciro fez conhecido o seu desejo de providenciar o retorno dos hebreus e a reconstrução do seu templo. “O Senhor Deus dos Céus me deu todos os reinos da Terra”, o rei reconhecia com gratidão em sua proclamação pública; “e Ele me encarregou de Lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá. Quem há entre vós, de todo o Seu povo, seja o seu Deus com ele, e suba a Jerusalém [...] e edifique a casa do Senhor Deus de Israel; Ele é o Deus que habita em Jerusalém. E todo aquele que ficar em alguns lugares em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata, e com ouro, e com fazenda, e com gados, afora as dádivas voluntárias”. Esdras 1:1-4. PR 283.5

“Esta casa se edificará”, ordenou ele mais tarde com referência à estrutura do templo, para lugar em que se ofereçam sacrifícios, e seus fundamentos serão firmes; a sua altura de sessenta côvados, e a sua largura de sessenta côvados; com três carreiras de grandes pedras, e uma carreira de madeira nova, e a despesa se fará da casa do rei. Demais disto, os vasos de ouro e de prata da casa de Deus, que Nabucodonosor transportou do templo que estava em Jerusalém, e levou para Babilônia, se tornarão a dar, para que vão ao seu lugar, ao templo que está em Jerusalém”. Esdras 6:3-5. PR 284.1

As novas deste decreto alcançaram as mais distantes províncias do domínio real, e em todo o lugar entre os filhos da dispersão houve grande alegria. Muitos, como Daniel, tinham estado a estudar as profecias e a buscar a prometida intervenção de Deus em favor de Sião. E agora suas orações estavam sendo respondidas; e com alegria de coração podiam unidos cantar: PR 284.2

“Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram de Sião, estávamos como os que sonham. Então a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua de cânticos. Então se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor a estes. Grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres”. Salmos 126:1-3. PR 284.3

“Então se levantaram os chefes dos pais de Judá e Benjamim, e os sacerdotes e os levitas, como todos aqueles cujo espírito Deus despertou” — esse foi o piedoso remanescente, cerca de cinqüenta mil, dentre os judeus das terras do exílio, que se determinaram tirar vantagem da maravilhosa oportunidade a eles oferecida, “para subirem a edificar a casa do Senhor, que está em Jerusalém.” Seus amigos não lhes permitiram sair com mãos vazias. “E todos os que habitavam nos arredores lhes confortaram as mãos com vasos de prata, com ouro, com fazenda, e com gados, e com coisas preciosas.” A essas e muitas outras ofertas voluntárias foram acrescentados “os vasos da casa do Senhor, que Nabucodonosor tinha trazido de Jerusalém. [...] Estes tirou Ciro, rei da Pérsia, pela mão de Mitredate, o tesoureiro. [...] Todos os vasos de ouro e de prata foram cinco mil e quatrocentos”, para uso no templo que ia ser reconstruído. Esdras 1:5-11. PR 284.4

Sobre Zorobabel (conhecido também como Sesbazar), um dos descendentes do rei Davi, Ciro colocou a responsabilidade de agir como governador do grupo que retornava para a Judéia; e com ele estava associado Jesus, o sumo sacerdote. A longa viagem através do árido deserto foi feita em segurança, e o feliz grupo, grato a Deus por Suas muitas bênçãos, imediatamente tomou a si a tarefa de reconstruir o que havia sido derrubado e destruído. “Alguns dos chefes dos pais” deram o exemplo em oferecer donativos para ajudar a enfrentar as despesas de reconstrução do templo; e o povo, seguindo seu exemplo, deu livremente de seus pobres recursos. Esdras 2:64-70. PR 284.5

Tão depressa quanto possível, foi construído um altar no sítio do antigo altar no recinto do templo. Para as solenidades relacionadas com a dedicação deste altar, o povo alegremente “se ajuntou como um só homem”, e aí se uniram no restabelecimento das cerimônias que tinham sido interrompidas quando da destruição de Jerusalém por Nabucodonosor. Antes de se separarem para habitar nos lares que estavam procurando reparar, “celebraram a festa dos tabernáculos”. Esdras 3:1-6. PR 285.1

O levantamento do altar para o sacrifício diário alegrou sobremaneira o fiel remanescente. De coração entregaram-se à preparação necessária para a reconstrução do templo, ganhando alento à medida que esses preparativos progrediam de mês em mês. Durante muitos anos eles haviam estado privados dos visíveis sinais da presença de Deus. E agora, circundados como estavam por muitas recordações tristes da apostasia de seus pais, ansiavam por algum perdurável sinal do perdão e favor divinos. Acima da reconquista de propriedades pessoais e antigos privilégios, eles consideravam a aprovação de Deus. Maravilhosamente havia Ele operado em seu favor, e eles sentiam consigo a segurança de Sua presença; contudo desejavam maior bênção ainda. Com jubilosa antecipação olhavam para o tempo em que, com o templo reconstruído, poderiam contemplar o brilho de Sua glória vindo do interior. PR 285.2

Os obreiros empenhados na preparação do material de construção, encontraram entre as ruínas algumas das enormes pedras levadas ao local do templo nos dias de Salomão. Essas pedras foram preparadas para serem usadas, e muito material novo foi provido; e logo a obra chegou ao ponto em que a pedra fundamental devia ser posta. Isto foi feito na presença de milhares que se haviam reunido para testemunhar o progresso da obra e manifestar a expressão da sua alegria, tomando parte nela. Enquanto a pedra fundamental estava sendo posta em sua posição, o povo, acompanhado pelas trombetas dos sacerdotes e os címbalos dos filhos de Asafe, “cantava a revezes, louvando e celebrando ao Senhor; porque é bom; porque a Sua benignidade dura para sempre sobre Israel”. Esdras 3:11. PR 285.3

A casa que estava prestes a ser reconstruída tinha sido objeto de muitas profecias concernentes ao favor que Deus desejava mostrar a Sião, e todos os que estavam presentes no lançamento dos alicerces devem ter estado, de coração, possuídos do espírito do momento. Mas em meio à música e às exclamações de louvor que se ouviam nesse dia feliz, houve um anota discordante. “Muitos dos sacerdotes, e levitas, e chefes dos pais, já velhos, que viram a primeira casa, sobre o seu fundamento, vendo perante os seus olhos esta casa, choraram em altas vozes”. Esdras 3:12. PR 285.4

Era natural que a tristeza enchesse o coração desses homens encanecidos, ao considerarem os resultados da longa impenitência. Tivessem eles e a sua geração obedecido a Deus, executando o Seu propósito para Israel, e o templo construído por Salomão não teria sido destruído nem teria sido necessário o cativeiro. Mas em virtude da ingratidão e deslealdade, eles haviam sido espalhados entre as nações gentílicas. PR 286.1

Mudadas estavam agora as condições. Em terna misericórdia o Senhor havia visitado outra vez o Seu povo, e permitira-lhe retornar a sua própria terra. A tristeza pelos erros do passado devia ceder lugar a sentimentos de grande alegria. Deus tinha movido o coração de Ciro para que os ajudasse a reconstruir o templo, e isto devia ter despertado expressões de profunda gratidão. Mas alguns não discerniram as providências de Deus em operação. Em vez de se alegrarem, acariciaram pensamentos de descontentamento e desânimo. Haviam visto a glória do templo de Salomão, e lamentavam a inferioridade da construção a ser agora construída. PR 286.2

As murmurações e queixas, e a desfavorável comparação feita, tiveram uma influência deprimente sobre o espírito de muitos, e debilitaram as mãos dos construtores. Os trabalhadores levantaram a pergunta se deviam prosseguir com a construção de um edifício que já de início era tão francamente criticado e se tornava causa de tanta lamentação. PR 286.3

Havia muitos na congregação, no entanto, cuja maior fé e mais ampla visão não os tinha levado a considerar esta glória menor com tal descontentamento. “Muitos levantaram as vozes com júbilo e com alegria. De maneira que não discernia o povo as vozes de alegria das vozes do choro do povo; porque o povo jubilava com tão grande júbilo que as vozes se ouviam de mui longe”. Esdras 3:12, 13. PR 286.4

Se os que tinham deixado de rejubilar-se no lançamento dos fundamentos do templo, tivessem previsto os resultados de sua falta de fé nesse dia, teriam empalidecido. Pouco haviam eles imaginado o peso de suas palavras de desaprovação e desapontamento; pouco sabiam do muito que seu manifesto descontentamento haveria de retardar a terminação da casa do Senhor. PR 286.5

A beleza do primeiro templo, e os impressionantes ritos de seus cultos, haviam sido uma fonte de orgulho para Israel do seu cativeiro; mas a sua adoração havia não raro faltado aquelas qualidades que Deus considera como as essenciais. A glória do primeiro templo, e o esplendor de suas cerimônias, não poderiam recomendá-los a Deus; pois unicamente aquilo que é de valor a Sua vista eles não ofereciam. Eles não Lhe levavam o sacrifício de um espírito contrito e humilde. PR 286.6

É quando os princípios vitais do reino de Deus são perdidos de vista, que as cerimônias se tornam numerosas e extravagantes. É quando a edificação do caráter é negligenciada, quando falta o adorno da alma, quando é desprezada a simplicidade da piedade, que o orgulho e o amor da ostentação reclamam magnificentes igrejas, esplêndidos adornos e imponentes cerimônias. Mas em nada disto Deus é honrado. Ele avalia a Sua igreja, não pelas vantagens externas, mas pela sincera piedade que a distingue do mundo. Ele a estima de acordo com o crescimento dos seus membros no conhecimento de Cristo, segundo o seu progresso na experiência espiritual. Ele olha para os princípios de amor e bondade. Nem toda a beleza da arte pode ser comparada com a beleza da têmpera e do caráter que devem ser revelados naqueles que são representantes de Cristo. PR 286.7

Uma congregação pode ser a mais pobre da Terra. Pode não ter as atrações de exibição exterior; mas se os seus membros possuem os princípios do caráter de Cristo, os anjos se unirão com eles em seu culto. O louvor e ações de graças do coração agradecido ascenderão a Deus como suave oferenda. PR 287.1

“Louvai ao Senhor, porque Ele é bom; porque a Sua benignidade é para sempre. Digam-no os remidos do Senhor, os que remiu da mão do inimigo”. Salmos 107:1, 2. PR 287.2

“Cantai-Lhe, cantai-Lhe salmos; falai de todas as Suas maravilhas. Gloriai-vos no Seu santo nome; alegre-se o coração daqueles que buscam ao Senhor”. Salmos 105:2, 3. PR 287.3

“Pois fartou a alma sedenta, e encheu de bens a alma faminta”. Salmos 107:9. PR 287.4

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