A Vinda de um Libertador


Dia 142 - Tuesday, 21 de May de 2024
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39 min

Zacarias 10

Ouça o áudio do capítulo:

1 Pedi ao SENHOR chuva no tempo da chuva serôdia, sim, ao SENHOR que faz relâmpagos; e lhes dará chuvas abundantes, e a cada um erva no campo.

2 Porque os ídolos têm falado vaidade, e os adivinhos têm visto mentira, e contam sonhos falsos; com vaidade consolam, por isso seguem o seu caminho como ovelhas; estão aflitos, porque não há pastor.

3 Contra os pastores se acendeu a minha ira, e castigarei os bodes; mas o Senhor dos Exércitos visitará o seu rebanho, a casa de Judá, e os fará como o seu majestoso cavalo na peleja.

4 Dele sairá a pedra de esquina, dele a estaca, dele o arco de guerra, dele juntamente sairá todo o opressor.

5 E serão como poderosos que na batalha esmagam ao inimigo no lodo das ruas; porque o Senhor estará com eles; e confundirão os que andam montados em cavalos.

6 E fortalecerei a casa de Judá, e salvarei a casa de José, e fá-los- ei voltar, porque me compadeci deles; e serão como se eu não os tivera rejeitado, porque eu sou o Senhor seu Deus, e os ouvirei.

7 E os de Efraim serão como um poderoso, e o seu coração se alegrará como pelo vinho; e seus filhos o verão, e se alegrarão; o seu coração se regozijará no Senhor.

8 Eu lhes assobiarei, e os ajuntarei, porque eu os tenho remido; e multiplicar-se-ão como antes se tinham multiplicado.

9 Ainda que os espalhei por entre os povos, eles se lembrarão de mim em lugares remotos; e viverão com seus filhos, e voltarão.

10 Porque eu os farei voltar da terra do Egito, e os congregarei da Assíria; e trá-los-ei à terra de Gileade e do Líbano, e não se achará lugar bastante para eles.

11 E ele passará pelo mar com angústia, e ferirá as ondas no mar, e todas as profundezas do Nilo se secarão; então será derrubada a soberba da Assíria, e o cetro do Egito se retirará.

12 E eu os fortalecerei no Senhor, e andarão no seu nome, diz o Senhor.

Zacarias 11

Ouça o áudio do capítulo:

1 Abre, ó Líbano, as tuas portas para que o fogo consuma os teus cedros.

2 Geme, ó cipreste, porque o cedro caiu, porque os mais poderosos são destruídos; gemei, ó carvalhos de Basã, porque o bosque forte é derrubado.

3 Voz de uivo dos pastores! porque a sua glória é destruída; voz de bramido dos filhos de leões, porque foi destruída a soberba do Jordão.

4 Assim diz o Senhor meu Deus: Apascenta as ovelhas da matança,

5 Cujos possuidores as matam, e não se têm por culpados; e cujos vendedores dizem: Louvado seja o Senhor, porque tenho enriquecido; e os seus pastores não têm piedade delas.

6 Certamente não terei mais piedade dos moradores desta terra, diz o Senhor; mas, eis que entregarei os homens cada um na mão do seu próximo e na mão do seu rei; eles ferirão a terra, e eu não os livrarei da sua mão.

7 Eu, pois, apascentei as ovelhas da matança, as pobres ovelhas do rebanho. Tomei para mim duas varas: a uma chamei Graça, e à outra chamei União; e apascentei as ovelhas.

8 E destruí os três pastores num mês; porque a minha alma se impacientou deles, e também a alma deles se enfastiou de mim.

9 E eu disse: Não vos apascentarei mais; o que morrer, morra; e o que for destruído, seja destruído; e as que restarem comam cada uma a carne da outra.

10 E tomei a minha vara Graça, e a quebrei, para desfazer a minha aliança, que tinha estabelecido com todos estes povos.

11 E foi desfeita naquele dia; e assim conheceram os pobres do rebanho, que me respeitavam, que isto era palavra do Senhor.

12 Porque eu lhes disse: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o meu salário e, se não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata.

13 O Senhor, pois, disse-me: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro, na casa do Senhor.

14 Então quebrei a minha segunda vara União, para romper a irmandade entre Judá e Israel.

15 E o Senhor disse-me: Toma ainda para ti o instrumento de um pastor insensato.

16 Porque, eis que suscitarei um pastor na terra, que não cuidará das que estão perecendo, não buscará a pequena, e não curará a ferida, nem apascentará a sã; mas comerá a carne da gorda, e lhe despedaçará as unhas.

17 Ai do pastor inútil, que abandona o rebanho! A espada cairá sobre o seu braço e sobre o seu olho direito; e o seu braço completamente se secará, e o seu olho direito completamente se escurecerá.

Zacarias 12

Ouça o áudio do capítulo:

1 Peso da palavra do SENHOR sobre Israel: Fala o SENHOR, o que estende o céu, e que funda a terra, e que forma o espírito do homem dentro dele.

2 Eis que eu farei de Jerusalém um copo de tremor para todos os povos em redor, e também para Judá, durante o cerco contra Jerusalém.

3 E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a carregarem certamente serão despedaçados; e ajuntar-se-á contra ela todo o povo da terra.

4 Naquele dia, diz o Senhor, ferirei de espanto a todos os cavalos, e de loucura os que montam neles; mas sobre a casa de Judá abrirei os meus olhos, e ferirei de cegueira a todos os cavalos dos povos.

5 Então os governadores de Judá dirão no seu coração: Os habitantes de Jerusalém são a minha força no Senhor dos Exércitos, seu Deus.

6 Naquele dia porei os governadores de Judá como um braseiro ardente no meio da lenha, e como um facho de fogo entre gavelas; e à direita e à esquerda consumirão a todos os povos em redor, e Jerusalém será habitada outra vez no seu lugar, em Jerusalém;

7 E o Senhor salvará primeiramente as tendas de Judá, para que a glória da casa de Davi e a glória dos habitantes de Jerusalém não seja exaltada sobre Judá.

8 Naquele dia o Senhor protegerá os habitantes de Jerusalém; e o mais fraco dentre eles naquele dia será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o anjo do Senhor diante deles.

9 E acontecerá naquele dia, que procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém;

10 Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e prantearão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito.

11 Naquele dia será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimom no vale de Megido.

12 E a terra pranteará, cada família à parte: a família da casa de Davi à parte, e suas mulheres à parte; e a família da casa de Natã à parte, e suas mulheres à parte;

13 A família da casa de Levi à parte, e suas mulheres à parte; a família de Simei à parte, e suas mulheres à parte.

14 Todas as mais famílias remanescentes, cada família à parte, e suas mulheres à parte.

Zacarias 13

Ouça o áudio do capítulo:

1 Naquele dia haverá uma fonte aberta para a casa de Davi, e para os habitantes de Jerusalém, para purificação do pecado e da imundícia.

2 E acontecerá naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, que tirarei da terra os nomes dos ídolos, e deles não haverá mais memória; e também farei sair da terra os profetas e o espírito da impureza.

3 E acontecerá que, quando alguém ainda profetizar, seu pai e sua mãe, que o geraram, lhe dirão: Não viverás, porque falaste mentira em nome do Senhor; e seu pai e sua mãe, que o geraram, o traspassarão quando profetizar.

4 E acontecerá naquele dia que os profetas se envergonharão, cada um da sua visão, quando profetizarem; nem mais se vestirão de manto de pelos, para mentirem.

5 Mas dirão: Não sou profeta, sou lavrador da terra; porque certo homem ensinou-me a guardar o gado desde a minha mocidade.

6 E se alguém lhe disser: Que feridas são estas nas tuas mãos? Dirá ele: São feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos.

7 Ó espada, desperta-te contra o meu pastor, e contra o homem que é o meu companheiro, diz o Senhor dos Exércitos. Fere ao pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas; mas volverei a minha mão sobre os pequenos.

8 E acontecerá em toda a terra, diz o Senhor, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão; mas a terceira parte restará nela.

9 E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é o meu Deus.

Zacarias 14

Ouça o áudio do capítulo:

1 Eis que vem o dia do SENHOR, em que teus despojos se repartirão no meio de ti.

2 Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será extirpado da cidade.

3 E o Senhor sairá, e pelejará contra estas nações, como pele- jou, sim, no dia da batalha.

4 E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul.

5 E fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o Senhor meu Deus, e todos os santos contigo.

6 E acontecerá naquele dia, que não haverá preciosa luz, nem espessa escuridão.

7 Mas será um dia conhecido do Senhor; nem dia nem noite será; mas acontecerá que ao cair da tarde haverá luz.

8 Naquele dia também acontecerá que sairão de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar oriental, e metade delas para o mar ocidental; no verão e no inverno sucederá isto.

9 E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o Senhor, e um será o seu nome.

10 Toda a terra em redor se tornará em planície, desde Geba até Rimom, ao sul de Jerusalém, e ela será exaltada, e habitada no seu lugar, desde a porta de Benjamim até ao lugar da primeira porta, até à porta da esquina, e desde a torre de Hananeel até aos lagares do rei.

11 E habitarão nela, e não haverá mais destruição, porque Jerusalém habitará segura.

12 E esta será a praga com que o Senhor ferirá a todos os povos que guerrearam contra Jerusalém: a sua carne apodrecerá, estando eles em pé, e lhes apodrecerão os olhos nas suas órbitas, e a língua lhes apodrecerá na sua boca.

13 Naquele dia também acontecerá que haverá da parte do Senhor uma grande perturbação entre eles; porque cada um pegará na mão do seu próximo, e cada um levantará a mão contra o seu próximo.

14 E também Judá pelejará em Jerusalém, e as riquezas de todos os gentios serão ajuntadas ao redor, ouro e prata e roupas em grande abundância.

15 Assim será também a praga dos cavalos, dos mulos, dos camelos e dos jumentos e de todos os animais que estiverem naqueles arraiais, como foi esta praga.

16 E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos.

17 E acontecerá que, se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva.

18 E, se a família dos egípcios não subir, nem vier, não virá sobre ela a chuva; virá sobre eles a praga com que o Senhor ferirá os gentios que não subirem a celebrar a festa dos tabernáculos.

19 Este será o castigo do pecado dos egípcios e o castigo do pecado de todas as nações que não subirem a celebrar a festa dos tabernáculos.

20 Naquele dia será gravado sobre as campainhas dos cavalos: SANTIDADE AO SENHOR; e as panelas na casa do SENHOR serão como as bacias diante do altar.

21 E todas as panelas em Jerusalém e Judá serão consagradas ao Senhor dos Exércitos, e todos os que sacrificarem virão, e delas tomarão, e nelas cozerão. E naquele dia não haverá mais cananeu na casa do Senhor dos Exércitos.

Profetas e Reis

A Vinda de um Libertador

Ouça o áudio do capítulo:

Através dos longos séculos de “angústia e escuridão” (Isaías 8:22) que marcaram a história da humanidade desde o dia em que nossos primeiros pais perderam o seu lar no Éden até o tempo em que o Filho de Deus apareceu como o Salvador dos pecadores, a esperança da raça caída esteve centralizada na vinda de um Libertador para livrar a homens e mulheres do cativeiro do pecado e da sepultura. PR 350.1

A primeira indicação de tal esperança foi dada a Adão e Eva na sentença pronunciada sobre a serpente no Éden, quando o Senhor declarou a Satanás aos ouvidos de nossos primeiros pais: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Gênesis 3:15. PR 350.2

Ao atentar o culpado para essas palavras, foram inspirados com esperança; pois na profecia concernente ao aniquilamento do poder de Satanás eles discerniram uma promessa de libertação da ruína que a transgressão havia operado. Embora devessem sofrer o poder de seu adversário, dado que tinham caído sob sua sedutora influência e haviam escolhido desobedecer aos claros mandamentos de Jeová, não precisavam contudo entregar-se ao completo desespero. O Filho de Deus Se oferecia para expiar com o Seu próprio sangue as transgressões deles. Ser-lhes-ia permitido um período de graça, durante o qual, pela fé no poder de Cristo para salvar, poderiam tornar-se uma vez mais filhos de Deus. PR 350.3

Satanás, em virtude do êxito que teve em desviar o homem do caminho da obediência, tornou-se “o deus deste século”. 2 Coríntios 4:4. O domínio que uma vez pertenceu a Adão passou ao usurpador. Mas o Filho de Deus Se propôs vir à Terra a fim de pagar a penalidade do pecado, e assim não apenas redimir o homem, mas recobrar o domínio usurpado. É desta restauração que Miquéias profetizou quando disse: “A ti, ó torre do rebanho, monte da filha de Sião, a ti virá; sim, a ti virá o primeiro domínio”. Miquéias 4:8. O apóstolo Paulo a ela se referiu como a “redenção da possessão de Deus”. Efésios 1:14. E o salmista tinha em mente a mesma restauração final do homem em sua herança original quando declarou: “Os justos herdarão a Terra e habitarão nela para sempre”. Salmos 37:29. PR 350.4

Essa esperança de redenção por meio do advento do Filho de Deus como Salvador e Rei jamais se extinguiu no coração dos homens. Desde o início tem havido alguns cuja fé tem alcançado além das sombras do presente penetrando as realidades do futuro. Adão, Sete, Enoque, Matusalém, Noé, Sem, Abraão, Isaque e Jacó — por meio destes e outros homens dignos o Senhor tem preservado as preciosas revelações de Sua vontade. Assim foi que aos filhos de Israel, povo escolhido por cujo intermédio devia ser dado ao mundo o Messias prometido, Deus partilhou o conhecimento dos reclamos de Sua lei, e da salvação a ser realizada graças ao sacrifício expiatório do Seu amado Filho. PR 350.5

A esperança de Israel foi incorporada na promessa feita quando do chamado a Abraão, e posteriormente repetida uma e outra vez a sua posteridade: “Em ti serão benditas todas as famílias da Terra”. Gênesis 12:3. Ao ser desdobrado a Abraão o propósito de Deus quanto à redenção do homem, o Sol da Justiça brilhou em seu coração, e as trevas que nele havia foram dispersas. E quando, afinal, o Salvador mesmo andou entre os filhos dos homens e com eles falou, deu testemunho aos judeus sobre a gloriosa esperança do patriarca, de livramento através da vinda de um Redentor. “Abraão, vosso pai, exultou por ver o Meu dia”, Cristo declarou, “e viu-o e alegrou-se”. João 8:56. PR 351.1

Essa mesma bem-aventurada esperança foi esboçada na bênção pronunciada pelo patriarca moribundo, Jacó, sobre seu filho Judá: PR 351.2

“Judá, a ti louvarão os teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos; os filhos de teu pai a ti se inclinarão. [...] O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, Até que venha Siló; e a Ele se congregarão os povos”. Gênesis 49:8-10. PR 351.3

Em outra ocasião, nos limites da terra prometida, a vinda do Redentor foi predita na profecia proferida por Balaão: PR 351.4

“Vê-Lo-ei, mas não agora; contemplá-Lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, e um cetro subirá de Israel, que ferirá os termos dos moabitas, e destruirá todos os filhos de Sete.” Números 24:17. PR 351.5

Por intermédio de Moisés, o propósito de Deus de enviar Seu Filho como redentor da raça caída, foi mantido perante Israel. Uma ocasião, pouco antes de sua morte, Moisés declarou: “O Senhor teu Deus te despertará um Profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a Ele ouvireis.” Claramente havia sido Moisés instruído no interesse de Israel sobre a obra do Messias que havia de vir. “Eu lhes suscitarei um Profeta do meio de seus irmãos, como tu”, foi a palavra de Jeová ao Seu servo; “e porei as Minhas palavras na Sua boca, e Ele lhes falará tudo o que Eu Lhe ordenar”. Deuteronômio 18:15, 18. PR 351.6

Nos tempos patriarcais, as ofertas sacrificais relacionadas com o culto divino constituíam uma lembrança perpétua da vinda de um Salvador; e assim era com todo o ritual dos sacrifícios do santuário na história de Israel. Na ministração do tabernáculo, e do templo que posteriormente lhe tomou o lugar, o povo era ensinado cada dia, por meio de símbolos e sombras, a respeito das grandes verdades relativas ao advento de Cristo como Redentor, Sacerdote e Rei; e uma vez em cada ano tinham a mente voltada para os eventos finais do grande conflito entre Cristo e Satanás, a purificação final do Universo do pecado e pecadores. Os sacrifícios e ofertas do ritual mosaico deviam sempre apontar para uma adoração melhor, ou seja, celestial. O santuário terrestre era “uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios”; seus dois lugares santos eram “figura das coisas que estão no Céu” (Hebreus 9:9, 23); pois Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote, é hoje “Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem”. Hebreus 8:2. PR 351.7

Desde o dia que o Senhor declarou à serpente no Éden: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente” (Gênesis 3:15), Satanás tem conhecido que ele não pode jamais manter absoluto domínio sobre os habitantes deste mundo. Quando Adão e seus filhos começaram a oferecer os sacrifícios cerimoniais ordenados por Deus como um tipo da vinda do Redentor, Satanás reconheceu neles um símbolo da comunhão entre Terra e Céu. Durante os longos séculos que se têm seguido, tem sido seu constante esforço interceptar esta comunhão. Incansavelmente tem ele procurado representar a Deus falsamente, e interpretar com falsidade os ritos que apontam para o Salvador; e tem sido bem-sucedido com grande maioria da família humana. PR 352.1

Enquanto Deus desejava ensinar aos homens que do Seu próprio amor vem o Dom que os reconcilia com Ele, o arquiinimigo da humanidade tem procurado representar a Deus como alguém que Se deleita na destruição deles. Assim os sacrifícios e ordenanças designados pelo Céu para que revelem o divino amor, têm sido pervertidos de molde a servir como meio pelo qual os pecadores têm em vão esperado propiciar, com donativos e boas obras, a ira de um Deus ofendido. Ao mesmo tempo Satanás tem procurado despertar e fortalecer as más paixões dos homens, para que através de repetidas transgressões possam as multidões ser levadas cada vez mais longe de Deus, ficando sem esperança amarradas nos grilhões do pecado. PR 352.2

Quando a Palavra escrita de Deus foi dada por intermédio dos profetas hebreus, Satanás estudou com diligência as mensagens sobre o Messias. Ele sublinhou cuidadosamente as palavras que esboçavam com inconfundível clareza a obra de Cristo entre os homens como um sofredor sacrifício e como um rei conquistador. Nos rolos de pergaminho das Escrituras do Antigo Testamento ele leu que Aquele que devia aparecer, “como um cordeiro foi levado ao matadouro” (Isaías 53:7), que “o Seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer”. Isaías 52:14. O prometido Salvador da humanidade devia ser “desprezado, e o mais indigno entre os homens, homem de dores [...] ferido de Deus e oprimido” (Isaías 53:4) contudo devia Ele também exercer Seu grande poder para julgar “os aflitos do povo.” Ele devia salvar “os filhos do necessitado”, e quebrar “o opressor”. Salmos 72:4. Estas profecias levaram Satanás a temer e tremer; mas ele não renunciou ao seu propósito de frustrar, se possível, as misericordiosas providências de Jeová para a redenção da ração perdida. Ele se determinou cegar os olhos do povo, tanto quanto fosse possível, para o real significado das profecias messiânicas, a fim de preparar o caminho para rejeição de Cristo em Sua vinda. PR 352.3

Durante os séculos que imediatamente precederam o dilúvio, Satanás tinha alcançado sucesso em seus esforços para levar a uma quase total rebelião do mundo contra Deus. E nem mesmo as lições do dilúvio foram tidas em lembrança por muito tempo. Com artificiosas insinuações Satanás mais uma vez levou os filhos dos homens passo a passo a ousada rebelião. De novo parecia estar ele prestes a triunfar; mas o propósito de Deus em favor do homem caído não devia ser assim posto de lado. Através da posteridade do fiel Abraão, da linhagem de Sem, o conhecimento dos desígnios beneficentes de Deus devia ser preservado no benefício de futuras gerações. De tempos em tempos mensageiros da verdade divinamente apontados deviam ser despertados para chamar a atenção para o significado das cerimônias sacrificais, e especialmente para a promessa de Jeová referente ao advento dAquele para quem todas as ordenanças do sistema sacrifical apontavam. Assim o mundo devia ser preservado da apostasia universal. PR 353.1

Não havia de ser sem a mais determinada oposição que o propósito de Deus seria levado a êxito. De toda maneira possível o inimigo da verdade e da justiça obrou para levar os descendentes de Abraão a esquecer seu alto e santo chamado e a se desviarem para a adoração a deuses falsos. E muitas vezes esses esforços quase alcançaram sucesso. Durante séculos antes do primeiro advento de Cristo, as trevas cobriram a Terra e densa escuridão os povos. Satanás lançou sua sombra infernal no caminho dos homens, a fim de que não tivessem conhecimento de Deus e do mundo futuro. Multidões estavam assentadas na sombra da morte. Sua única esperança era que essas trevas fossem espancadas, a fim de que Deus pudesse ser revelado. PR 353.2

Com visão profética Davi, o ungido de Deus, predissera que a vinda de Cristo seria “como a luz da manhã, quando sai o Sol, da manhã sem nuvens”. 2 Samuel 23:4. E Oséias testificou: “Como a alva será a Sua saída”. Oséias 6:3. Quieta e gentilmente a luz do dia irrompe sobre a Terra, dispersando a sombra de trevas, enchendo a Terra de vida. Assim devia o Sol da Justiça erguer-Se, “trazendo salvação sob as Suas asas. Malaquias 4:2. As multidões que “habitavam na região da sombra da morte” deviam ver “uma grande luz”. Isaías 9:2. PR 353.3

O profeta Isaías, exultando por esta gloriosa libertação, exclamou: PR 353.4

“Um Menino nos nasceu um Filho se nos deu; e o principado está sobre os Seus ombros; e o Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz. Do incremento deste principado e da paz não haverá fim, Sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar, PR 353.5

Em juízo e em justiça, desde agora para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto”. Isaías 9:6, 7. PR 354.1

Nos últimos séculos da história de Israel antes do primeiro advento, era geralmente entendido que a vinda do Messias fora referida na profecia: “Pouco é que sejas o Meu servo, para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os guardados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a Minha salvação até à extremidade da Terra”. Isaías 49:6. “A glória do Senhor se manifestará”, o profeta tinha predito, “e toda a carne juntamente verá”. Isaías 40:5. Foi desta luz dos homens que João Batista mais tarde testificou tão ousadamente, quando proclamou: “Eu sou a voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías”. João 1:23. PR 354.2

Foi a Cristo que a promessa profética foi dada: “Assim diz o Senhor, o Redentor de Israel, o seu Santo, à alma desprezada, ao que as nações abominam. [...] Assim diz o Senhor: “E te guardarei, e te darei por concerto do povo, para restaurares a Terra, e lhe dares em herança as herdades assoladas; para dizeres aos presos: Saí; e aos que estão em trevas: Aparecei. [...] Nunca terão fome nem sede, nem a calma nem o Sol os afligirá; porque o que Se compadece deles os guiará, e os levará mansamente aos mananciais de águas”. Isaías 49:7-10. PR 354.3

Os inflexíveis na nação judaica, descendentes daquela linha santa por cujo intermédio o conhecimento de Deus fora preservado, fortaleceram sua fé na consideração dessas passagens e de outras similares. Com extraordinária satisfação eles leram como o Senhor ungiria Alguém “para pregar boas-novas aos mansos”, “restaurar os contritos de coração”, “proclamar liberdade aos cativos”, e “apregoar o ano aceitável do Senhor”. Isaías 61:1, 2. Contudo o seu coração se enchia de tristeza ao pensarem nos sofrimentos que Ele precisava enfrentar para cumprir o propósito divino. Com profunda humilhação de alma acompanhavam as palavras no rolo profético: PR 354.4

“Quem deu crédito a nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor? Porque foi subindo como renovo perante Ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para Ele, nenhuma beleza víamos, para que O desejássemos. Era desprezado, e o mais indigno entre os homens; homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dEle caso algum. Verdadeiramente Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre Si; e nós O reputamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de todos nós. Ele foi oprimido, mas não abriu a Sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, Ele não abriu a Sua boca. PR 354.5

Da opressão e do juízo foi tirado; E quem contará o tempo da Sua vida? Porquanto foi cortado da Terra dos viventes; pela transgressão do Meu povo foi Ele atingido. E puseram a Sua sepultura com os ímpios, E com o rico na Sua morte; porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na Sua boca”. Isaías 53:1-9. PR 355.1

Com respeito aos sofrimentos do Salvador, Jeová mesmo declarou por intermédio de Zacarias: “Ó espada, ergue-te contra o Meu Pastor e contra o varão que é o Meu companheiro”. Zacarias 13:7. Como substituto e garantia pelo pecado do homem, Cristo sofreria sob a justiça divina. Ele compreenderia o que justiça significa; saberia o que significa para o pecador estar sem intercessor na presença de Deus. PR 355.2

Pelo salmista o Redentor mesmo profetizara de Si: PR 355.3

“Afrontas me quebrantaram o coração, e estou fraquíssimo: Esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei. Deram-Me fel por mantimento, e na Minha sede Me deram a beber vinagre”. Salmos 69:20, 21. PR 355.4

Sobre o tratamento que deveria receber, Ele profetizou: “Pois Me rodearam cães; o ajuntamento de malfeitores Me cercou, transpassaram-Me as mãos e os pés. Poderia contar todos os Meus ossos; eles vêem, e Me contemplam. Repartem entre si os Meus vestidos, e lançam sorte sobre a Minha túnica”. Salmos 22:16-18. PR 355.5

Essas retratações do amargo sofrimento e cruel morte do Prometido, penosos como fossem, eram ricos em promessa; pois dAquele de quem se diz que “ao Senhor agradou moê-Lo, fazendo-O enfermar”, para que Se pudesse tornar “uma oferta pelo pecado”, Jeová declarou: PR 355.6

“A Sua posteridade, prolongará os dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na Sua mão. O trabalho da Sua alma Ele verá, e ficará satisfeito; com o Seu conhecimento o Meu Servo, o Justo, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre Si. Pelo que Lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá Ele o despojo; porquanto derramou a Sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas Ele levou sobre Si os pecados de muitos, e pelos transgressores intercede”. Isaías 53:10-12. PR 355.7

Foi o amor pelos pecadores que levou Cristo a pagar o preço da redenção. “Viu que ninguém havia, e maravilhou-Se de que não houvesse intercessor”; nenhum outro poderia resgatar os homens e mulheres do poder do inimigo; “pelo que o Seu próprio braço Lhe trouxe a salvação, e a Sua própria justiça O susteve”. Isaías 59:16. PR 355.8

“Eis aqui o Meu Servo, a quem sustenho; o Meu Eleito, em quem Se compraz a Minha alma; pus o Meu Espírito sobre Ele; Juízo produzirá entre os gentios”. Isaías 42:1. PR 356.1

Em Sua vida nenhuma consideração pessoal devia estar presente. A honra que o mundo atribui a posição, riqueza e talento, devia ser estranha ao Filho de Deus. Nenhum dos meios que os homens empregam para conseguir submissão ou requerer homenagem, devia o Messias usar. Sua completa renúncia do eu foi prefigurada nas palavras: PR 356.2

“Não clamará, não Se exaltará, nem fará ouvir a Sua voz na praça. A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega”. Isaías 42:2, 3. PR 356.3

O Salvador devia conduzir-Se entre os homens em marcante contraste com os ensinadores dos Seus dias. Em Sua vida nenhuma ruidosa batalha, nem ostensiva adoração, nem ato para ganhar aplausos deviam jamais ser testemunhados. O Messias devia estar oculto em Deus, e Deus devia ser revelado no caráter do Seu Filho. Sem o conhecimento de Deus, a humanidade estaria para sempre perdida. Sem o auxílio divino, homens e mulheres afundariam cada vez mais. Vida e poder deviam ser conferidos por Aquele que fez o mundo. As necessidades do homem não podiam ser satisfeitas de nenhum outro modo. PR 356.4

Ainda mais foi profetizado do Messias: “Não faltará nem será quebrantado, até que ponha na Terra o juízo; e as ilhas aguardarão a Sua doutrina.” O Filho de Deus devia “engrandecer a lei, e fazê-la gloriosa”. Isaías 42:4, 21. Não devia diminuir sua importância e obrigatórios reclamos; ao contrário, devia exaltá-la. Devia ao mesmo tempo aliviar os preceitos divinos das fatigantes exigências sobre eles postas pelo homem, pelo que muitos eram levados ao desencorajamento em seus esforços para servir a Deus de maneira aceitável. PR 356.5

Sobre a missão do Salvador, a palavra de Jeová foi: “Eu o Senhor Te chamei em justiça, e Te tomarei pela mão, e Te guardarei, e Te darei por concerto do povo, e para luz dos gentios; para abrires os olhos dos cegos, para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas. Eu sou o Senhor; este é o Meu nome; a Minha glória pois a outrem não darei, nem o Meu louvor às imagens de escultura. Eis que as primeiras coisas passaram, e novas coisas Eu vos anuncio, e, antes que venham à luz, vo-las faço saber”. Isaías 42:6-9. PR 356.6

Por meio da prometida semente, o Deus de Israel ia levar livramento a Sião. “Brotará um rebento do trono de Jessé, e das raízes um renovo frutificará”. Isaías 11:1. “Eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o Seu nome Emanuel. Manteiga e mel comerá, até que Ele saiba rejeitar o mal e escolher o bem”. Isaías 7:14, 15. PR 356.7

“E repousará sobre Ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de inteligência, o Espírito de conselho e de fortaleza, e Espírito de conhecimento e de temor do Senhor. E deleitar-Se-á no temor do Senhor; e não julgará segundo a vista dos Seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos Seus ouvidos; mas julgará com justiça os pobres, e repreenderá com eqüidade os mansos da Terra; e ferirá a Terra com a vara de Sua boca, e com o sopro dos Seus lábios matará o ímpio. E a justiça será o cinto do Seus lombos, e a verdade o cinto dos Seus rins.” “E acontecerá naquele dia que as nações perguntarão pela raiz de Jessé, posta por pendão dos povos, e o lugar do Seu repouso será glorioso”. Isaías 11:2-5, 10. PR 356.8

“Eis aqui o homem cujo nome é Renovo; Ele brotará do Seu lugar, e edificará o templo do Senhor. [...] E levará a glória, e assentar-Se-á, e dominará no Seu trono, e será como o sacerdote no Seu trono”. Zacarias 6:12, 13. PR 357.1

Uma fonte devia ser aberta “contra o pecado, e contra a impureza” (Zacarias 13:1); os filhos dos homens deviam ouvir o bendito convite: PR 357.2

“Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-Me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a Mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei um concerto perpétuo, dando-vos as firmes beneficências de Davi”. Isaías 55:1-3. PR 357.3

A Israel foi feita a promessa: “Eis que Eu O dei como testemunha aos povos, como Príncipe e Governador dos povos. Eis que chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que nunca Te conheceu correrá para Ti, por amor do Senhor teu Deus, e do Santo de Israel; porque Ele Te glorificou”. Isaías 55:4, 5. PR 357.4

“Faço chegar a Minha justiça, e não estará ao longe, e a Minha salvação não tardará; mas estabelecerei em Sião a salvação, e em Israel a Minha glória”. Isaías 46:13. PR 357.5

Em palavras e em obras o Messias devia revelar à humanidade durante o Seu ministério terrestre a glória de Deus, o Pai. Cada ato de Sua vida, cada palavra proferida, cada milagre operado, devia ter em vista tornar conhecido à humanidade caída o infinito amor de Deus. PR 357.6

“Tu, anunciador de boas-novas a Sião, sobe tu a um monte alto. Tu, anunciador de boas-novas a Jerusalém, levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus! Eis que o Senhor Jeová virá como o forte, e o Seu braço dominará; eis que o Seu galardão vem com Ele, e o Seu salário diante da Sua face. Como pastor apascentará o Seu rebanho; entre os Seus braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no Seu regaço; as que amamentam, Ele guiará mansamente”. Isaías 40:9-11. PR 357.7

“Naquele dia os surdos ouvirão as palavras do Livro, e dentre a escuridão e dentre as trevas as verão os olhos dos cegos. E os mansos terão gozo sobre gozo no Senhor, e os necessitados entre os homens se alegrarão no Santo de Israel. E os errados de espírito virão a ter entendimento, e os murmuradores aprenderão a doutrina”. Isaías 29:18, 19, 24. PR 357.8

Assim, através dos patriarcas e profetas, bem como de símbolos e tipos, Deus falou ao mundo sobre a vinda de um Libertador do pecado. Uma longa linha de inspiradas profecias apontava para o advento do “Desejado de todas as nações”. Ageu 2:7. Até mesmo o próprio lugar do Seu nascimento, e o tempo do Seu aparecimento, foram minuciosamente especificados. PR 358.1

O filho de Davi deveria nascer na cidade de Davi. De Belém, dissera o profeta, “Me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Miquéias 5:2. PR 358.2

“E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o Guia Que há de apascentar o Meu povo de Israel”. Mateus 2:6. PR 358.3

Diagrama das “setenta semanas” que foram decretadas para o povo de Deus. O advento de Cristo comprovou ser verdadeira a profecia. PR 358.4

O tempo do primeiro advento e de alguns dos principais eventos relacionados com as funções da vida do Salvador, foi feito conhecido pelo anjo Gabriel a Daniel. “Setenta semanas”, disse o anjo, “estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos santos”. Daniel 9:24. Um dia na profecia representa um ano. Números 14:34; Ezequiel 4:6. As setenta semanas, ou quatrocentos e noventa dias, representam quatrocentos e noventa anos. É dado um ponto de partida para este período: “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Messias, o Príncipe, sete semanas, e sessenta e duas semanas” (Daniel 9:25), sessenta e nove semanas, ou quatrocentos e oitenta e três anos. A ordem para restaurar e edificar Jerusalém, completada pelo decreto de Artaxerxes Longímano (Esdras 6:14; 7:1, 9), entrou em vigor no outono de 457 a.C. Partindo desta data os quatrocentos e oitenta e três anos se estendem até o outono de 27 d.C. De acordo com a profecia, este período devia alcançar o Messias, o Ungido (Em 27 d.C.), Jesus recebeu em Seu batismo a unção do Espírito Santo, e pouco depois deu início ao Seu ministério. Então foi proclamada a mensagem: “O tempo está cumprido”. Marcos 1:15. PR 358.5

Então, disse o anjo: “Ele confirmará o concerto com muitos por uma semana sete anos.” Durante sete anos desde o início do ministério do Salvador, o evangelho devia ser pregado especialmente aos judeus: três e meio anos pelo próprio Cristo e depois pelos apóstolos. “Na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares”. Daniel 9:27. Na primavera de 31 d.C., Cristo, o verdadeiro sacrifício, foi oferecido no Calvário. Então o véu do templo fendeu-se em duas partes, mostrando que a santidade e o significado do sacrifício expiatório tinham findado. Chegara o tempo para que o sacrifício terrestre e a oferta de manjares cessassem. PR 359.1

A semana — sete anos — findou em 34 d.C. Então pelo apedrejamento de Estêvão os judeus selaram finalmente sua rejeição do evangelho; os discípulos que foram espalhados pela perseguição “iam por toda parte, anunciando a Palavra” (Atos 8:4); e pouco depois, Saulo o perseguidor foi convertido, e tornou-se Paulo, o apóstolo dos gentios. PR 359.2

As inúmeras profecias relacionadas com o advento do Salvador levaram os hebreus a viver em constante expectação. Muitos morreram na fé, sem terem recebido as promessas. Mas vendo-as de longe, e crendo-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na Terra. Desde os dias de Enoque as promessas repetidas através dos patriarcas e profetas mantiveram viva a esperança do aparecimento do Messias. PR 359.3

Não revelara Deus desde o início o tempo exato do primeiro advento; e mesmo quando a profecia de Daniel tornou este fato conhecido, nem todos interpretaram corretamente a mensagem. PR 359.4

Séculos após séculos passaram; finalmente as vozes dos profetas cessaram. A mão do opressor pesava sobre Israel. Como os judeus se afastaram de Deus, a fé decaiu, e a esperança quase deixou de iluminar o futuro. As palavras dos profetas foram incompreendidas por muitos; e aqueles cuja fé devia ter continuado forte, prontamente exclamaram: “Prolongar-se-ão os dias, e perecerá toda a visão?” Ezequiel 12:22. Mas no conselho do Céu a hora para a vinda de Cristo tinha sido determinada; e “vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu Filho [...] para remir aos que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos”. Gálatas 4:4, 5. PR 359.5

As lições deviam ser dadas à humanidade na linguagem da humanidade. O Mensageiro do concerto devia falar. Sua voz devia ser ouvida no Seu próprio templo. Ele, o autor da verdade, devia separar da verdade a palha do falar humano, que a tinha tornado de nenhum efeito. Os princípios do governo de Deus e o plano da redenção deviam ser claramente definidos. As lições do Antigo Testamento deviam ser completamente expostas diante dos homens. PR 360.1

Quando o Salvador finalmente apareceu “na forma de homem” (Filipenses 2:7), e começou o Seu ministério de graça, Satanás pôde apenas ferir-Lhe o calcanhar, enquanto que pelo próprio ato de humilhação e sofrimento Cristo estava ferindo a cabeça do Seu adversário. A angústia que o pecado provocou, foi derramada no seio do Imaculado; e enquanto Cristo suportava a contradição dos pecadores contra Si, estava também pagando o débito do homem pecador, e quebrando o cativeiro em que a humanidade havia sido retida. Cada agonia, cada insulto, estava operando o livramento do ser humano. PR 360.2

Tivesse Satanás podido induzir Cristo a Se render à mais leve tentação, tivesse ele podido levá-Lo por um ato ou mesmo um pensamento a manchar Sua perfeita pureza, o príncipe das trevas teria triunfado sobre o Penhor do homem, e teria ganho para si toda a família humana. Mas embora Satanás pudesse angustiar, não poderia contaminar. Ele poderia causar agonia, mas não envilecimento. Ele tornou a vida de Cristo uma longa cena de conflito e provação; mas em cada ataque ele perdia seu domínio sobre a humanidade. PR 360.3

No deserto da tentação, no jardim de Getsêmani e sobre a cruz, nosso Salvador mediu armas com o príncipe das trevas. Suas feridas tornaram-se troféus de Sua vitória em favor da raça. Quando Cristo pendia agonizante da cruz, enquanto os espíritos do mal jubilavam, e homens ímpios injuriavam, Seu calcanhar estava então sendo ferido por Satanás. Mas por esse próprio ato estava esmagando a cabeça da serpente. Por meio da morte Ele destruiu “ao que tinha o império da morte, isto é, ao diabo”. Hebreus 2:14. Este ato decidiu o destino do chefe rebelde, e tornou para sempre firme o plano de salvação. Na morte, Ele ganhou a vitória sobre o poder da morte; e ressuscitando, abriu as portas da sepultura para todos os Seus seguidores. Nesta última grande contenda, vemos cumprida a profecia: “Esta te ferirá a cabeça, e tu Lhe ferirás o calcanhar”. Gênesis 3:15. PR 360.4

“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele; porque assim como é O veremos”. 1 João 3:2. Nosso Redentor abriu o caminho, para que o mais pecador, o mais necessitado, o mais oprimido e desprezado, possa encontrar acesso ao Pai. PR 360.5

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