A Condenação Iminente
- 2 Reis 24 e 25
2 Reis 24
Ouça o áudio do capítulo:
1 Nos seus dias subiu Nabucodonosor, rei de babilônia, e Jeoiaquim ficou três anos seu servo; depois se virou, e se rebelou contra ele.
2 E o Senhor enviou contra ele as tropas dos caldeus, as tropas dos sírios, as tropas dos moabitas e as tropas dos filhos de Amom; e as enviou contra Judá, para o destruir, conforme a palavra do Senhor, que falara pelo ministério de seus servos, os profetas.
3 E, na verdade, conforme o mandado do Senhor, assim sucedeu a Judá, para o afastar da sua presença por causa dos pecados de Manassés, conforme tudo quanto fizera.
4 Como também por causa do sangue inocente que derramou; pois encheu a Jerusalém de sangue inocente; e por isso o Senhor não quis perdoar.
5 Ora, o mais dos atos de Jeoiaquim, e tudo quanto fez, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá?
6 E Jeoiaquim dormiu com seus pais; e Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar.
7 E o rei do Egito nunca mais saiu da sua terra; porque o rei de babilônia tomou tudo quanto era do rei do Egito, desde o rio do Egito até ao rio Eufrates.
8 Tinha Joaquim dezoito anos de idade quando começou a reinar, e reinou três meses em Jerusalém; e era o nome de sua mãe, Neusta, filha de Elnatã, de Jerusalém.
9 E fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme tudo quanto fizera seu pai.
10 Naquele tempo subiram os servos de Nabucodonosor, rei de babilônia, a Jerusalém; e a cidade foi cercada.
11 Também veio Nabucodonosor, rei de babilônia, contra a cidade, quando já os seus servos a estavam sitiando.
12 Então saiu Joaquim, rei de Judá, ao rei de babilônia, ele, sua mãe, seus servos, seus príncipes e seus oficiais; e o rei de babilônia o tomou preso, no ano oitavo do seu reinado.
13 E tirou dali todos os tesouros da casa do Senhor e os tesouros da casa do rei; e partiu todos os vasos de ouro, que fizera Salomão, rei de Israel, no templo do Senhor, como o Senhor tinha falado.
14 E transportou a toda a Jerusalém como também a todos os príncipes, e a todos os homens valorosos, dez mil presos, e a todos os artífices e ferreiros; ninguém ficou senão o povo pobre da terra.
15 Assim transportou Joaquim à babilônia; como também a mãe do rei, as mulheres do rei, os seus oficiais e os poderosos da terra levou presos de Jerusalém à babilônia.
16 E todos os homens valentes, até sete mil, e artífices e ferreiros até mil, e todos os homens destros na guerra, a estes o rei de babilônia levou presos para babilônia.
17 E o rei de babilônia estabeleceu a Matanias, seu tio, rei em seu lugar; e lhe mudou o nome para Zedequias.
18 Tinha Zedequias vinte e um anos de idade quando começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Hamutal, filha de Jeremias, de Libna.
19 E fez o que era mau aos olhos do Senhor, conforme tudo quanto fizera Jeoiaquim.
20 Porque assim sucedeu por causa da ira do SENHOR contra Jerusalém, e contra Judá, até os rejeitar de diante da sua presença; e Zedequias se rebelou contra o rei de babilônia.
2 Reis 25
Ouça o áudio do capítulo:
1 E sucedeu que, no nono ano do seu reinado, no mês décimo, aos dez do mês, Nabucodonosor, rei de babilônia, veio contra Jerusalém, ele e todo o seu exército, e se acampou contra ela, e levantaram contra ela trincheiras em redor.
2 E a cidade foi sitiada até ao undécimo ano do rei Zedequias.
3 Aos nove do mês quarto, quando a cidade se via apertada pela fome, nem havia pão para o povo da terra,
4 Então a cidade foi invadida, e todos os homens de guerra fugiram de noite pelo caminho da porta, entre os dois muros que estavam junto ao jardim do rei (porque os caldeus estavam contra a cidade em redor), e o rei se foi pelo caminho da campina.
5 Porém o exército dos caldeus perseguiu o rei, e o alcançou nas campinas de Jericó; e todo o seu exército se dispersou.
6 E tomaram o rei, e o fizeram subir ao rei de babilônia, a Ribla; e foi-lhe pronunciada a sentença.
7 E aos filhos de Zedequias mataram diante dos seus olhos; e vazaram os olhos de Zedequias, e o ataram com duas cadeias de bronze, e o levaram a babilônia.
8 E no quinto mês, no sétimo dia do mês (este era o ano décimo nono de Nabucodonosor, rei de babilônia), veio Nebuzaradã, capitão da guarda, servo do rei de babilônia, a Jerusalém.
9 E queimou a casa do Senhor e a casa do rei, como também todas as casas de Jerusalém, e todas as casas dos grandes queimou.
10 E todo o exército dos caldeus, que estava com o capitão da guarda, derrubou os muros em redor de Jerusalém.
11 E o mais do povo que deixaram ficar na cidade, os rebeldes que se renderam ao rei de babilônia e o mais da multidão, Nebuzaradã, o capitão da guarda, levou presos.
12 Porém dos mais pobres da terra deixou o capitão da guarda ficar alguns para vinheiros e para lavradores.
13 Quebraram mais, os caldeus, as colunas de cobre que estavam na casa do SENHOR, como também as bases e o mar de cobre que estavam na casa do SENHOR; e levaram o seu bronze para babilônia.
14 Também tomaram as caldeiras, as pás, os apagadores, as colheres e todos os vasos de cobre, com que se ministrava.
15 Também o capitão-da-guarda tomou os braseiros, e as bacias, o que era de ouro puro, em ouro e o que era de prata, em prata.
16 As duas colunas, um mar, e as bases, que Salomão fizera para a casa do Senhor; o cobre de todos estes vasos não tinha peso.
17 A altura de uma coluna era de dezoito côvados, e sobre ela havia um capitel de cobre, e de altura tinha o capitel três côvados; e a rede e as romãs em redor do capitel, tudo era de cobre; e semelhante a esta era a outra coluna com a rede.
18 Também o capitão-da-guarda tomou a Seraías, primeiro sacerdote, e a Sofonias, segundo sacerdote, e aos três guardas do umbral da porta.
19 E da cidade tomou a um oficial, que tinha cargo dos homens de guerra, e a cinco homens dos que estavam na presença do rei, e se achavam na cidade, como também ao escrivão-mor do exército, que registrava o povo da terra para a guerra, e a sessenta homens do povo da terra, que se achavam na cidade.
20 E tomando-os Nebuzaradã, o capitão da guarda, os levou ao rei de babilônia, a Ribla.
21 E o rei de babilônia os feriu e os matou em Ribla, na terra de Hamate; e Judá foi levado preso para fora da sua terra.
22 Porém, quanto ao povo que ficara na terra de Judá, que Nabucodonosor, rei de babilônia, deixou ficar, pôs sobre ele, por governador a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã.
23 Ouvindo, pois, os capitães dos exércitos, eles e os seus homens, que o rei de babilônia pusera a Gedalias por governador, vieram a Gedalias, a Mizpá, a saber: Ismael, filho de Netanias, e Joanã, filho de Careá, e Seraías, filho de Tanumete, o netofatita, e Jazanias, filho do maacatita, eles e os seus homens.
24 E Gedalias jurou a eles e aos seus homens, e lhes disse: Não temais ser servos dos caldeus; ficai na terra, servi ao rei de babilônia, e bem vos irá.
25 Sucedeu, porém, que, no sétimo mês, veio Ismael, filho de Netanias, o filho de Elisama, da descendência real, e dez homens com ele, e feriram a Gedalias, e ele morreu, como também aos judeus, e aos caldeus que estavam com ele em Mizpá.
26 Então todo o povo se levantou, desde o menor até ao maior, como também os capitães dos exércitos, e foram ao Egito, porque temiam os caldeus.
27 Depois disto sucedeu que, no ano trinta e sete do cativeiro de Joaquim, rei de Judá, no mês duodécimo, aos vinte e sete do mês, Evil-Merodaque, rei de babilônia, no ano em que reinou, levantou a cabeça de Joaquim, rei de Judá, tirando-o da casa da prisão.
28 E lhe falou benignamente; e pôs o seu trono acima do trono dos reis que estavam com ele em babilônia.
29 E lhe mudou as roupas de prisão, e de contínuo comeu pão na sua presença todos os dias da sua vida.
30 E, quanto à sua subsistência, pelo rei lhe foi dada subsistência contínua, a porção de cada dia no seu dia, todos os dias da sua vida.
Profetas e Reis
A Condenação Iminente
Ouça o áudio do capítulo:
Os primeiros anos do reinado de Jeoaquim foram cheios de advertências de próxima condenação. A palavra que o Senhor falara pelos profetas estava prestes a ser cumprida. O poder da Assíria, ao norte, supremo por tanto tempo, não mais devia reger as nações. O Egito ao sul, em cujo poder o rei de Judá estava inutilmente colocando a sua confiança, logo devia ser posto decididamente em xeque. Um novo poder mundial de todo inesperado — o império babilônico — estava surgindo a leste, e depressa lançando sombra sobre todas as nações. PR 215.1
Dentro de breves anos, o rei de Babilônia seria usado como instrumento da ira de Deus sobre o impenitente Judá. Uma e outra vez Jerusalém seria atacada e invadida pelos exércitos sitiantes de Nabucodonosor. Grupo após grupo — de início uns poucos apenas, porém mais tarde milhares e dezenas de milhares — seriam levados cativos para a terra de Sinear para ali viverem em forçado exílio. Jeoaquim, Joaquim, Zedequias — todos esses reis judeus se tornariam por seu turno vassalos do governador de Babilônia, e todos por sua vez se rebelariam. Castigos cada vez mais severos seriam infligidos à nação rebelde, até que afinal toda a terra se tornasse uma desolação; Jerusalém seria devastada e queimada com fogo, o templo que Salomão construíra seria destruído, e o reino de Judá cairia, jamais voltando a ocupar sua anterior posição entre as nações da Terra. PR 215.2
Aqueles tempos de mudança, tão pejados de perigos para a nação israelita, foram marcados com muitas mensagens do Céu através de Jeremias. Assim o Senhor deu aos filhos de Judá ampla oportunidade de se libertarem das embaraçantes alianças com o Egito, e evitar conflito com os príncipes de Babilônia. Aproximando-se mais o ameaçador perigo, ele ensinou o povo por meio de uma série de parábolas encenadas, esperando assim despertá-los para a noção de suas obrigações para com Deus, e também encorajá-los a se manterem cordiais para com o governo babilônico. PR 215.3
Com o propósito de ilustrar a importância de render implícita obediência aos reclamos de Deus, Jeremias reuniu alguns recabitas nas câmaras do templo, e pôs perante eles vinho, convidando-os a que bebessem. Como era de esperar, ele enfrentou protestos e recusa absoluta. “Não beberemos vinho”, declararam firmemente os recabitas, “porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, nos mandou, dizendo: Nunca jamais bebereis vinho, nem vós nem vossos filhos”. PR 215.4
“Então veio a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Vai, e dize aos homens de Judá e aos moradores de Jerusalém: Porventura nunca aceitareis instrução, para ouvirdes as Minhas palavras? diz o Senhor. As palavras de Jonadabe, filho de Recabe, que ordenou a seus filhos que não bebessem vinho, foram guardadas, pois não beberam até este dia, antes ouviram o mandamento de seu pai”. Jeremias 35:6, 12-14. PR 216.1
Jeremias 35:6, 12-14
6 Porém eles disseram: Não beberemos vinho, porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, nos ordenou, dizendo: Nunca jamais bebereis vinho, nem vós nem vossos filhos;
12 Então veio a palavra do Senhor a Jeremias, dizendo:
13 Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Vai, e dize aos homens de Judá e aos moradores de Jerusalém: Porventura nunca aceitareis instrução, para ouvirdes as minhas palavras? diz o Senhor.
14 As palavras de Jonadabe, filho de Recabe, que ordenou a seus filhos que não bebessem vinho, foram guardadas; pois não beberam até este dia, antes obedeceram o mandamento de seu pai; a mim, porém, que vos tenho falado, madrugando e falando, não me ouvistes.
Deus procurou assim criar agudo contraste entre a obediência dos recabitas e a desobediência e rebelião de Seu povo. Os recabitas haviam obedecido a ordem de seu pai, recusando-se agora a serem incitados à transgressão. Mas os homens de Judá não tinham dado ouvidos às palavras do Senhor, e estavam em conseqüência em vias de sofrer Seus mais severos juízos. PR 216.2
“A Mim, porém, que vos tenho falado a vós, madrugando e falando”, o Senhor declarou, “vós não Me ouvistes. E vos enviei todos os Meus servos os profetas, madrugando, e enviando, e dizendo: Convertei-vos agora, cada um do seu mau caminho, e fazei boas as vossas ações, e não sigais a outros deuses para servi-los, e assim ficareis na terra que vos dei a vós e a vossos pais; mas não inclinastes o vosso ouvido, nem Me obedeceste a Mim. Visto que os filhos de Jonadabe, filho de Recabe, guardaram o mandamento de seu pai, que ele lhes ordenou, mas este povo não Me obedeceu, por isso assim diz o Senhor, o Deus dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre Judá, e sobre todos os moradores de Jerusalém, todo o mal que falei contra eles; pois lhes tenho falado, e não ouviram, e clamei a eles, e não responderam”. Jeremias 35:14-17. PR 216.3
Jeremias 35:14-17
14 As palavras de Jonadabe, filho de Recabe, que ordenou a seus filhos que não bebessem vinho, foram guardadas; pois não beberam até este dia, antes obedeceram o mandamento de seu pai; a mim, porém, que vos tenho falado, madrugando e falando, não me ouvistes.
15 E vos tenho enviado todos os meus servos, os profetas, madrugando, e insistindo, e dizendo: Convertei-vos, agora, cada um do seu mau caminho, e fazei boas as vossas ações, e não sigais a outros deuses para servi-los; e assim ficareis na terra que vos dei a vós e a vossos pais; porém não inclinastes o vosso ouvido, nem me obedecestes a mim.
16 Visto que os filhos de Jonadabe, filho de Recabe, guardaram o mandamento de seu pai que ele lhes ordenou, mas este povo não me obedeceu,
17 Por isso assim diz o Senhor Deus dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre Judá, e sobre todos os moradores de Jerusalém, todo o mal que falei contra eles; pois lhes tenho falado, e não ouviram; e clamei a eles, e não responderam.
Quando o coração dos homens é abrandado e subjugado pela influência constrangedora do Espírito Santo, darão ouvidos ao conselho; mas quando viram as costas à admoestação até que seus corações se tornem endurecidos, o Senhor lhes permite serem levados por outras influências. Recusando a verdade, aceitam a falsidade, a qual se torna um laço para a sua própria destruição. PR 216.4
Deus Se empenhara com Judá para que Lhe não provocasse a ira, mas não Lhe deram ouvidos. Finalmente foi pronunciada contra eles a sentença. Eles deviam ser levados cativos para Babilônia. Os caldeus iam ser usados como instrumento pelo qual Deus castigaria Seu povo desobediente. Os sofrimentos dos homens de Judá deviam estar na proporção da luz que haviam recebido e das advertências que haviam desprezado e rejeitado. Por muito tempo estivera Deus retardando Seus juízos; mas agora Ele faria cair sobre eles o Seu desprazer, como derradeiro esforço no sentido de detê-los em seu mau caminho. PR 216.5
Sobre a casa dos recabitas foi pronunciada uma bênção constante. O profeta declarou: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Pois que obedecestes ao mandamento de Jonadabe, vosso pai, e guardastes todos os seus mandamentos, e fizestes conforme tudo quanto vos ordenou, portanto assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Nunca faltará varão a Jonadabe, filho de Recabe, que assista perante a Minha face todos os dias”. Jeremias 35:18, 19. Assim ensinou Deus a Seu povo que a fidelidade e obediência se refletiriam sobre Judá em bênção, tal como foram os recabitas abençoados pela obediência à ordem de seu pai. PR 216.6
Jeremias 35:18, 19
18 E à casa dos recabitas disse Jeremias: Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Pois que obedecestes ao mandamento de Jonadabe, vosso pai, e guardastes todos os seus mandamentos, e fizestes conforme tudo quanto vos ordenou,
19 Portanto assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Nunca faltará homem a Jonadabe, filho de Recabe, que esteja na minha presença todos os dias.
A lição é para nós. Se os requisitos de um pai bom e sábio, que usou o melhor e mais eficaz meio de garantir sua posteridade contra os males da intemperança, foram dignos de estrita obediência, sem dúvida a autoridade de Deus deve ser tida em muito maior reverência quão mais santo é Ele que o homem. Nosso Criador e Comandante, infinito em poder, terrível no juízo, procura por todos os meios levar os homens a ver seus pecados e deles se arrependerem. Por boca de Seus servos Ele predisse os perigos da desobediência; faz soar a nota de advertência, e fielmente reprova o pecado. Seu povo desfruta prosperidade unicamente por Sua misericórdia, graças ao vigilante cuidado de agentes escolhidos. Ele não pode sustentar e guardar um povo que rejeita Seu conselho e despreza Suas reprovações. Por algum tempo Ele pode conter Seus juízos retributivos; mas não pode reter sempre a Sua mão. PR 217.1
Os filhos de Judá foram numerados entre aqueles de quem Deus dissera: “Sereis um reino sacerdotal e o povo santo”. Êxodo 19:6. Jamais em seu ministério Jeremias perdera de vista a importância vital da santidade de coração nas variadas relações da vida, e principalmente no serviço do altíssimo Deus. Claramente ele previu a queda do reino e a disseminação dos habitantes de Judá entre as nações; mas com os olhos da fé viu além de tudo isto para os tempos da restauração. Soando em seus ouvidos estava a promessa divina: “Eu mesmo recolherei o resto das Minhas ovelhas de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos. [...] Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na Terra. Em seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o Seu nome, com que o nomearão: O Senhor justiça nossa”. Jeremias 23:3-6. PR 217.2
Êxodo 19:6
6 E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel.
Jeremias 23:3-6
3 E eu mesmo recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão, e se multiplicarão.
4 E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor.
5 Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra.
6 Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA.
Assim profecias de juízo próximo foram misturadas com promessas de final e glorioso livramento. Os que escolhessem fazer paz com Deus, vivendo vida santa em meio a prevalecente apostasia, receberiam força para cada prova, e seriam capacitados para testificar dEle com forte poder. E nos séculos por vir o livramento que se havia de operar em benefício deles excederia em fama ao efetuado em favor dos filhos de Israel ao tempo do Êxodo. Aproximavam-se os dias, declarou o Senhor por intermédio do Seu profeta, em que eles não mais diriam: “Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito; mas: Vive o Senhor, que fez subir, e que trouxe a geração da casa de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha arrojado; e habitarão na sua terra”. Jeremias 23:7, 8. Tais eram as maravilhosas profecias proferidas por Jeremias durante os anos finais da história do reino de Judá, quando Babilônia estava se tornando soberana universal, e estavam mesmo levando o cerco de seus exércitos contra os muros de Sião. PR 217.3
Jeremias 23:7, 8
7 Portanto, eis que vêm dias, diz o Senhor, em que nunca mais dirão: Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito;
8 Mas: Vive o Senhor, que fez subir, e que trouxe a geração da casa de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha arrojado; e habitarão na sua terra.
Como a mais suave música essas promessas de livramento caíram nos ouvidos dos que se mantinham firmes na adoração a Jeová. Nos lares do elevado e do humilde, onde os conselhos de um Deus que guarda o concerto eram ainda tidos em reverência, as palavras do profeta foram repetidas uma e outra vez. Mesmo as crianças foram fortemente animadas, e em suas mente jovem e receptiva foram feitas duradouras impressões. PR 218.1
Foi sua conscienciosa observância das ordenações da Santa Escritura, que nos dias do ministério de Jeremias proporcionou a Daniel e seus companheiros oportunidades de exaltar o verdadeiro Deus perante as nações da Terra. A instrução que essas crianças hebréias haviam recebido no lar de seus pais, as tornou fortes na fé e constantes no seu serviço ao Deus vivo, o Criador dos Céus e da Terra. Quando, logo no início do reinado de Jeoaquim, Nabucodonosor pela primeira vez sitiou e capturou Jerusalém, e transportou a Daniel e seus companheiros, juntamente com outros especialmente escolhidos para o serviço na corte de Babilônia, a fé dos cativos hebreus foi provada ao máximo. Mas os que tinham aprendido a pôr a sua confiança nas promessas de Deus verificaram que estas eram todo-suficientes em cada experiência por que foram chamados a passar durante a sua estada numa terra estranha. As Escrituras provaram-se-lhes um guia e um arrimo. PR 218.2
Como intérprete do significado dos juízos que começavam a cair sobre Judá, Jeremias manteve-se nobremente na defesa da justiça de Deus e de Seus misericordiosos desígnios mesmo nos mais severos castigos. Incansavelmente o profeta laborou. Desejoso de alcançar todas as classes, estendeu a esfera de sua influência além de Jerusalém para os distritos circunjacentes, graças a freqüentes visitas a várias partes do reino. PR 218.3
Em seus testemunhos à igreja, Jeremias constantemente se referia aos ensinos do livro da lei que haviam sido tão grandemente honrados e exaltados durante o reinado de Josias. Deu ele nova ênfase à importância de manter-se uma relação de concerto com o todo-misericordioso e compassivo Ser que sobre as alturas do Sinai havia anunciado os preceitos do Decálogo. As palavras de advertência e ameaça da parte de Jeremias haviam alcançado cada parte do reino, e todos tiveram a oportunidade de conhecer a vontade de Deus concernente à nação. PR 218.4
O profeta tornara claro o fato de que nosso Pai celestial permite que Seus juízos caiam, “para que as nações saibam que são constituídas por meros homens”. Salmos 9:20. “Se andares contrariamente para comigo, e não Me quiserdes ouvir”, o Senhor prevenira a Seu povo, “Eu [...] vos espalharei entre as nações, e desembainharei a espada atrás de vós; e a vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão desertas”. Levítico 26:21, 28, 33. PR 218.5
Salmos 9:20
20 Põe-os em medo, Senhor, para que saibam as nações que são formadas por meros homens. (Selá.).
Levítico 26:21, 28, 33
21 E se andardes contrariamente para comigo, e não me quiserdes ouvir, trar-vos-ei pragas sete vezes mais, conforme os vossos pecados.
28 Também eu para convosco andarei contrariamente em furor; e vos castigarei sete vezes mais por causa dos vossos pecados.
33 E espalhar-vos-ei entre as nações, e desembainharei a espada atrás de vós; e a vossa terra será assolada, e as vossas cidades serão desertas.
Nesse mesmo tempo mensagens de juízo impendente foram levadas a príncipes e povo, e a seu governante Jeoaquim, que devia ter sido um líder espiritual sábio, o primeiro na confissão dos pecados e em reforma e boas obras, estava gastando o seu tempo em prazeres egoístas. “Edificarei para mim uma casa espaçosa”, ele se propôs; e esta casa, “forrada de cedro e pintada de vermelhão” (Jeremias 22:14), foi construída com dinheiro e trabalho obtidos pela fraude e opressão. PR 219.1
Jeremias 22:14
14 Que diz: Edificarei para mim uma casa espaçosa, e aposentos largos; e que lhe abre janelas, forrando-a de cedro, e pintando-a de vermelhão.
A ira do profeta foi despertada, e ele foi inspirado a pronunciar juízo sobre o governante sem fé. “Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça, e os seus aposentos sem direito”, ele declarou, “que se serve do serviço do seu próximo sem paga, e não lhe dá o salário do seu trabalho. [...] Reinarás tu, porque te encerras em cedro? acaso teu pai não comeu e bebeu, e não exerceu o juízo e a justiça? por isso lhe sucedeu bem? Julgou a causa do pobre e do necessitado; então lhe sucedeu bem; porventura não é isto conhecer-Me? diz o Senhor. Mas os teus olhos e o teu coração não atentam senão para a tua avareza, e para o sangue inocente, a fim de derramá-lo, e para a opressão, e para a violência, a fim de levar isso a efeito. PR 219.2
“Portanto assim diz o Senhor acerca de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá: Não lamentarão por ele, dizendo: Ai, irmão meu, ou, ai, minha irmã nem lamentarão por ele, dizendo: Ai, Senhor, ou, ai, Majestoso Em sepultura de jumento o sepultarão, arrastando-o e lançando-o para bem longe, fora das portas de Jerusalém”. Jeremias 22:13-19. PR 219.3
Jeremias 22:13-19
13 Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça, e os seus aposentos sem direito, que se serve do serviço do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá o salário do seu trabalho.
14 Que diz: Edificarei para mim uma casa espaçosa, e aposentos largos; e que lhe abre janelas, forrando-a de cedro, e pintando-a de vermelhão.
15 Porventura reinarás tu, porque te encerras em cedro? Acaso teu pai não comeu e bebeu, e não praticou o juízo e a justiça? Por isso lhe sucedeu bem.
16 Julgou a causa do aflito e necessitado; então lhe sucedeu bem; porventura não é isto conhecer-me? diz o Senhor.
17 Mas os teus olhos e o teu coração não atentam senão para a tua avareza, e para derramar sangue inocente, e para praticar a opressão, e a violência.
18 Portanto assim diz o SENHOR acerca de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá: Não o lamentarão, dizendo: Ai, meu irmão, ou ai, minha irmã! Nem o lamentarão, dizendo: Ai, senhor, ou, ai, sua glória!
19 Em sepultura de jumento será sepultado, sendo arrastado e lançado para bem longe, fora das portas de Jerusalém.
Dentro de poucos anos este terrível juízo recairia sobre Jeoaquim; mas antes o Senhor em Sua misericórdia informou a impenitente nação de Seu decidido propósito. No quarto ano do reinado de Jeoaquim, “falou o profeta Jeremias a todo o povo de Judá, e a todos os habitantes de Jerusalém”, ressaltando o fato de que por mais de vinte anos, “desde o ano treze de Josias [...] até este dia” (Jeremias 25:2, 3), ele havia dado testemunho do desejo de Deus para salvar, mas que suas mensagens haviam sido desdenhadas. E agora a palavra do Senhor a eles era: PR 219.4
Jeremias 25:2, 3
2 A qual anunciou o profeta Jeremias a todo o povo de Judá, e a todos os habitantes de Jerusalém, dizendo:
3 Desde o ano treze de Josias, filho de Amom, rei de Judá, até o dia de hoje, período de vinte e três anos, tem vindo a mim a palavra do Senhor, e vo-la tenho anunciado, madrugando e falando; mas vós não escutastes.
“Assim diz o Senhor dos Exércitos: Visto que não escutastes as Minhas palavras, eis Eu enviarei, e tomarei a todas as gerações do norte, diz o Senhor, como também a Nabucodonosor, rei de Babilônia, Meu servo, e os trarei sobre esta terra, e sobre os seus moradores, e sobre todas estas nações em redor, e os destruirei totalmente, e pô-los-ei em espanto, e em assobio, e em perpétuos desertos. E farei perecer entre eles a voz de folguedo, e a voz de alegria, a voz do esposo, e a voz da esposa, o som das mós, e a luz do candeeiro. E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; e estas nações servirão ao rei de Babilônia setenta anos”. Jeremias 25:8-11. PR 219.5
Jeremias 25:8-11
8 Portanto assim diz o Senhor dos Exércitos: Visto que não escutastes as minhas palavras,
9 Eis que eu enviarei, e tomarei a todas as famílias do norte, diz o SENHOR, como também a Nabucodonosor, rei de babilônia, meu servo, e os trarei sobre esta terra, e sobre os seus moradores, e sobre todas estas nações em redor, e os destruirei totalmente, e farei que sejam objeto de espanto, e de assobio, e de perpétuas desolações.
10 E farei desaparecer dentre eles a voz de gozo, e a voz de alegria, a voz do esposo, e a voz da esposa, como também o som das mós, e a luz do candeeiro.
11 E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; e estas nações servirão ao rei de babilônia setenta anos.
Embora a sentença de condenação houvesse sido claramente pronunciada, seu horrível conteúdo mal podia ser compreendido pelas multidões que ouvia. Para que impressões mais profundas pudessem ser feitas, o Senhor procurou ilustrar o significado das palavras pronunciadas. Ele ordenou que Jeremias assemelhasse a sorte da nação à libação de um copo de vinho da ira divina. Entre os primeiros a beber deste copo de ai, deviam estar “Jerusalém, e as cidades de Judá, e os seus reis”. Outros deviam partilhar do mesmo copo, a saber, “Faraó, rei do Egito, e seus servos, e seus príncipes, e todo o seu povo”, e muitas outras nações da Terra, até que o propósito de Deus houvesse sido cumprido. Jeremias 25:18, 19. PR 219.6
Jeremias 25:18, 19
18 A Jerusalém, e às cidades de Judá, e aos seus reis, e aos seus príncipes, para fazer deles uma desolação, um espanto, um assobio, e uma maldição, como hoje se vê;
19 A Faraó, rei do Egito, e a seus servos, e a seus príncipes, e a todo o seu povo;
A fim de melhor ilustrar a natureza dos juízos iminentes, o profeta recebeu ordem de tomar consigo “os anciãos do povo, e os anciãos dos sacerdotes”, e ir “ao vale do filho de Hinom”, e ali, depois de recapitular a apostasia de Judá, devia fazer em pedaços “uma botija de oleiro”, e declarar em defesa de Jeová, cujo servo era ele: “Deste modo quebrarei Eu a este povo, e a esta cidade, como se quebra o vaso do oleiro, que não pode mais refazer-se”. PR 220.1
O profeta fez como lhe fora ordenado. Então, retornando à cidade, ele se pôs no átrio do templo, e declarou aos ouvidos do povo: “Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre esta cidade, e sobre todas as suas cidades, todo o mal que pronunciei contra ela, porquanto endureceram a sua cerviz, para não ouvirem as Minhas palavras”. Jeremias 19. PR 220.2
Jeremias 19
1 Assim disse o SENHOR: Vai, e compra uma botija de oleiro, e leva contigo alguns dos anciãos do povo e alguns dos anciãos dos sacerdotes;
2 E sai ao Vale do Filho de Hinom, que está à entrada da porta do sol, e apregoa ali as palavras que eu te disser;
3 E dirás: Ouvi a palavra do Senhor, ó reis de Judá, e moradores de Jerusalém. Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei um mal sobre este lugar, e quem quer que dele ouvir retinir-lhe-ão os ouvidos.
4 Porquanto me deixaram e alienaram este lugar, e nele queimaram incenso a outros deuses, que nunca conheceram, nem eles nem seus pais, nem os reis de Judá; e encheram este lugar de sangue de inocentes.
5 Porque edificaram os altos de Baal, para queimarem seus filhos no fogo em holocaustos a Baal; o que nunca lhes ordenei, nem falei, nem me veio ao pensamento.
6 Por isso eis que dias vêm, diz o Senhor, em que este lugar não se chamará mais Tofete, nem o Vale do Filho de Hinom, mas o Vale da Matança.
7 Porque dissiparei o conselho de Judá e de Jerusalém neste lugar, e os farei cair à espada diante de seus inimigos, e pela mão dos que buscam a vida deles; e darei os seus cadáveres para pasto às aves dos céus e aos animais da terra.
8 E farei esta cidade objeto de espanto e de assobio; todo aquele que passar por ela se espantará, e assobiará por causa de todas as suas pragas.
9 E lhes farei comer a carne de seus filhos e a carne de suas filhas, e comerá cada um a carne do seu amigo, no cerco e no aperto em que os apertarão os seus inimigos, e os que buscam a vida deles.
10 Então quebrarás a botija à vista dos homens que forem contigo.
11 E dir-lhes-ás: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Deste modo quebrarei eu a este povo, e a esta cidade, como se quebra o vaso do oleiro, que não pode mais refazer-se, e os enterrarão em Tofete, porque não haverá mais lugar para os enterrar.
12 Assim farei a este lugar, diz o Senhor, e aos seus moradores; sim, para pôr a esta cidade como a Tofete.
13 E as casas de Jerusalém, e as casas dos reis de Judá, serão imundas como o lugar de Tofete, como também todas as casas, sobre cujos terraços queimaram incenso a todo o exército dos céus, e ofereceram libações a deuses estranhos.
14 Vindo, pois, Jeremias de Tofete onde o tinha enviado o Senhor a profetizar, se pôs em pé no átrio da casa do Senhor, e disse a todo o povo:
15 Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Eis que trarei sobre esta cidade, e sobre todas as suas vilas, todo o mal que pronunciei contra ela, porquanto endureceram a sua cerviz, para não ouvirem as minhas palavras.
As palavras do profeta, em lugar de levar à confissão e arrependimento, suscitaram a ira dos que tinham posição de autoridade, e como conseqüência Jeremias ficou privado de sua liberdade. Preso e posto no cepo, o profeta continuou ainda assim a transmitir as mensagens do Céu aos que lhe estavam próximo. Sua voz não podia ser silenciada pela perseguição. A palavra da verdade, declarou ele, “foi no meu coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; e estou fadigado de sofrer, e não posso”. Jeremias 20:9. PR 220.3
Jeremias 20:9
9 Então disse eu: Não me lembrarei dele, e não falarei mais no seu nome; mas isso foi no meu coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; e estou fatigado de sofrer, e não posso mais.
Foi cerca deste tempo que o Senhor ordenou a Jeremias que escrevesse as mensagens que desejava levar àqueles por cuja salvação seu coração piedoso estava continuamente a arder. “Toma o rolo dum livro”, ordenou o Senhor a Seu servo, “e escreve nele todas as palavras que te tenho falado de Israel, e de Judá, e de todas as nações, desde o dia em que Eu te falei a ti, desde os dias de Josias até hoje. Ouvirão talvez os da casa de Judá todo o mal que Eu intento fazer-lhes; para que cada qual se converta do seu mau caminho, e Eu perdoe a sua maldade e o seu pecado”. Jeremias 36:2, 3. PR 220.4
Jeremias 36:2, 3
2 Toma o rolo de um livro, e escreve nele todas as palavras que te tenho falado de Israel, e de Judá, e de todas as nações, desde o dia em que eu te falei, desde os dias de Josias até ao dia de hoje.
3 Porventura ouvirão os da casa de Judá todo o mal que eu intento fazer-lhes; para que cada qual se converta do seu mau caminho, e eu perdoe a sua maldade e o seu pecado.
Em obediência a esta ordem, Jeremias chamou em seu auxílio um fiel amigo, o escriba Baruque, e ditou-lhe “todas as palavras do Senhor, que Ele lhe tinha revelado, no rolo de um livro”. Jeremias 36:4. Estas palavras foram cuidadosamente escritas num rolo de pergaminho, e constituíam solene reprovação do pecado, uma advertência dos resultados infalíveis da constante apostasia, e um fervente apelo para renúncia a todo mal. PR 220.5
Jeremias 36:4
4 Então Jeremias chamou a Baruque, filho de Nerias; e escreveu Baruque da boca de Jeremias no rolo de um livro todas as palavras do Senhor, que ele lhe tinha falado.
Quando o escrito ficou completo, Jeremias, que estava ainda prisioneiro, enviou Baruque para ler o rolo às multidões que se reuniam no templo por ocasião de um dia nacional de jejum, “no quinto ano de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, no mês nono”. “Pode ser”, o profeta dissera, “que caia a sua súplica diante do Senhor, e se converta cada um do seu mau caminho; porque grande é a ira e o furor que o Senhor tem manifestado contra este povo”. Jeremias 36:9, 7. PR 220.6
Jeremias 36:9, 7
9 E aconteceu, no quinto ano de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, no mês nono, que apregoaram jejum diante do Senhor a todo o povo em Jerusalém, como também a todo o povo que vinha das cidades de Judá a Jerusalém.
7 Pode ser que caia a sua súplica diante do Senhor, e se converta cada um do seu mau caminho; porque grande é a ira e o furor que o Senhor tem expressado contra este povo.
Baruque obedeceu, e o rolo foi lido perante todo o povo de Judá. Posteriormente foi o escriba convocado à presença dos príncipes, a fim de ler as palavras perante eles. Eles ouviram com grande interesse, e prometeram informar o rei sobre tudo o que tinham ouvido, mas aconselharam o escriba a se esconder, pois temiam que o rei rejeitasse o testemunho, e procurasse matar os que haviam preparado e apresentado a mensagem. PR 221.1
Quando o rei Jeoaquim foi informado pelos príncipes do que Baruque havia lido, imediatamente ordenou que o rolo fosse trazido e lido em sua presença. Um dos assistentes reais, de nome Jeudi, trouxe o rolo, e pôs-se a ler as palavras de reprovação e advertência. Era o tempo do inverno, e o rei e seus companheiros de Estado, os príncipes de Judá, estavam reunidos junto de uma crepitante lareira. Apenas uma pequena parte havia sido lida, quando o rei, longe de tremer ante o perigo pendente sobre si e seu povo, tomou o rolo, e num frenesi de ira, cortou-o “com um canivete de escrivão, e lançou-o no fogo que havia no braseiro, até que todo o rolo se consumiu no fogo”. Jeremias 36:23. PR 221.2
Jeremias 36:23
23 E sucedeu que, tendo Jeudi lido três ou quatro folhas, cortou-as com um canivete de escrivão, e lançou-as no fogo que havia no braseiro, até que todo o rolo se consumiu no fogo que estava sobre o braseiro.
Nem o rei nem seus príncipes temeram, “nem rasgaram os seus vestidos”. Alguns dos príncipes, entretanto, pediram “ao rei que não queimasse o rolo, mas não lhes deu ouvido”. Havendo sido destruído o escrito, a ira do ímpio rei se levantou contra Jeremias e Baruque, e prontamente os mandou prender; “mas o Senhor tinha-os escondido”. Jeremias 36:24-26. PR 221.3
Jeremias 36:24-26
24 E não temeram, nem rasgaram as suas vestes, nem o rei, nem nenhum dos seus servos que ouviram todas aquelas palavras.
25 E, posto que Elnatã, e Delaías, e Gemarias tivessem rogado ao rei que não queimasse o rolo, ele não lhes deu ouvidos.
26 Antes deu ordem o rei a Jerameel, filho de Hamaleque, e a Seraías, filho de Azriel, e a Selemias, filho de Abdeel, que prendessem a Baruque, o escrivão, e a Jeremias, o profeta; mas o Senhor os escondera.
Levando à atenção dos adoradores do templo, e dos príncipes e rei, as admoestações escritas contidas no rolo inspirado, Deus estava graciosamente procurando advertir os homens de Judá para o seu bem. “Ouvirão talvez”, disse Deus, “os da casa de Judá todo o mal que Eu intento fazer-lhes; para que cada qual se converta do seu mau caminho, e Eu perdoe a sua maldade e o seu pecado”. Jeremias 36:3. Deus Se compadece dos homens em luta na cegueira da perversidade; Ele procura iluminar a mente entenebrecida, enviando reprovações e ameaças destinadas a levar os mais exaltados a sentirem sua ignorância e deplorarem seus erros. Ele procura ajudar o indulgente consigo mesmo a se tornar insatisfeito com suas vãs realizações, e a buscar bênção espiritual por meio de íntima comunhão com o Céu. PR 221.4
Jeremias 36:3
3 Porventura ouvirão os da casa de Judá todo o mal que eu intento fazer-lhes; para que cada qual se converta do seu mau caminho, e eu perdoe a sua maldade e o seu pecado.
O plano de Deus não é enviar mensageiros que lisonjeiem e adulem os pecadores; Ele não envia mensagens de paz para adormentar o não santificado em segurança carnal. Ao contrário, Ele coloca pesado fardo sobre a consciência do praticante do mal, e mortifica-lhe a alma com os aguilhões da convicção. Anjos ministradores lhe apresentam os terríveis juízos de Deus, a fim de aprofundar o senso da necessidade, levando o agonizante a clamar: “Que é necessário que eu faça para me salvar?” Atos 16:30. Mas a Mão que humilha até o pó, reprova o pecado e submete à vergonha o orgulho e a ambição, é a Mão que ergue o penitente e abatido. Com a mais profunda simpatia, Aquele que permite caia o castigo, interroga: “Que queres que Eu faça por ti?” PR 221.5
Atos 16:30
30 E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?
Quando o homem peca contra um Deus santo e misericordioso, não pode seguir mais nobre caminho que arrepender-se sinceramente, e confessar seus erros com lágrimas e amargura de alma. Isto Deus requer dele; Ele não aceita nada menos que um coração quebrantado e um espírito contrito. Mas o rei Jeoaquim e seus cortesões, em sua arrogância e orgulho, recusaram o convite de Deus. Eles não iriam aceitar a advertência e arrepender-se. A graciosa oportunidade que lhes fora ofertada quando o rolo sagrado foi lançado ao fogo, foi a última. Deus havia declarado que se então recusassem ouvir-Lhe a voz, Ele lhes daria terrível retribuição. Eles se recusaram ouvi-Lo, e Ele pronunciou Seu juízo final sobre Judá; e Ele visitaria com ira especial o homem que orgulhosamente havia-se levantado contra o Todo-poderoso. PR 222.1
“Assim diz o Senhor, acerca de Jeoaquim, rei de Judá: Não terá quem se assente sobre o trono de Davi, e será lançado o seu cadáver ao calor de dia, e à geada de noite. E visitarei sobre ele, e sobre a sua semente, e sobre os seus servos, a sua iniqüidade; e trarei sobre ele e sobre os moradores de Jerusalém, e sobre os homens de Judá, todo aquele mal que lhes tenho falado”. Jeremias 36:30, 31. PR 222.2
Jeremias 36:30, 31
30 Portanto assim diz o Senhor, acerca de Jeoiaquim, rei de Judá: Não terá quem se assente sobre o trono de Davi, e será lançado o seu cadáver ao calor do dia, e à geada da noite.
31 E castigarei a sua iniqüidade nele, e na sua descendência, e nos seus servos; e trarei sobre ele e sobre os moradores de Jerusalém, e sobre os homens de Judá, todo aquele mal que lhes tenho falado, e não ouviram.
A incineração do rolo não foi o fim da questão. As palavras escritas foram mais facilmente removidas do que a reprovação e advertência que elas continham e a iminente punição que Deus havia pronunciado contra o rebelde Israel e que estava prestes a vir. Mas até o próprio rolo escrito foi reproduzido. “Toma ainda outro rolo”, o Senhor ordenou a Seu servo, “e escreve nele todas as palavras que estavam no primeiro volume, que queimou Jeoaquim, rei de Judá.” O registro das profecias concernente a Judá e Jerusalém tinha sido reduzido a cinzas; mas as palavras estavam ainda vivas no coração de Jeremias, “como um fogo devorador”, e foi permitido ao profeta reproduzir o que a ira do homem teria de bom grado destruído. PR 222.3
Tomando outro rolo, Jeremias deu-o a Baruque, “o qual escreveu nele da boca de Jeremias todas as palavras do livro que Jeoaquim, rei de Judá, tinha queimado no fogo; e ainda se acrescentaram a elas muitas palavras semelhantes”. Jeremias 36:28, 32. A ira do homem tinha tentado impedir a ação do profeta de Deus; mas o próprio meio pelo qual Jeoaquim tinha procurado limitar a influência do servo de Jeová, proveu posterior oportunidade para tornar claros os divinos reclamos. PR 222.4
Jeremias 36:28, 32
28 Toma ainda outro rolo, e escreve nele todas aquelas palavras que estavam no primeiro rolo, que queimou Jeoiaquim, rei de Judá.
32 Tomou, pois, Jeremias outro rolo, e deu-o a Baruque, filho de Nerias, o escrivão, o qual escreveu nele, da boca de Jeremias, todas as palavras do livro que Jeoiaquim, rei de Judá, tinha queimado no fogo; e ainda se lhes acrescentaram muitas palavras semelhantes.
O espírito de oposição à reprovação, que levou à perseguição e aprisionamento de Jeremias, existe hoje. Muitos recusam atender a repetidas advertências, preferindo dar ouvidos a falsos mestres que lisonjeiam sua vaidade e revelam suas más obras. No dia da tribulação tais pessoas não terão refúgio certo, nem auxílio do Céu. Os servos escolhidos de Deus devem enfrentar com coragem e paciência as provas e sofrimentos que sobre eles recaem na forma de acusações, desprezo, deturpações. Devem eles continuar a desempenhar fielmente a obra que Deus lhes deu a fazer, sempre lembrando que os profetas do passado e o Salvador da humanidade e Seus apóstolos também suportaram abusos e perseguições por amor da Palavra. PR 222.5
Era propósito de Deus que Jeoaquim atendesse aos conselhos de Jeremias, e ganhasse o favor de Nabucodonosor, livrando-se de muitos pesares. O jovem rei havia jurado obediência ao rei de Babilônia. Tivesse ele permanecido fiel a sua promessa, e teria conquistado o respeito dos pagãos, e isto teria levado a preciosas oportunidades para a salvação de pecadores. PR 223.1
Desdenhando os privilégios fora do comum que lhe eram outorgados, o rei de Judá deliberadamente seguiu o caminho de sua própria escolha. Violou sua palavra de honra ao rei de Babilônia, e rebelou-se. Isto o levou, como também ao seu reino, a um caminho apertado. Contra ele foram enviadas “as tropas dos caldeus, e as tropas dos siros, e as tropas dos moabitas, e as tropas dos filhos de Amom” (2 Reis 24:2), e ele foi impotente para livrar a terra de invasão desses piratas. Dentro de poucos anos ele encerrou seu desastroso reinado em ignomínia, rejeitado do Céu, malquisto por seu povo e desprezado pelos senhores de Babilônia cuja confiança ele traíra — e tudo isto como resultado de seu erro fatal de virar as costas aos propósitos de Deus como revelados por meio de Seu escolhido mensageiro. PR 223.2
2 Reis 24:2
2 E o Senhor enviou contra ele as tropas dos caldeus, as tropas dos sírios, as tropas dos moabitas e as tropas dos filhos de Amom; e as enviou contra Judá, para o destruir, conforme a palavra do Senhor, que falara pelo ministério de seus servos, os profetas.
Joaquim (também conhecido como Jeconias, e Conias), filho de Jeoaquim, ocupou o trono apenas três meses e dez dias, quando se rendeu aos exércitos caldeus que, em virtude da rebelião do rei de Judá, estavam uma vez mais cercando a cidade condenada. Nesta ocasião, Nabucodonosor “transportou Joaquim a Babilônia; como também a mãe do rei, e as mulheres do rei, e os seus eunucos, e os poderosos da terra”, contando vários milhares, juntamente com “carpinteiros e ferreiros até mil”. Juntamente com estes o rei de Babilônia levou “todos os tesouros da casa do Senhor, e os tesouros da casa do rei”. 2 Reis 24:15, 16, 13. PR 223.3
2 Reis 24:15, 16, 13
15 Assim transportou Joaquim à babilônia; como também a mãe do rei, as mulheres do rei, os seus oficiais e os poderosos da terra levou presos de Jerusalém à babilônia.
16 E todos os homens valentes, até sete mil, e artífices e ferreiros até mil, e todos os homens destros na guerra, a estes o rei de babilônia levou presos para babilônia.
13 E tirou dali todos os tesouros da casa do Senhor e os tesouros da casa do rei; e partiu todos os vasos de ouro, que fizera Salomão, rei de Israel, no templo do Senhor, como o Senhor tinha falado.
O reino de Judá, debilitado em poder, roubado em sua força representada por homens e tesouros, teve não obstante ainda a permissão de continuar a existir como um governo separado. Como sua cabeça Nabucodonosor colocou a Matanias, jovem filho de Josias, mudando-lhe o nome para Zedequias. PR 223.4