O Primeiro Rei de Israel


Dia 68 - Friday, 08 de March de 2024
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48 min

  • 1 Reis 2:15-18
  • 1 Samuel 7-9
  • 1 Samuel 10-12

1 Reis 2:15-18

Ouça o áudio do capítulo:

15 Disse, pois, ele: Bem sabes que o reino era meu, e todo o Israel tinha posto a vista em mim para que eu viesse a reinar, contudo o reino foi transferido e veio a ser de meu irmão, porque foi feito seu pelo Senhor.

16 Assim que agora uma só petição te faço; não ma rejeites. E ela lhe disse: Fala.

17 E ele disse: Peço-te que fales ao rei Salomão (porque ele não te rejeitará) que me dê por mulher a Abisague, a sunamita.

18 E disse Bate-Seba: Bem, eu falarei por ti ao rei.

1 Samuel 7

Ouça o áudio do capítulo:

1 Então vieram os homens de Quiriate-Jearim, e levaram a arca do SENHOR, e a trouxeram à casa de Abinadabe, no outeiro; e consagraram a Eleazar, seu filho, para que guardasse a arca do SENHOR.

2 E sucedeu que, desde aquele dia, a arca ficou em Quiriate-Jearim, e tantos dias se passaram que até chegaram vinte anos, e lamentava toda a casa de Israel pelo Senhor.

3 Então falou Samuel a toda a casa de Israel, dizendo: Se com todo o vosso coração vos converterdes ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a ele só, e vos livrará da mão dos filisteus.

4 Então os filhos de Israel tiraram dentre si aos baalins e aos astarotes, e serviram só ao Senhor.

5 Disse mais Samuel: Congregai a todo o Israel em Mizpá; e orarei por vós ao Senhor.

6 E congregaram-se em Mizpá, e tiraram água, e a derramaram perante o Senhor, e jejuaram aquele dia, e disseram ali: Pecamos contra o Senhor. E julgava Samuel os filhos de Israel em Mizpá.

7 Ouvindo, pois, os filisteus que os filhos de Israel estavam congregados em Mizpá, subiram os maiorais dos filisteus contra Israel; o que ouvindo os filhos de Israel, temeram por causa dos filisteus.

8 Por isso disseram os filhos de Israel a Samuel: Não cesses de clamar ao Senhor nosso Deus por nós, para que nos livre da mão dos filisteus.

9 Então tomou Samuel um cordeiro de mama, e sacrificou-o inteiro em holocausto ao Senhor; e clamou Samuel ao Senhor por Israel, e o Senhor lhe deu ouvidos.

10 E sucedeu que, estando Samuel sacrificando o holocausto, os filisteus chegaram à peleja contra Israel; e trovejou o Senhor aquele dia com grande estrondo sobre os filisteus, e os confundiu de tal modo que foram derrotados diante dos filhos de Israel.

11 E os homens de Israel saíram de Mizpá; e perseguiram os filisteus, e os feriram até abaixo de Bete-Car.

12 Então tomou Samuel uma pedra, e a pôs entre Mizpá e Sem, e chamou-lhe Ebenézer; e disse: Até aqui nos ajudou o Senhor.

13 Assim os filisteus foram abatidos, e nunca mais vieram aos termos de Israel, porquanto foi a mão do Senhor contra os filisteus todos os dias de Samuel.

14 E as cidades que os filisteus tinham tomado a Israel foram-lhe restituídas, desde Ecrom até Gate, e até os seus termos Israel arrebatou da mão dos filisteus; e houve paz entre Israel e entre os amorreus.

15 E Samuel julgou a Israel todos os dias da sua vida.

16 E ia de ano em ano, e rodeava a Betel, e a Gilgal, e a Mizpá, e julgava a Israel em todos aqueles lugares.

17 Porém voltava a Ramá, porque estava ali a sua casa, e ali julgava a Israel; e edificou ali um altar ao Senhor.

1 Samuel 8

Ouça o áudio do capítulo:

1 E sucedeu que, tendo Samuel envelhecido, constituiu a seus filhos por juízes sobre Israel.

2 E o nome do seu filho primogênito era Joel, e o nome do seu segundo, Abia; e foram juízes em Berseba.

3 Porém seus filhos não andaram pelos caminhos dele, antes se inclinaram à avareza, e aceitaram suborno, e perverteram o direito.

4 Então todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá,

5 E disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações.

6 Porém esta palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao Senhor.

7 E disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles.

8 Conforme a todas as obras que fizeram desde o dia em que os tirei do Egito até ao dia de hoje, a mim me deixaram, e a outros deuses serviram, assim também fazem a ti.

9 Agora, pois, ouve à sua voz, porém protesta-lhes solenemente, e declara-lhes qual será o costume do rei que houver de reinar sobre eles.

10 E falou Samuel todas as palavras do Senhor ao povo, que lhe pedia um rei.

11 E disse: Este será o costume do rei que houver de reinar sobre vós; ele tomará os vossos filhos, e os empregará nos seus carros, e como seus cavaleiros, para que corram adiante dos seus carros.

12 E os porá por chefes de mil, e de cinqüenta; e para que lavrem a sua lavoura, e façam a sua sega, e fabriquem as suas armas de guerra e os petrechos de seus carros.

13 E tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras e padeiras.

14 E tomará o melhor das vossas terras, e das vossas vinhas, e dos vossos olivais, e os dará aos seus servos.

15 E as vossas sementes, e as vossas vinhas dizimará, para dar aos seus oficiais, e aos seus servos.

16 Também os vossos servos, e as vossas servas, e os vossos melhores moços, e os vossos jumentos tomará, e os empregará no seu trabalho.

17 Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe servireis de servos.

18 Então naquele dia clamareis por causa do vosso rei, que vós houverdes escolhido; mas o Senhor não vos ouvirá naquele dia.

19 Porém o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei.

20 E nós também seremos como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras.

21 Ouvindo, pois, Samuel todas as palavras do povo, as repetiu aos ouvidos do Senhor.

22 Então o Senhor disse a Samuel: Dá ouvidos à sua voz, e constitui-lhes rei. Então Samuel disse aos homens de Israel: Volte cada um à sua cidade.

1 Samuel 9

Ouça o áudio do capítulo:

1 E havia um homem de Benjamim, cujo nome era Quis, filho de Abiel, filho de Zeror, filho de Becorate, filho de Afia, filho de um homem de Benjamim; homem poderoso.

2 Este tinha um filho, cujo nome era Saul, moço, e tão belo que entre os filhos de Israel não havia outro homem mais belo do que ele; desde os ombros para cima sobressaía a todo o povo.

3 E perderam-se as jumentas de Quis, pai de Saul; por isso disse Quis a Saul, seu filho: Toma agora contigo um dos moços, e levanta-te e vai procurar as jumentas.

4 Passaram, pois, pela montanha de Efraim, e dali passaram à terra de Salisa, porém não as acharam; depois passaram à terra de Saalim, porém tampouco estavam ali; também passaram à terra de Benjamim, porém tampouco as acharam.

5 Vindo eles então à terra de Zufe, Saul disse para o seu moço, com quem ele ia: Vem, e voltemos; para que porventura meu pai não deixe de inquietar-se pelas jumentas e se aflija por causa de nós.

6 Porém ele lhe disse: Eis que há nesta cidade um homem de Deus, e homem honrado é; tudo quanto diz, sucede assim infalivelmente; vamo-nos agora lá; porventura nos mostrará o caminho que devemos seguir.

7 Então Saul disse ao seu moço: Eis, porém, se lá formos, que levaremos então àquele homem? Porque o pão de nossos alforjes se acabou, e presente nenhum temos para levar ao homem de Deus; que temos?

8 E o moço tornou a responder a Saul, e disse: Eis que ainda se acha na minha mão um quarto de um siclo de prata, o qual darei ao homem de Deus, para que nos mostre o caminho

9 (Antigamente em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia assim: Vinde, e vamos ao vidente; porque ao profeta de hoje, antigamente se chamava vidente).

10 Então disse Saul ao moço: Bem dizes; vem, pois, vamos. E foram-se à cidade onde estava o homem de Deus.

11 E, subindo eles à cidade, acharam umas moças que saíam a tirar água; e disseram-lhes: Está aqui o vidente?

12 E elas lhes responderam, e disseram: Sim, eis aí o tens diante de ti; apressa-te, pois, porque hoje veio à cidade; porquanto o povo tem hoje sacrifício no alto.

13 Entrando vós na cidade, logo o achareis, antes que suba ao alto para comer; porque o povo não comerá, até que ele venha; porque ele é o que abençoa o sacrifício, e depois comem os convidados; subi, pois, agora, que hoje o achareis.

14 Subiram, pois, à cidade; e, vindo eles no meio da cidade, eis que Samuel lhes saiu ao encontro, para subir ao alto.

15 Porque o Senhor revelara isto aos ouvidos de Samuel, um dia antes que Saul viesse, dizendo:

16 Amanhã a estas horas te enviarei um homem da terra de Benjamim, o qual ungirás por capitão sobre o meu povo de Israel, e ele livrará o meu povo da mão dos filisteus; porque tenho olhado para o meu povo; porque o seu clamor chegou a mim.

17 E quando Samuel viu a Saul, o Senhor lhe respondeu: Eis aqui o homem de quem eu te falei. Este dominará sobre o meu povo.

18 E Saul se chegou a Samuel no meio da porta, e disse: Mostra-me, peço-te, onde está a casa do vidente.

19 E Samuel respondeu a Saul, e disse: Eu sou o vidente; sobe diante de mim ao alto, e comei hoje comigo; e pela manhã te despedirei, e tudo quanto está no teu coração, to declararei.

20 E quanto às jumentas que há três dias se te perderam, não ocupes o teu coração com elas, porque já se acharam. E para quem é todo o desejo de Israel? Porventura não é para ti, e para toda a casa de teu pai?

21 Então respondeu Saul, e disse: Porventura não sou eu filho de Benjamim, da menor das tribos de Israel? E a minha família a menor de todas as famílias da tribo de Benjamim? Por que, pois, me falas com semelhantes palavras?

22 Porém Samuel tomou a Saul e ao seu moço, e os levou à câmara; e deu-lhes lugar acima de todos os convidados, que eram uns trinta homens.

23 Então disse Samuel ao cozinheiro: Dá aqui a porção que te dei, de que te disse: Põe-na à parte contigo.

24 Levantou, pois, o cozinheiro a espádua, com o que havia nela, e pô-la diante de Saul; e disse Samuel: Eis que o que foi reservado está diante de ti. Come; porque se guardou para ti para esta ocasião, dizendo eu: Tenho convidado o povo. Assim comeu Saul aquele dia com Samuel.

25 Então desceram do alto para a cidade; e falou com Saul sobre o eirado.

26 E se levantaram de madrugada; e sucedeu que, quase ao subir da alva, chamou Samuel a Saul ao eirado, dizendo: Levanta-te, e despedir-te-ei. Levantou-se Saul, e saíram ambos para fora, ele e Samuel.

27 E, descendo eles para a extremidade da cidade, Samuel disse a Saul: Dize ao moço que passe adiante de nós (e passou); porém tu espera agora, e te farei ouvir a palavra de Deus.

1 Samuel 10

Ouça o áudio do capítulo:

1 Então tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e beijou-o, e disse: Porventura não te ungiu o SENHOR por capitão sobre a sua herança?

2 Apartando-te hoje de mim, acharás dois homens junto ao sepulcro de Raquel, no termo de Benjamim, em Zelza, os quais te dirão: Acharam-se as jumentas que foste buscar, e eis que já o teu pai deixou o negócio das jumentas, e anda aflito por causa de vós, dizendo: Que farei eu por meu filho?

3 E quando dali passares mais adiante, e chegares ao carvalho de Tabor, ali te encontrarão três homens, que vão subindo a Deus a Betel; um levando três cabritos, o outro três bolos de pão e o outro um odre de vinho.

4 E te perguntarão como estás, e te darão dois pães, que tomarás das suas mãos.

5 Então chegarás ao outeiro de Deus, onde está a guarnição dos filisteus; e há de ser que, entrando ali na cidade, encontrarás um grupo de profetas que descem do alto, e trazem diante de si saltérios, e tambores, e flautas, e harpas; e eles estarão profetizando.

6 E o Espírito do Senhor se apoderará de ti, e profetizarás com eles, e tornar-te-ás um outro homem.

7 E há de ser que, quando estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão, porque Deus é contigo.

8 Tu, porém, descerás antes de mim a Gilgal, e eis que eu descerei a ti, para sacrificar holocaustos, e para oferecer ofertas pacíficas; ali sete dias esperarás, até que eu venha a ti, e te declare o que hás de fazer.

9 Sucedeu, pois, que, virando ele as costas para partir de Samuel, Deus lhe mudou o coração em outro; e todos aqueles sinais aconteceram naquele mesmo dia.

10 E, chegando eles ao outeiro, eis que um grupo de profetas lhes saiu ao encontro; e o Espírito de Deus se apoderou dele, e profetizou no meio deles.

11 E aconteceu que, como todos os que antes o conheciam viram que ele profetizava com os profetas, então disse o povo, cada um ao seu companheiro: Que é o que sucedeu ao filho de Quis? Está também Saul entre os profetas?

12 Então um homem dali respondeu, e disse: Pois quem é o pai deles? Pelo que se tornou em provérbio: Está Saul também entre os profetas?

13 E, acabando de profetizar, foi ao alto.

14 E disse-lhe o tio de Saul, a ele e ao seu moço: Aonde fostes? E disse ele: A buscar as jumentas, e, vendo que não apareciam, fomos a Samuel.

15 Então disse o tio de Saul: Declara-me, peço-te, o que vos disse Samuel?

16 E disse Saul a seu tio: Declarou-nos, na verdade, que as jumentas foram encontradas. Porém o negócio do reino, de que Samuel falara, não lhe declarou.

17 Convocou, pois, Samuel o povo ao Senhor, em Mizpá.

18 E disse aos filhos de Israel: Assim disse o Senhor Deus de Israel: Eu fiz subir a Israel do Egito, e livrei-vos da mão dos egípcios e da mão de todos os reinos que vos oprimiam.

19 Mas vós tendes rejeitado hoje a vosso Deus, que vos livrou de todos os vossos males e trabalhos, e lhe tendes falado: Põe um rei sobre nós. Agora, pois, ponde-vos perante o Senhor, pelas vossas tribos e segundo os vossos milhares.

20 Tendo, pois, Samuel feito chegar todas as tribos, tomou-se a tribo de Benjamim.

21 E, fazendo chegar a tribo de Benjamim pelas suas famílias, tomou-se a família de Matri; e dela se tomou Saul, filho de Quis; e o buscaram, porém não se achou.

22 Então tornaram a perguntar ao Senhor se aquele homem ainda viria ali. E disse o Senhor: Eis que se escondeu entre a bagagem.

23 E correram, e o tomaram dali, e pôs-se no meio do povo; e era mais alto do que todo o povo desde o ombro para cima.

24 Então disse Samuel a todo o povo: Vedes já a quem o Senhor escolheu? Pois em todo o povo não há nenhum semelhante a ele. Então jubilou todo o povo, e disse: Viva o rei!

25 E declarou Samuel ao povo o direito do reino, e escreveu-o num livro, e pô-lo perante o Senhor; então despediu Samuel a todo o povo, cada um para sua casa.

26 E foi também Saul à sua casa, em Gibeá; e foram com ele do exército aqueles cujos corações Deus tocara.

27 Mas os filhos de Belial disseram: É este o que nos há de livrar? E o desprezaram, e não lhe trouxeram presentes; porém ele se fez como surdo.

1 Samuel 11

Ouça o áudio do capítulo:

1 Então subiu Naás, amonita, e sitiou a Jabes-Gileade; e disseram todos os homens de Jabes a Naás: Faze aliança conosco, e te serviremos.

2 Porém Naás, amonita, lhes disse: Com esta condição farei aliança convosco: que a todos vos arranque o olho direito, e assim ponha esta afronta sobre todo o Israel.

3 Então os anciãos de Jabes lhe disseram: Deixa-nos por sete dias, para que enviemos mensageiros por todos os termos de Israel, e, não havendo ninguém que nos livre, então viremos a ti.

4 E, vindo os mensageiros a Gibeá de Saul, falaram estas palavras aos ouvidos do povo. Então todo o povo levantou a sua voz, e chorou.

5 E eis que Saul vinha do campo, atrás dos bois; e disse Saul: Que tem o povo, que chora? E contaram-lhe as palavras dos homens de Jabes.

6 Então o Espírito de Deus se apoderou de Saul, ouvindo estas palavras; e acendeu-se em grande maneira a sua ira.

7 E tomou uma junta de bois, e cortou-os em pedaços, e os enviou a todos os termos de Israel pelas mãos dos mensageiros, dizendo: Qualquer que não seguir a Saul e a Samuel, assim se fará aos seus bois. Então caiu o temor do Senhor sobre o povo, e saíram como um só homem.

8 E contou-os em Bezeque; e houve dos filhos de Israel trezentos mil, e dos homens de Judá trinta mil.

9 Então disseram aos mensageiros que vieram: Assim direis aos homens de Jabes-Gileade: Amanhã, em aquecendo o sol, vos virá livramento. Vindo, pois, os mensageiros, e anunciando-o aos homens de Jabes, se alegraram.

10 E os homens de Jabes disseram aos amonitas: Amanhã sairemos a vós; então nos fareis conforme a tudo o que parecer bem aos vossos olhos.

11 E sucedeu que ao outro dia Saul pôs o povo em três companhias, e vieram ao meio do arraial pela vigília da manhã, e feriram aos amonitas até que o dia aqueceu; e sucedeu que os restantes se espalharam, de modo que não ficaram dois deles juntos.

12 Então disse o povo a Samuel: Quem é aquele que dizia que Saul não reinaria sobre nós? Dai-nos aqueles homens, e os mataremos.

13 Porém Saul disse: Hoje não morrerá nenhum, pois hoje tem feito o Senhor um livramento em Israel.

14 E disse Samuel ao povo: Vinde, vamos nós a Gilgal, e renovemos ali o reino.

15 E todo o povo partiu para Gilgal, onde proclamaram a Saul por rei perante o Senhor, e ofereceram ali ofertas pacíficas perante o Senhor; e Saul se alegrou muito ali com todos os homens de Israel.

1 Samuel 12

Ouça o áudio do capítulo:

1 Então disse Samuel a todo o Israel: Eis que ouvi a vossa voz em tudo quanto me dissestes, e constituí sobre vós um rei.

2 Agora, pois, eis que o rei vai adiante de vós. Eu já envelheci e encaneci, e eis que meus filhos estão convosco, e tenho andado diante de vós desde a minha mocidade até ao dia de hoje.

3 Eis-me aqui; testificai contra mim perante o Senhor, e perante o seu ungido, a quem o boi tomei, a quem o jumento tomei, e a quem defraudei, a quem tenho oprimido, e de cuja mão tenho recebido suborno e com ele encobri os meus olhos, e vo-lo restituirei.

4 Então disseram: Em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem recebeste coisa alguma da mão de ninguém.

5 E ele lhes disse: O Senhor seja testemunha contra vós, e o seu ungido seja hoje testemunha, que nada tendes achado na minha mão. E disse o povo: Ele é testemunha.

6 Então disse Samuel ao povo: O Senhor é o que escolheu a Moisés e a Arão, e tirou a vossos pais da terra do Egito.

7 Agora, pois, ponde-vos aqui em pé, e pleitearei convosco perante o Senhor, sobre todos os atos de justiça do Senhor, que fez a vós e a vossos pais.

8 Havendo entrado Jacó no Egito, vossos pais clamaram ao Senhor, e o Senhor enviou a Moisés e a Arão que tiraram a vossos pais do Egito, e os fizeram habitar neste lugar.

9 Porém esqueceram-se do Senhor seu Deus; então os vendeu à mão de Sísera, capitão do exército de Hazor, e na mão dos filisteus, e na mão do rei dos moabitas, que pelejaram contra eles.

10 E clamaram ao Senhor, e disseram: Pecamos, pois deixamos ao Senhor, e servimos aos baalins e astarotes; agora, pois, livra-nos da mão de nossos inimigos, e te serviremos.

11 E o Senhor enviou a Jerubaal, e a Bedã, e a Jefté, e a Samuel; e livrou-vos da mão de vossos inimigos em redor, e habitastes seguros.

12 E vendo vós que Naás, rei dos filhos de Amom, vinha contra vós, me dissestes: Não, mas reinará sobre nós um rei; sendo, porém, o Senhor vosso Deus, o vosso rei.

13 Agora, pois, vedes aí o rei que elegestes e que pedistes; e eis que o Senhor tem posto sobre vós um rei.

14 Se temerdes ao Senhor, e o servirdes, e derdes ouvidos à sua voz, e não fordes rebeldes ao mandado do Senhor, assim vós, como o rei que reina sobre vós, seguireis o Senhor vosso Deus.

15 Mas se não derdes ouvidos à voz do Senhor, e antes fordes rebeldes ao mandado do Senhor, a mão do Senhor será contra vós, como o era contra vossos pais.

16 Ponde-vos também agora aqui, e vede esta grande coisa que o Senhor vai fazer diante dos vossos olhos.

17 Não é hoje a sega do trigo? Clamarei, pois, ao Senhor, e dará trovões e chuva; e sabereis e vereis que é grande a vossa maldade, que tendes feito perante o Senhor, pedindo para vós um rei.

18 Então invocou Samuel ao Senhor, e o Senhor deu trovões e chuva naquele dia; por isso todo o povo temeu sobremaneira ao Senhor e a Samuel.

19 E todo o povo disse a Samuel: Roga pelos teus servos ao Senhor teu Deus, para que não venhamos a morrer; porque a todos os nossos pecados temos acrescentado este mal, de pedirmos para nós um rei.

20 Então disse Samuel ao povo: Não temais; vós tendes cometido todo este mal; porém não vos desvieis de seguir ao Senhor, mas servi ao Senhor com todo o vosso coração.

21 E não vos desvieis; pois seguiríeis as vaidades, que nada aproveitam, e tampouco vos livrarão, porque vaidades são.

22 Pois o Senhor, por causa do seu grande nome, não desamparará o seu povo; porque aprouve ao Senhor fazer-vos o seu povo.

23 E quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós; antes vos ensinarei o caminho bom e direito.

24 Tão-somente temei ao Senhor, e servi-o fielmente com todo o vosso coração; porque vede quão grandiosas coisas vos fez.

25 Porém, se perseverardes em fazer mal, perecereis, assim vós como o vosso rei.

Patriarcas e Profetas

O Primeiro Rei de Israel

Ouça o áudio do capítulo:

Este capítulo é baseado em 1 Samuel 8-12.

O governo de Israel era administrado em nome e pela autoridade de Deus. O trabalho de Moisés, o dos setenta anciãos, dos príncipes e juízes, era simplesmente pôr em execução as leis que Deus dera; não tinham eles autoridade para legislar para a nação. Esta foi, e continuou a ser a condição da existência de Israel como nação. De tempos em tempos homens inspirados por Deus eram enviados para instruírem o povo, e guiá-lo na execução das leis. PP 444.1

O Senhor previu que Israel desejaria um rei, mas não consentiu em uma mudança nos princípios sobre os quais foi fundado o Estado. O rei devia ser representante do Altíssimo. Deus devia ser reconhecido como o Líder da nação, e Sua lei executada como a lei suprema do país. PP 444.2

Quando, inicialmente, os israelitas se estabeleceram em Canaã, reconheciam os princípios da teocracia, e a nação prosperou sob o governo de Josué. Mas o aumento da população e o intercâmbio com outras nações acarretaram uma mudança. O povo adotou muitos dos costumes dos seus vizinhos gentílicos, e assim sacrificou, em grande proporção, seu próprio caráter peculiar e santo. Gradualmente perderam sua reverência para com Deus, e deixaram de apreciar a honra de ser Seu povo escolhido. Atraídos pela pompa e ostentação dos reis gentílicos, cansaram-se de sua própria simplicidade. Rivalidades e inveja surgiram entre as tribos. Dissensões internas debilitaram-nas; estavam continuamente expostas à invasão de seus adversários gentios, e o povo começava a crer que, a fim de manter sua posição entre as nações, deveriam as tribos unir-se sob um forte governo central. Afastando-se da obediência à lei de Deus, desejaram libertar-se do governo de seu divino Soberano; e assim o pedido para terem um rei generalizou-se por todo o Israel. PP 444.3

Desde os dias de Josué o governo nunca fora dirigido com tão grande sabedoria e êxito como sob a administração de Samuel. Investido divinamente com a tríplice função de juiz, profeta e sacerdote, trabalhara ele com incansável e desinteressado zelo pelo bem-estar de seu povo, e a nação prosperara sob sua sábia administração. A ordem havia sido restabelecida, promovida a piedade, e o espírito de descontentamento impedido durante aquele tempo. Mas, com o avançar dos anos, o profeta foi obrigado a repartir com outros os cuidados do governo, e ele designou seus dois filhos para agirem como seus auxiliares. Enquanto Samuel continuava com os deveres de seu ofício em Ramá, os moços se localizaram em Berseba para administrarem a justiça entre o povo, próximo da fronteira sul do país. PP 444.4

Foi com inteiro apoio da nação que Samuel designara seus filhos para o ofício; mas eles não se mostraram dignos da escolha de seu pai. Havia o Senhor, por meio de Moisés, dado instruções especiais a Seu povo, a fim de que os príncipes de Israel julgassem retamente, tratassem com justiça da viúva e do órfão, e não recebessem suborno. Mas os filhos de Samuel “se inclinaram à avareza, e tomaram presentes, e perverteram o juízo”. Os filhos do profeta não atenderam aos preceitos que ele procurara gravar em suas mentes. Não imitaram a vida pura e abnegada de seu pai. A advertência feita a Eli não exercera sobre a mente de Samuel a influência que deveria ter exercido. Ele fora até certo ponto demasiado condescendente com seus filhos, e o resultado foi visível no caráter e na vida deles. PP 445.1

A injustiça desses juízes causava muito descontentamento, e forneceu-se assim um pretexto para se insistir na mudança que havia muito era secretamente desejada. “Todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá, e disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos. Constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações”. 1 Samuel 8:3-5. Os casos de abusos praticados entre o povo não foram referidos a Samuel. Houvesse se tornado conhecida dele a má conduta de seus filhos, e ele os teria retirado sem demora; mas isto não era o que os suplicantes desejavam. Samuel viu que o seu objetivo real era o descontentamento e o orgulho, e que seu pedido era o resultado de um propósito deliberado e decidido. Nenhuma queixa fora feita contra Samuel. Todos reconheciam a integridade e sabedoria de sua administração; mas o idoso profeta considerou o pedido como uma censura a si, e um esforço direto para o pôr de parte. Não revelou, entretanto, os seus sentimentos; não proferiu qualquer exprobração, mas levou a questão ao Senhor em oração, e apenas dEle procurou conselho. PP 445.2

E o Senhor disse a Samuel: “Ouve a voz do povo em tudo quanto te disserem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a Mim Me têm rejeitado para Eu não reinar sobre eles. Conforme a todas as obras que fizeram desde o dia em que os tirei do Egito até ao dia de hoje, pois a Mim Me deixaram, e a outros deuses serviram, assim também te fizeram a ti”. 1 Samuel 8:7, 8. O profeta foi reprovado por ofender-se com a conduta do povo em relação a si, individualmente. Não haviam manifestado desrespeito para com ele, mas para com a autoridade de Deus, que havia designado os príncipes de Seu povo. Aqueles que desprezam e rejeitam o fiel servo de Deus, mostram desdém, não meramente ao homem, mas ao Senhor que o enviou. São as palavras de Deus, Suas reprovações e conselhos, o que é anulado; é Sua autoridade que é rejeitada. PP 445.3

Os dias da máxima prosperidade de Israel foram aqueles em que reconheciam a Jeová como seu Rei — em que as leis e governo que tinham sido estabelecidos eram considerados como superiores aos de todas as outras nações. Moisés declarara a Israel com relação aos mandamentos de Deus: “Esta será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos, que ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo só é gente sábia e entendida”. Deuteronômio 4:6. Mas, afastando-se da lei de Deus, os hebreus deixaram de se tornar o povo que Deus desejava fazer deles, e então todos os males que foram o resultado de seu próprio pecado e desatino atribuíram ao governo de Deus. Tão completamente cegos se haviam tornado pelo pecado. PP 445.4

Tinha o Senhor, mediante os Seus profetas, predito que Israel seria governado por um rei; mas não se segue que esta forma de governo fosse a melhor para eles, ou de acordo com Sua vontade. Ele permitiu que o povo seguisse sua própria escolha, porque se recusaram a ser guiados por Seu conselho. Oséias declara que Deus lhes deu um rei em Sua ira. Oséias 13:11. Quando os homens preferem seguir o seu próprio caminho, sem buscar conselho de Deus, ou em oposição à Sua vontade revelada, muitas vezes Ele satisfaz seus desejos, a fim de que, por meio da amarga experiência que se segue, possam ser levados a compenetrar-se de sua loucura e a arrepender-se de seu pecado. O orgulho e a sabedoria humana demonstrar-se-ão um guia perigoso. Aquilo que o coração deseja contrário à vontade de Deus, verificar-se-á, no fim, que é uma maldição em vez de bênção. PP 446.1

Deus desejava que Seu povo apenas olhasse para Ele como seu legislador e fonte de força. Sentindo sua dependência de Deus, seriam constantemente atraídos para mais perto dEle. Tornar-se-iam elevados e enobrecidos, adaptados ao alto destino a que Ele os chamara como Seu povo escolhido. Mas, quando fosse posto sobre o trono um homem, isto tenderia a desviar de Deus a mente do povo. Eles confiariam mais na força humana, e menos no poder divino, e os erros de seu rei levá-los-iam ao pecado, e separariam a nação de Deus. PP 446.2

Samuel foi instruído a satisfazer o pedido do povo, mas adverti-los da desaprovação do Senhor, e também dar a conhecer qual seria o resultado de sua conduta. “E falou Samuel todas as palavras do Senhor ao povo, que lhe pedia um rei.” Expôs-lhes fielmente os encargos que seriam postos sobre eles, e mostrou o contraste entre tal estado de opressão e sua condição presente, relativamente livre e próspera. Seu rei imitaria de outros a pompa e o luxo, para sustentar os quais seriam necessários pesados impostos sobre suas pessoas e propriedades. O que melhor havia de entre seus moços ele exigiria para o seu serviço. Tornar-se-iam cocheiros, cavaleiros e batedores diante dele. Deveriam preencher as fileiras de seu exército, e exigir-se-lhes-ia cultivar seus campos, ceifar suas plantações, e fabricar implementos de guerra para o seu serviço. As filhas de Israel seriam tomadas como confeiteiras e padeiras para a casa real. Para manter sua condição régia, apoderar-se-ia do melhor de suas terras, concedidas ao povo pelo próprio Jeová. Os mais valiosos de seus servos, igualmente, e de seu gado, ele tomaria e os empregaria “no seu trabalho”. Além de tudo isto o rei exigiria um dízimo de toda a sua receita, dos lucros de seu trabalho, ou dos produtos do solo. “Vós lhe servireis de criados”, concluiu o profeta. “Então naquele dia clamareis por causa de vosso rei, que vós houverdes escolhido; mas o Senhor não vos ouvirá naquele dia”. 1 Samuel 8:10-18. Por mais pesadas que se achassem suas exigências, uma vez estabelecida a monarquia, não a poderiam eles depor à vontade. PP 446.3

Mas o povo deu a resposta: “Não, mas haverá sobre nós um rei. E nós também seremos como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras.” PP 447.1

“Como todas as outras nações”. 1 Samuel 8:19, 20. Os israelitas não compreendiam que serem neste sentido diferentes de outras nações era um privilégio e bênção especiais. Deus havia separado os israelitas de todos os outros povos, para deles fazer Seu tesouro peculiar. Eles, porém, não tomando em consideração esta alta honra, desejaram avidamente imitar o exemplo dos gentios! E ainda o anelo de conformar-se às práticas e costumes mundanos existe entre o povo professo de Deus. Afastando-se eles do Senhor, tornam-se ambiciosos dos proveitos e honras do mundo. Cristãos acham-se constantemente procurando imitar as práticas dos que adoram o deus deste mundo. Muitos insistem em que, unindo-se aos mundanos e conformando-se aos seus costumes, poderiam exercer uma influência mais forte sobre os ímpios. Mas todos os que adotam tal método de proceder, separam-se desta maneira da Fonte de sua força. Tornando-se amigos do mundo, são inimigos de Deus. Por amor à distinção terrestre, sacrificam a indizível honra a que Deus os chamou, honra esta de mostrarem os louvores dAquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. 1 Pedro 2:9. PP 447.2

Com profunda tristeza Samuel escutou as palavras do povo; mas o Senhor lhe disse: “Dá ouvidos à sua voz, e constitui-lhes rei”. 1 Samuel 8:22. O profeta cumprira o seu dever. Apresentara fielmente o aviso, e este fora rejeitado. Com pesaroso coração despediu o povo, e retirou-se a fim de preparar a grande mudança no governo. PP 447.3

A vida de pureza e devoção abnegada de Samuel era uma repreensão perpétua tanto para os sacerdotes e anciãos que só cuidavam de si, como para a congregação de Israel, orgulhosa e sensual. Embora não exibisse pompa nem fizesse ostentação, seus labores traziam o cunho do Céu. Ele foi honrado pelo Redentor do mundo, sob cuja guia governou a nação hebréia. Mas o povo se cansara de sua piedade e devoção; desprezaram sua humilde autoridade, e o rejeitaram preferindo um homem que os governasse como rei. PP 447.4

No caráter de Samuel vemos refletida a semelhança de Cristo. Foi a pureza da vida do Salvador que provocou a ira de Satanás. Aquela vida era a luz do mundo, e revelava a depravação oculta no coração dos homens. Foi a santidade de Cristo que suscitou contra Ele as mais cruéis paixões dos que com um coração falso professavam a piedade. Cristo não veio com a opulência e honras da Terra; contudo as obras que realizava mostravam possuir Ele poder maior do que de qualquer príncipe humano. Os judeus esperavam que o Messias viesse a quebrar o jugo do opressor; todavia, acariciavam os pecados que lhes haviam ligado esse jugo ao pescoço. Houvesse Cristo encoberto os pecados deles e aplaudido a sua piedade, e O teriam aceito como seu rei; mas não quiseram suportar Sua destemida repreensão aos seus vícios. A beleza de um caráter em que a benevolência, a pureza e a santidade reinavam supremas, que não alimentava ódio a não ser ao pecado, eles a desprezaram. Assim tem sido em todas as épocas do mundo. A luz do Céu traz condenação sobre todos os que se recusam a andar nela. Quando repreendidos pelo exemplo daqueles que odeiam ao pecado, tornam-se os hipócritas, agentes de Satanás para afligir e perseguir os fiéis. “Todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições”. 2 Timóteo 3:12. PP 447.5

Se bem que tivesse sido predita na profecia a forma de governo monárquica para Israel, Deus Se reservara o direito de lhes escolher o rei. Os hebreus respeitaram a autoridade de Deus até ao ponto de deixarem a seleção inteiramente com Ele. A escolha recaiu sobre Saul, filho de Quis, da tribo de Benjamim. PP 448.1

As qualidades pessoais do futuro líder eram de maneira que satisfaziam aquele orgulho íntimo que inspira o desejo de terem um rei. “Entre os filhos de Israel não havia outro homem mais belo do que ele”. 1 Samuel 9:2. De porte nobre e digno, na flor da idade, garboso e alto, tinha ele a aparência de alguém que nascera para governar. No entanto, com tais atrações externas, Saul era desprovido daquelas qualidades mais elevadas que constituem a verdadeira sabedoria. Não tinha aprendido em sua mocidade a dominar suas paixões temerárias e impetuosas; nunca sentira o poder renovador da graça divina. PP 448.2

Saul era filho de um poderoso e rico chefe; todavia em conformidade com a simplicidade daqueles tempos, estava empenhado com seu pai nos humildes deveres de lavrador. Tendo-se alguns dos animais de seu pai extraviado nas montanhas, Saul foi com um servo à busca deles. Durante três dias fizeram infrutíferas buscas, quando, não estando eles longe de Ramá, a residência de Samuel, o servo propôs que indagassem do profeta a respeito dos animais que faltavam. “Ainda se acha na minha mão um quarto dum siclo de prata”, disse ele, “o qual darei ao homem de Deus, para que nos mostre o caminho”. 1 Samuel 9:8. Isso estava de acordo com o costume daqueles tempos. Uma pessoa que se aproximasse de um superior em posição social ou função, dava-lhe um pequeno presente, em sinal de respeito. PP 448.3

Aproximando-se eles da cidade, encontraram-se com algumas moças que tinham vindo tirar água, e indagaram delas acerca do vidente. Em resposta souberam que uma cerimônia religiosa estava para ocorrer, que o profeta já havia chegado, que deveria haver uma oferta no “lugar alto”, e depois daquilo um sacrifício. Uma grande mudança se havia realizado durante a administração de Samuel. Quando o chamado de Deus veio a princípio a ele, os serviços do santuário eram tidos em desdém. “Os homens desprezavam a oferta do Senhor”. 1 Samuel 2:17. Agora, porém, o culto de Deus era mantido por todo o país, e o povo manifestava interesse nos serviços religiosos. Não havendo trabalhos ministeriais no tabernáculo, os sacrifícios eram naquele tempo oferecidos em outra parte; e as cidades dos sacerdotes e levitas, aonde o povo acorria a receber instrução, foram escolhidas para este fim. Os pontos mais altos nessas cidades eram usualmente escolhidos como o lugar do sacrifício, e daí o serem chamados lugares altos. PP 448.4

À porta da cidade, Saul foi defrontado pelo próprio profeta. Deus tinha revelado a Samuel que naquela ocasião o escolhido rei de Israel se apresentaria diante dele. Estando em face um do outro, disse o Senhor a Samuel: “Eis aqui o homem de quem já te tenho dito. Este dominará sobre o Meu povo.” PP 449.1

Ao pedido de Saul — “Mostra-me, peço-te, onde está aqui a casa do vidente”, Samuel replicou: “Eu sou o vidente.” Assegurando-lhe também que os animais perdidos tinham sido encontrados, insistiu com ele para que ficasse e assistisse à festa, dando ao mesmo tempo alguma indicação do grande destino que o esperava: “Para quem é todo o desejo de Israel? porventura não é para ti, e para toda a casa de teu pai?” O coração daquele que ouvia fremiu com as palavras do profeta. Não podia perceber senão algo da significação das mesmas; pois o pedido de um rei se tornara o assunto de absorvente interesse à nação inteira. Todavia, depreciando-se modestamente, Saul replicou: “Porventura não sou eu filho de Benjamim, da mais pequena das tribos de Israel? E a minha família a mais pequena de todas as famílias da tribo de Benjamim? Por que, pois, me falas com semelhantes palavras?” 1 Samuel 9:18-21. PP 449.2

Samuel conduziu o estranho ao local da assembléia, onde estavam reunidos os homens principais da cidade. Entre eles, por determinação do profeta, o lugar de honra foi dado a Saul, e no festim o quinhão mais escolhido foi posto diante dele. Terminadas as cerimônias, Samuel levou o hóspede à sua casa, e ali, no eirado, conversou com ele, apresentando os grandes princípios sobre os quais o governo de Israel fora estabelecido, e procurando assim prepará-lo até certo ponto para o seu elevado cargo. PP 449.3

Quando Saul partiu, cedo na manhã seguinte, o profeta saiu com ele. Tendo atravessado a cidade, mandou que o servo passasse adiante. Então ordenou a Saul que parasse a fim de receber uma mensagem a ele enviada por Deus. “Então tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e o beijou, e disse: Porventura te não tem ungido o Senhor por capitão sobre a Sua herdade?” Como prova de que isto era feito por autorização divina, predisse os incidentes que ocorreriam em sua viagem para casa, e afirmou a Saul que ele seria habilitado pelo Espírito de Deus para o cargo que o esperava. “O Espírito do Senhor se apoderará de ti”, disse o profeta, “e te mudarás em outro homem. E há de ser que, quando estes sinais te vierem, faze o que achar a tua mão, porque Deus é contigo.” PP 449.4

Tendo seguido Saul o seu caminho, tudo aconteceu conforme dissera o profeta. Perto dos termos de Benjamim foi informado de que os animais perdidos tinham sido achados. Na planície de Tabor encontrou três homens que iam adorar a Deus em Betel. Um deles levava três cabritos para o sacrifício, outro três pães, e o terceiro um odre de vinho, para a festa sacrifical. Fizeram a Saul a saudação usual, e também o presentearam com dois dos três pães. Em Gibeá, sua cidade, um grupo de profetas, voltando do “lugar alto”, cantavam o louvor de Deus, com música de flautas e harpas, saltérios e tambores. Aproximando-se Saul deles, sobreveio-lhe o Espírito do Senhor e ele também tomou parte em seu cântico de louvor, e com eles profetizou. Falou com tão grande influência e sabedoria, e com tanto fervor se uniu ao culto, que aqueles que o conheciam exclamaram com espanto: “Que é o que sucedeu ao filho de Quis? Está também Saul entre os profetas?” 1 Samuel 10:1-11. PP 450.1

Tendo-se unido Saul com os profetas em seu culto, uma grande mudança operou-se nele pelo Espírito Santo. A luz da pureza e santidade divinas resplandeceu nas trevas do coração natural. Ele viu a si mesmo como estava diante de Deus. Viu a beleza da santidade. Foi agora chamado para começar a luta contra o pecado e Satanás, e fez-se-lhe compreender que neste conflito sua força deveria vir inteiramente de Deus. O plano da salvação que antes parecera obscuro e incerto, desvendou-se-lhe ao entendimento. O Senhor dotou-o de coragem e sabedoria para o seu elevado cargo. Revelou-lhe a fonte de força e graça, iluminando-lhe o entendimento quanto às exigências divinas e ao seu próprio dever. PP 450.2

A unção de Saul como rei não fora levada ao conhecimento da nação. A escolha de Deus deveria ser publicamente manifesta por meio de sorte. Para tal fim Samuel convocou o povo de Mispa. Foi feita oração rogando-se guia divina; então seguiu-se a solene cerimônia de lançar a sorte. Em silêncio a multidão congregada aguardava o resultado. A tribo, a família e a casa foram sucessivamente designadas, e então Saul, o filho de Quis, foi indicado como o indivíduo escolhido. Mas Saul não estava na assembléia. Oprimido com uma intuição da grande responsabilidade prestes a cair sobre ele, retirara-se secretamente. Foi de novo trazido à congregação, que observou com orgulho e satisfação ter ele porte real e formas nobres, sendo “mais alto do que todo o povo desde o ombro para cima”. Mesmo Samuel, quando o apresentou à assembléia, exclamou: “Vedes já a quem o Senhor tem elegido? pois em todo o povo não há nenhum semelhante a ele.” E em resposta surgiu da vasta multidão uma demorada e ruidosa aclamação de alegria: “Viva o rei!” PP 450.3

Samuel então expôs ao povo “o direito do reino” (1 Samuel 10:23-25), declarando os princípios sobre os quais o governo monárquico se baseava, e pelos quais cumpria ser dirigido. O rei não deveria agir de forma absoluta, mas conservar seu poder em sujeição à vontade do Altíssimo. Este discurso foi registrado em um livro, no qual se estabeleciam as prerrogativas do príncipe e os direitos e privilégios do povo. Embora a nação houvesse desprezado a advertência de Samuel, o fiel profeta — conquanto forçado a ceder aos seus desejos — ainda se esforçou tanto quanto possível para acautelar as suas liberdades. PP 451.1

Ao mesmo tempo em que o povo em geral estava pronto para reconhecer a Saul como seu rei, havia um grande partido em oposição. Ser escolhido um rei de Benjamim, a menor das tribos de Israel, e isto em detrimento tanto de Judá como de Efraim, as maiores e mais poderosas — era uma indiferença que não podiam tolerar. Recusaram-se a declarar submissão a Saul, ou trazer-lhe os presentes costumeiros. Os que foram os mais insistentes em seu pedido para terem um rei, eram os mesmos que se recusavam aceitar com gratidão o homem indicado por Deus. Os membros de cada facção tinham seu favorito, que desejavam ver colocado sobre o trono; e vários dentre os chefes haviam desejado a honra para si. A inveja e a desconfiança ardiam no coração de muitos. Os esforços do orgulho e da ambição haviam resultado na decepção e no desencanto. PP 451.2

Nesse estado de coisas, Saul não achou conveniente assumir a dignidade real. Deixando que Samuel administrasse o governo, como anteriormente, voltou a Gibeá. Foi honrosamente escoltado para ali por uma multidão, que, vendo a escolha divina em sua seleção, estava decidida a apoiá-lo. Mas ele não fez tentativas para manter pela força seu direito ao trono. Em seu lar, entre as terras altas de Benjamim, pacificamente ocupou-se com os deveres de lavrador, deixando inteiramente a Deus o estabelecimento de sua autoridade. PP 451.3

Logo depois da designação de Saul, os amonitas sob a administração de seu rei, Naás, invadiram o território das tribos ao oriente do Jordão, e ameaçaram a cidade de Jabes-Gileade. Os habitantes procuraram negociar a paz, oferecendo-se para se fazerem tributários dos amonitas. Com isto o cruel rei não quis consentir a não ser sob condição de poder arrancar o olho direito de cada um deles, tornando-os assim testemunhas duradouras de seu poder. PP 451.4

O povo da cidade sitiada pediu um prazo de sete dias. Com isto consentiram os amonitas, julgando assim aumentar a honra de seu esperado triunfo. Imediatamente foram expedidos de Jabes mensageiros, em busca de auxílio das tribos ao oeste do Jordão. Levaram a notícia a Gibeá, suscitando terror em vasta região. Saul, voltando à noite de acompanhar os bois no campo, ouviu o alto pranto que falava de alguma grande calamidade. Perguntou: “Que tem o povo, que chora?” Quando lhe foi repetida a vergonhosa história, despertaram-se todas as suas forças dormentes. “O Espírito de Deus Se apoderou de Saul. [...] E tomou um par de bois, e cortou-os em pedaços, e os enviou a todos os termos de Israel pelas mãos dos mensageiros, dizendo: Qualquer que não sair atrás de Saul e atrás de Samuel, assim se fará aos seus bois”. 1 Samuel 11:5-7. PP 451.5

Trezentos e trinta mil homens se reuniram na planície de Bezeque, sob o comando de Saul. Imediatamente foram enviados mensageiros à cidade sitiada, com a afirmação de que poderiam esperar auxílio no dia seguinte, que era o próprio dia em que deveriam submeter-se aos amonitas. Por meio de uma rápida marcha noturna, Saul e seu exército atravessaram o Jordão, e chegaram diante de Jabes “pela vigília da manhã”. Como Gideão, dividindo sua força em três companhias, caiu sobre o arraial dos amonitas naquela hora matutina, quando, não suspeitando perigo, estavam menos prevenidos. No pânico que se seguiu foram derrotados, com grande mortandade. E “os restantes se espalharam, que não ficaram dois deles juntos”. 1 Samuel 11:11. PP 452.1

A prontidão e bravura de Saul, bem como suas aptidões de general ostentadas ao conduzir com êxito uma força tão grande, eram qualidades que o povo de Israel desejara em um rei, a fim de que pudessem competir com outras nações. Saudaram-no agora como seu rei atribuindo a honra da vitória a forças humanas, e esquecendo-se de que, sem a bênção especial de Deus, todos os seus esforços teriam sido nulos. Em seu entusiasmo propuseram alguns matar os que se tinham a princípio recusado a reconhecer a autoridade de Saul. Mas o rei interveio, dizendo: “Hoje não morrerá nenhum, pois hoje tem obrado o Senhor um livramento em Israel.” Aqui deu Saul prova da mudança que se tinha operado em seu caráter. Em vez de tomar para si a honra, deu glória a Deus. Em vez de mostrar desejo de vingança, manifestou um espírito de compaixão e perdão. Isto é prova inequívoca de que a graça de Deus habita no coração. PP 452.2

Samuel propôs então que uma assembléia nacional fosse convocada em Gilgal, a fim de que o reino pudesse ali ser publicamente confirmado a Saul. Isto foi feito; “e ofereceram ali ofertas pacíficas perante o Senhor; e Saul se alegrou muito ali com todos os homens de Israel”. 1 Samuel 11:13, 15. PP 452.3

Gilgal tinha sido o local do primeiro acampamento de Israel na Terra Prometida. Foi ali que Josué, por determinação divina, construiu uma coluna de doze pedras para comemorar a miraculosa passagem do Jordão. Ali fora renovada a circuncisão. Ali celebraram a primeira Páscoa, depois do pecado de Cades, e da peregrinação no deserto. Ali cessou o maná. Ali o Capitão do exército do Senhor Se revelou como comandante-em-chefe das tropas de Israel. Daquele ponto marcharam para a subversão de Jericó e conquista de Ai. Ali Acã recebeu a pena de seu pecado, e ali foi feito com os gibeonitas aquele tratado que puniu a negligência de Israel de aconselhar-se com Deus. Nessa planície, ligada com tantas lembranças comoventes, estavam em pé Samuel e Saul; e, quando cessaram as aclamações de boas-vindas ao rei, o idoso profeta proferiu suas palavras de despedida como governador da nação. PP 452.4

“Eis que ouvi a vossa voz”, disse ele, “em tudo quanto me dissestes, e pus sobre vós um rei. Agora, pois, eis que o rei vai diante de vós, e já envelheci e encaneci, [...] e eu tenho andado diante de vós desde a minha mocidade até ao dia de hoje. Eis-me aqui, testificai contra mim, perante o Senhor, e perante o Seu ungido, a quem tomei o boi, a quem tomei o jumento, e a quem defraudei, a quem tenho oprimido, e de cuja mão tenho tomado presente e com ele encobri os meus olhos, e vo-lo restituirei.” A uma voz o povo respondeu: “Em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem tomaste coisa alguma da mão de ninguém”. 1 Samuel 12:1-4. PP 453.1

Samuel não estava procurando meramente justificar sua conduta. Tinha previamente apresentado os princípios que deveriam governar tanto o rei como o povo, e desejava acrescentar às suas palavras o peso de seu exemplo. Desde a meninice havia estado ligado com a obra de Deus, e durante sua longa vida tivera sempre um único objetivo diante de si — a glória de Deus e o máximo bem de Israel. PP 453.2

Antes que pudesse haver qualquer esperança de prosperidade para Israel, deveriam eles ser levados ao arrependimento diante de Deus. Em conseqüência do pecado, tinham perdido a fé em Deus e o discernimento acerca de Seu poder e sabedoria para governar a nação — perderam a confiança em Sua habilidade para reivindicar Sua causa. Antes de poderem encontrar a verdadeira paz, deveriam ser levados a ver e confessar o próprio pecado de que haviam sido culpados. Tinham declarado ser este o objetivo no pedido de um rei: “O nosso rei nos julgará, e sairá diante de nós, e fará as nossas guerras”. 1 Samuel 8:20. Samuel contou novamente a história de Israel, desde o dia em que Deus os tirou do Egito. Jeová, o Rei dos reis, tinha ido diante deles, e pelejara suas guerras. Muitas vezes seus pecados os haviam entregue em poder de seus inimigos, mas apenas se desviavam de seus maus caminhos e a misericórdia de Deus suscitava um libertador. O Senhor enviou Gideão e Baraque, “e a Jefté, e a Samuel; e livrou-vos da mão de vossos inimigos, em redor, e habitastes seguros”. Contudo, quando ameaçados de perigo, declararam: “Reinará sobre nós um rei”, sendo, disse o profeta, “o Senhor vosso Deus o vosso Rei”. PP 453.3

“Agora, pois”, continuou Samuel, “ponde-vos também agora aqui, vede esta grande coisa que o Senhor vai fazer diante dos vossos olhos. Não é hoje a sega dos trigos? clamarei, pois, ao Senhor, e dará trovões e chuva; e sabereis e vereis que é grande a vossa maldade que tendes feito perante o Senhor, pedindo para vós um rei. Então invocou Samuel ao Senhor, e o Senhor deu trovões e chuva naquele dia.” No tempo da colheita do trigo, em Maio e Junho, não caía chuva no Oriente. O céu estava sem nuvens, e o ar sereno e agradável. Uma tempestade tão violenta naquela ocasião encheu de temor todos os corações. Com humilhação o povo confessou agora o seu pecado, o próprio pecado de que haviam sido culpados: “Roga pelos teus servos ao Senhor teu Deus, para que não venhamos a morrer; porque a todos os nossos pecados temos acrescentado este mal, de pedirmos para nós um rei”. 1 Samuel 12:11-19. PP 453.4

Samuel não deixou o povo em estado de desânimo, pois isto teria impedido todo o esforço para uma vida melhor. Satanás levá-los-ia a considerar Deus como severo e implacável, e assim estariam expostos a muitas tentações. Deus é misericordioso e perdoador, desejando sempre mostrar favor para com Seu povo, quando este obedece à Sua voz. “Não temais”, foi a mensagem de Deus pelo Seu servo; “vós tendes cometido todo este mal; porém não vos desvieis de seguir ao Senhor, mas servi ao Senhor com todo o vosso coração. E não vos desvieis; pois seguiríeis as vaidades, que nada aproveitam, e tampouco vos livrarão, porque vaidades são. Pois o Senhor não desamparará o Seu povo.” PP 454.1

Samuel nada disse quanto à indiferença que havia sido mostrada para com ele; não proferiu exprobração pela ingratidão com que Israel havia pago sua longa vida de dedicação; antes, assegurou-lhes seu incessante interesse por eles: “Longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós; antes vos ensinarei o caminho bom e direito. Tão-somente temei ao Senhor, e servi-O fielmente com todo o vosso coração; porque vede quão grandiosas coisas vos fez. Porém, se perseverardes em fazer mal, perecereis, assim vós como o vosso rei”. 1 Samuel 12:20-25. PP 454.2

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