Introdução


Dia 321 - Saturday, 16 de November de 2024
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22 min

Salmos 144

Ouça o áudio do capítulo:

1 Bendito seja o SENHOR, minha rocha, que ensina as minhas mãos para a peleja e os meus dedos para a guerra;

2 Benignidade minha e fortaleza minha; alto retiro meu e meu libertador és tu; escudo meu, em quem eu confio, e que me sujeita o meu povo.

3 Senhor, que é o homem, para que o conheças, e o filho do homem, para que o estimes?

4 O homem é semelhante à vaidade; os seus dias são como a sombra que passa.

5 Abaixa, ó Senhor, os teus céus, e desce; toca os montes, e fumegarão.

6 Vibra os teus raios e dissipa-os; envia as tuas flechas, e desbarata-os.

7 Estende as tuas mãos desde o alto; livra-me, e arrebata-me das muitas águas e das mãos dos filhos estranhos,

8 Cuja boca fala vaidade, e a sua mão direita é a destra de falsidade.

9 A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com o saltério e instrumento de dez cordas te cantarei louvores;

10 A ti, que dás a salvação aos reis, e que livras a Davi, teu servo, da espada maligna.

11 Livra-me, e tira-me das mãos dos filhos estranhos, cuja boca fala vaidade, e a sua mão direita é a destra de iniqüidade,

12 Para que nossos filhos sejam como plantas crescidas na sua mocidade; para que as nossas filhas sejam como pedras de esquina lavradas à moda de palácio;

13 Para que as nossas despensas se encham de todo provimento; para que os nossos rebanhos produzam a milhares e a dezenas de milhares nas nossas ruas.

14 Para que os nossos bois sejam fortes para o trabalho; para que não haja nem assaltos, nem saídas, nem gritos nas nossas ruas.

15 Bem-aventurado o povo ao qual assim acontece; bem-aventurado é o povo cujo Deus é o Senhor.

Salmos 145

Ouça o áudio do capítulo:

1 Eu te exaltarei, ó Deus, rei meu, e bendirei o teu nome pelos séculos dos séculos e para sempre.

2 Cada dia te bendirei, e louvarei o teu nome pelos séculos dos séculos e para sempre.

3 Grande é o Senhor, e muito digno de louvor, e a sua grandeza inescrutável.

4 Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciarão as tuas proezas.

5 Falarei da magnificência gloriosa da tua majestade e das tuas obras maravilhosas.

6 E se falará da força dos teus feitos terríveis; e contarei a tua grandeza.

7 Proferirão abundantemente a memória da tua grande bondade, e cantarão a tua justiça.

8 Piedoso e benigno é o Senhor, sofredor e de grande misericórdia.

9 O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras.

10 Todas as tuas obras te louvarão, ó Senhor, e os teus santos te bendirão.

11 Falarão da glória do teu reino, e relatarão o teu poder,

12 Para fazer saber aos filhos dos homens as tuas proezas e a glória da magnificência do teu reino.

13 O teu reino é um reino eterno; o teu domínio dura em todas as gerações.

14 O Senhor sustenta a todos os que caem, e levanta a todos os abatidos.

15 Os olhos de todos esperam em ti, e lhes dás o seu mantimento a seu tempo.

16 Abres a tua mão, e fartas os desejos de todos os viventes.

17 Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas obras.

18 Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade.

19 Ele cumprirá o desejo dos que o temem; ouvirá o seu clamor, e os salvará.

20 O Senhor guarda a todos os que o amam; mas todos os ímpios serão destruídos.

21 A minha boca falará o louvor do Senhor, e toda a carne louvará o seu santo nome pelos séculos dos séculos e para sempre.

Salmos 146

Ouça o áudio do capítulo:

1 Louvai ao Senhor. Ó minha alma, louva ao Senhor.

2 Louvarei ao Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus enquanto eu for vivo.

3 Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há salvação.

4 Sai-lhe o espírito, volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos.

5 Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, e cuja esperança está posta no Senhor seu Deus.

6 O que fez os céus e a terra, o mar e tudo quanto há neles, e o que guarda a verdade para sempre;

7 O que faz justiça aos oprimidos, o que dá pão aos famintos. O Senhor solta os encarcerados.

8 O Senhor abre os olhos aos cegos; o Senhor levanta os abatidos; o Senhor ama os justos;

9 O Senhor guarda os estrangeiros; sustém o órfão e a viúva, mas transtorna o caminho dos ímpios.

10 O Senhor reinará eternamente; o teu Deus, ó Sião, de geração em geração. Louvai ao Senhor.

Salmos 147

Ouça o áudio do capítulo:

1 Louvai ao SENHOR, porque é bom cantar louvores ao nosso Deus, porque é agradável; decoroso é o louvor.

2 O Senhor edifica a Jerusalém, congrega os dispersos de Israel.

3 Sara os quebrantados de coração, e lhes ata as suas feridas.

4 Conta o número das estrelas, chama-as a todas pelos seus nomes.

5 Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; o seu entendimento é infinito.

6 O Senhor eleva os humildes, e abate os ímpios até à terra.

7 Cantai ao Senhor em ação de graças; cantai louvores ao nosso Deus sobre a harpa.

8 Ele é o que cobre o céu de nuvens, o que prepara a chuva para a terra, e o que faz produzir erva sobre os montes;

9 O que dá aos animais o seu sustento, e aos filhos dos corvos, quando clamam.

10 Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz nas pernas do homem.

11 O Senhor se agrada dos que o temem e dos que esperam na sua misericórdia.

12 Louva, ó Jerusalém, ao Senhor; louva, ó Sião, ao teu Deus.

13 Porque fortaleceu os ferrolhos das tuas portas; abençoa aos teus filhos dentro de ti.

14 Ele é o que põe em paz os teus termos, e da flor da farinha te farta.

15 O que envia o seu mandamento à terra; a sua palavra corre velozmente.

16 O que dá a neve como lã; esparge a geada como cinza;

17 O que lança o seu gelo em pedaços; quem pode resistir ao seu frio?

18 Manda a sua palavra, e os faz derreter; faz soprar o vento, e correm as águas.

19 Mostra a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e os seus juízos a Israel.

20 Não fez assim a nenhuma outra nação; e quanto aos seus juízos, não os conhecem. Louvai ao Senhor.

Salmos 148

Ouça o áudio do capítulo:

1 Louvai ao SENHOR. Louvai ao SENHOR desde os céus, louvai-o nas alturas.

2 Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos.

3 Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes.

4 Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus.

5 Louvem o nome do Senhor, pois mandou, e logo foram criados.

6 E os confirmou eternamente para sempre, e lhes deu um decreto que não ultrapassarão.

7 Louvai ao Senhor desde a terra: vós, baleias, e todos os abismos;

8 Fogo e saraiva, neve e vapores, e vento tempestuoso que executa a sua palavra;

9 Montes e todos os outeiros, árvores frutíferas e todos os cedros;

10 As feras e todos os gados, répteis e aves voadoras;

11 Reis da terra e todos os povos, príncipes e todos os juízes da terra;

12 Moços e moças, velhos e crianças.

13 Louvem o nome do Senhor, pois só o seu nome é exaltado; a sua glória está sobre a terra e o céu.

14 Ele também exalta o poder do seu povo, o louvor de todos os seus santos, dos filhos de Israel, um povo que lhe é chegado. Louvai ao Senhor.

Salmos 149

Ouça o áudio do capítulo:

1 Louvai ao SENHOR. Cantai ao SENHOR um cântico novo, e o seu louvor na congregação dos santos.

2 Alegre-se Israel naquele que o fez, regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei.

3 Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe o seu louvor com tamborim e harpa.

4 Porque o Senhor se agrada do seu povo; ornará os mansos com a salvação.

5 Exultem os santos na glória; alegrem-se nas suas camas.

6 Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus, e espada de dois fios nas suas mãos,

7 Para tomarem vingança dos gentios, e darem repreensões aos povos;

8 Para prenderem os seus reis com cadeias, e os seus nobres com grilhões de ferro;

9 Para fazerem neles o juízo escrito; esta será a honra de todos os seus santos. Louvai ao Senhor.

Salmos 150

Ouça o áudio do capítulo:

1 Louvai ao SENHOR. Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder.

2 Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza.

3 Louvai-o com o som de trombeta; louvai-o com o saltério e a harpa.

4 Louvai-o com o tamborim e a dança, louvai-o com instrumentos de cordas e com órgãos.

5 Louvai-o com os címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes.

6 Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor.

O Grande Conflito

Introdução

Ouça o áudio do capítulo:

E.G.W. GC

Antes que o pecado entrasse no mundo, Adão gozava plena comunhão com seu Criador. Desde, porém, que o homem se separou de Deus pela transgressão, a raça humana ficou privada desse alto privilégio. Pelo plano da redenção, entretanto, abriu-se um caminho mediante o qual os habitantes da Terra podem ainda ter ligação com o Céu. Deus Se tem comunicado com os homens mediante o Seu Espírito; e a luz divina tem sido comunicada ao mundo pelas revelações feitas a Seus servos escolhidos. “Homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” 2 Pedro 1:21. GC 7.1

Durante os primeiros vinte e cinco séculos da história humana não houve nenhuma revelação escrita. Aqueles dentre os homens que haviam sido feitos receptáculos das revelações divinas comunicavam estas verbalmente aos seus descendentes, passando assim o seu conhecimento para gerações sucessivas. A revelação escrita data de Moisés, que foi o primeiro compilador dos fatos até então revelados, os quais enfeixou em volume. Esse trabalho prosseguiu por espaço de mil e seiscentos anos — desde Moisés, o autor do Gênesis, até João o evangelista, que nos transmitiu por escrito os mais sublimes fatos do evangelho. GC 7.2

A Escritura Sagrada aponta a Deus como seu autor; no entanto, foi escrita por mãos humanas, e no variado estilo de seus diferentes livros apresenta os característicos dos diversos escritores. As verdades reveladas são dadas por inspiração de Deus (2 Timóteo 3:16); acham-se, contudo, expressas em palavras de homens. O Ser infinito, por meio de Seu Santo Espírito, derramou luz no entendimento e coração de Seus servos. Deu sonhos e visões, símbolos e figuras; e aqueles a quem a verdade foi assim revelada, concretizaram os pensamentos em linguagem humana. GC 7.3

Os Dez Mandamentos foram pronunciados pelo próprio Deus, e por Sua própria mão foram escritos. São de redação divina e não humana. Mas a Escritura Sagrada, com suas divinas verdades, expressas em linguagem de homens, apresenta uma união do divino com o humano. União semelhante existiu na natureza de Cristo, que era o Filho de Deus e Filho do homem. Assim, é verdade com relação à Escritura, como o foi em relação a Cristo, que “o Verbo Se fez carne e habitou entre nós.” João 1:14. GC 7.4

Escritos em épocas diferentes, por homens de origem e posição diversas, e variando entre si quanto à sua capacidade intelectual e espiritual, os livros da Bíblia oferecem um singular contraste de estilos e uma variedade de formas dos assuntos expostos. A fraseologia dos diferentes escritos diverge, expondo uns os mesmos fatos com maior clareza do que outros. E como sucede, às vezes, tratarem um mesmo assunto sob aspectos e relações diferentes, pode parecer ao leitor de ocasião e imbuído de algum preconceito, que os seus conceitos divergem, quando um meditado estudo deixa transparecer claramente o seu fundo harmônico. GC 8.1

Sendo tratada por individualidades distintas, a verdade nos é assim apresentada nos seus diferentes aspectos. Um escritor se impressiona mais com uma face da questão e se especializa naqueles pontos que têm relação mais direta com as suas experiências pessoais o que ele melhor percebe e aprecia, ao passo que outro prefere encará-la por outro prisma; cada qual, porém, sob a direção de um mesmo Espírito apresenta aquilo que mais particular impressão exerce sobre o seu espírito, resultando daí uma variedade de aspectos da mesma verdade, mas perfeitamente harmônicos entre si. As verdades assim reveladas formam um conjunto perfeito que admiravelmente se adapta às necessidades do homem em todas as condições e experiências da vida. GC 8.2

É assim que Deus Se agradou comunicar Sua verdade ao mundo por meio de agências humanas que Ele próprio, pelo Seu Espírito, faz idôneas para essa missão, dirigindo-lhes a mente no tocante ao que devem falar ou escrever. Os tesouros divinos são deste modo confiados a vasos terrestres sem contudo nada perderem de sua origem celestial. O testemunho nos é transmitido nas expressões imperfeitas de nossa linguagem, conservando todavia o seu caráter de testemunho de Deus, no qual o crente submisso descobre a virtude divina, superabundante em graça e verdade. GC 8.3

Em Sua Palavra, Deus conferiu aos homens o conhecimento necessário à salvação. As Santas Escrituras devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação de Sua vontade. Elas são a norma do caráter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa. “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” 2 Timóteo 3:16, 17. GC 9.1

Todavia, o fato de que Deus revelou Sua vontade aos homens por meio de Sua Palavra, não tornou desnecessária a contínua presença e direção do Espírito Santo. Ao contrário, o Espírito foi prometido por nosso Salvador para aclarar a Palavra a Seus servos, para iluminar e aplicar os seus ensinos. E visto ter sido o Espírito de Deus que inspirou a Escritura Sagrada, é impossível que o ensino do Espírito seja contrário ao da Palavra. GC 9.2

O Espírito não foi dado — nem nunca o poderia ser — a fim de sobrepor-Se à Escritura; pois esta explicitamente declara ser ela mesma a norma pela qual todo ensino e experiência devem ser aferidos. Diz o apóstolo João: “Não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” 1 João 4:1. E Isaías declara: “À lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, não haverá manhã para eles.” Isaías 8:20. GC 9.3

Muito descrédito tem acarretado à obra do Espírito Santo o erro de certa gente que, presumindo-se iluminada por Ele, declara não mais necessitar das instruções da palavra divina. Tais pessoas agem sob impulsos que reputam como a voz de Deus às suas almas. Entretanto o espírito que as rege não é de Deus. Essa docilidade às impressões de momento, com desprezo manifesto do que ensina a Bíblia, só pode resultar em confusão e ruína, favorecendo os desígnios do maligno. Como o ministério do Espírito tem importância vital para a igreja de Cristo, é o decidido empenho de Satanás, por meio dessas excentricidades de gente desequilibrada e fanática, cobrir de opróbrio a obra do Espírito Santo e induzir o povo a negligenciar a fonte de virtude que Deus proveu para o Seu povo. GC 9.4

Em harmonia com a Palavra de Deus, deveria Seu Espírito continuar Sua obra durante todo o período da dispensação evangélica. Durante os séculos em que as Escrituras do Antigo Testamento bem como as do Novo estavam sendo dadas, o Espírito Santo não cessou de comunicar luz a mentes individuais, independentemente das revelações a serem incorporadas no cânon sagrado. A Bíblia mesma relata como, mediante o Espírito Santo, os homens receberam advertências, reprovações, conselhos e instruções, em assuntos de nenhum modo relativos à outorga das Escrituras. E faz-se menção de profetas de épocas várias, de cujos discursos nada há registrado. Semelhantemente, após a conclusão do cânon das Escrituras, o Espírito Santo deveria ainda continuar a Sua obra, esclarecendo, advertindo e confortando os filhos de Deus. GC 10.1

Jesus Cristo prometeu a Seus discípulos: O “Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, Esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” João 14:26. “Quando vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade; ... e vos anunciará o que há de vir.” João 16:13. As Escrituras claramente ensinam que estas promessas, longe de se limitarem aos dias apostólicos, se estendem à igreja de Cristo em todos os séculos. O Salvador afirma a Seus seguidores: “Estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.” Mateus 28:20. E Paulo declara que os dons e manifestações do Espírito foram postos na igreja para “o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Efésios 4:12, 13. GC 10.2

A favor dos crentes da igreja de Éfeso o apóstolo Paulo orava “para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dEle, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento... e qual a suprema grandeza do Seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder.” Efésios 1:17-19. Era a ministração do Espírito na iluminação do entendimento e desvendação dos olhos do espírito humano para penetração das coisas profundas da Palavra de Deus, que o apóstolo suplicava para a igreja de Éfeso. GC 11.1

Depois da maravilhosa manifestação do Espírito Santo no dia de Pentecoste, Pedro exortou o povo a arrepender-se e batizar-se em nome de Cristo, para a remissão de seus pecados; e disse ele: “E recebereis o dom do Espírito Santo; porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.” Atos 2:38, 39. GC 11.2

Em imediata relação com as cenas do grande dia de Deus, o Senhor, pelo profeta Joel, prometeu uma manifestação especial de Seu Espírito. Joel 2:28. Esta profecia recebeu cumprimento parcial no derramamento do Espírito, no dia de Pentecoste. Mas atingirá seu pleno cumprimento na manifestação da graça divina que acompanhará a obra final do Evangelho. GC 11.3

A grande controvérsia entre o bem e o mal há de assumir proporções cada vez maiores até o seu final desenlace. Em todas as épocas a ira de Satanás esteve voltada contra a igreja de Cristo, motivo pelo qual Deus a dotou do Seu Espírito e de Sua graça para que pudesse enfrentar todas as oposições do mal. Ao receberem os apóstolos a incumbência de levar o evangelho até os confins da Terra e escrevê-lo para as gerações futuras, Deus lhes deu a iluminação do Seu Espírito. À medida, porém, que a igreja se aproxima da hora de sua libertação definitiva, Satanás há de agir com redobrada energia. Ele desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo. Apocalipse 12:12. Ele operará “com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira.” 2 Tessalonicenses 2:9. Durante seis mil anos esse espírito superior, que ocupou outrora lugar preeminente entre os anjos de Deus, tem estado devotado a uma obra de destruição e engano. E toda habilidade e astúcia satânicas adquiridas, toda a crueldade desenvolvida nessa luta de longos séculos, serão empregadas contra o povo de Deus no conflito final. É nesse tempo cheio de perigos que os seguidores de Cristo terão de anunciar ao mundo a mensagem do segundo advento de Cristo, a fim de preparar um povo “imaculado e irrepreensível” para a volta do Senhor. 2 Pedro 3:14. Então, como nos dias dos apóstolos, a igreja terá necessidade de uma dotação especial da graça e poder divinos. GC 11.4

Mediante a iluminação do Espírito Santo, as cenas do prolongado conflito entre o bem e o mal foram patenteadas à autora destas páginas. De quando em quando me foi permitido contemplar a operação, nas diversas épocas, do grande conflito entre Cristo, o Príncipe da vida, o Autor de nossa salvação, e Satanás, o príncipe do mal, o autor do pecado, o primeiro transgressor da santa lei de Deus. A inimizade de Satanás para com Cristo manifestou-se contra os Seus seguidores. O mesmo ódio aos princípios da lei de Deus, o mesmo expediente de engano, em virtude do qual se faz o erro parecer verdade, pelo qual a lei divina é substituída pelas leis humanas, e os homens são levados a adorar a criatura em lugar do Criador, podem ser divisados em toda a história do passado. Os esforços de Satanás para representar de maneira falsa o caráter de Deus, para fazer com que os homens nutram um conceito errôneo do Criador, e assim O considerem com temor e ódio em vez de amor; seu empenho para pôr de parte a lei divina, levando o povo a julgar-se livre de suas reivindicações e sua perseguição aos que ousam resistir a seus enganos, têm sido prosseguidos com persistência em todos os séculos. Podem ser observados na história dos patriarcas, profetas e apóstolos, mártires e reformadores. GC 12.1

No grande conflito final, como em todas as eras anteriores, Satanás empregará os mesmos expedientes, manifestará o mesmo espírito, e trabalhará para o mesmo fim. Aquilo que foi, será, com a exceção de que a luta vindoura se assinalará por uma intensidade terrível, tal como o mundo jamais testemunhou. Os enganos de Satanás serão mais sutis, seus assaltos mais decididos. Se possível fora, transviaria os escolhidos. Marcos 13:22. GC 13.1

A medida que o Espírito de Deus me ia revelando à mente as grandes verdades de Sua Palavra, e as cenas do passado e do futuro, era-me ordenado tornar conhecido a outros o que assim fora revelado — delineando a história do conflito nas eras passadas, e especialmente apresentando-a de tal maneira a lançar luz sobre a luta do futuro, em rápida aproximação. Para alcançar esse propósito, esforcei-me por selecionar e agrupar fatos da história da igreja de tal maneira a esboçar o desdobramento das grandes verdades probantes que em diferentes períodos foram dadas ao mundo, as quais excitaram a ira de Satanás e a inimizade de uma igreja que ama o mundo, verdades que têm sido mantidas pelo testemunho dos que “não amaram suas vidas até à morte”. GC 13.2

Nestes relatos podemos ver uma prefiguração do conflito perante nós. Olhando-os à luz da Palavra de Deus, e pela iluminação de Seu Espírito, podemos ver a descoberto os ardis do maligno e os perigos que deverão evitar os que serão achados “irrepreensíveis” diante do Senhor em Sua vinda. GC 13.3

Os grandes acontecimentos que assinalaram o progresso da Reforma nas épocas passadas, constituem assunto da História, bastante conhecidos e universalmente reconhecidos pelo mundo protestante; são fatos que ninguém pode negar. Esta história apresentei-a de maneira breve, de acordo com o escopo deste livro e com a brevidade que necessariamente deveria ser observada, havendo os fatos sido condensados no menor espaço compatível com sua devida compreensão. Em alguns casos em que algum historiador agrupou os fatos de tal modo a proporcionar, em breve, uma visão compreensiva do assunto, ou resumiu convenientemente os pormenores, suas palavras foram citadas textualmente; nalguns outros casos, porém, não se nomeou o autor, visto como as transcrições não são feitas com o propósito de citar aquele escritor como autoridade, mas porque sua declaração provê uma apresentação do assunto, pronta e positiva. Narrando a experiência e perspectivas dos que levam avante a obra da Reforma em nosso próprio tempo, fez-se uso semelhante de suas obras publicadas. GC 13.4

O objetivo deste livro não consiste tanto em apresentar novas verdades concernentes às lutas dos tempos anteriores, como em aduzir fatos e princípios que têm sua relação com os acontecimentos vindouros. Contudo, encarados como uma parte do conflito entre as forças da luz e das trevas, vê-se que todos esses relatos do passado têm nova significação; e por meio deles projeta-se uma luz no futuro, iluminando a senda daqueles que, semelhantes aos reformadores dos séculos passados, serão chamados, mesmo com perigo de todos os bens terrestres, para testificar “da Palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo”. GC 14.1

Desdobrar as cenas do grande conflito entre a verdade e o erro; revelar os ardis de Satanás e os meios por que lhe podemos opor eficaz resistência; apresentar uma solução satisfatória do grande problema do mal, derramando luz sobre a origem e a disposição final do pecado, de tal maneira a manifestar-se plenamente a justiça e benevolência de Deus em todo o Seu trato com Suas criaturas; e mostrar a natureza santa, imutável de Sua lei — eis o objetivo deste livro. Que mediante sua influência almas se possam libertar do poder das trevas, e tornar-se participantes “da herança dos santos na luz”, para louvor dAquele que nos amou e Se deu a Si mesmo por nós, é a fervorosa oração da autora. GC 14.2

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