Os Sete Diáconos


Dia 271 - Friday, 27 de September de 2024
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20 min

  • Salmos 103 e 104
  • Atos 6

Salmos 103

Ouça o áudio do capítulo:

1 Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.

2 Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios.

3 Ele é o que perdoa todas as tuas iniqüidades, que sara todas as tuas enfermidades,

4 Que redime a tua vida da perdição; que te coroa de benignidade e de misericórdia,

5 Que farta a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.

6 O Senhor faz justiça e juízo a todos os oprimidos.

7 Fez conhecidos os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel.

8 Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade.

9 Não reprovará perpetuamente, nem para sempre reterá a sua ira.

10 Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas iniqüidades.

11 Pois assim como o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem.

12 Assim como está longe o oriente do ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.

13 Assim como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem.

14 Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó.

15 Quanto ao homem, os seus dias são como a erva, como a flor do campo assim floresce.

16 Passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não será mais conhecido.

17 Mas a misericórdia do Senhor é desde a eternidade e até a eternidade sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos;

18 Sobre aqueles que guardam a sua aliança, e sobre os que se lembram dos seus mandamentos para os cumprir.

19 O Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo.

20 Bendizei ao Senhor, todos os seus anjos, vós que excedeis em força, que guardais os seus mandamentos, obedecendo à voz da sua palavra.

21 Bendizei ao Senhor, todos os seus exércitos, vós ministros seus, que executais o seu beneplácito.

22 Bendizei ao Senhor, todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio; bendize, ó minha alma, ao Senhor.

Salmos 104

Ouça o áudio do capítulo:

1 Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR Deus meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido de glória e de majestade.

2 Ele se cobre de luz como de um vestido, estende os céus como uma cortina.

3 Põe nas águas as vigas das suas câmaras; faz das nuvens o seu carro, anda sobre as asas do vento.

4 Faz dos seus anjos espíritos, dos seus ministros um fogo abrasador.

5 Lançou os fundamentos da terra; ela não vacilará em tempo algum.

6 Tu a cobriste com o abismo, como com um vestido; as águas estavam sobre os montes.

7 À tua repreensão fugiram; à voz do teu trovão se apressaram.

8 Subiram aos montes, desceram aos vales, até ao lugar que para elas fundaste.

9 Termo lhes puseste, que não ultrapassarão, para que não tornem mais a cobrir a terra.

10 Tu, que fazes sair as fontes nos vales, as quais correm entre os montes.

11 Dão de beber a todo o animal do campo; os jumentos monteses matam a sua sede.

12 Junto delas as aves do céu terão a sua habitação, cantando entre os ramos.

13 Ele rega os montes desde as suas câmaras; a terra farta-se do fruto das suas obras.

14 Faz crescer a erva para o gado, e a verdura para o serviço do homem, para fazer sair da terra o pão,

15 E o vinho que alegra o coração do homem, e o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que fortalece o coração do homem.

16 As árvores do Senhor fartam-se de seiva, os cedros do Líbano que ele plantou,

17 Onde as aves se aninham; quanto à cegonha, a sua casa é nas faias.

18 Os altos montes são para as cabras monteses, e os rochedos são refúgio para os coelhos.

19 Designou a lua para as estações; o sol conhece o seu ocaso.

20 Ordenas a escuridão, e faz-se noite, na qual saem todos os animais da selva.

21 Os leõezinhos bramam pela presa, e de Deus buscam o seu sustento.

22 Nasce o sol e logo se acolhem, e se deitam nos seus covis.

23 Então sai o homem à sua obra e ao seu trabalho, até à tarde.

24 Ó Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas.

25 Assim é este mar grande e muito espaçoso, onde há seres sem número, animais pequenos e grandes.

26 Ali andam os navios; e o leviatã que formaste para nele folgar.

27 Todos esperam de ti, que lhes dês o seu sustento em tempo oportuno.

28 Dando-lho tu, eles o recolhem; abres a tua mão, e se enchem de bens.

29 Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras o fôlego, morrem, e voltam para o seu pó.

30 Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra.

31 A glória do Senhor durará para sempre; o Senhor se alegrará nas suas obras.

32 Olhando ele para a terra, ela treme; tocando nos montes, logo fumegam.

33 Cantarei ao Senhor enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus, enquanto eu tiver existência.

34 A minha meditação acerca dele será suave; eu me alegrarei no Senhor.

35 Desapareçam da terra os pecadores, e os ímpios não sejam mais. Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Louvai ao Senhor.

Atos 6

Ouça o áudio do capítulo:

1 Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.

2 E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.

3 Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.

4 Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.

5 E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Parmenas e Nicolau, prosélito de Antioquia;

6 E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.

7 E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.

8 E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.

9 E levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos libertinos, e dos cireneus e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Asia, e disputavam com Estêvão.

10 E não podiam resistir à sabedoria, e ao Espírito com que falava.

11 Então subornaram uns homens, para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.

12 E excitaram o povo, os anciãos e os escribas; e, investindo contra ele, o arrebataram e o levaram ao conselho.

13 E apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei;

14 Porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu.

15 Então todos os que estavam assentados no conselho, fixando os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo.

Atos dos Apóstolos

Os Sete Diáconos

Ouça o áudio do capítulo:

Este capítulo é baseado em Atos 6:1-7.

Ora naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano”. Atos 6:1. AA 48.1

A igreja primitiva era constituída de muitas classes de pessoas de diferentes nacionalidades. Ao tempo do derramamento do Espírito Santo, no dia do Pentecostes, “em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu”. Atos 2:5. Entre os que adotavam a fé dos hebreus, reunidos em Jerusalém, havia alguns comumente conhecidos como gregos; entre estes e os judeus da Palestina tinha havido desde muito tempo desconfiança e mesmo antagonismo. AA 48.2

O coração daqueles que se converteram mediante o trabalho dos apóstolos, abrandou-se e uniu-se pelo amor cristão. A despeito de preconceitos anteriores, todos estavam em harmonia uns com os outros. Satanás sabia que, enquanto essa união continuasse a existir, ele seria impotente para deter o progresso da verdade do evangelho; e procurou tirar vantagem de anteriores hábitos de pensar, na esperança de que, por esse meio, pudesse introduzir na igreja elementos de desunião. AA 48.3

Assim aconteceu que, aumentando o número dos discípulos, o inimigo conseguiu despertar suspeitas de alguns que antigamente tiveram o hábito de olhar com ciúme a seus irmãos na fé, e descobrir defeitos em seus guias espirituais; e, desta maneira, “houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus”. Atos 6:1. A causa da queixa foi a negligência que se alegava na distribuição diária de auxílio às viúvas gregas. Qualquer desigualdade seria contrária ao espírito do evangelho, contudo, Satanás conseguira despertar a suspeita. Medidas imediatas deveriam ser tomadas para remover todo o motivo de descontentamento, para que não acontecesse triunfar o inimigo em seus esforços de disseminar divisão entre os crentes. AA 48.4

Os discípulos de Jesus tinham chegado a uma crise em sua experiência. Sob a sábia direção dos apóstolos, que trabalhavam unidos no poder do Espírito Santo, a obra indicada aos mensageiros do evangelho havia-se desenvolvido rapidamente. A igreja se ampliava de contínuo, e o crescimento em membros representava constante aumento de trabalho para os que tinham responsabilidades. Pessoa alguma, ou mesmo um grupo de homens, poderiam levar sozinhos o pesado fardo sem pôr em perigo a prosperidade futura da igreja. Havia necessidade de uma redistribuição das responsabilidades que tão fielmente tinham sido levadas por uns poucos nos primeiros dias da igreja. Os apóstolos precisavam dar, então, um importante passo para a organização do evangelho na igreja, pondo sobre outros alguns dos encargos até então levados somente por eles. AA 48.5

Convocando uma reunião dos crentes, os apóstolos foram levados pelo Espírito Santo a esboçar um plano para a melhor organização de todas as forças ativas da igreja. Chegara o tempo, declararam os apóstolos, em que os chefes espirituais que superintendiam as igrejas deveriam ser aliviados da tarefa de distribuir aos pobres, e de outros encargos semelhantes, de modo que pudessem estar livres para levar avante a obra de pregar o evangelho. “Escolhei pois, irmãos, dentre vós,” disseram eles, “sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da Palavra”. Atos 6:3, 4. Este conselho foi seguido e, pela oração e imposição das mãos, sete homens escolhidos foram solenemente separados para seus deveres como diáconos. AA 49.1

A designação dos sete para tomarem a direção de ramos especiais da obra mostrou-se uma grande bênção para a igreja. Esses oficiais tomaram em cuidadosa consideração as necessidades individuais, bem como os interesses financeiros gerais da igreja; e, pela sua gestão acautelada e seu piedoso exemplo, foram, para seus colegas, um auxílio importante em conjugar os vários interesses da igreja em um todo unido. AA 49.2

Que este passo estava no desígnio de Deus é-nos revelado nos imediatos resultados para o bem, que se viram. “Crescia a Palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé”. Atos 6:7. Esse crescimento notável era tanto o resultado de maior liberdade assegurada aos apóstolos como do zelo e poder mostrados pelos sete diáconos. O fato de terem sido esses irmãos ordenados para a obra especial de olhar pelas necessidades dos pobres, não os excluía do dever de ensinar a fé. Ao contrário, foram amplamente qualificados para instruir a outros na verdade; e se empenharam na obra com grande fervor e sucesso. AA 49.3

À igreja primitiva tinha sido confiada uma obra de constante ampliação — estabelecer centros de luz e bênção, onde quer que existissem pessoas sinceras e dispostas a se dedicarem ao serviço de Cristo. A proclamação do evangelho devia abranger o mundo, e os mensageiros da cruz não poderiam esperar cumprir sua importante missão a menos que permanecessem unidos pelos laços da afinidade cristã, revelando, assim, ao mundo que eles eram um com Cristo em Deus. Não tinha seu divino Guia orado ao Pai: “Guarda em Teu nome aqueles que Me deste, para que sejam um, assim como Nós”? João 17:11. E não declarara Ele com respeito a Seus discípulos: “O mundo os aborreceu, porque não são do mundo”? João 17:14. Não pleiteara com o Pai que eles pudessem ser “perfeitos em unidade” “para que o mundo creia que Tu Me enviaste”? João 17:23, 21. Sua vida e poder espirituais dependiam de íntima relação com Aquele que os havia comissionado para pregar o evangelho. AA 49.4

Somente enquanto estivessem unidos com Cristo podiam os discípulos esperar possuir o poder acompanhante do Espírito Santo e a cooperação dos anjos do Céu. Com o auxílio desses divinos instrumentos, apresentariam ao mundo uma frente unida, e seriam vencedores no conflito que eram forçados a manter incessantemente contra os poderes das trevas. Enquanto persistissem em trabalhar unidos, mensageiros celestiais iriam adiante deles, abrindo-lhes o caminho; corações seriam preparados para a recepção da verdade, e muitos seriam ganhos para Cristo. Enquanto permanecessem unidos, a igreja avançaria “formosa como a Lua, brilhante como o Sol, formidável como um exército com bandeiras”. Cânticos 6:10. Nada lhe impediria o progresso. Ela avançaria de vitória em vitória, cumprindo gloriosamente sua divina missão de proclamar o evangelho ao mundo. AA 50.1

A organização da igreja em Jerusalém deveria servir de modelo para a organização de igrejas em todos os outros lugares em que mensageiros da verdade conquistassem conversos ao evangelho. Aqueles a quem fora entregue a responsabilidade da administração geral da igreja, não deveriam assenhorear-se da herança de Deus, mas, como sábios pastores, apascentar “o rebanho de Deus”, “servindo de exemplo ao rebanho” (1 Pedro 5:2, 3); e os diáconos deveriam ser “varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria”. Atos 6:3. Esses homens deveriam, unidos, defender o direito e mantê-lo com firmeza e decisão; assim teriam sobre o rebanho todo, uma influência para a união. AA 50.2

Mais tarde, na história da igreja primitiva, quando nas várias partes do mundo muitos grupos de crentes se constituíram em igrejas, a organização da mesma foi mais aperfeiçoada, de modo que a ordem e a ação harmoniosa pudessem ser mantidas. Todo membro era exortado a bem desempenhar sua parte. Cada qual devia fazer sábio uso dos talentos a ele confiados. Alguns foram dotados pelo Espírito Santo de dons especiais — “primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”. 1 Coríntios 12:28. Todos esses obreiros, porém, deveriam trabalhar em harmonia. AA 50.3

“Ora há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que atua tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito atua todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo assim é Cristo também”. 1 Coríntios 12:4-12. AA 50.4

Solenes são as responsabilidades que pesam sobre os que são chamados a agir como dirigentes na igreja de Deus na Terra. Nos dias da teocracia, quando Moisés estava procurando levar sozinho fardos tão pesados que logo sucumbiria sob eles, foi ele aconselhado por Jetro a fazer planos para uma sábia distribuição de responsabilidades. “Sê tu pelo povo diante de Deus,” aconselhou Jetro, “e leva tu as coisas a Deus; e declara-lhes os estatutos e as leis, e faze-lhes saber o caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer” Jetro sugeriu mais: que fossem escolhidos homens como “maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta, e maiorais de dez” Os escolhidos deviam ser “homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza” Deviam ser estabelecidos para que julgassem o povo “em todo o tempo”, aliviando assim Moisés da exaustiva responsabilidade de atender a muitos assuntos de menor importância, que podiam ser solucionados com habilidade por auxiliares consagrados. Êxodo 18:19-22. AA 51.1

O tempo e a força dos que, na providência de Deus, foram colocados em posições de mando e responsabilidade na igreja, devem ser gastos no trato com assuntos de maior importância, que demandem capacidade especial e generosidade de coração. Não é o plano de Deus que tais homens sejam solicitados na solução de assuntos de pequena consideração, que outros são bem qualificados para manejar. “Seja que todo o negócio grave tragam a ti,” aconselhou Jetro a Moisés, “mas todo o negócio pequeno eles o julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo. Se isto fizeres, e Deus to mandar, poderás então subsistir: assim também todo este povo em paz virá ao seu lugar”. Êxodo 18:22, 23. AA 51.2

Em harmonia com este plano, “escolheu Moisés homens capazes, de todo o Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo: maiorais de mil e maiorais de cem, maiorais de cinqüenta, e maiorais de dez. E eles julgaram o povo em todo o tempo; o negócio árduo trouxeram a Moisés, e todo o negócio pequeno julgaram eles”. Êxodo 18:25, 26. AA 51.3

Mais tarde, ao escolher setenta anciãos para com eles repartir as responsabilidades da liderança, Moisés foi cuidadoso em selecionar para seus auxiliares homens que possuíssem dignidade, são juízo e experiência. Em suas instruções a esses anciãos ao tempo em que foram ordenados, ele esboçou algumas das qualificações que habilitam um homem a ser dirigente sábio na igreja. “Ouvi a causa entre vossos irmãos,” disse Moisés, “e julgai justamente entre o homem e seu irmão, e entre o estrangeiro que está com ele. Não atentareis para pessoa alguma em juízo, ouvireis assim o pequeno como o grande: Não temereis a face de ninguém, porque o juízo é de Deus”. Deuteronômio 1:16, 17. AA 51.4

O rei Davi, ao fim de seu reinado, fez solene exortação aos que tinham o encargo da obra de Deus em seus dias. Convocando a Jerusalém “todos os príncipes de Israel, os príncipes das tribos, e os capitães das turmas, que serviam o rei, e os capitães dos milhares, e os capitães das centenas, e os maiorais de toda a fazenda e possessão do rei, e de seus filhos, como também os eunucos e varões, e todo o varão valente”, o idoso rei solenemente os advertiu “perante os olhos de todo o Israel, a congregação do Senhor, e perante os ouvidos do nosso Deus”, para que guardassem e buscassem “todos os mandamentos do Senhor vosso Deus”. 1 Crônicas 28:1, 8. AA 52.1

A Salomão, como aquele que devia ocupar posição de maior responsabilidade, Davi exortou de maneira especial: “E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai, e serve-O com um coração perfeito e com uma alma voluntária; porque esquadrinha o Senhor todos os corações, e entende todas as imaginações dos pensamentos: Se O buscares, será achado de ti; porém, se O deixares, rejeitar-te-á para sempre. Olha pois agora, porque o Senhor te escolheu... esforça-te”. 1 Crônicas 28:9, 10. AA 52.2

Os mesmos princípios de piedade e justiça que deviam orientar os líderes entre o povo de Deus nos dias de Moisés e de Davi, deviam ser igualmente seguidos por aqueles a quem foi entregue o cuidado da recém-organizada igreja de Deus na dispensação cristã. Na obra de ordenar as coisas em todas as igrejas, e na ordenação de homens capazes para agir como oficiais, os apóstolos se orientaram pelas altas normas de governo esboçadas no Antigo Testamento. Mantiveram o princípio de que aquele que é chamado para ocupar posição de maior responsabilidade na igreja, “seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante; retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes”. Tito 1:7-9. AA 52.3

A ordem que foi mantida na primitiva igreja cristã, possibilitou-lhes avançarem firmemente como bem disciplinado exército, vestido com a armadura de Deus. Os grupos de crentes, se bem que espalhados em um grande território, eram todos membros de um só corpo; todos se moviam com ordem e em harmonia uns com os outros. Quando surgia dissensão em uma igreja local, como mais tarde aconteceu em Antioquia e em outros lugares, e os crentes não podiam chegar a um acordo entre si, não se permitia que tais assuntos criassem divisão na igreja. Eram encaminhados a um concílio geral de todo o conjunto dos crentes, constituído de delegados designados pelas várias igrejas locais, com os apóstolos e anciãos nos cargos de maior responsabilidade. Assim; os esforços de Satanás para atacar a igreja nos lugares isolados, foram contidos pela ação adequada por parte de todos e os planos do inimigo para esfacelar e destruir foram subvertidos. AA 52.4

“Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos”. 1 Coríntios 14:33. Ele requer que o método e a ordem sejam observados na administração dos negócios da igreja hoje, não menos do que o foram nos antigos tempos. Deseja que Sua obra seja levada avante com proficiência e exatidão, de modo que possa pôr sobre ela o selo de Sua aprovação. Cristão deve estar em união com cristão, igreja com igreja, cooperando o instrumento humano com o divino, achando-se cada agência subordinada ao Espírito Santo, e tudo em combinação para dar ao mundo as boas-novas da graça de Deus. AA 53.1

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