A Lei do Novo Reino


Dia 205 - Tuesday, 23 de July de 2024
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24 min

  • Ezequiel 40-42
  • Lucas 18:24-34

Ezequiel 40

Ouça o áudio do capítulo:

1 No ano vinte e cinco do nosso cativeiro, no princípio do ano, no décimo dia do mês, catorze anos depois que a cidade foi conquistada, naquele mesmo dia veio sobre mim a mão do SENHOR, e me levou para lá.

2 Em visões de Deus me levou à terra de Israel, e me pôs sobre um monte muito alto, sobre o qual havia como que um edifício de cidade para o lado sul.

3 E, havendo-me levado ali, eis que um homem cuja aparência era como a do bronze, tendo um cordel de linho na sua mão e uma cana de medir, e estava em pé na porta.

4 E disse-me o homem: Filho do homem, vê com os teus olhos, e ouve com os teus ouvidos, e põe no teu coração tudo quanto eu te fizer ver; porque para to mostrar foste tu aqui trazido; anuncia, pois, à casa de Israel tudo quanto vires.

5 E havia um muro fora da casa, em seu redor, e na mão do homem uma cana de medir, de seis côvados, cada um dos quais tinha um côvado e um palmo; e ele mediu a largura do edifício, uma cana, e a altura, uma cana.

6 Então veio à porta que olhava para o caminho do oriente, e subiu pelos seus degraus; mediu o umbral da porta, uma cana de largo, e o outro umbral, uma cana de largo.

7 E cada câmara tinha uma cana de comprido, e uma cana de largo, e o espaço entre os aposentos era de cinco côvados; e o umbral da porta, ao pé do vestíbulo da porta, por dentro, era de uma cana.

8 Também mediu o vestíbulo da porta, por dentro, uma cana.

9 Então mediu o vestíbulo da porta, que tinha oito côvados, e os seus pilares, dois côvados, e este vestíbulo da porta, estava por dentro.

10 As câmaras da porta para o lado do oriente eram três de um lado e três do outro; a mesma medida era a dos três; também os pilares de um lado e do outro tinham a mesma medida.

11 Mediu mais a largura da entrada da porta, que era de dez côvados; e o comprimento da porta, treze côvados.

12 E o espaço em frente das câmaras era de um côvado, e de um côvado o espaço do outro lado; e cada câmara tinha seis côvados de um lado e seis côvados do outro.

13 Então mediu a porta desde o telhado de uma câmara até ao telhado da outra, vinte e cinco côvados de largo, porta contra porta.

14 Fez também os pilares, de sessenta côvados, cada pilar, do átrio, em redor da porta.

15 E, desde a face da porta da entrada até à face do vestíbulo da porta interior, havia cinqüenta côvados.

16 Havia também janelas estreitas nas câmaras, e nos seus pilares, dentro da porta ao redor, e da mesma sorte nos vestíbulos; e as janelas estavam ao redor, na parte de dentro, e nos pilares havia palmeiras.

17 E ele me levou ao átrio exterior, e eis que havia nele câmaras, e um pavimento que estava feito no átrio em redor; trinta câmaras havia naquele pavimento.

18 E o pavimento do lado das portas era proporcional ao comprimento das portas; o pavimento estava mais baixo.

19 E mediu a largura desde a dianteira da porta inferior até a dianteira do átrio interior, por fora, cem côvados, do lado do oriente e do norte.

20 E, quanto à porta que olhava para o caminho do norte, no átrio exterior, ele mediu o seu comprimento e a sua largura.

21 E as suas câmaras eram três de um lado, e três do outro, e os seus pilares e os seus arcos eram da medida da primeira porta: cinqüenta côvados era o seu comprimento, e a largura vinte e cinco côvados.

22 E as suas janelas, e os seus arcos, e as suas palmeiras, eram da medida da porta que olhava para o caminho do oriente; e subia-se para ela por sete degraus, e os seus arcos estavam diante dela.

23 E a porta do átrio interior estava defronte da porta do norte bem como da do oriente; e mediu de porta a porta cem côvados.

24 Então ele me levou ao caminho do sul, e eis que havia ali uma porta que olhava para o caminho do sul, e mediu os seus pilares e os seus arcos conforme estas medidas.

25 E havia também janelas em redor dos seus arcos, como as outras janelas; cinqüenta côvados era o comprimento, e a largura vinte e cinco côvados.

26 E de sete degraus eram as suas subidas, e os seus arcos estavam diante delas; e tinha palmeiras, uma de um lado e outra do outro, nos seus pilares.

27 Também havia uma porta no átrio interior para o caminho do sul; e mediu de porta a porta, para o caminho do sul, cem côvados.

28 Então me levou ao átrio interior pela porta do sul; e mediu a porta do sul, conforme estas medidas.

29 E as suas câmaras, e os seus pilares, e os seus arcos eram conforme estas medidas; e tinham também janelas ao redor dos seus arcos; o comprimento era de cinqüenta côvados, e a largura de vinte e cinco côvados.

30 E havia arcos em redor; o comprimento era de vinte e cinco côvados, e a largura de cinco côvados.

31 E os seus arcos estavam na direção do átrio exterior, e havia palmeiras nos seus pilares; e de oito degraus eram as suas subidas.

32 Depois me levou ao átrio interior, para o caminho do oriente, e mediu a porta conforme estas medidas;

33 E também as suas câmaras, e os seus pilares, e os seus arcos, conforme estas medidas; e havia também janelas em redor dos seus arcos; o comprimento de cinqüenta côvados, e a largura de vinte e cinco côvados.

34 E os seus arcos estavam no átrio de fora; também havia palmeiras nos seus pilares de um e de outro lado; e eram as suas subidas de oito degraus.

35 Então me levou à porta do norte, e mediu conforme estas medidas;

36 As suas câmaras, os seus pilares, e os seus arcos; também tinha janelas em redor; o comprimento era de cinqüenta côvados, e a largura de vinte e cinco côvados.

37 E os seus pilares estavam no átrio exterior; também havia palmeiras nos seus pilares de um e de outro lado; e eram as suas subidas de oito degraus.

38 E as suas câmaras e as suas entradas estavam junto aos pilares das portas onde lavavam o holocausto.

39 E no vestíbulo da porta havia duas mesas de um lado, e duas mesas do outro, para nelas se matar o holocausto e a oferta pelo pecado e pela culpa.

40 Também do lado de fora da subida para a entrada da porta do norte havia duas mesas; e do outro lado, que estava no vestíbulo da porta, havia duas mesas.

41 Quatro mesas de um lado, e quatro mesas do outro; aos lados da porta oito mesas, sobre as quais imolavam.

42 E as quatro mesas para o holocausto eram de pedras lavradas; o comprimento era de um côvado e meio, e a largura de um côvado e meio, e a altura de um côvado; e sobre elas se punham os instrumentos com que imolavam o holocausto e o sacrifício.

43 E os ganchos de um palmo de comprimento, estavam fixos por dentro em redor, e sobre as mesas estava a carne da oferta.

44 E fora da porta interior estavam as câmaras dos cantores, no átrio de dentro, que estava ao lado da porta do norte e olhava para o caminho do sul; uma estava ao lado da porta do oriente, e olhava para o caminho do norte.

45 E ele me disse: Esta câmara que olha para o caminho do sul é para os sacerdotes que têm a guarda da casa.

46 Mas a câmara que olha para o caminho do norte é para os sacerdotes que têm a guarda do altar; são estes os filhos de Zadoque, que se chegam ao Senhor, dentre os filhos de Levi, para o servir.

47 E mediu o átrio; o comprimento de cem côvados e a largura de cem côvados, um quadrado; e o altar estava diante da casa.

48 Então me levou ao vestíbulo da casa, e mediu a cada pilar do vestíbulo, cinco côvados de um lado, e cinco côvados do outro; e a largura da porta, três côvados de um lado, e três côvados do outro.

49 O comprimento do vestíbulo era de vinte côvados, e a largura de onze côvados, e era por degraus, que se subia a ele; e havia colunas junto aos pilares, uma de um lado e outra do outro.

Ezequiel 41

Ouça o áudio do capítulo:

1 Então me levou ao templo, e mediu os pilares, seis côvados de largura de um lado, e seis côvados de largura do outro, que era a largura da tenda.

2 E a largura da entrada, dez côvados; e os lados da entrada, cinco côvados de um lado e cinco côvados do outro; também mediu o seu comprimento, de quarenta côvados, e a largura, de vinte côvados.

3 E entrou no interior, e mediu o pilar da entrada, dois côvados, e a entrada, seis côvados, e a largura da entrada, sete côvados.

4 Também mediu o seu comprimento, vinte côvados, e a largura, vinte côvados, diante do templo, e disse-me: Este é o Santo dos Santos.

5 E mediu a parede da casa, seis côvados, e a largura das câmaras laterais, quatro côvados, por todo o redor da casa.

6 E as câmaras laterais, estavam em três andares, câmara sobre câmara, trinta em cada andar, e elas entravam na parede que tocava na casa pelas câmaras laterais em redor, para prenderem nela, e não travavam na parede da casa.

7 E havia maior largura nas câmaras laterais superiores, porque o caracol da casa ia subindo muito alto por todo o redor da casa, por isso que a casa tinha mais largura para cima; e assim da câmara baixa se subia à mais alta pelo meio.

8 E olhei para a altura da casa ao redor; e eram os fundamentos das câmaras laterais da medida de uma cana inteira, seis côvados grandes.

9 A grossura da parede das câmaras laterais de fora era de cinco côvados; e o que foi deixado vazio era o lugar das câmaras laterais, que estavam por dentro.

10 E entre as câmaras havia a largura de vinte côvados por todo o redor da casa.

11 E as entradas das câmaras laterais estavam voltadas para o lugar vazio; uma entrada para o caminho do norte, e outra entrada para o do sul; e a largura do lugar vazio era de cinco côvados em redor.

12 Era também o edifício que estava diante do lugar separado, do lado do ocidente, da largura de setenta côvados; e a parede do edifício de cinco côvados de largura em redor, e o seu comprimento era de noventa côvados.

13 Assim mediu a casa, do comprimento de cem côvados, como também o lugar separado, e o edifício, e as suas paredes, cem côvados de comprimento.

14 E a largura da frente da casa, e do lugar separado para o oriente, de uma e de outra parte, de cem côvados.

15 Também mediu o comprimento do edifício, diante do lugar separado, que estava por detrás, e as suas galerias de uma e de outra parte, cem côvados, com o templo de dentro e os vestíbulos do átrio.

16 Os umbrais e as janelas estreitas, e as galerias em redor nos três andares, defronte do umbral, estavam cobertas de madeira em redor; e isto desde o chão até às janelas; e as janelas estavam cobertas.

17 No espaço em cima da porta, e até na casa, no seu interior e na parte de fora, e até toda a parede em redor, por dentro e por fora, tudo por medida.

18 E foi feito com querubins e palmeiras, de maneira que cada palmeira estava entre querubim e querubim, e cada querubim tinha dois rostos,

19 A saber: um rosto de homem olhava para a palmeira de um lado, e um rosto de leãozinho para a palmeira do outro lado; assim foi feito por toda a casa em redor.

20 Desde o chão até acima da entrada estavam feitos os querubins e as palmeiras, como também pela parede do templo.

21 As ombreiras do templo eram quadradas e, no tocante à frente do santuário, a aparência de uma era como a aparência da outra,

22 O altar de madeira era de três côvados de altura, e o seu comprimento de dois côvados; os seus cantos, o seu comprimento e as suas paredes eram de madeira; e disse-me: Esta é a mesa que está perante a face do Senhor.

23 E o templo e o santuário, ambos tinham duas portas.

24 E as portas tinham duas folhas; duas folhas que viravam; duas para uma porta e duas para a outra.

25 E nelas, isto é, nas portas do templo, foram feitos querubins e palmeiras, como estavam feitos nas paredes, e havia uma trave grossa de madeira na frente do vestíbulo por fora.

26 E havia janelas estreitas, e palmeiras, de um e de outro lado, pelos lados do vestíbulo, como também nas câmaras da casa e nas grossas traves.

Ezequiel 42

Ouça o áudio do capítulo:

1 Depois disto fez-me sair para fora, ao átrio exterior, para o lado do caminho do norte; e me levou às câmaras que estavam defronte do lugar separado, e que estavam defronte do edifício, do lado norte.

2 Do comprimento de cem côvados, era a entrada do norte; e a largura era de cinqüenta côvados.

3 Em frente dos vinte côvados, que tinha o átrio interior, e em frente do pavimento que tinha o átrio exterior, havia galeria contra galeria em três andares.

4 E diante das câmaras havia um passeio de dez côvados de largo, do lado de dentro, e um caminho de um côvado, e as suas entradas eram para o lado do norte.

5 E as câmaras superiores eram mais estreitas; porque as galerias tomavam aqui mais espaço do que as de baixo e as do meio do edifício.

6 Porque elas eram de três andares, e não tinham colunas como as colunas dos átrios; por isso desde o chão se iam estreitando, mais do que as de baixo e as do meio.

7 E o muro que estava de fora, defronte das câmaras, no caminho do átrio exterior, diante das câmaras, tinha cinqüenta côvados de comprimento.

8 Pois o comprimento das câmaras, que estavam no átrio exterior, era de cinqüenta côvados; e eis que defronte do templo havia cem côvados.

9 Por baixo destas câmaras estava a entrada do lado do oriente, quando se entra nelas pelo átrio exterior.

10 Na largura do muro do átrio para o lado do oriente, diante do lugar separado, e diante do edifício, havia também câmaras.

11 E o caminho que havia diante delas era da aparência das câmaras, que davam para o norte; conforme o seu comprimento, assim era a sua largura; e todas as suas saídas eram também conforme os seus padrões, e conforme as suas entradas.

12 E conforme as portas das câmaras, que olhavam para o caminho do sul, havia também uma entrada no topo do caminho, isto é, do caminho em frente do muro direito, para o caminho do oriente, quando se entra por elas.

13 Então me disse: As câmaras do norte, e as câmaras do sul, que estão diante do lugar separado, elas são câmaras santas, em que os sacerdotes, que se chegam ao Senhor, comerão as coisas mais santas; ali porão as coisas mais santas, e a oferta de manjar, a oferta pelo pecado, e a oferta pela culpa; porque o lugar é santo.

14 Quando os sacerdotes entrarem, não sairão do santuário para o átrio exterior, mas porão ali as suas vestiduras com que ministraram, porque elas são santas; e vestir-se-ão de outras vestiduras, e assim se aproximarão do lugar pertencente ao povo.

15 E, acabando ele de medir a casa interior, ele me fez sair pelo caminho da porta, cuja face olha para o caminho do oriente; e a mediu em redor.

16 Mediu o lado oriental com a cana de medir, quinhentas canas, com a cana de medir, ao redor.

17 Mediu o lado do norte, com a cana de medir, quinhentas canas ao redor.

18 Mediu também o lado do sul, com a cana de medir, quinhentas canas.

19 Deu uma volta para o lado do ocidente, e mediu, com a cana de medir, quinhentas canas.

20 Mediu pelos quatro lados; e havia um muro em redor, de quinhentas canas de comprimento, e quinhentas de largura, para fazer separação entre o santo e o profano.

Lucas 18:24-34

Ouça o áudio do capítulo:

24 E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!

25 Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.

26 E os que ouviram isto disseram: Logo quem pode salvar-se?

27 Mas ele respondeu: As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus.

28 E disse Pedro: Eis que nós deixamos tudo e te seguimos.

29 E ele lhes disse: Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos, pelo reino de Deus,

30 Que não haja de receber muito mais neste mundo, e na idade vindoura a vida eterna.

31 E, tomando consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito;

32 Pois há de ser entregue aos gentios, e escarnecido, injuriado e cuspido;

33 E, havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará.

34 E eles nada disto entendiam, e esta palavra lhes era encoberta, não percebendo o que se lhes dizia.

O Desejado de Todas as Nações

A Lei do Novo Reino

Ouça o áudio do capítulo:

Este capítulo é baseado em Mateus 20:20-28; Marcos 10:32-45; Lucas 18:31-34.

Aproximava-se o tempo da Páscoa, e novamente Se dirigiu Jesus para Jerusalém. Reinava em Seu coração a paz de uma perfeita unidade com a vontade do Pai, e com passo decidido avançava para o lugar do sacrifício. Dos discípulos, porém, apoderava-se um sentimento de mistério, de dúvida e temor. O Salvador “ia adiante deles. E eles maravilhavam-se, e seguiam-nO atemorizados”. Marcos 10:32. DTN 382.1

Novamente chamou Cristo os doze para junto de Si e, mais positivamente que nunca, revelou-lhes Sua entrega e Seus sofrimentos. “Eis”, disse Ele, “que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito; pois há de ser entregue às gentes, e escarnecido, injuriado e cuspido; e, havendo-O açoitado, O matarão; e ao terceiro dia ressuscitará. E eles nada disto entendiam, e esta palavra lhes era encoberta, não percebendo o que se lhes dizia”. Lucas 18:31-34. DTN 382.2

Não haviam eles exatamente antes disso proclamado por toda parte: “O reino de Deus está às portas”? Não afirmara o próprio Cristo que muitos se assentariam com Abraão e Isaque e Jacó no reino de Deus? Não prometera a todo aquele que houvesse abandonado tudo por amor dEle, cem vezes mais nesta vida, e parte no Seu reino? E não dera aos doze a promessa especial de posições de alta honra em Seu reino — sentarem-se em tronos, julgando as doze tribos de Israel? Ainda agora dissera que haveriam de cumprir-se todas as coisas escritas nos profetas a Seu respeito. E não tinham eles predito a glória do reino do Messias? Em face desses pensamentos, pareciam vagas e obscuras Suas palavras acerca da traição, perseguição e morte. Fossem quais fossem as dificuldades que sobreviessem, acreditavam que o reino se haveria de estabelecer em breve. DTN 382.3

João, o filho de Zebedeu, fora um dos dois primeiros discípulos que haviam seguido a Jesus. Ele e seu irmão Tiago tinham feito parte do primeiro grupo que tudo deixara por Seu serviço. Com prazer abandonaram o lar e os amigos para estar com Ele; com Ele andaram e conversaram, estiveram com Ele na intimidade da casa e nas assembléias públicas. Ele lhes aquietara os temores, libertara-os dos perigos, aliviara-lhes os sofrimentos, confortara-os nos dissabores, e com paciência e bondade os instruíra, até que seu coração parecia ligado ao dEle e, no ardor de seu afeto, desejavam estar mais achegados a Ele em Seu reino. Em todas as oportunidades João procurava lugar junto do Salvador, e Tiago desejava ser honrado com uma ligação igualmente íntima com Ele. DTN 382.4

Sua mãe era seguidora de Cristo e servira-O liberalmente com seus meios. Em seu amor e ambição maternos, cobiçava para eles o mais honroso lugar no novo reino. Animou-os, assim, a fazer o pedido. DTN 383.1

Mãe e filhos dirigiram-se juntos a Jesus, solicitando uma graça que seu coração decididamente anelava. “Que quereis que vos faça?” perguntou Ele. A mãe respondeu: “Dize que estes meus dois filhos se assentem, um à Tua direita e outro à Tua esquerda, no Teu reino”. Mateus 20:21. DTN 383.2

Jesus Se mostra bondoso para com eles, não repreendendo seu egoísmo em procurar preferências sobre os outros irmãos. Ele lhes lê o coração, sabe a profundeza de sua afeição por Ele. Seu amor não é um afeto meramente humano; conquanto manchado pela influência do humano instrumento, é o transbordar da fonte de Seu próprio amor redentor. Ele não repreenderá, mas aprofundará e purificará. Disse: “Podeis vós beber o cálice que Eu hei de beber, e ser batizado com o batismo com que Eu sou batizado?” Mateus 20:22. Lembram-se de Suas misteriosas palavras indicando provação e sofrimento, todavia respondem confiantemente: “Podemos.” Reputariam a mais elevada honra, o demonstrar sua lealdade em compartilhar tudo quanto houvesse de sobrevir a seu Senhor. DTN 383.3

“Em verdade, vós bebereis o cálice que Eu hei de beber, e sereis batizados com o batismo com que Eu sou batizado”, disse; diante dEle achava-se uma cruz em lugar de um trono, e dois malfeitores como companheiros, um à direita e outro à esquerda. João e Tiago haviam de partilhar dos sofrimentos de seu Mestre; um, o primeiro dos irmãos a perecer à espada; o outro, o que mais longamente havia de suportar a fadiga, o opróbrio e a perseguição. DTN 383.4

“Mas o assentar-se à Minha direita ou à Minha esquerda”, continuou, “não Me pertence dá-lo, mas é para aqueles para quem Meu Pai o tem preparado”. Mateus 20:23. No reino de Deus, não se obtêm posições por favoritismo. Não são alcançadas nem recebidas por uma concessão arbitrária. São o resultado do caráter. O trono e a coroa são os penhores de uma condição atingida; são os testemunhos da vitória sobre o próprio eu, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. DTN 383.5

Muito posteriormente, quando o discípulo chegara à identificação com Cristo, através da participação dos Seus sofrimentos, o Senhor revelou a João as condições de mais proximidade no Seu reino. “Ao que vencer”, disse Cristo, “lhe concederei que se assente comigo no Meu trono; assim como Eu venci, e Me assentei com Meu Pai no Seu trono.” “A quem vencer, Eu o farei coluna no templo do Meu Deus, [...] e escreverei sobre ele o Meu nome”. Apocalipse 3:21, 12. Assim escreveu o apóstolo Paulo: “Já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo de minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia”. 2 Timóteo 4:6-8. DTN 383.6

Mais perto de Cristo estará aquele que, na Terra, mais profundamente sorveu do espírito de Seu abnegado amor — amor que “não se ensoberbece, [...] não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal” (1 Coríntios 13:4, 5) — amor que move o discípulo, como fazia ao Senhor, a dar tudo, a viver, trabalhar e sacrificar-se, até à própria morte, pela salvação da humanidade. Este espírito foi manifestado na vida de Paulo. Disse ele: “Para mim o viver é Cristo”; pois sua vida revelava Cristo aos homens; “e o morrer é ganho” — ganho para Cristo; a própria morte tornaria patente o poder de Sua graça, e atrairia almas para Ele. “Cristo será [...] engrandecido no meu corpo”, disse ele, “seja pela vida, seja pela morte”. Filipenses 1:21, 20. DTN 384.1

Quando os dez ouviram do pedido de Tiago e João, ficaram muito desgostosos. O mais elevado lugar no reino era exatamente o que cada um deles buscava para si mesmo, e zangaram-se porque os dois discípulos lhes houvessem obtido aparente vantagem. DTN 384.2

Novamente o conflito acerca de quem deveria ser o maior estava a ponto de se renovar, quando Jesus, chamando-os a Si, disse aos indignados discípulos: “Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes delas se assenhoreiam, e os seus grandes usam de autoridade sobre elas; mas entre vós não será assim.” DTN 384.3

Nos reinos do mundo, a posição implicava em engrandecimento próprio. Supunha-se que o povo existia para benefício das classes dominantes. Influência, fortuna, educação eram outros tantos meios de empolgar as massas para proveito dos dirigentes. As classes mais altas deviam pensar, decidir, gozar e dominar; às mais humildes cumpria obedecer e servir. A religião, como tudo mais, era uma questão de autoridade. Do povo esperava-se que acreditasse e procedesse segundo a direção de seus superiores. O direito do homem como homem — pensar e agir por si mesmo — era inteiramente postergado. DTN 384.4

Cristo estava estabelecendo um reino sobre princípios diversos. Chamava os homens, não à autoridade, mas ao serviço, os fortes a sofrer as fraquezas dos fracos. Poder, posição, talento, educação colocavam seus possuidores sob maior dever de servir aos semelhantes. Ainda ao mais humilde dos discípulos de Cristo, é dito: “Tudo isso é por amor de vós”. 2 Coríntios 4:15. DTN 384.5

“O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a Sua vida em resgate de muitos”. Mateus 20:28. Entre Seus discípulos, Cristo era em todos os sentidos Aquele sobre quem repousavam os cuidados e responsabilidades. Partilhava da pobreza deles, exercia abnegação em seu benefício, ia adiante deles para lhes aplainar os mais ásperos caminhos e deveria consumar em breve Sua obra terrestre, entregando a própria vida. O princípio sobre que Ele agia deve atuar nos membros da igreja, que é Seu corpo. O plano e a base da salvação são amor. No reino de Cristo, são maiores os que seguem o exemplo por Ele dado e procedem como pastores de Seu rebanho. DTN 384.6

As palavras de Paulo revelam a verdadeira dignidade e honra da vida cristã: “Sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos” (1 Coríntios 9:19), “não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar”. 1 Coríntios 10:33. DTN 385.1

Em questões de consciência, a alma deve ser deixada livre. Ninguém deve controlar o espírito de outro, julgar por outro, ou prescrever-lhe o dever. Deus dá a toda alma liberdade de pensar, e seguir suas próprias convicções. “Cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus”. Romanos 14:12. Ninguém tem direito de imergir sua individualidade na de outro. Em tudo quanto envolve princípios, “cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo”. Romanos 14:5. No reino de Cristo não há nenhuma orgulhosa opressão, nenhuma obrigatoriedade de costumes. Os anjos do Céu não vêm à Terra para mandar, e exigir homenagens, mas como mensageiros da misericórdia, a fim de cooperar com os homens em erguer a humanidade. DTN 385.2

Os princípios e as próprias palavras do ensino do Salvador permaneceram, em sua divina beleza, na memória do discípulo amado. Até seus últimos dias, a preocupação do testemunho do apóstolo às igrejas, era: “Esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.” “Conhecemos a caridade nisto: que Ele deu a Sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos”. 1 João 3:11, 16. DTN 385.3

Era esse o espírito que dominava a igreja primitiva. Depois do derramamento do Espírito Santo, “era um o coração e a alma dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria”. “Nem havia entre eles necessitado algum.” “E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça”. Atos 4:32, 34, 33. DTN 385.4

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