O Preparo dos Doze


Dia 264 - Friday, 20 de September de 2024
Marcar como lido
15 min

  • Salmos 87 e 88
  • Atos 1

Salmos 87

Ouça o áudio do capítulo:

1 O seu fundamento está nos montes santos.

2 O Senhor ama as portas de Sião, mais do que todas as habitações de Jacó.

3 Coisas gloriosas se dizem de ti, ó cidade de Deus. (Selá.)

4 Farei menção de Raabe e de Babilônia àqueles que me conhecem; eis que da Filístia, e de Tiro, e da Etiópia, se dirá: Este homem nasceu ali.

5 E de Sião se dirá: Este e aquele homem nasceram ali; e o mesmo Altíssimo a estabelecerá.

6 O Senhor contará na descrição dos povos que este homem nasceu ali. (Selá.)

7 Assim os cantores como os tocadores de instrumentos estarão lá; todas as minhas fontes estão em ti.

Salmos 88

Ouça o áudio do capítulo:

1 SENHOR Deus da minha salvação, diante de ti tenho clamado de dia e de noite.

2 Chegue a minha oração perante a tua face, inclina os teus ouvidos ao meu clamor;

3 Porque a minha alma está cheia de angústia, e a minha vida se aproxima da sepultura.

4 Estou contado com aqueles que descem ao abismo; estou como homem sem forças,

5 Livre entre os mortos, como os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais te não lembras mais, e estão cortados da tua mão.

6 Puseste-me no abismo mais profundo, em trevas e nas profundezas.

7 Sobre mim pesa o teu furor; tu me afligiste com todas as tuas ondas. (Selá.)

8 Alongaste de mim os meus conhecidos, puseste-me em extrema abominação para com eles. Estou fechado, e não posso sair.

9 A minha vista desmaia por causa da aflição. Senhor, tenho clamado a ti todo o dia, tenho estendido para ti as minhas mãos.

10 Mostrarás, tu, maravilhas aos mortos, ou os mortos se levantarão e te louvarão? (Selá.)

11 Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade na perdição?

12 Saber-se-ão as tuas maravilhas nas trevas, e a tua justiça na terra do esquecimento?

13 Eu, porém, Senhor, tenho clamado a ti, e de madrugada te esperará a minha oração.

14 Senhor, porque rejeitas a minha alma? Por que escondes de mim a tua face?

15 Estou aflito, e prestes tenho estado a morrer desde a minha mocidade; enquanto sofro os teus terrores, estou perturbado.

16 A tua ardente indignação sobre mim vai passando; os teus terrores me têm retalhado.

17 Eles me rodeiam todo o dia como água; eles juntos me sitiam.

18 Desviaste para longe de mim amigos e companheiros, e os meus conhecidos estão em trevas.

Atos 1

Ouça o áudio do capítulo:

1 Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar,

2 Até ao dia em que foi recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito Santo, aos apóstolos que escolhera;

3 Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das coisas concernentes ao reino de Deus.

4 E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que, disse ele, de mim ouvistes.

5 Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.

6 Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?

7 E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.

8 Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.

9 E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos.

10 E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco.

11 Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir.

12 Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado.

13 E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, irmào de Tiago.

14 Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos.

15 E naqueles dias, levantando-se Pedro no meio dos discípulos (ora a multidão junta era de quase cento e vinte pessoas) disse:

16 Homens irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus;

17 Porque foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério.

18 Ora, este adquiriu um campo com o galardão da iniqüidade; e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram.

19 E foi notório a todos os que habitam em Jerusalém; de maneira que na sua própria língua esse campo se chama Aceldama, isto é, Campo de Sangue.

20 Porque no livro dos Salmos está escrito: Fique deserta a sua habitação, E não haja quem nela habite, e: Tome outro o seu bispado.

21 É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós,

22 Começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição.

23 E apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias.

24 E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido,

25 Para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio lugar.

26 E, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E por voto comum foi contado com os onze apóstolos.

Atos dos Apóstolos

O Preparo dos Doze

Ouça o áudio do capítulo:

Para a tarefa de levar avante Sua obra, Cristo não escolheu os doutos ou eloqüentes do Sinédrio judaico ou do poder de Roma. Passando por alto os ensinadores judaicos cheios de justiça própria, o Mestre por excelência escolheu homens humildes, iletrados, para proclamarem as verdades que deviam abalar o mundo. Ele Se propôs preparar e educar esses homens para dirigentes de Sua igreja. Eles, por sua vez, deviam educar outros e enviá-los com a mensagem evangélica. Para que pudessem ter sucesso em sua obra, deviam eles receber o poder do Espírito Santo. Não pelo poder humano ou humana sabedoria devia o evangelho ser proclamado, mas pelo poder de Deus. AA 10.1

Por três anos e meio, estiveram os discípulos sob a direção do maior Professor que o mundo já conheceu. Por associação e contato pessoal, Cristo preparou-os para Seu serviço. Dia a dia, caminhavam a Seu lado, conversando com Ele, ouvindo Suas palavras de ânimo aos cansados e quebrantados, e vendo a manifestação de Seu poder em favor dos doentes e sofredores. Às vezes, Ele os instruía, assentando-Se entre eles junto às montanhas; outras vezes, junto ao mar ou andando pelo caminho, lhes revelava os mistérios do reino de Deus. Onde quer que houvesse corações abertos para receber a divina mensagem, Ele desdobrava as verdades do caminho da salvação. Não mandava que os discípulos fizessem isto ou aquilo, mas dizia: “Segue-Me”. Marcos 2:14. Em Suas jornadas através dos campos e das cidades, levava-os com Ele para que pudessem ver como ensinava o povo. Viajavam com Ele de um lugar a outro. Tomavam parte nas Suas frugais refeições e, como Ele, estiveram algumas vezes famintos e não raro cansados. Estiveram com Ele nas ruas apinhadas, junto ao lago e no solitário deserto. Viram-nO em todos os aspectos da vida. AA 10.2

Foi na ordenação dos doze que se deram os primeiros passos na organização da igreja que, depois da partida de Cristo devia levar avante Sua obra na Terra. A respeito dessa ordenação, diz o relato: “E subiu ao monte, e chamou para Si os que Ele quis; e vieram a Ele. E nomeou doze para que estivessem com Ele e os mandasse a pregar”. Marcos 3:13, 14. AA 10.3

Consideremos a tocante cena. Imaginemos a Majestade do Céu tendo em torno de Si os doze por Ele escolhidos. Logo os separaria para a obra que lhes havia destinado. Por meio desses débeis instrumentos, mediante Sua Palavra e Espírito, Ele Se propôs colocar a salvação ao alcance de todos. AA 10.4

Com alegria e júbilo, Deus e os anjos contemplavam essa cena. O Pai sabia que, por intermédio desses homens, a luz do Céu haveria de brilhar; que as palavras por eles ditas ao testemunharem de Seu Filho haveriam de ecoar de geração em geração, até o fim dos séculos. AA 11.1

Os discípulos deviam sair como testemunhas de Cristo para anunciar ao mundo o que dEle tinham visto e ouvido. Seu cargo era o mais importante dos cargos a que já haviam sido chamados seres humanos, apenas inferior ao do próprio Cristo. Eles deviam ser colaboradores de Deus na salvação dos homens. Como no Antigo Testamento os doze patriarcas ocupavam o lugar de representantes de Israel, assim os doze apóstolos representam a igreja evangélica. AA 11.2

Durante Seu ministério terrestre, Cristo deu início à obra de derrubar o muro de separação entre judeus e gentios e apregoar a salvação a toda a humanidade. Embora fosse judeu, comunicava-Se livremente com os samaritanos, anulando costumes farisaicos dos judeus com respeito a esse desprezado povo. Dormia sob seu teto, comia em suas mesas e ensinava em suas ruas. AA 11.3

O Salvador ansiava por desdobrar aos discípulos a verdade referente à demolição da “parede de separação” (Efésios 2:14) entre Israel e as outras nações — a verdade de que “os gentios são co-herdeiros” dos judeus, “e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho”. Efésios 3:6. Essa verdade foi revelada em parte quando Ele recompensou a fé do centurião de Cafarnaum, e quando pregou o evangelho aos habitantes de Sicar. Isso foi ainda mais plenamente revelado por ocasião de Sua visita à Fenícia, quando curou a filha da mulher cananéia. Essas experiências ajudaram os discípulos a compreender que entre aqueles a quem muitos consideravam indignos da salvação, havia pessoas famintas da luz da verdade. AA 11.4

Assim buscou Cristo ensinar aos discípulos a verdade de que, no reino de Deus, não há fronteiras territoriais, nem classes sociais; que eles deviam ir a todas as nações, levando-lhes a mensagem do amor do Salvador. Mas não foi senão mais tarde que compreenderam em toda a plenitude que Deus “de um só fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da Terra, determinando os tempos já antes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, O pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós”. Atos 17:26, 27. AA 11.5

Uma grande diversidade caracterizava esses primeiros discípulos. Eles deviam ser ensinadores do mundo e representavam amplamente variados tipos de caráter. Para conduzir com êxito a obra para a qual haviam sido chamados, esses homens, diferindo em características naturais e em hábitos de vida, necessitavam chegar à unidade de sentimento, pensamento e ação. Essa unidade Cristo tinha por objetivo conseguir. Para alcançar esse fim procurou mantê-los unidos a Ele. A responsabilidade que sentia em Sua obra por eles é expressa em Sua oração ao Pai: “Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, o és em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em Nós” “Para que o mundo conheça que Tu Me enviaste a Mim, e que os tens amado a eles como Me tens amado a Mim”. João 17:21, 23. Sua constante oração por eles era que fossem santificados pela verdade; e Ele orou com segurança, sabendo que um decreto da parte do Todo-poderoso fora feito antes que o mundo tivesse vindo à existência. Sabia que o evangelho do reino devia ser pregado para testemunho a todas as nações; que a verdade fortalecida com a onipotência do Santo Espírito seria vitoriosa na batalha contra o mal, e que a bandeira sangrenta um dia haveria de tremular triunfante sobre Seus seguidores. AA 11.6

Ao aproximar-se o término do ministério terrestre de Cristo e reconhecer Ele que logo precisaria deixar que Seus discípulos levassem avante a obra sem Sua pessoal supervisão, procurou encorajá-los e prepará-los para o futuro. Não os enganou com falsas esperanças. Como num livro aberto, leu o que deveria acontecer. Sabia que estava prestes a ser separado deles, para deixá-los como ovelhas entre lobos. Sabia que haveriam de sofrer perseguição, que seriam lançados fora das sinagogas e metidos nas prisões. Sabia que, por testemunharem dEle como o Messias, alguns experimentariam a morte. E falou-lhes alguma coisa a respeito disso. Referindo-Se ao futuro deles, foi claro e definido para que, nas aflições que viriam, pudessem lembrar Suas palavras e ser fortalecidos para crer nEle como o Redentor. AA 12.1

Falou-lhes também palavras de encorajamento e esperança. “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em Mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito: vou preparar-vos lugar. E, se Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também. Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho”. João 14:1-4. Por sua causa vim ao mundo; em seu favor tenho trabalhado. Quando Eu for, ainda trabalharei ardentemente em seu benefício. Vim ao mundo para Me revelar, de modo que vocês possam crer. Vou para o Meu Pai e o seu Pai, para atuar juntamente com Ele em seu favor. AA 12.2

“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em Mim também fará as obras que Eu faço, e as fará maiores do que estas; porque Eu vou para Meu Pai”. João 14:12. Não queria Cristo dizer com isso que os discípulos fariam maiores esforços do que os que Ele havia feito, mas que sua obra teria maior amplitude. Ele não Se referiu meramente à operação de milagres, mas a tudo quanto iria acontecer sob a influência do Espírito Santo. “Mas, quando vier o Consolador”, disse Ele, “que Eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade que procede do Pai, Ele testificará de Mim. E vós também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio”. João 15:26, 27. AA 12.3

Essas palavras foram maravilhosamente cumpridas. Depois da descida do Espírito Santo, os discípulos sentiram tanto amor por Ele, e por aqueles por quem Ele morrera, que corações se comoveram pelas palavras que falaram e pelas orações que fizeram. Falaram no poder do Espírito; e sob a influência desse poder, milhares se converteram. AA 13.1

Como representantes de Cristo, os apóstolos deviam fazer decidida impressão sobre o mundo. O fato de serem homens simples não devia diminuir-lhes a influência, antes incrementá-la; pois a mente de seus ouvintes devia ser levada deles para o Salvador que, conquanto invisível, estava ainda operando com eles. O maravilhoso ensino dos apóstolos, suas palavras de ânimo e confiança, assegurariam a todos que não era em seu próprio poder que operavam, mas no poder de Cristo. Com humildade, declarariam que Aquele que os judeus haviam crucificado era o Príncipe da vida, o Filho do Deus vivo e que em Seu nome haviam feito as obras que Ele fizera. AA 13.2

Em Sua reunião de despedida com os discípulos, na noite anterior à crucifixão, o Salvador não fez referência ao sofrimento que Ele havia suportado e teria ainda de suportar. Não falou da humilhação que estava a Sua frente, mas quis apresentar-lhes algo que pudesse fortalecer sua fé, levando-os a olhar para a frente, à recompensa que espera o vencedor. Ele Se regozijava na certeza de que poderia fazer por Seus seguidores mais do que havia prometido, e o faria; de que dEle brotariam amor e compaixão que purificariam o templo espiritual e tornariam as pessoas semelhantes a Ele no caráter; de que Sua verdade, robustecida com o poder do Espírito, sairia vencendo e para vencer. AA 13.3

“Tenho-vos dito isto”, declarou Ele, “para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo”. João 16:33. Cristo não fracassou, nem Se desencorajou; e Seus discípulos deviam mostrar fé da mesma persistente natureza. Deviam trabalhar como Ele havia trabalhado, buscando dEle forças. Embora o caminho fosse obstruído por aparentes impossibilidades, por Sua graça deveriam avançar, de nada desesperando e esperando por tudo. AA 13.4

Cristo havia terminado a obra que Lhe fora dada para fazer. Tinha reunido os que teriam de continuar Sua obra entre os homens. E disse: “E nisso sou glorificado. E Eu já não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e Eu vou para Ti. Pai santo, guarda em Teu nome aqueles que Me deste, para que sejam um, assim como Nós” “Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em Mim; para que todos sejam um” “Eu neles, e Tu em Mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que Tu Me enviaste a Mim, e que os tens amado a eles como Me tens amado a Mim”. João 17:10-11, 20-21, 23. AA 13.5

0% played
00:00