A Fornalha Ardente


Dia 125 - Saturday, 04 de May de 2024
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30 min

  • 1 Crônicas 9-11
  • Daniel 3

1 Crônicas 9

Ouça o áudio do capítulo:

1 E todo o Israel foi contado por genealogias, que estão escritas no livro dos reis de Israel; e os de Judá foram transportados a Babilônia, por causa da sua transgressão.

2 E os primeiros habitantes, que moravam na sua possessão e nas suas cidades, foram os israelitas, os sacerdotes, os levitas, e os netineus.

3 Porém alguns dos filhos de Judá, e dos filhos de Benjamim, e dos filhos de Efraim e Manassés, habitaram em Jerusalém:

4 Utai, filho de Amiúde, filho de Onri, filho de Inri, filho de Bani, dos filhos de Perez, filho de Judá;

5 E dos silonitas: Asaías o primogênito, e seus filhos;

6 E dos filhos de Zerá: Jeuel, e seus irmãos, seiscentos e noventa;

7 E dos filhos de Benjamim: Salu, filho de Mesulão, filho de Hodavias, filho de Hassenua,

8 E Ibnéias, filho de Jeroão, e Elá, filho de Uzi, filho de Micri, e Mesulão, filho de Sefatias, filho de Reuel, filho de Ibnijas;

9 E seus irmãos, segundo as suas gerações, novecentos e cinqüenta e seis; todos estes homens foram chefes dos pais nas casas de seus pais.

10 E dos sacerdotes: Jedaías, e Jeoiaribe, e Jaquim,

11 E Azarias, filho de Hilquias, filho de Mesulão, filho de Zadoque, filho de Meraiote, filho de Aitube, maioral da casa de Deus;

12 Adaías, filho de Jeroão, filho de Pasur, filho de Malquias, e Masai, filho de Adiel, filho de Jazera, filho de Mesulão, filho de Mesilemite, filho de Imer;

13 Como também seus irmãos, cabeças nas casas de seus pais, mil, setecentos e sessenta, homens valentes para a obra do ministério da casa de Deus.

14 E dos levitas: Semaías, filho de Hassube, filho de Azricão, filho de Hasabias, dos filhos de Merari;

15 E Baquebacar, Heres e Galal; e Matanias, filho de Mica, filho de Zicri, filho de Asafe;

16 E Obadias, filho de Semaías, filho de Galal, filho de Jedutum; e Berequias, filho de Asa, filho de Elcana, morador das aldeias dos netofatitas.

17 E foram porteiros: Salum, Acube, Talmom, Aimã, e seus irmãos, cujo chefe era Salum.

18 E até aquele tempo estavam de guarda à porta do rei, do lado do oriente; estes foram os porteiros dos arraiais dos filhos de Levi.

19 E Salum, filho de Coré, filho de Ebiasafe, filho de Corá, e seus irmãos da casa de seu pai, os coraítas, tinham cargo da obra do ministério, e eram guardas das portas do tabernáculo, como seus pais foram responsáveis pelo arraial do Senhor, e guardas da entrada.

20 Finéias, filho de Eleazar, antes era líder entre eles; e o Senhor era com ele.

21 E Zacarias, filho de Meselemias, porteiro da entrada da tenda da congregação.

22 Todos estes, escolhidos para serem guardas das portas, foram duzentos e doze; e foram estes, segundo as suas aldeias, postos em suas genealogias; e Davi e Samuel, o vidente, os constituíram nos seus respectivos cargos.

23 Estavam, pois, eles, e seus filhos, às portas da casa do Senhor, na casa da tenda, junto aos guardas,

24 Os porteiros estavam aos quatro lados; ao oriente, ao ocidente, ao norte, e ao sul.

25 E seus irmãos, que estavam nas suas aldeias, deviam, de tempo em tempo, vir por sete dias para servirem com eles.

26 Porque havia naquele ofício quatro porteiros principais que eram levitas, e tinham o encargo das câmaras e dos tesouros da casa de Deus.

27 E de noite ficavam em redor da casa de Deus, cuja guarda lhes tinha sido confiada, e tinham o encargo de abri-la cada manhã.

28 E alguns deles estavam encarregados dos utensílios do ministério, porque por conta os traziam e por conta os tiravam.

29 Porque deles havia alguns que tinham o encargo dos objetos e de todos os utensílios do santuário; como também da flor de farinha, do vinho, do azeite, do incenso, e das especiarias.

30 E alguns dos filhos dos sacerdotes eram os obreiros da confecção das especiarias.

31 E Matitias, dentre os levitas, o primogênito de Salum, o coraíta, tinha o encargo da obra que se fazia em sertãs.

32 E alguns dos seus irmãos, dos filhos dos coatitas, tinham o encargo de preparar os pães da proposição para todos os sábados.

33 Destes foram também os cantores, chefes dos pais entre os levitas, habitando nas câmaras, isentos de serviços; porque de dia e de noite estava a seu cargo ocuparem-se naquela obra.

34 Estes foram cabeças dos pais entre os levitas, chefes em suas gerações; estes habitaram em Jerusalém.

35 Porém em Gibeão habitaram Jeiel, pai de Gibeão (e era o nome de sua mulher Maaca).

36 E seu filho primogênito Abdom; depois Zur, Quis, Baal, Ner e Nadabe,

37 E Gedor, Aiô, Zacarias e Miclote.

38 Miclote gerou a Simeão; e também estes habitaram em Jerusalém, defronte de seus irmãos, com eles.

39 E Ner gerou a Quis; e Quis gerou a Saul, Saul gerou a Jônatas, a Malquisua, a Abinadabe e a Esbaal.

40 E o filho de Jônatas foi Meribe-Baal, e Meribe-Baal gerou a Mica.

41 E os filhos de Mica foram: Pitom, Meleque e Taréia.

42 E Acaz gerou a Jaerá, e Jaerá gerou a Alemete, a Azmavete e a Zinri; e Zinri gerou a Moza.

43 E Moza gerou a Bineá, cujo filho foi Refaías, de quem foi filho Eleasá, cujo filho foi Azel.

44 E teve Azel seis filhos, e estes foram os seus nomes: Azricão, Bocru, Ismael, Searias, Obadias e Hanã; estes foram os filhos de Azel.

1 Crônicas 10

Ouça o áudio do capítulo:

1 E os filisteus pelejaram com Israel; e os homens de Israel fugiram de diante dos filisteus, e caíram mortos nas montanhas de Gilboa.

2 E os filisteus perseguiram a Saul e aos seus filhos e mataram a Jônatas, a Abinadabe e a Malquisua, filhos de Saul.

3 E a peleja se agravou contra Saul, e os flecheiros o alcançaram; e temeu muito aos flecheiros.

4 Então disse Saul ao seu escudeiro: Arranca a tua espada, e atravessa-me com ela; para que porventura não venham estes incircuncisos e escarneçam de mim. Porém o seu escudeiro não quis, porque temia muito; então tomou Saul a espada, e se lançou sobre ela.

5 Vendo, pois, o seu escudeiro que Saul estava morto, também ele se lançou sobre a espada e morreu.

6 Assim morreram Saul e seus três filhos; e toda a sua casa morreu juntamente.

7 E, vendo todos os homens de Israel, que estavam no vale, que haviam fugido, e que Saul e seus filhos eram mortos, deixaram as suas cidades, e fugiram; então vieram os filisteus, e habitaram nelas.

8 E sucedeu que, no dia seguinte, vindo os filisteus a despojar os mortos, acharam a Saul e a seus filhos estirados nas montanhas de Gilboa.

9 E o despojaram, e tomaram a sua cabeça e as suas armas, e as enviaram pela terra dos filisteus em redor, para o anunciarem a seus ídolos e ao povo.

10 E puseram as suas armas na casa do seu deus, e a sua cabeça afixaram na casa de Dagom.

11 Ouvindo, pois, toda a Jabes de Gileade tudo quanto os filisteus fizeram a Saul,

12 Então todos os homens valorosos se levantaram, e tomaram o corpo de Saul, e os corpos de seus filhos, e os trouxeram a Jabes; e sepultaram os seus ossos debaixo de um carvalho em Jabes, e jejuaram sete dias.

13 Assim morreu Saul por causa da transgressão que cometeu contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a qual não havia guardado; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar.

14 E não buscou ao Senhor, que por isso o matou, e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé.

1 Crônicas 11

Ouça o áudio do capítulo:

1 Então todo o Israel se ajuntou a Davi em Hebrom, dizendo: Eis que somos teus ossos e tua carne.

2 E também outrora, sendo Saul ainda rei, eras tu o que fazias sair e entrar a Israel; também o Senhor teu Deus te disse: Tu apascentarás o meu povo Israel, e tu serás chefe sobre o meu povo Israel.

3 Também vieram todos os anciãos de Israel ao rei, a Hebrom, e Davi fez com eles aliança em Hebrom, perante o Senhor; e ungiram a Davi rei sobre Israel, conforme a palavra do Senhor pelo ministério de Samuel.

4 E partiu Davi e todo o Israel para Jerusalém, que é Jebus; porque ali estavam os jebuseus, habitantes da terra.

5 E disseram os habitantes de Jebus a Davi: Tu não entrarás aqui. Porém Davi ganhou a fortaleza de Sião, que é a cidade de Davi.

6 Porque disse Davi: Qualquer que primeiro ferir os jebuseus será chefe e capitão. Então Joabe, filho de Zeruia, subiu primeiro a ela; pelo que foi feito chefe.

7 E Davi habitou na fortaleza; por isso foi chamada a cidade de Davi.

8 E edificou a cidade ao redor, desde Milo até ao circuito; e Joabe renovou o restante da cidade.

9 E Davi tornava-se cada vez mais forte; porque o Senhor dos Exércitos era com ele.

10 E estes foram os chefes dos poderosos que Davi tinha, e que o apoiaram fortemente no seu reino, com todo o Israel, para o fazerem rei, conforme a palavra do Senhor, no tocante a Israel.

11 E este é o número dos poderosos que Davi tinha: Jasobeão, hacmonita, chefe dos capitães, o qual, brandindo a sua lança contra trezentos, de uma vez os matou.

12 E, depois dele Eleazar, filho de Dodó, o aoíta; ele estava entre os três poderosos.

13 Este esteve com Davi em Pas-Damim, quando os filisteus ali se ajuntaram à peleja, onde havia um pedaço de campo cheio de cevada; e o povo fugiu de diante dos filisteus.

14 E puseram-se no meio daquele campo, e o defenderam, e feriram os filisteus; e o Senhor efetuou um grande livramento.

15 E três dos trinta capitães desceram à penha, a ter com Davi, na caverna de Adulão; e o exército dos filisteus estava acampado no vale de Refaim.

16 E Davi estava então no lugar forte; e o alojamento dos filisteus estava então em Belém.

17 E desejou Davi, e disse: Quem me dera beber da água do poço de Belém, que está junto à porta!

18 Então aqueles três romperam pelo acampamento dos filisteus, e tiraram água do poço de Belém, que estava junto à porta, e tomaram dela e a trouxeram a Davi; porém Davi não a quis beber, mas a derramou ao Senhor,

19 E disse: Nunca meu Deus permita que faça tal! Beberia eu o sangue destes homens com as suas vidas? Pois com perigo das suas vidas a trouxeram. E ele não a quis beber. Isto fizeram aqueles três homens.

20 E também Abisai, irmão de Joabe, era chefe de três, o qual, brandindo a sua lança contra trezentos, os feriu; e teve nome entre os três.

21 Ele foi o mais ilustre dos três, pelo que foi capitão deles; porém não igualou aos primeiros três.

22 Também Benaia, filho de Joiada, filho de um homem poderoso de Cabzeel, grande em obras; ele feriu a dois heróis de Moabe; e também desceu, e feriu um leão dentro de uma cova, no tempo da neve.

23 Também feriu ele a um homem egípcio, homem de grande altura, de cinco côvados; e trazia o egípcio uma lança na mão, como o órgão do tecelão; mas Benaia desceu contra ele com uma vara, e arrancou a lança da mão do egípcio, e com ela o matou.

24 Estas coisas fez Benaia, filho de Joiada; pelo que teve nome entre aqueles três poderosos.

25 Eis que dos trinta foi ele o mais ilustre; contudo não chegou aos primeiros três; e Davi o pôs sobre os da sua guarda.

26 E foram os poderosos dos exércitos: Asael, irmão de Joabe, El-Hanã, filho de Dodó, de Belém;

27 Samote, o harorita; Helez, o pelonita;

28 Ira, filho de Iques, o tecoíta; Abiezer, o anatotita;

29 Sibecai, o husatita; Ilai, o aoíta;

30 Maarai, o netofatita; Helede, filho de Baaná, o netofatita;

31 Itai, filho de Ribai, de Gileade, dos filhos de Benjamim; Benaia, o piratonita;

32 Hurai, do ribeiro de Gaás; Abiel, o arbatita;

33 Azmavete, o baarumita; Eliabe, o saalbonita;

34 Dos filhos de Hasém, o gizonita: Jônatas, filho de Sage, o hararita;

35 Aião, filho de Sacar, o hararita; Elifal, filho de Ur;

36 Hefer, o mequeratita; Aías, o pelonita;

37 Hezro, o carmelita; Naarai, filho de Ezbai;

38 Joel, irmão de Natã; Mibar, filho de Hagri;

39 Zeleque, o amonita; Naarai, o beerotita, escudeiro de Joabe, filho de Zeruia;

40 Ira, o itrita; Garebe, o itrita;

41 Urias, o heteu; Zabade, filho de Alai;

42 Adina, filho de Siza, o rubenita, capitão dos rubenitas, e com ele trinta;

43 Hanã, filho de Maaca; e Josafá, o mitatita;

44 Uzias, o asteratita; Sama e Jeiel, filhos de Hotão, o aroerita;

45 Jediael, filho de Sinri; e Joa, seu irmão, o tizita;

46 Eliel, o maavita; e Jeribai e Josavias, filhos de Elnaão; e Itma, o moabita;

47 Eliel, Obede, e Jaasiel, o mesobaíta.

Daniel 3

Ouça o áudio do capítulo:

1 O rei Nabucodonosor fez uma estátua de ouro, cuja altura era de sessenta côvados, e a sua largura de seis côvados; levantou-a no campo de Dura, na província de babilônia.

2 Então o rei Nabucodonosor mandou reunir os príncipes, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os capitàes, e todos os oficiais das províncias, para que viessem à consagração da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado.

3 Então se reuniram os príncipes, os prefeitos e governadores, os capitàes, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, e todos os oficiais das províncias, à consagração da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado; e estavam em pé diante da imagem que Nabucodonosor tinha levantado.

4 E o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós, ó povos, nações e línguas:

5 Quando ouvirdes o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles, e de toda a espécie de música, prostrar-vos-eis, e adorareis a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tem levantado.

6 E qualquer que não se prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro da fornalha de fogo ardente.

7 Portanto, no mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério e de toda a espécie de música, prostraram-se todos os povos, nações e línguas, e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado.

8 Por isso, no mesmo instante chegaram perto alguns caldeus, e acusaram os judeus.

9 E responderam, dizendo ao rei Nabucodonosor: Ó rei, vive eternamente!

10 Tu, ó rei, fizeste um decreto, pelo qual todo homem que ouvisse o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, e da gaita de foles, e de toda a espécie de música, se prostrasse e adorasse a estátua de ouro;

11 E, qualquer que não se prostrasse e adorasse, seria lançado dentro da fornalha de fogo ardente.

12 Há uns homens judeus, os quais constituíste sobre os negócios da província de babilônia: Sadraque, Mesaque e Abednego; estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti; a teus deuses não servem, nem adoram a estátua de ouro que levantaste.

13 Então Nabucodonosor, com ira e furor, mandou trazer a Sadraque, Mesaque e Abednego. E trouxeram a estes homens perante o rei.

14 Falou Nabucodonosor, e lhes disse: É de propósito, ó Sadraque, Mesaque e Abednego, que vós não servis a meus deuses nem adorais a estátua de ouro que levantei?

15 Agora, pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles, e de toda a espécie de música, para vos prostrardes e adorardes a estátua que fiz, bom é; mas, se não a adorardes, sereis lançados, na mesma hora, dentro da fornalha de fogo ardente. E quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos?

16 Responderam Sadraque, Mesaque e Abednego, e disseram ao rei Nabucodonosor: Não necessitamos de te responder sobre este negócio.

17 Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará da fornalha de fogo ardente, e da tua mão, ó rei.

18 E, se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste.

19 Então Nabucodonosor se encheu de furor, e mudou-se o aspecto do seu semblante contra Sadraque, Mesaque e Abednego; falou, e ordenou que a fornalha se aquecesse sete vezes mais do que se costumava aquecer.

20 E ordenou aos homens mais poderosos, que estavam no seu exército, que atassem a Sadraque, Mesaque e Abednego, para lançá-los na fornalha de fogo ardente.

21 Então estes homens foram atados, vestidos com as suas capas, suas túnicas, e seus chapéus, e demais roupas, e foram lançados dentro da fornalha de fogo ardente.

22 E, porque a palavra do rei era urgente, e a fornalha estava sobremaneira quente, a chama do fogo matou aqueles homens que carregaram a Sadraque, Mesaque, e Abednego.

23 E estes três homens, Sadraque, Mesaque e Abednego, caíram atados dentro da fornalha de fogo ardente.

24 Então o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa; falou, dizendo aos seus conselheiros: Não lançamos nós, dentro do fogo, três homens atados? Responderam e disseram ao rei: É verdade, ó rei.

25 Respondeu, dizendo: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem sofrer nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante ao Filho de Deus.

26 Então chegando-se Nabucodonosor à porta da fornalha de fogo ardente, falou, dizendo: Sadraque, Mesaque e Abednego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Então Sadraque, Mesaque e Abednego saíram do meio do fogo.

27 E reuniram-se os príncipes, os capitàes, os governadores e os conselheiros do rei e, contemplando estes homens, viram que o fogo não tinha tido poder algum sobre os seus corpos; nem um só cabelo da sua cabeça se tinha queimado, nem as suas capas se mudaram, nem cheiro de fogo tinha passado sobre eles.

28 Falou Nabucodonosor, dizendo: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, que enviou o seu anjo, e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois violaram a palavra do rei, preferindo entregar os seus corpos, para que não servissem nem adorassem algum outro deus, senão o seu Deus.

29 Por mim, pois, é feito um decreto, pelo qual todo o povo, e nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abednego, seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas um monturo; porquanto não há outro Deus que possa livrar como este.

30 Então o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abednego, na província de babilônia.

Profetas e Reis

A Fornalha Ardente

Ouça o áudio do capítulo:

Este capítulo é baseado em Daniel 3.

O sonho da grande imagem, que abriu perante Nabucodonosor acontecimentos que chegam ao fim do tempo, tinha-lhe sido dado para que ele pudesse compreender a parte que lhe tocava desempenhar na história do mundo, e a relação que seu reino teria com o reino do Céu. Na interpretação do sonho, fora ele claramente instruído quanto ao estabelecimento do reino eterno de Deus. “Nos dias destes reis”, Daniel havia declarado, “o Deus do Céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, e será estabelecido para sempre. [...] E certo é o sonho, e fiel a sua interpretação”. Daniel 2:44, 45. PR 256.1

O rei havia reconhecido o poder de Deus, dizendo a Daniel: “Certamente, o vosso Deus é Deus dos deuses [...] e o revelador dos segredos”. Daniel 2:47. Durante algum tempo Nabucodonosor sentiu-se influenciado pelo temor de Deus; contudo o seu coração não ficou purificado da ambição mundana e do desejo de exaltação. A prosperidade que acompanhou o seu reinado o encheu de orgulho. Em dado tempo ele cessou de honrar a Deus, e retomou seu culto idólatra com maior zelo e fanatismo. PR 256.2

As palavras: “Tu és a cabeça de ouro” (Daniel 2:38), tinham feito profunda impressão no espírito do rei. Os sábios do seu reino, tirando vantagem disto e do seu retorno à idolatria, propuseram-lhe que fizesse uma imagem semelhante àquela vista em sonho, e a erguesse em lugar onde todos pudessem contemplar a cabeça de ouro, que tinha sido interpretada como representando o seu reino. PR 256.3

Lisonjeado com a aduladora sugestão, ele se determinou levá-la a efeito, indo mesmo além. Em lugar de reproduzir a imagem como a tinha visto, ele excederia o original. Sua imagem não seria desigual em valor da cabeça aos pés, mas seria inteiramente de ouro, símbolo que representaria Babilônia como um reino eterno, indestrutível, todo-poderoso, que haveria de quebrar em pedaços todos os outros reinos, permanecendo para sempre. PR 256.4

A idéia de estabelecer um império e uma dinastia que perdurassem para sempre, apelou fortemente ao poderoso monarca cujas armas as nações da terra tinham sido incapazes de resistir. Com o entusiasmo nascido de ilimitada ambição e orgulho egoísta, ele tomou conselho com seus sábios quanto à maneira de levar avante o projeto. Esquecendo as assinaladas providências relacionadas com o sonho da grande imagem; esquecendo também que o Deus de Israel, por intermédio de Seu servo Daniel, tinha-lhe esclarecido o significado da imagem, e que em conexão com esta interpretação os grandes homens do reino tinham sido salvos de morte ignominiosa; esquecendo tudo, exceto o seu desejo de estabelecer o seu próprio poder e supremacia, o rei e seus conselheiros de Estado decidiram que todos os meios possíveis seriam utilizados para exaltar Babilônia como suprema, e digna de submissão universal. PR 256.5

A simbólica representação pela qual Deus tinha revelado ao rei e ao povo o Seu propósito para com as nações da Terra, ia agora servir para glorificação do poder humano. A interpretação de Daniel ia ser rejeitada e esquecida; a verdade ia ser mistificada e mal utilizada. O símbolo que o Céu designara servisse para desdobrar perante a mente dos homens importantes eventos do futuro, ia ser utilizado para impedir a divulgação do conhecimento que Deus desejava o mundo recebesse. Assim mediante a imaginação de homens ambiciosos, Satanás estava procurando frustrar o propósito divino em favor da raça humana. O inimigo da humanidade sabia que a verdade isenta de erro é uma força poderosa para salvar; mas que quando usada para exaltar o eu e favorecer os projetos dos homens, torna-se um poder para o mal. PR 257.1

Das ricas reservas do seu tesouro, Nabucodonosor mandou que se fizesse uma grande imagem de ouro, no seu aspecto geral semelhante a que tinha sido vista em visão, salvo no que respeitava ao material de que ia ser composta. Acostumados como estavam a magnificentes representações de suas divindades pagãs, os caldeus nunca dantes haviam produzido coisa mais imponente e majestosa que esta resplendente estátua, de sessenta côvados de altura, e seis de largura. E não é de surpreender que numa terra onde a idolatria era culto prevalecentemente universal, a imagem bela e sem preço erguida no campo de Dura, representando a glória de Babilônia e sua magnificência e poder, fosse consagrada como objeto de adoração. Em plena concordância com isto foi feita provisão, tendo sido expedido um decreto de que no dia da dedicação todos mostrassem sua suprema lealdade ao poder babilônico curvando-se diante da imagem. PR 257.2

O dia marcado chegou, e uma vasta multidão de todos os “povos, nações e línguas”, se reuniu na planície de Dura. Em harmonia com o mandado do rei, quando o som de músicas foi ouvido, todos se prostraram, “e adoraram a estátua de ouro”. Nesse dia memorável, os poderes das trevas pareciam haver ganho um assinalado triunfo; a adoração da imagem de ouro prometia tornar-se permanentemente relacionada com as formas estabelecidas de idolatria reconhecidas como religião do Estado no país. Satanás esperava dessa forma derrotar os propósitos de Deus de tornar a presença do cativo Israel em Babilônia um meio de abençoar a todas as nações do paganismo. PR 257.3

Mas Deus decidiu de outro modo. Nem todos haviam dobrado os joelhos ante o símbolo idólatra do humano poder. Em meio da multidão de adoradores havia três homens que estavam firmemente resolvidos a não desonrar assim ao Deus do Céu. O seu Deus era o Rei dos reis e Senhor dos senhores; a nenhum outro se curvariam. PR 258.1

A Nabucodonosor, inflado com o triunfo, foi levada a informação de que havia entre os seus súditos alguns que ousaram desobedecer ao seu mandado. Alguns dentre os sábios, enciumados pelas honras que tinham sido concedidas aos fiéis companheiros de Daniel, levavam agora ao rei o relato da sua flagrante violação aos desejos do rei. “Ó rei, vive eternamente” exclamaram. “Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província de Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti; a teus deuses não servem, nem a estátua de ouro, que levantaste, adoraram.” PR 258.2

O rei ordenou que os homens fossem levados perante ele. “É de propósito”, ele perguntou, “que vós não servis a meus deuses nem adorais a estátua de ouro que levantei?” Ele procurou mediante ameaças induzi-los a se unirem com a multidão. Apontando para a fornalha ardente, lembrou-lhes a punição que os esperava se persistissem em sua recusa de obedecer a sua vontade. Mas firmemente os hebreus testificaram de sua fidelidade ao Deus do Céu, e de sua fé em Seu poder para livrar. O ato de se curvar ante a imagem fora compreendido por todos como um ato de adoração. Tal homenagem eles só poderiam render a Deus. PR 258.3

Ao estarem os três hebreus em presença do rei, este compreendeu que eles possuíam alguma coisa que faltava aos outros sábios do seu reino. Eles haviam sido fiéis no cumprimento de cada obrigação. Ele desejava dar-lhes outra oportunidade. Se tão-somente demonstrassem sua boa vontade em unir-se com a multidão em adoração à imagem, tudo iria bem com eles; “mas, se a não adorardes”, ele aduziu, “sereis lançados, na mesma hora, dentro do forno de fogo ardente”. Então com a mão estendida em desafio, exclamou: “E quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos?” Daniel 3:9, 12-15. PR 258.4

Foram inúteis as ameaças do rei. Ele não logrou desviar os homens de sua obediência ao Governador do Universo. A história de seus pais lhes ensinara que a desobediência a Deus resulta em desonra, desastre e morte; e que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, o fundamento de toda verdadeira prosperidade. Enfrentando calmamente a fornalha eles responderam: “Não necessitamos de te responder sobre este negócio. Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; Ele nos livrará do forno de fogo ardente, e da tua mão, ó rei”. Sua fé foi fortalecida ao declararem que Deus Se glorificaria em libertá-los, e com a triunfante segurança nascida da implícita confiança em Deus, acrescentaram: “E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste.” PR 258.5

A ira do rei não conheceu limites. “Nabucodonosor se encheu de furor, e se mudou o aspecto do seu semblante contra Sadraque, Mesaque e Abede-Nego”, representantes de uma raça cativa e desprezada. Ordenando que a fornalha fosse aquecida sete vezes mais que de costume, mandou que fortes homens de seu exército atassem os adoradores do Deus de Israel, como preparativo para a execução sumária. PR 259.1

“Então aqueles homens foram atados com as suas capas, seus calções, e seus chapéus, e seus vestidos, e foram lançados dentro do forno de fogo ardente. E, porque a palavra do rei apertava, e o forno estava sobremaneira quente, a chama do fogo matou aqueles homens que levantaram a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego”. Daniel 3:16-22. PR 259.2

Mas o Senhor não esqueceu os Seus. Sendo Suas testemunhas lançadas na fornalha, o Salvador Se lhes revelou em pessoa, e junto com eles andava no meio do fogo. Na presença do Senhor do calor e do frio, as chamas perderam o seu poder de consumir. PR 259.3

Do seu real trono o rei olhava, esperando ver inteiramente consumidos os homens que o haviam desafiado. Mas seus sentimentos de triunfo subitamente mudaram. Os nobres que lhe estavam próximo viram sua face tornar-se pálida, enquanto ele descia do trono e olhava atentamente para dentro das chamas ardentes. Alarmado, o rei, voltando-se para os seus cortesãos, perguntou: “Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo? [...] Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, e nada há de lesão neles; e o aspecto do quarto é semelhante ao filho dos deuses.” PR 259.4

Como sabia o rei pagão a que era semelhante o Filho de Deus? Os cativos hebreus que ocupavam posição de confiança em Babilônia tinham representado a verdade diante dele na vida e no caráter. Quando perguntados pela razão de sua fé, tinham-na dado sem hesitação. Clara e singelamente tinham apresentado os princípios da justiça, ensinando assim aos que lhes estavam ao redor a respeito do Deus a quem adoravam. Eles tinham falado de Cristo, o Redentor vindouro; e na aparência do quarto no meio do fogo, o rei reconheceu o Filho de Deus. PR 259.5

E agora, esquecida sua própria grandeza e dignidade, Nabucodonosor desceu de seu trono, e encaminhando-se para a boca da fornalha, exclamou: “Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus altíssimo, saí e vinde”. Daniel 3:24-26. PR 259.6

Então Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíram perante a vasta multidão, mostrando-se ilesos. A presença de seu Salvador tinha-os guardado de sofrerem dano, e unicamente suas amarras tinham-se queimado. “E ajuntaram-se os sátrapas, os prefeitos, e os presidentes, e os capitães do rei, contemplando estes homens, e viram que o fogo não tinha tido poder algum sobre os seus corpos; nem um só cabelo de sua cabeça se tinha queimado, nem as suas capas se mudaram, nem cheiro de fogo tinha passado sobre eles.” PR 259.7

Esquecida estava a grande imagem de ouro, erguida com tamanha pompa. Na presença do Deus vivo os homens temiam e tremiam. “Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego”, o humilhado rei foi constrangido a reconhecer, “que enviou o Seu anjo, e livrou os Seus servos, que confiaram nEle, pois não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar os seus corpos, para que não servissem nem adorassem a algum outro deus, senão o seu Deus.” PR 260.1

As experiências desse dia levaram Nabucodonosor a baixar um decreto, “pelo qual todo o povo, nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, seja despedaçado, e suas casas sejam feitas um monturo”. “Não há outro Deus”, ele apresentou como razão para o decreto, “que possa livrar como Este”. Daniel 3:27-29. PR 260.2

Com essas palavras e outras semelhantes o rei de Babilônia procurou espalhar entre todos os povos da Terra sua convicção de que o poder e autoridade do Deus dos hebreus eram dignos de suprema adoração. E Deus Se sentiu honrado com os esforços do rei para Lhe mostrar reverência e tornar a confissão real de obediência difundida por todo o domínio babilônico. PR 260.3

Era correto fazer o rei confissão pública, e procurar exaltar o Deus do Céu sobre todos os outros deuses; mas procurar forçar seus súditos a igual confissão de fé e mostrar semelhante reverência era exceder os seus direitos como soberano temporal. Não tinha ele maior direito, civil ou moral, de ameaçar os homens com a morte pela não adoração de Deus, do que tinha para fazer o decreto votando às chamas todos os que recusassem cultuar a imagem de ouro. Deus jamais compele o homem à obediência. A todos deixa livres para que escolham a quem desejam servir. PR 260.4

Pela libertação de Seus fiéis servos, o Senhor declarou que toma posição ao lado do oprimido, e repele todo poder terreno que se rebela contra a autoridade do Céu. Os três hebreus declararam a toda a nação babilônica sua fé nAquele a quem adoravam. Eles descansaram em Deus. Na hora de sua provação, lembraram-se da promessa: “Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti”. Isaías 43:2. E de maneira maravilhosa sua fé no Deus vivo tinha sido honrada à vista de todos. A notícia de seu maravilhoso livramento fora levada a muitos países pelos representantes das diferentes nações que tinham sido convidadas por Nabucodonosor para a dedicação. Mediante a fidelidade de Seus filhos, Deus fora glorificado em toda a Terra. PR 260.5

Importantes são as lições a serem aprendidas da experiência dos jovens hebreus na planície de Dura. Nos dias atuais, muitos dos servos de Deus, embora inocentes de qualquer obra má, serão levados ao sofrimento, humilhação e abuso às mãos daqueles que, inspirados por Satanás, estão cheios de inveja e fanatismo religioso. A ira do homem será especialmente despertada contra os que santificam o sábado do quarto mandamento; e por fim um decreto universal denunciará a estes como dignos de morte. PR 260.6

Os tempos de provação que estão diante do povo de Deus reclamam uma fé que não vacile. Seus filhos devem tornar manifesto que Ele é o único objeto do seu culto, e que nenhuma consideração, nem mesmo o risco da própria vida, pode induzi-los a fazer a mínima concessão a um culto falso. Para o coração leal, as leis de homens pecaminosos e finitos se tornam insignificantes ao lado da Palavra do eterno Deus. A verdade será obedecida, embora o resultado seja prisão, exílio ou morte. PR 261.1

Como nos dias de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, no período final da história da Terra o Senhor operará poderosamente em favor dos que ficarem firmes pelo direito. Aquele que andou com os hebreus valorosos na fornalha ardente, estará com os Seus seguidores em qualquer lugar. Sua constante presença confortará e sustentará. Em meio do tempo de angústia — angústia como nunca houve desde que houve nação — Seus escolhidos ficarão firmes. Satanás com todas as forças do mal não pode destruir o mais fraco dos santos de Deus. Anjos magníficos em poder os protegerão, e em favor deles Jeová Se revelará como “Deus dos deuses” (Daniel 2:47), capaz de salvar perfeitamente os que nEle puseram a sua confiança. PR 261.2

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